IO - Instituto de Oceanografia
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Resultados da Pesquisa
- ItemBiodegradação e biotransformação de toxinas de cianobactérias, microcistina e anotoxina-A, por bactérias aquáticas da região estuarina da Lagoa dos Patos e da Praia do Cassino (RS-Brasil)(2005) Lemes, Gilmar Antonio Farias; Yunes, João Sarkis; Matthiensen, AlexandreCianobactérias são organismos cosmopolitas. Algumas espécies possuem a capacidade de produzirem um crescimento exponencial, sob determinadas condições, denominado de floração. Estas florações têm, geralmente, conseqüências danosas para os outros organismos e o ambiente onde ocorrem, ameaçando o equilíbrio ecológico dos ecossistemas aquáticos. Florações de cianobactérias tóxicas têm sido observadas, nos últimos 15 anos, nas águas do estuário da Lagoa dos Patos e em regiões costeiras adjacentes, como a Praia do Cassino. Quando essas florações ocorrem em reservatórios naturais, utilizados como fonte de água potável, podem inviabilizar seu uso devido ao fato das toxinas (cianotoxinas) produzidas por esses organismos não serem prontamente removidas pelos processos convencionais utilizados nas Estações de Tratamento de Água. Este trabalho teve como objetivo realizar o estudo da biodegradação de cianotoxinas, realizado por bactérias da região estuarina e costeira da Lagoa dos Patos. A coleta de água de superfície foi realizada em dois pontos, um dentro do estuário e outro na Praia do Cassino. Experimentos foram realizados utilizando-se extratos de Microcystis RST 9501 (pertencente ao Banco de Cultura de Cianobactérias, da Unidade de Pesquisas em Cianobactérias) e toxinas padrões disponíveis comercialmente (microcistina-LR e anatoxina-a). As toxinas foram adicionadas às amostras de água do ambiente, numa série de três experimentos diferenciados pelo tipo de toxina. Análises das concentrações das toxinas foram realizadas por HPLC e imunoensaios específicos (ELISA), que confirmaram a diminuição da concentração das toxinas por degradação biológica. Foi feita a semeadura de amostras dos experimentos em Placas de Petri com meio sólido, visando o isolamento das bactérias responsáveis pela degradação das cianotoxinas. Após o isolamento foi possível realizar o seqüenciamento genético da subunidade 16S do DNAr. XV Comparações da seqüência obtida com seqüências depositadas em bancos de dados na Internet possibilitaram encontrar, com um índice de similaridade de 94%, o gênero Burkholderia como uma das bactérias isoladas, de amostras da degradação de microcistinas.
- ItemContribuição dos microorganismos para a alimentação do camarão-rosa Farfantepenaeus paulensis (Crustacea:decapoda) em sistemas de cultivo e no estuário da Lagoa dos Patos(2008) Ballester, Eduardo Cupertino; Wasielesky Júnior, Wilson; Abreu, Paulo CésarO camarão-rosa Farfantepenaeus paulensis é uma espécie nativa do oceano Atlântico Sul que tem importância econômica e ecológica no estuário da Lagoa dos Patos, RS. Pesquisas recentes demonstraram a viabilidade do cultivo deste camarão em estruturas alternativas de baixo custo e também em sistemas de cultivo convencionais, nesta tese foram investigados aspectos da contribuição dos microorganismos na alimentação do camarão-rosa em sistemas de cultivo e no ambiente natural. Os dois primeiros capítulos abordaram a influência do biofilme, um consórcio de microorganismos formado sobre superfícies submersas, no cultivo de pós-larvas e juvenis de F. paulensis no estuário da Lagoa dos Patos, procurando ainda definir a possível seletividade dos camarões por determinados microorganismos presentes no biofilme. No terceiro e quarto capítulos foi utilizada a técnica de isótopos estáveis de carbono e nitrogênio para determinar a contribuição das diversas fontes alimentares disponíveis, para o crescimento de camarões cultivados e selvagens. No quinto capítulo foi abordado o cultivo do F. paulensis em sistemas sem renovação de água com flocos microbianos. Os resultados dos capítulos 1 e 2 mostraram que pós-larvas de F. paulensis cultivadas em gaiolas apresentaram crescimento e sobrevivência significativamente maiores (p<0,05) quando foi disponibilizada maior quantidade de biofilme para sua ingestão. Além disso, foi observada uma seletividade das pós-larvas pelas diatomáceas cêntricas presentes no biofilme. Para juvenis de F. paulensis cultivados em cercados na fase de engorda, foi observada uma predação seletiva sobre 2 protozoários ciliados, rotíferos e nematódeos presentes no biofilme e, durante os períodos de maior predação sobre o biofilme, os camarões apresentaram taxa de crescimento significativamente maior (p<0,05). A utilização da técnica de isótopos estáveis permitiu estimar a contribuição do biofilme em aproximadamente 49 % do carbono e 70 % do nitrogênio para as pós-larvas cultivadas em gaiolas, enquanto que para juvenis cultivados em tanques a contribuição de nitrogênio do biofilme foi de cerca de 29 %. Para os juvenis capturados e cultivados em cercados no estuário foi demonstrado que o biofilme, sedimento superficial e material em suspensão podem contribuir, juntos, até 50 % da biomassa dos camarões e que, quando cultivado em densidades de estocagem de até 10 camarões/m2 , a ração comercial pode ser suprimida até que os camarões atinjam aproximadamente 4 gramas, pois o alimento natural proporciona nutrientes suficientes para o crescimento dos camarões nesta fase. No último experimento, realizado durante o cultivo de juvenis de F. paulensis em tanques com flocos microbianos e sem renovação de água, foi observado que os níveis de proteína na ração podem ser reduzidos de 45 para 35 % sem comprometer o crescimento desta espécie, pois os flocos microbianos funcionam como fonte suplementar de proteína. De uma maneira geral, os resultados demonstraram a importância dos microorganismos presentes no biofilme, material em suspensão, sedimento superficial e nos flocos microbianos para a alimentação do camarão-rosa F. paulensis.
- ItemMecanismos de transporte e acumulação do cobre como biomarcadores de contaminação em Callinectes sapidus Rathbun, 1896(2008) Paganini, Christianne Lorea; Bianchini, AdaltoO objetivo desta Tese foi realizar estudos in vitro para identificar os principais mecanismos de transporte iônico envolvidos na acumulação e toxicidade do cobre em células branquiais e hepatopancreáticas isoladas de Callinectes sapidus, e sua aplicação como biomarcadores da contaminação do cobre em ambientes estuarinos e marinhos. Foram utilizadas técnicas de cultura celular associadas a ferramentas fluorimétricas e farmacológicas. Os resultados indicam que células branquiais de C. sapidus são boas indicadoras dos níveis de cobre presente no meio. A acumulação de cobre nas células branquiais é influenciada pelo nível de cobre intracelular pré-existente e pela salinidade de aclimatação. Células branquiais de C. sapidus acumulam mais cobre e são mais sensíveis ao metal do que as células hepatopancreáticas. A cinética de acumulação do cobre em função do tempo de exposição é diferente em células branquiais (linear) e hepatopancreáticas (saturação), mas ambos os tipos celulares apresentaram uma relação linear positiva de acumulação de cobre em função da concentração do metal no meio de incubação. Além disso, foi observada uma relação entre a acumulação de cobre e a viabilidade de células branquiais, indicando que estas são órgãos alvo da toxicidade do cobre e podem servir como modelo no desenvolvimento de uma versão in vitro do Modelo do Ligante Biótico (BLM) para condições marinhas e estuarinas. O bloqueio dos transportadores de Na+ e Cl- ou a inibição da atividade das enzimas a eles associadas caracteriza a competição entre cobre e o Na+ pelos mesmos sítios de ligação na membrana da célula branquial. Esta situação indica que a toxicidade do cobre em células branquiais de C. sapidus pode estar relacionada ao desequilíbrio iônico e osmótico, com um possível impacto sobre a regulação osmótica e iônica intracelular.
- ItemIdentificação de estoques e aspectos biológicos e pesqueiros do camarão barba-ruça (Artemesia longinaris, BATE, 1888 - Decapoda:Penaeidae)(2008) Dumont, Luiz Felipe Cestari; D’Incao, FernandoO objetivo desse trabalho foi investigar diferentes aspectos biológicos e pesqueiros do camarão-barba-ruça Artemesia longinaris ao longo de sua área de distribuição. A estrutura populacional da espécie foi então investigada através do seqüenciamento de aproximadamente 700pb da zona rica em A+T do DNA mitocondrial. A diversidade nucleotídica (π) variou entre 0,025 e 0,039 e os valores mais baixos foram observados nas populações que habitam zonas próximas aos limites de distribuição da espécie. A diversidade haplotípica foi variou entre 0,90 e 0,95 e seguiu o mesmo padrão de menores valores próximos aos limites de distribuição. As distâncias genéticas estimadas (Fst) sugerem maior fluxo genético entre as populações da Argentina e da Zona de Convergência (Rio Grande do Sul e Santa Catarina) (Fst= 0,04, p=0,18), enquanto que a população do Rio de Janeiro, localizada no limite norte de distribuição, foi significativamente diferente das demais (Fst= 0,07, p= 0,03 quando comparado à Zona de Convergência e Fst= 0,11, p= 0,01 quando comparado com a Argentina). Os resultados obtidos são inteiramente corroborados pelas distâncias geográficas e pelo sistema de correntes costeiras no Atlântico Sudoeste, que apresenta expansões e retrações sazonais criando um mecanismo eficiente de dispersão entre as populações do sul. Essas similaridades foram confirmadas por caracteres morfométricos e merísticos que também foram analisados. O padrão reprodutivo de A. longinaris também foi analisado, já que essa é uma informação vital para o manejo de espécies exploradas. O esforço reprodutivo se concentra na primavera, entretanto, picos de recrutamento podem ser observados ao longo do ano. Uma migração reprodutiva para profundidades além dos 15 metros foi observada, e o processo de recrutamento ocorre aproximadamente 1 mês após a desova. O tamanho médio de primeira maturação foi estimado em 16,76 mm (CC) e foi atingido à idade de aproximadamente 4 meses. Ajustes significativos aos modelos de estoque-recrutamento foram obtidos apenas durante anos em que as condições ambientais eram desfavoráveis, sugerindo que a redução na biomassa desovante juntamente com condições ambientais adversas pode levar à sobre-pesca de recrutamento. A composição e a abundância da fauna acompanhante foram diferentes para os dois anos avaliados, de modo que as maiores taxas de descartes estiveram associadas a altos índices de pluviosidade e baixa salinidade. A taxa de descarte geral foi de 1:5,6, com valores variando entre 1:11,3 em 2002 e 1:2,5 em 2004. Durante 2004 a salinidade foi alta, associada ao reduzido volume de chuvas, favorecendo a abundância de A. longinaris na área de estudo. Durante esse ano de seca, A. longinaris foi dominante nas amostras, resultando em níveis de descarte bastante baixos, especialmente no inverno (1:0,97). Através do método de área varrida, um total de 3369 toneladas dessa espécie foi estimada entre os 10 e 20 metros de profundidade. A distribuição de freqüência dos tamanhos permitiu concluir que os maiores comprimentos se encontram especialmente entre 15 e 20 metros de profundidade, mas também que os maiores indivíduos evitam as áreas de menor salinidade, sugerindo que a desova aconteça fora da zona de influência da Lagoa dos Patos. Com relação à pesca de arrasto-duplo, sugere-se a implementação de um período de defeso durante a primavera, preservando a reprodução do estoque. Adicionalmente, uma diminuição no esforço também seria importante, já que o estoque apresenta uma distribuição bastante concentrada em áreas mais favoráveis, tornando-o susceptível à intensa pressão pesqueira.
- ItemBiologia populacional do tubarão-azul, Prionace glauca (Linnaeus, 1758) (Carcharhinidae), na região sudoeste do Oceano Atlântico(2007) Montealegre-Quijano, Santiago; Vooren, Carolus MariaA biologia populacional do tubarão-azul, Prionace glauca (Linnaeus, 1758), no talude continental do sul do Brasil e em águas oceânicas adjacentes, foi investigada nos aspectos da distribuição, abundância, reprodução, idade, crescimento e demografia. Foram realizados sete cruzeiros de pesca comercial com espinhel, distribuídos em todas as estações do ano entre 2004 e 2006, que totalizaram 111 lances de pesca e 118.874 anzóis, lançados entre as latitudes 23ºS e 38ºS e as longitudes 29ºW e 52ºW. P. glauca ocorreu em todos os lances de pesca, representando entre 39,1 e 86,1% em torno da média de 58,5% do número total dos peixes capturados. Um total de 4068 machos e 443 fêmeas ocorreu nas capturas. O comprimento furcal (CF) variou entre 84 e 262 cm (média 164,7 cm) em 2.340 machos e entre 73 e 247 cm (média 170,9 cm) em 402 fêmeas. As capturas estão compostas principalmente por fêmeas adultas e machos sub adultos. Pequenos juvenis (CF<120cm) foram abundantes no final do inverno e na primavera em águas com temperatura de superfície < 18ºC. Grandes adultos (CF > 210 cm) foram escassos em todos os cruzeiros. A CPUE (indiv./1000 anzóis) por sexo e fase de desenvolvimento indica que a abundância da espécie varia ao longo do ano em função da sazonalidade das massas de água de origem tropical e subtropical presentes na região. Os maiores valores de CPUE foram registrados na primavera e nas latitudes de 33ºS a 37ºS. A seqüência cronológica dos eventos e processos do ciclo reprodutivo do tubarão-azul no Atlântico Sudoeste segue um padrão anual, e a distribuição espacial desses eventos apresenta limites latitudinais, abrangendo toda a metade sul to oceano Atlântico. Indivíduos em todas as fases do ciclo reprodutivo são encontrados na região. Machos e fêmeas atingem maturidade sexual com CF em torno de 180 cm, xxii correspondendo à idade de 6 anos. O tamanho e idade de primeira reprodução nas fêmeas foi maior, estimado em 191,5 cm e 7 anos. A fecundidade uterina total variou entre 9 e 74 embriões (média 34,4) com proporção sexual de 1:1. No estudo do crescimento foram analisadas 837 seções vertebrais, que apresentaram um máximo de 14 marcas de crescimento. A primeira marca de crescimento foi interpretada como a marca de nascimento. A análise da largura do incremento marginal revelou um padrão anual na periodicidade da formação das marcas, acontecendo principalmente nos meses de julho e agosto. Na área de estudo, ambos os sexos ocorrem com idades de menos de um ano de vida, até 12 anos as fêmeas e 13 anos os machos. O crescimento foi descrito pelo ajuste do modelo de von Bertalanffy, cujo melhor ajuste foi obtido com os comprimentos retrocalculados, não sendo encontradas diferenças entre os sexos. P. glauca é recrutada à pesca nas idades de seis anos nas fêmeas e 4 a 5 anos nos machos. Não foram observadas diferenças nos coeficientes instantâneos de mortalidade total, com taxas de explotação entorno de 55%. Uma alta capacidade de crescimento populacional foi constatada em cenários hipotéticos de ausência da pesca, em que o equilíbrio é alcançado com mortalidades de 90% dos neonatos. No cenário real mais otimista, com mortalidade natural no primeiro ano de vida de 40%, e as taxas de mortalidade constatadas em 2004 – 2006, a população não se encontra em equilíbrio, com taxa de crescimento populacional positiva em 5,4%. A plasticidade ecológica da espécie pode ser afetada caso seja diminuído a idade de recrutamento pesqueiro em um ano. São necessários estudos de marcação e recaptura no Atlântico Sul, para elucidar questões relacionadas à distribuição, reprodução e crescimento, dados fundamentais para um efetivo manejo e conservação dessa espécie-chave do ecossistema pelágico oceânico.
- ItemMesozooplâncton do estuário da Lagoa dos Patos e zona costeira adjacente com ênfase para os copépodes Acartia tonsa, Pseudodiaptomus richardi e Notodiaptomus incompositus (2000-2005)(2009) Kaminski, Sônia Márcia; Bersano Filho, José GuilhermeA abundância e distribuição dos maiores grupos taxonômicos e das principais espécies do mesozooplâncton de enseadas rasas do Estuário da Lagoa dos Patos (ELP) e da Zona de Arrebentação da Praia do Cassino (ZAPC), Brasil - RS, foram analisados mensalmente durante os anos 2000-2005. Três copépodes freqüentes no ELP, Acartia tonsa, Notodiaptomus incompositus e Pseudodiaptomus richardi (espécies-alvo), tiveram sua variação espacial e temporal analisada separadamente, sendo os resultados de campo discutidos em relação às variações ambientais, informações de cultivos experimentais, e com a ocorrência de fenômenos climáticos El Niño e La Niña. Além disso, foram avaliados os efeitos da salinidade e dieta algal no número de ovos produzidos pelos copépodes P. richardi e N. incompositus, através da realização de experimentos laboratoriais. Para a espécie P. richardi, também foi executado experimento de crescimento em diferentes salinidades, sob alimentação em excesso. As diferenças espaciais e sazonais da comunidade estiveram associadas à salinidade e/ou temperatura. Na ZAPC, onde a média de salinidade foi maior (27), Metamysidopsis elongata atlantica foi importante numericamente, já no ELP (médias de salinidade entre 8 e 10), o copépode N. incompositus e o cladócero Moina micrura foram espécies importantes. A espécie eurihalina A. tonsa foi importante em toda a extensão da área estudada. Com relação à determinação das variações sazonais, os organismos que apresentaram maiores índices de contribuição determinados a partir das análises SIMPER foram N. incompositus (inverno e primavera) e A. tonsa (outono e verão) no ELP; e A. tonsa (inverno), M. elongata atlantica (primavera), Subeucalanus pileatus (verão) e Temora turbinata (outono) na ZAPC. No ambiente, A. tonsa e P. richardi ocorreram em amplo intervalo de salinidade (0-36) e temperatura (10-30), enquanto N. incompositus ocorreu representativamente apenas em baixa salinidade (0-10) e mesma faixa de temperatura que A. tonsa e P. richardi. Períodos sob influência do fenômeno La Niña parecem favorecer A. tonsa, enquanto sob influência do El Niño há evidências de diminuição desta espécie e favorecimento para P. richardi e N. incompositus no ELP. Os resultados dos experimentos demonstraram que P. richardi é uma espécie amplamente eurihalina, obtendo sucesso no seu desenvolvimento de náuplios até a fase adulta quando cultivado nas salinidades (S) 5, 15 e 30. A sobrevivência média foi de 40,51%, alcançando 49% na S 15. O tempo médio de desenvolvimento foi de 16 dias (20° C), não sendo observadas diferenças estatísticas entre as salinidades testadas. O copépode N. incompositus apresentou características oligohalinas, os adultos da espécie apresentaram sobrevivência média de 79% em salinidades 1 e 5, de 20 % em S 10, e mortalidade total em S 15. A produção de ovos desta espécie foi baixa nas salinidades 5 e 1 e nula em S 10. Não foram observadas diferenças estatísticas entre os valores de produção de ovos de cada espécie encontrados sob as diferentes dietas utilizadas; porém, comparando os valores obtidos para as duas espécies, a média encontrada para P. richardi foi em média 20 vezes maior que a encontrada para N. incompositus.
- ItemInfluência de parâmetros físico-químicos na acumulação e mecanismo de toxicidade do cobre no isópodo excirolana armata(2009) Barcarolli, Indianara Fernanda; Bianchini, AdaltoO cobre é um elemento presente em ambientes aquáticos, sendo requeridopelos organismos para uma série de funções fisiológicas. Entretanto, em elevadasconcentrações no ambiente este metal pode ser considerado tóxico, causandodanos em estruturas celulares e moleculares. O presente estudo teve comoobjetivo verificar a influência da salinidade, da temperatura e da matéria orgânicadissolvida (MOD) na especiação do cobre no meio aquático, bem como naacumulação deste metal nas lamelas do isópodo eurialino Excirolana armata.Além disso, foram avaliados os efeitos tóxicos do cobre em diferentes parâmetrosbioquímicos e fisiológicos (atividades da Na+,K+-ATPase e anidrase carbônicalamelar, concentração lamelar de sódio e consumo corporal de oxigênio), em umaampla faixa de salinidade. Para tanto, isópodos foram coletados na praia do MarGrosso (São José do Norte, RS), e aclimatados em diferentes salinidades (3, 6, 15e 30). Os testes foram geralmente realizados utilizando-se as CL50-48h de cobredescritas para cada salinidade, em duas temperaturas (10 e 20°C) ou emdiferentes concentrações de MOD (1,0; 2,5 e 5,0 mg C/L) a 20°C. Após 48 h deexposição, o consumo corporal de oxigênio foi medido e as lamelas dos isópodosforam dissecadas para determinação da concentração de cobre ou para asanálises fisiológicas e bioquímicas. Os resultados mostraram que a salinidade e aMOD modificaram a especiação do cobre no meio aquático, sendo que as variações de acumulação lamelar do cobre não puderam ser explicadas pelasmudanças na química da água. Além disso, os dados obtidos indicam claramenteque a salinidade e a MOD atuam como agentes protetores contra a acumulaçãodo cobre no isópodo E. armata. Quanto aos efeitos tóxicos do cobre, os dados dopresente estudo sugerem que, em baixas salinidades, o mecanismo de toxicidadeagudo do cobre está associado a uma inibição da atividade da Na+,K+-ATPasecom distúrbios na regulação da concentração lamelar de sódio. Em salinidadesmais elevadas, este mecanismo está associado a uma inibição da atividade daanidrase carbônica, também com conseqüente distúrbio na regulação daconcentração lamelar de sódio. Por fim, verifica-se que a toxicidade aguda docobre em E. armata está associada tanto a efeitos diretos do cobre em moléculasenvolvidas nos processos ionorregulatórios em nível lamelar, quanto a efeitosindiretos do metal no metabolismo corporal dos isópodos.
- ItemDinâmica e composição das comunidades bacterianas em função da disponibilidade de oxigênio na Lagoa da Conceição (Santa Catarina, Brasil)(2009) Fontes, Maria Luiza Schmitz; Abreu, Paulo CésarO aumento na ocorrência e severidade das zonas hipóxicas ou "zonas mortas" nas águas costeiras tem recebido uma grande atenção. Estas "zonas mortas" são conhecidas por não abrigarem qualquer tipo de vida aquática de interesse comercial (e.g. peixes e invertebrados). Entretanto, microorganismos podem sobreviver sob hipoxia. A Lagoa da Conceição em Florianópolis (SC) apresenta em sua região central condições de hipoxia/anoxia em função da estratificação da coluna de água. Estas condições se estabeleceram a partir de 1982, quando o canal de acesso a Lagoa foi dragado, permitindo a intrusão ao longo do ano de água salgada que se desloca ao fundo, causando a estratificação da coluna dágua. Este trabalho, organizado em 3 capítulos, teve como objetivos: 1. Avaliar a distribuição do bacterioplâncton e a sua relação com o oxigênio da água de fundo, 2. Avaliar a contribuição de bactérias anoxigênicas para a produção primária total do sistema e 3. Verificar a existência de uma cadeia alimentar microbiana que possa canalizar a matéria orgânica produzida nas regiões com baixos níveis de oxigênio. No primeiro capítulo foi caracterizada a distribuição espaçotemporal do bacterioplâncton, com a abundância de cianobactérias e bactérias filamentosas heterotróficas aumentando em direção ao sul, mas com o biovolume aumentando em direção oposta, i.e., de sul para norte. Esta distribuição foi relacionada à concentração de amônio e fosfato. Entretanto, tanto a abundância quanto o biovolume foram significativamente maiores no verão. Nas águas de fundo da região estratificada, foi observado que a predominância das bactérias heterotróficas esteve relacionada às águas hipóxicas no inverno e que as bactérias fotoautotróficas estiveram relacionadas às águas ricas em oxigênio no verão. Sugere-se que a luz e a estagnação da coluna dágua atuem como fatores reguladores do consumo ou produção de oxigênio nas águas de fundo de região estratificada. Os resultados do segundo capítulo mostraram que a produção de oxigênio (PPO) e a assimilação de dióxido de carbono (PPT) estiveram relacionadas positivamente no verão indicando uma maior produção primária oxigênica neste período. No outono, entretanto, foi verificado um "desacoplamento" entre PPT e PPO, com elevada incorporação de dióxido de carbono, mas sem produção de oxigênio. Neste período a razão entre Bchl a/Chl a alcançou 47% na água subóxica de fundo, o que indica uma maior contribuição de bactérias anoxigênicas para a produção primária total. A similaridade entre as assembléias bacterianas nas águas óxicas de superfície do setor Sul e as das águas subóxicas de fundo do setor Centro Sul sugerem que as bactérias anaeróbicas anoxigências fototróficas (AnAnP) podem estar contribuindo para a PPT em águas oxigenadas e subóxicas na Lagoa, sobrevivendo no interior de partículas suspensas nas águas de superfície (microhabitats). No terceiro capítulo foram quantificadas a densidade e a biomassa de bactérias e protozoários na água de fundo de uma estação estratificada com baixo teor de oxigênio dissolvido e comparadas a uma estação localizada em região homogênea e oxigenada. Cada grupo funcional bacteriano esteve correlacionado com uma classe de tamanho do protozooplânton, o que indica uma interação trófica entre esses grupos, com a transferência da matéria orgânica produzida pelas bactérias para o protozooplâncton. A biomassa de bacterioplâncton (0,32 µg C mL-1) e de protozooplâncton (flagelados, 0,26 µg C mL-1 e ciliados, 0,18 µg C mL-1) na água de fundo subóxica da estação 33 (estratificada) foi cerca de cinco vezes maior do que àquela medida na estação 82 (homogênea) que apresentou somente 0,065, 0,054 e 0,006 µg C mL-1 de biomassa de bactérias, flagelados e ciliados, respectivamente. Com isso, as "zonas mortas" observadas na Lagoa da Conceição consistem em regiões com produção de matéria orgânica significativa pelas bactérias anoxigênicas que representam a base da cadeia trófica nesta região. É provável que processos semelhantes aconteçam em outras regiões com baixos níveis de oxigênio em regiões costeiras ao redor do mundo. Se isto acontecer, o conceito de "zonas mortas" precisará ser revisto.
- ItemSubsídios para o gerenciamento das marismas no estuário da Lagoa dos Patos (RS)(2008) Marangoni, Juliano Cesar; Costa, CésarA interação entre as atividades antrópicas e marismas noestuário da Lagoa dosPatos vem ocorrendo nos últimos 300 anos. No estuário da Lagoa dos Patos existem 24unidades de marisma contíguasàsatividades antrópicas (pecuária extensiva, agricultura eexpansão urbana), levando possivelmente a uma distribuição heterogênea do tipo eseveridade das perturbações. Este estudo abrangeu 4 capítulos, partindo da quantificação eidentificação das causas responsáveis pelas perdas e ganhos das marismas locais nosúltimos 53 anos, através de sensoriamento remoto, onde foi constatado que a área totalpermanece estável (1947= 70.64; 2000=69.84 km2), equilibrando as perdas e ganhos, sendoas principais perdas de marismadevido à erosão.Posteriormente foram entrevistadosindivíduos relacionados com aatividadepecuária, agricultura emoradores daárea urbanapara conhecer o tipo de interação entre a atividade e as marismas. A pecuária utiliza asmarismas como área de pastagem, a agricultura usa as plantas como cobertura vegetal,adubação e construção de pequenos galpões.Em seqüência foi identificado e avaliado onível atual das perturbações antrópicase naturalsobre as marismas, sendo possível detectar4 grupos principaisdeperturbação(pastejo, fogo, acúmulo de lixo e erosão). Por último foirealizado um estudo de caso utilizando a análise multicriterial de apoio à tomada de decisão(MCDA) para avaliar 3 alternativas de manejo (1-DeixarJuncuskraussii; 2-Substituir porSpartinadensiflora; 3-Substituir por campo). Na MCDA sem Legislação Ambiental aAlternativa 1sob enfoqueecológicoteve omelhor desempenho, a Alternativa 3sobenfoque Socioeconômico e Alternativa 2 com igualdade de Preferências. Na MCDA com aLegislação Ambientalsomentea Alternativa 1teve o melhor desempenho.
- ItemAcumulação e toxicidade do cobre em animais de praias arenosas do extremo sul do Brasil(2008) Martins, Samantha Eslava Gonçalves; Bianchini, AdaltoA zona de arrebentação das praias arenosas do extremo Sul do Brasil constitui um ambiente de extrema importância para o recrutamento e assentamento de muitas espécies. Em função do crescente desenvolvimento industrial e urbano nas últimas décadas, o estudo de possíveis alterações neste ecossistema torna-se fundamental. O objetivo do presente estudo foi, portanto, avaliar a acumulação e toxicidade do cobre, em guildas do ecossistema em questão, para avaliar suas respostas à possíveis elevações dos níveis deste contaminante. Indivíduos do misídeo Metamysidopsis elongata atlantica, pampo-malhado Trachinotus marginatus, marisco branco Mesodesma mactroides e siri-chita Arenaeus cribrarius foram submetidos à testes para determinação da toxicidade do cobre (CL50) e cinética de acumulação deste metal. Um estudo in situ também foi realizado para verificar a possível influência da dinâmica do ambiente e da sazonalidade sobre a acumulação do cobre nas espécies estudadas. Os resultados obtidos indicam que o misídeo Metamysidopsis elongata atlantica é a espécie mais sensível ao cobre e que pode ser utilizada para estabelecer novos limites de emissão deste metal em praias arenosas. Por sua vez, o bivalve M. mactroides apresentou as características relevantes para o uso em futuros estudos de biomonitoramento da contaminação da zona costeira pelo cobre. Os dados de acumulação em tecidos de animais expostos ao cobre em laboratório indicaram que as brânquias dos pampos e dos mariscos, bem como os misídeos íntegros podem ser utilizados como modelos biológicos para avaliar a biodisponibilidade e toxicidade do cobre em praias arenosas. O estudo in situ mostrou que a 6 acumulação de cobre no inverno é maior nos indivíduos que habitam o Molhe Leste, indicando um maior aporte do metal nesta região no inverno. No verão, os maiores níveis de acumulação foram geralmente observados em áreas de maior impacto antrópico.
