IE - Programa de Pós-Graduação em Educação
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- ItemObservatório nacional da educação: concepções dos professores dos anos iniciais sobre a não aprendizagem(2013) Silveira, Janaina Borges da; Silva, João Alberto daO presente trabalho tem por justificativa compreender como os professores percebem a não aprendizagem, esse entendimento faz-se necessário entender para poder lidar com essa temática, cada vez mais latente nas escolas. Os objetivos do estudo são: compreender qual o pressuposto epistemológico que predomina na prática docente dos professores de anos iniciais; interpretar como se consolidam os processos de diagnóstico e seus encaminhamentos; e investigar quais as estratégias elaboradas pela escola para trabalhar com alunos diagnosticados com dificuldades de aprendizagem (DA) em sala de aula. A pesquisa possui caráter qualitativo, sendo utilizado como método de coleta de dados o grupo focal e como método de análise dos dados o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). O contexto do estudo é uma amostra representativa das escolas públicas da rede municipal de ensino regular do Ensino Fundamental da zona urbana da cidade do Rio Grande, RS. Os professores indicaram, em suas falas, indícios de uma concepção empirista, apontando vestígios a respeito da transmissão de conhecimento, bem como indicações de uma concepção construtivista. De modo geral, os professores destacaram ao longo da interação a importância da família inserida no contexto escolar e no que acontece na sala de aula com as crianças. Enfatizaram também que ao longo de sua formação não tiveram conhecimentos que poderiam servir de base para auxiliar em sua prática. Ao identificarem crianças com DA em sua sala de aula, os professores relataram que os encaminham para um atendimento especifico na escola, a sala de recursos. Desse modo, analisar as concepções dos professores e fazê-los problematizar sobre sua prática pode ser uma estratégia para encarar e diminuir o processo de não aprendizagem.
- ItemAs avaliações externas na percepção dos(as) diretores(as) das escolas municipais de Rio Grande(2014) Freitas, Fabrício Monte; Tauchen, GionaraO presente trabalho traz uma análise dos impactos e das impressões dos diretores das escolas municipais urbanas da cidade do Rio Grande - RS a respeito das avaliações externas realizadas pela União. A dissertação também discute as relações entre o Estado Avaliador, a qualidade do ensino e as avaliações externas realizadas por meio da Prova Brasil, que, juntamente com os dados de discrepância do fluxo escolar, formam o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB. O estudo, de natureza qualitativa exploratório-descritiva, foi realizado junto a vinte e cinco diretores escolares que participaram de uma entrevista semiestruturada, analisada por meio da Análise de Conteúdo, esses diretores foram escolhidos conforme suas disponibilidades. As entrevistas foram desenvolvidas pelo grupo de pesquisadores como parte do projeto de pesquisa Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão: investigando concepções, indicadores e estratégias de articulação no contexto universitário. Para isso, analisamos duas questões em específico: "O que você pensa a respeito dos sistemas nacionais de avaliação, tal como Prova Brasil, e sobre o IDEB?" e "Quais são os impactos dessas avaliações nos professores e alunos? São promovidas mudanças na escola?". Ao final da pesquisa foi realizado um grupo focal com os diretores entrevistados, para que esses tivessem um retorno da pesquisa realizada. Concluímos que os gestores escolares podem mediar os sentidos e significados das avaliações externas junto à comunidade escolar, utilizar os resultados como mecanismo de reflexão sobre as práticas educativas e promover mudanças didático-pedagógicas que contribuam com a qualificação da educação escolar.
- ItemA adaptação curricular do ensino de música em escolas públicas de pelotas a partir da implantação da lei 11.769/2008(2014) Vianna Filho, Hermeto Marques; Chaigar, Vania Alves MartinsEste trabalho teve como foco a presença da área de conhecimento música no curso Normal de duas escolas públicas do município de Pelotas/RS: O Instituto Estadual de Educação Assis Brasil e o Colégio Municipal Pelotense. Considerando que esta modalidade formativa habilita professores para o trabalho na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, investigamos a educação musical que está sendo desenvolvida no curso Normal e em que concepções se apoia esta prática. Após seis anos de vigência da Lei 11.769/2008, que alterou o artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases de 1996 e incluiu a obrigatoriedade do ensino dos conteúdos de música dentro do componente curricular Arte, esta pesquisa compreendeu o processo de adaptação dos currículos escolares, as discussões em torno da atual legislação e as orientações por parte das mantenedoras, tendo em vista a referida Lei. Outra questão presente nesta pesquisa, refere-se à identificação do profissional responsável por trabalhar os conteúdos de música, já que a Lei 11.769/2008 excluiu, por meio de veto presidencial, o artigo que solicitava formação específica na área. Após o período do canto orfeônico no Brasil, as Leis de Diretrizes e Bases de 1961 e 1971, respectivamente, não ratificaram esta área de forma permanente nos currículos escolares. Em 1996, uma nova LDB, suscitaria novas esperanças aos professores de música e aos pesquisadores da área, no entanto, esta legislação não atendeu as expectativas dos profissionais ligados à música, permanecendo a educação musical ausente em muitos contextos educativos. A partir da Lei 11.769/2008, esta pesquisa objetivou identificar se a efetiva inclusão dos conteúdos de música na disciplina de Arte se concretizou, já que a LDB de 1996 não clarificou quais as áreas deveriam ser contempladas dentro deste componente curricular. Além desses aspectos, esta pesquisa também problematizou a atual situação do ensino de música no contexto geral das escolas estaduais e das instituições municipais de Pelotas/RS.
- ItemEntre a pesca e a escola: a educação dos povos tradicionais a partir da comunidade pesqueira na ilha da Torotama (Rio Grande/RS)(2014) Claro, Lisiane Costa; Pereira, Vilmar AlvesO presente estudo aborda a temática da educação escolar nas comunidades tradicionais. Essa abordagem ocorre a partir do estudo de caso da Ilha da Torotama, Rio Grande/RS. É reconhecido que as comunidades tradicionais sofrem uma intensa transformação a partir da lógica moderna do capital, no caso do município de Rio Grande, percebe-se o quanto os discursos em torno do Polo Naval, paralelamente com a crise da pesca artesanal, impulsionam o êxodo das comunidades pesqueiras que constituem a região, levando o pescador ao abandono do trabalho, bem como a uma drástica ruptura frente as formas de vida no espaço tradicional de pesca. A partir desse panorama cabe questionar os sentidos que a escolarização assume nesses espaços, portanto: Quais as contradições e possibilidades da educação escolar nas comunidades tradicionais? Além disso, é necessário questionar: É possível (re)pensar as formas de contemplar os anseios desses povos tradicionais? Nesse sentido, busca-se compreender e problematizar as contradições e possibilidades em torno da escolarização em um contexto do Campo, constituído por povos tradicionais. Para o enfrentamento da problemática, assume-se uma postura dialética a partir de Gadotti (2012) e Severino (2001); esse embasamento epistemológico sustenta o olhar e a escuta da pesquisadora frente aos processos presentes no estudo. Com efeito, por meio da utilização da História Oral na perspectiva assumida por Thompson (1992), encontra-se para maior organização do processo de construção dos dados, a História Oral Temática (MEIHY e HOLANDA, 2010) e (MEIHY, 1996). Nesse horizonte, realizam-se entrevistas com três educadores e quatro educandos do Projeto Educação para Pescadores, o qual ocorre enquanto um processo de escolarização na Ilha da Torotama. O estudo aponta para a necessidade de pensar a escola nas comunidades tradicionais a partir do horizonte da Educação do Campo. Essa compreensão ocorre a partir dos desafios encontrados com relação a escolarização das referidas comunidades; haja vista que o Estado não assume de forma efetiva a educação básica nesses contextos, tampouco aborda a possibilidade de retorno dos sujeitos que tiveram a escolarização negligenciada. A omissão do poder público frente as demandas da comunidade, junto as formas de incentivo e beneficiamento da pequena burguesia industrial pesqueira, por exemplo, são indicativos de que as comunidades tradicionais sofrem em seu contexto uma forte contradição, pois, muito embora o Estado tenha enquanto obrigação resguardar tais povos, as demandas do mercado prevalecem na dinâmica evidenciada. Assim, assumir as lutas lançadas pela 8 perspectiva da Educação do Campo, é uma pertinente possibilidade de ruptura com o sentido que a escola vem apresentando nesses espaços: a escola é vista como uma forma de saída da comunidade e do trabalho da pesca. Portanto, acredita-se que ao assumir o horizonte da Educação do Campo, o trabalho desses sujeitos pertencentes as comunidades tradicionais possa ser problematizado, fomentando a construção crítica frente aos desafios impostos pela lógica opressora.
- ItemEntre o mar e a escola: os processos formadores que se entrelaçam nas histórias escolares das mulheres pescadoras artesanais da Ilha dos Marinheiros – RS(2014) Kaiser, Suzana; Gomes, Vanise dos SantosA presente investigação se insere na linha de pesquisa Educação, Linguagens e Utopias do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande – PPGEDU\FURG e teve como problemática central compreender quais são os processos formadores que se entrelaçam nas histórias escolares das mulheres pescadoras artesanais da Ilha dos Marinheiros, situada às margens da Lagoa dos Patos, na cidade do Rio Grande (RS). A pesquisa justificou-se em virtude da desvalorização do trabalho desenvolvido pelas mulheres pescadoras artesanais dentro do ciclo produtivo pesqueiro artesanal, as quais buscaram a escola novamente em suas vidas por meio de um Projeto de Educação formal destinado a jovens e adultos moradores de uma comunidade tradicional de pesca artesanal. A investigação construída se enquadra na metodologia qualitativa de pesquisa. A produção dos dados constituiu-se de quatro encontros junto a três mulheres pescadoras artesanais e foram utilizados diferentes instrumentos investigativos para produção dos dados: entrevistas semiestruturadas e observações registradas em Diário de Campo. Para a interpretação dos fenômenos investigados, utilizou-se a Análise Textual Discursiva (ATD), composta primeiramente pela unitarização dos dados, seguido da categorização dos mesmos, captação do novo emergente e a reconstrução textual. Compreende-se a metodologia de pesquisa como parte integrante da construção contínua de todo o processo investigativo. O estudo fundamentou-se nas contribuições teóricas de autores como Maria Cristina Maneschy, Paulo Freire, Caroline Terra de Oliveira, Antônio Diegues, entre outros. Neste estudo foram três as categorias que emergiram: A escola do hoje e a escola do ontem: as experiências escolares das mulheres pescadoras artesanais; A volta à escola para mulheres pescadoras artesanais: construção de sentimentos de emancipação; O que dizem as mulheres pescadoras artesanais sobre a profissão. Nesta última categoria as participantes da pesquisa falaram sobre o que é ser pescadora artesanal e se apresentaram enquanto profissionais da pesca artesanal, assim como reconheceram a atuação das famílias em prol das comunidades tradicionais. Na primeira categoria, os diálogos com as participantes da pesquisa, aliados as interlocuções teóricas possibilitaram a compreensão sobre o que pensam e dizem as mulheres pescadoras artesanais sobre suas experiências escolares, apresentado suas vivências escolares em escolas distintas, porém ambas as experiências compuseram seus processos de escolarização. Contudo, enfatiza-se na segunda categoria que voltar à escola possibilitou novas releituras de mundo para as pescadoras artesanais, fortalecendo a autonomia das mulheres em prol da luta pela valorização da categoria em meio à crise socioambiental enfrentada pelas comunidades pesqueiras tradicionais.
- ItemInclusão das pessoas com deficiência na universidade: a efetividade do Programa de Apoio aos Estudantes com Necessidades Especiais (PAENE)(2014) Silva, Alessandra Nery Obelar da; Tauchen, GionaraO presente trabalho tem por finalidade investigar e analisar as contribuições das ações vinculadas ao Programa de Apoio aos Estudantes com Necessidades Especiais (PAENE), da Universidade Federal do Rio Grande - FURG. O estudo caracteriza-se como qualitativo e documental, de abordagem avaliativa de enfoque interpretativo, realizado por meio de entrevista semiestruturada com 8estudantes com deficiência de diferentes cursos da universidade. As ações do Programa incluem desde o atendimento individual, plantões sociais, reuniões com os bolsistas de acompanhamento e com os alunos com deficiência. Emergiram daanálise das entrevistas as categorias acessibilidade, formação profissional e capacitação docente. Os alunos dizem que o programa é efetivo na universidade, mas ainda precisa ser melhorado. Destacam a importância dos bolsistas e apontam esses como sendo os principais autores da inclusão na universidade. Concluímos que por se tratar de uma demanda nova na Educação Superior, a inclusão vem sendo realizada de maneira lenta e construída com os deficientes que fazem “valer” seus direitos dentro da universidade.
- ItemEscrita reflexiva na formação inicial de professores: vivências no curso de pedagogia da furg(2014) Fioravante, Ana Paula Gonçalves; Gomes, Vanise dos SantosA presente dissertação de mestrado vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGEDU da Universidade Federal do Rio Grande – FURG, estando situada na linha de pesquisa Culturas, linguagens e utopias. O estudo tem como objetivo contribuir para pensar a respeito do lugar que as práticas de escrita reflexiva ocupam no curso de Pedagogia da FURG, propondo-se a investigar quais as possíveis contribuições da escrita reflexiva na constituição de professoras em formação. Em sua realização, a pesquisa contou com a participação de seis egressas do já referido curso, as quais disponibilizaram seus registros reflexivos construídos ao longo da disciplina de Estágio dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental acerca das práticas educativas desenvolvidas junto da turma de estágio. A partir de uma abordagem qualitativa, a análise dos dados seguiu a orientação da Análise Textual Discursiva (ATD) de Moraes e Galiazzi, a qual consiste na impregnação do material coletado, unitarização, construção de categorias analíticas e por fim a construção de metatextos. As problematizações feitas ao longo da dissertação, encaminharam para pensar que a escrita reflexiva pensada a partir de Marques contribui na constituição das professoras em formação, oferecendo ferramentas para pensar e qualificar a própria prática. Tais ferramentas dizem respeito à possibilidade que as professoras em formação encontram de ampliar a compreensão do vivido como sugerido por Ostetto e de se apropriar de seu fazer por meio da reflexão escrita com a contribuição de Waschauer; ao caráter descritivo presente no registro reflexivo, o qual auxilia na qualificação, na avaliação e no planejamento da prática docente, por meio de elementos possibilitados pela descrição de atividades; por fim a escrita reflexiva contribui com a autoria da própria prática e com a construção de um repertório de experiências proposto por Contreras, ambos possibilitados pelo registro dos sentimentos e das percepções das estagiárias em relação ao estágio.
- ItemÉ preciso ter coragem: um estudo das narrativas de mulheres na política(2014) Ávila, Dárcia Amaro; Ribeiro, Paula Regina CostaÉ na busca por compreender a inserção e participação de mulheres na política partidária na contemporaneidade que esta dissertação, situada na linha de pesquisa Culturas, Linguagens e Utopias, tem como objetivo analisar as narrativas de vereadoras de municípios que estão localizados na região sul do Rio Grande do Sul no período de 2009-2012. O corpus de análise constitui-se de entrevistas individuais semiestruturadas com as onze vereadoras participantes a partir da metodologia de investigação narrativa. Partindo das contribuições dos Estudos Culturais e de Gênero em suas vertentes pós-estruturalistas procurou-se problematizar alguns discursos e práticas que emergiram nas narrativas com base nas contribuições da análise do discurso de Michel Foucault. Assim, verificou-se que a representação cultural das mulheres neste campo político está fundamentada em concepções essencialistas do gênero feminino como a sensibilidade. Isso vem provocando discussões na ciência política e nos estudos de gênero a partir de termos como política de ideias, política de desvelo que discutem a presença das mulheres em decorrência ou não desses atributos. O fato é que esses discursos vêm instituindo diferenças na participação de homens e mulheres na política e constituindo formas de ser mulher na política partidária e de fazer política diferenciada das dos homens de forma menos “dura”, “rígida”. Ao debruçar-se na inserção das mulheres nessa esfera pública constatou-se uma trajetória marcada pelas noções de público e privado que impediu ao longo de nossa história a participação das mulheres no campo político e o desenvolvimento de sua cidadania. Além disso, nas narrativas das vereadoras fica evidente que as mulheres não foram constituídas para participarem do que hoje é um direito seu: a esfera pública de decisão da política. Isso foi constatado a partir do convite que foi feito para a candidatura pelos partidos que a partir das cotas partidárias procuraram mais significativamente por mulheres para concorrer. Também se observou neste estudo o capital político de ingresso das mulheres nessa esfera: o capital familiar, capital dos movimentos sociais e capital de ocupação em cargos públicos. Quanto a participação das mulheres no cotidiano de seus mandatos identificamos a dificuldade de ser mulher e política na atualidade. As negociações com os partidos e os colegas, a conciliação entre a família e a vida pública; os focos de atuação dedicados as áreas sociais e nesse destacamos mais significativamente a educação. Por fim, o que pretendemos foi desconfiar da máxima “lugar de mulher não é na política” e conhecer as trajetórias e histórias de mulheres que cotidianamente entre conflitos e disputas lutam pelo seu lugar na esfera pública, pelo exercício de sua cidadania.
- ItemA participação infantil no cotidiano da escola: crianças com voz e vez(2014) Bastos, Lilian Francieli Morais de; Chaigar, Vania Alves MartinsA presente dissertação centra-se no estudo da participação infantil no cotidiano escolar, mais precisamente, das instituições de Educação Infantil. Para tanto, assumo como fundamental perceber a criança enquanto ator social, produtor de cultura e a infância como uma categoria social, geracional. O objetivo principal deste estudo é compreender quais as formas de participação de um grupo de crianças que compõe a turma de nível II, com 5 e 6 anos de idade, da Escola Municipal de Educação Infantil Tia Luizinha, a partir de suas manifestações no cotidiano escolar, buscando perceber quais são os momentos da rotina que as crianças percebem que participam, o que elas pensam sobre esses momentos e como os significam. Para tanto, o referencial teórico-metodológico utilizado para dialogar com esta investigação é oriundo da perspectiva da Sociologia da Infância (SARMENTO, 1997; 2000; 2007, CORSARO 2011, DELGADO, 2004; 2007), que percebem as crianças como sujeitos de direitos, capazes de participar/opinar sobre o meio no qual estão inseridas. Trata-se de uma pesquisa sobre o contexto escolar, cuja metodologia busca inspirações etnográficas, ou seja, é o cotidiano com as crianças, narrado por quem tornou-se ator desta pesquisa, juntamente com elas. Neste sentido, cabe ressaltar que é um processo investigativo COM crianças e não sobre elas. Os principais instrumentos metodológicos utilizados foram a observação, a escuta, os registros, os desenhos das crianças e suas falas. No tratamento dos dados que foram sendo gerados no percorrer da pesquisa, percebi a emergência de duas categorias de análise: a participação das crianças na RODA DE CONVERSA e no PÁTIO da escola. Neste sentido, estabeleço relação entre a infância e os espaços por elas escolhidos como sendo de maior participação, vindo a encontrar eco nos estudos da Geografia da Infância (LOPES, 2008). Foi possível perceber o quanto as crianças atribuem sentidos muito particulares aos espaços nos quais se inserem. A roda de conversa, configurava-se como um espaço/tempo dialógico do cotidiano, porém, ainda muito vinculada com a presença marcante do adulto-orientador. No pátio da escola, em especial, na pracinha, a participação infantil esteve intimamente relacionada a autonomia das crianças e as possibilidades de escolha que ali se apresentavam. Considero que os resultados deste estudo possam contribuir com as propostas pedagógicas das escolas da infância, no sentido acolher as manifestações das crianças, para assim, torná-las cada vez mais coautoras das ações pedagógicas.
- ItemO negro e a diferença nos livros de literatura infantil veiculados no programa nacional biblioteca da escola(2015) Moreno, Jenny Lorena Bohorquez; Mota, Maria Renata AlonsoO objetivo desta pesquisa é compreender e analisar como o negro vem sendo narrado nos livros de Literatura Infantil veiculados no Programa Nacional Biblioteca da Escola – PNBE para a Educação Infantil e que efeitos de verdade esses discursos vêm produzindo. Utilizo os conceitos de identidade, diferença e raça a partir de uma abordagem pós-estruturalista na intenção de fazer aproximações com o pensamento de Michel Foucault e outros autores desta perspectiva teórica. Os materiais utilizados foram livros de literatura infantil disponibilizados pelo Ministério de Educação do Brasil por meio do Programa Nacional Biblioteca da Escola distribuído no ano de 2012, especificamente para a Educação Infantil. O estudo foi organizado a partir de três movimentos de análise. No primeiro, realizei um mapeamento sobre o acervo geral dos livros disponibilizados pelo Programa na intenção de perceber as temáticas principais destes materiais, os quais permitiram a seleção e o desenvolvimento das especificidades desta pesquisa. No segundo movimento analisei o acervo de livros propostos pelo PNBE buscando o aparecimento de personagens negros, para logo após analisar a forma como são apresentados, tanto como protagonistas das narrações, como no seus silenciamentos. No terceiro movimento busquei analisar como os discursos sobre a diversidade e a diferença são abordados nos livros deste acervo. A análise dos livros me possibilitou perceber a pequena presença de personagens negros nos materiais pesquisados, assim como a universalização dos materiais, tanto em conteúdo como personagens. Cabe destacar que esta pesquisa permitiu olhar como a presença do sujeito negro continua sendo mínima com relação a suas formas de representação, nas quais ainda persistem os silenciamentos quanto à participação deste personagem em comparação com o referencial branco. Pude perceber, também, que os conceitos de diferença e diversidade são tratados como sinônimos em grande parte dos livros analisados, permitindo ver como a produção do discurso sobre a identidade é, muitas vezes, atravessada por uma lógica de universalização e homogeneização dos sujeitos, desconsiderando suas particularidades históricas e culturais que os diferenciam.
- ItemPráticas de letramento de uma turma de pré-escola em uma escola do campo no município do Rio Grande - RS(2015) Bueno, Leticia de Aguiar; Nogueira, Gabriela MedeirosEsta dissertação apresenta resultados de uma pesquisa, que teve por objetivo conhecer as práticas de letramento desenvolvidas pelas crianças e pela professora de uma turma de pré-escola, em uma escola municipal da cidade de Rio Grande - RS. Para isso, utilizei como perspectiva metodológica a abordagem qualitativa, seguindo os princípios da etnografia a partir dos pressupostos de Ameigeiras (2007) e Guber (2014) e da pesquisa etnográfica com crianças, seguindo os princípios da Sociologia da Infância (CORSARO, 2009; 2009a; 2011). Como perspectiva teórica utilizo as contribuições de Street (2003; 2006; 2009; 2010), no que diz respeito ao letramento entendido como práticas de leitura e escrita socialmente situadas, Soares (2003a) e Castanheira (2014), principalmente no que se refere ao conceito de letramento escolar. Baptista (2010; 2010ª; 2014), Brandão e Leal (2011) e Brandão e Rosa (2011) sobre as práticas de leitura e escrita na Educação Infantil e Arroyo (2007; 2010; 2011), Fernandes, Cerioli e Caldart (2011) e Silva, Pasuch e Silva (2012) referentes à Educação do Campo e à Educação Infantil do Campo. A pesquisa foi desenvolvida ao longo do ano de 2014, em uma turma de pré-escola, que frequentava a Escola Municipal Apolinário Porto Alegre, localizada no distrito da Ilha dos Marinheiros, interior do município de Rio Grande - RS, através de pesquisa participante, observação e registro através de caderno de anotações, diário de campo, filmagens, fotografias e entrevistas não-diretivas. Os resultados da pesquisa indicaram a existência de dois eixos principais nas práticas letradas do grupo investigado: i) a oralidade e ii) a interação. A partir da constatação desses dois eixos, foi possível perceber que a principal (mas não a única) prática de letramento desenvolvida pela turma era uma atividade por eles denominada de "Rodinha", na qual foi possível perceber a constituição de uma identidade do grupo que, dentro do contexto de sala de aula, construiu sua rotina de forma organizada e significativa para os integrantes do mesmo. A escrita, nessas situações, possibilitou a construção e a instituição de papéis dentro da organização do grupo, demonstrando que as práticas letradas da turma não apenas funcionam como suporte, mas como constitutivo de uma organização social, estabelecendo papéis e funções a partir de seus usos e demandas em diferentes situações. Considero, portanto, que a observação das práticas letradas aqui apresentadas demonstraram que não há um direcionamento específico nas ações da professora voltada para os aspectos relacionados ao contexto do campo, e à realidade em que as crianças estão inseridas. Entretanto, as práticas de letramento da turma de pré-escola, estão intimamente relacionadas com uma cultura constituída pelo grupo e que, portanto, perpassa aspectos da cultura local, uma vez que as crianças são sujeitos desse contexto cultural e, por sua vez, estão permeadas por aspectos da realidade em que estão inseridas, o campo.
- ItemLinguagens infantis: as infâncias vividas nos momentos do brincar na educação infantil(2015) Vargas, Vanessa Alves; Pereira, Vilmar AlvesA presente dissertação, intitulada "Linguagens infantis: As infâncias vividas nos momentos do brincar na Educação Infantil", está inserida na linha de pesquisa "Educação, Linguagens e Utopias", do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal do Rio Grande - PPGEDU/FURG. Este estudo tem como pergunta de pesquisa a seguinte questão: Como um grupo de crianças, do CAIC de São José do Norte, vivencia suas infâncias nos momentos do brincar na Educação Infantil? Para o aprofundamento desta questão de estudo, foram utilizados alguns teóricos do campo dos estudos da infância, dentre eles: Corsaro (2009;2011); Graue e Walsh (2003) e Sarmento (2005,2008); os quais nos auxiliaram a pensar na questão pesquisada e nos subsidiaram teoricamente. O contexto do estudo ocorreu na Educação Infantil do CAIC, no município de São José do Norte, sendo os sujeitos de pesquisa dezesseis (16) crianças do nível II da Educação Infantil com faixa etária de cinco e seis anos. O objetivo desta investigação foi compreender como esse grupo de crianças vivencia suas infâncias na Educação Infantil especificamente no tempo/espaço do brincar. A abordagem escolhida para este estudo centrou-se na pesquisa qualitativa, na qual o pesquisador preocupa-se com o processo e não simplesmente com os resultados finais, valorizando e buscando compreender os fenômenos estudados a partir dos sujeitos participantes da pesquisa. A metodologia se aproxima da etnografia com crianças, Graue e Walsh (2003), por ser uma abordagem que oportuniza às crianças expressarem suas manifestações infantis com liberdade e autonomia em seu próprio contexto local. A produção dos dados processou-se por observações participantes, na pracinha, no saguão da mesma e na sala da turma. Foi feita a gravação de áudio e vídeo das brincadeiras das crianças, conversas com as mesmas, escritas no diário de campo, e pesquisas em documentos da Educação Infantil do CAIC e da história do município de São José do Norte. Para a interpretação dos dados produzidos, utilizamos a Análise de Conteúdo com referência em Laurence Bardin (2011), essa técnica de análise de dados não é especifica para o universo infantil, porém a utilizamos neste estudo por entendermos que a análise de conteúdo contribui para a construção de significados a partir do dado, além de possibilitar ao pesquisador compreender o fenômeno estudado a partir dos sujeitos pesquisados. Assim, através das categorias de análise: A influência da mídia nas brincadeiras das crianças; Conflitos e amizades na cultura de pares; Cotidiano e histórias de vida; Papéis sociais, ludicidade e imaginação na cultura de pares; Estratégias de inserção no grupo e a pesquisadora como participante nas buscas de dados, compreendemos que as crianças não expressam suas infâncias por meio de uma única linguagem, mas através de suas múltiplas e diferentes linguagens. Sendo assim, inferimos que a infância é vivida nas linguagens e pelas linguagens.
- ItemOs problemas aditivos e o pensamento algébrico no ciclo de alfabetização(2015) Beck, Vinicius Carvalho; Silva, João Alberto daO estudo apresentado neste trabalho integra a pesquisa já em andamento no Núcleo de Estudos em Epistemologia e Educação em Ciências (NUEPEC) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), que tem por objetivo analisar as principais estratégias e procedimentos de alunos do 3° ano do Ciclo de Alfabetização na resolução de problemas que envolvem as competências e descritores previstos na matriz de referência para avaliação da Provinha Brasil de Matemática. Em particular, o estudo das estratégias utilizadas para resolver problemas aditivos, resultou em algumas discussões dentro do grupo de pesquisa sobre a possibilidade de desenvolvimento do pensamento algébrico em alguns problemas abordados, principalmente os problemas envolvendo as ações de completar e comparar. Foi destas discussões que surgiu a ideia de realizar uma análise sobre a relação entre os problemas aditivos e o pensamento algébrico na alfabetização. Por questões éticas, os dados completos da escola e das crianças participantes são mantidos em sigilo. A escola se localiza na periferia de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. De acordo com o perfil socioeconômico levantado pela direção, o corpo discente é constituído por filhos e filhas de trabalhadores, muitos dos quais se encontram em situação de vulnerabilidade social. O objetivo deste trabalho é compreender de que forma o pensamento algébrico pode estar presente nas resoluções de problemas aditivos por estudantes do Ciclo de Alfabetização. A metodologia utilizada na produção de dados é a Investigação-Ação Escolar, com utilização de situações-problema baseadas na matriz de referência da Provinha Brasil de Matemática. A análise de dados levou em consideração a Teoria dos Campos Conceituais para avaliar o potencial algébrico de alguns problemas aditivos. Constata-se o uso de duas estratégias na situação de completar, que são: busca por valor desconhecido seguida por contagem e busca por valor desconhecido seguida por subtração. Na situação de comparar constata-se o uso da estratégia de previsão seguida por contagem. Concluímos que problemas de completar e comparar podem oportunizar o uso de estratégias algébricas, que os problemas aditivos não são meramente aritméticos, e que não há razões para desconsiderar o pensamento algébrico no Ciclo de Alfabetização.
- ItemAs concepções de lúdico a partir da unidade quatro dos cadernos de formação do pacto nacional pela alfabetização na idade certa - PNAIC - 2013(2015) Barbosa, Adriana Bastos; Nogueira, Gabriela MedeirosEsta dissertação apresenta uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande, na Linha de pesquisa Espaços e Tempos Educativos, que teve por objetivo compreender e identificar as concepções de lúdico na unidade quatro dos cadernos de formação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa - PNAIC, direcionados aos professores dos três primeiros anos do Ensino Fundamental em 2013. Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada a partir de pesquisa documental baseadas em Nasser (2010), Gil (2002), Bardin (1977) e análise de conteúdo a partir de Moraes (1999) e Oliveira (1986; 2007; 2008). Dentre os autores que fundamentaram as análises, destaco Brougére (1998; 2000; 2010) e Kishimoto (2010; 2011), os quais abarcam a concepção de cultura lúdica de que a criança, quando interage com seus pares compartilha, cria e recria culturas. Em um primeiro momento, trato da política que subsidia a proposta do Ensino Fundamental de Nove Anos, considerando Leis, Pareceres e demais documentos legais em âmbito nacional, disponíveis no site do Ministério da Educação - MEC, a partir do ano de 2006. Após, descrevo e analiso os cadernos do PNAIC, que compõem a unidade quatro. Os resultados da pesquisa indicam que o material analisado apresenta concepções de lúdico que ora aproximam-se das concepções de cultura lúdica discutidas pelos autores que subsidiaram esta dissertação e ora distanciam-se destes referenciais. É perceptível, também, que os cadernos do PNAIC, abarcam uma visão autocêntrica da criança, ou seja, atribui ao jogo, ou qualquer outra atividade lúdica, uma perspectiva que promova a aprendizagem. A pesquisa mostra que são necessários mais estudos relacionados ao lúdico e termos afins, tais como jogos, brinquedos e brincadeiras, pois os mesmos são, muitas vezes, utilizados de forma equivocada, demostrando o pouco aprofundamento teórico e discussões sobre estas temáticas.
- ItemPedagogias do ritual do lava-pés: pressupostos culturais dos saberes produzidos na umbanda(2015) Mendes, Luiz Osmar; Caetano, Marcio Rodrigo ValeComo consequência de suas experiências históricas, a educação brasileira apresenta-se como um espaço fecundo de (re)produção de valores culturais eurocêntricos. Essa situação, ao desconsiderar as experiências históricas, sociais, culturais, políticas e pedagógicas das diversas nações africanas trazidas para o Brasil, acaba por auxiliar a produção de racismos epistemológicos. Nesse sentido, é importante refletir e discutir pressupostos educativos que vão para além dos modelos eurocêntricos que hegemonicamente balizam a educação e os modos de produção de conhecimento no Brasil. A presente dissertação de mestrado, construída a partir de dados produzidos por meio de entrevistas em profundidade e observações participantes, trouxe como questão central interrogar os processos pedagógicos vividos no terreiro de umbanda, acreditando que eles apresentam campos híbridos de construção de identidades e perspectivas epistemológicas que consideram os saberes advindos das ancestralidades africanas. Para tanto, partiu da crítica ao processo histórico de constituição do modelo pedagógico hegemônico instituído no sistema de ensino brasileiro, que teve sua origem nos movimentos de invasão europeia, na ideia de raça e no uso da força de trabalho escravo de seres humanos originários do continente africano e ao fazer isso, apoiou-se em uma perspectiva não eurocêntrica de compreensão do homem/mulher, da história e da natureza. Com isso, buscou produzir linhas de rompimentos com as análises hegemônicas evolucionistas e com o historicismo linear que disputam o pensamento pedagógico gaúcho e mais amplamente o brasileiro. Assim, buscou-se um repertório pedagógico que caminhou na direção de um conceito de ser humano que produziu história (neste caso, a ancestralidade), a partir de suas memórias, de seus saberes, de suas práticas e processos educacionais específicos desenhados no terreiro de umbanda localizado na cidade de Cidreira, litoral norte do Rio Grande do Sul, especificamente a partir da leitura de um de seus inúmeros rituais, o lava-pés ou limpeza de final de ano.
- ItemNarrativas de professoras ouvintes em contexto de ensino bilíngue em salas específicas para surdos : o que contam sobre a (re)construção do trabalho e da identidade docente?(2015) Marimon, Jessie Ortiz; Dias, Cleuza Maria Sobral
- ItemA avaliação na educação infantil - reflexões sobre a perspectiva de uma professora do município do Rio Grande/RS a partir dos relatórias de avaliação(2015) Prado, Gabriela Ortiz; Nogueira, Gabriela MedeirosA presente dissertação, intitulada "A avaliação na Educação Infantil - Reflexões sobre a perspectiva de uma professora do município do Rio Grande/RS a partir dos relatórios de avaliação" teve como objetivo compreender a avaliação na Educação Infantil a partir da perspectiva de uma professora de Educação Infantil. A escolha da temática justifica-se pelo fato de que a avaliação na Educação Infantil vem recebendo destaque no cenário nacional e por que se fazem necessárias pesquisas e estudos que se proponham a conhecer e problematizar a avaliação nesta etapa da educação. A opção teórica, com foco na avaliação na Educação Infantil, foi centrada nos estudos de Barbosa (2006; 2008) Hoffmann (2003, 2011, 2014), Bondioli e Bechi (2003), Bondioli e Sávio (2013), Bondioli (2004), Guimarães e Oliveira (2014) que apontam a avaliação como um processo que envolve diversas áreas e sujeitos do contexto educativo, com foco no desenvolvimento da criança através de acompanhamento da mesma e de reflexão sobre o que lhe é ofertado. Esta dissertação contemplou uma pesquisa bibliográfica sobre a legislação brasileira, no que tange à avaliação na Educação Infantil; sobre a documentação disponibilizada pelo Ministério da Educação, com foco nas orientações sobre avaliação na Educação Infantil e, sobre perspectivas teóricas com base nos autores citados anteriormente. De natureza qualitativa, teve como método de investigação o Estudo de Caso, que contou com um universo de pesquisa composto por uma turma de pré-escola Nível II, sendo realizada uma análise documental a partir de dezesseis "Relatórios de avaliação" de turma e individuais, elaborados pela professora durante o ano letivo. Os relatórios analisados indicam um trabalho "solitário" do professor em relação ao grupo de crianças. Não foi possível evidenciar um movimento coletivo entre o grupo de professores e a coordenação da escola, no que tange a discussão e a reflexão sobre a elaboração e constatações expressas nos relatórios. A pesquisa revelou, que temos um grande desafio pela frente no que se refere a concepção e realização da avaliação da e na Educação Infantil, pensando nas implicações que ambas têm entre si.
- ItemO PARFOR na furg e os efeitos na constituição das subjetividades de professoras pedagogas(2015) Prates, Deise Costa; Osório, Mara Rejane VieiraO presente estudo refere-se a uma dissertação de mestrado em Educação, a qual teve como finalidade problematizar a constituição de subjetividades docentes no âmbito do Curso PARFOR Pedagogia, ofertado pela Universidade do Rio Grande (FURG). O foco teórico que alimenta este trabalho segue alguns elementos dos estudos foucaultianos que se detêm na perspectiva da governamentalidade e, por esse viés investigativo, as problematizações foram se constituindo, basicamente, a partir de três ferramentas analíticas: discurso, governo e subjetivação. Através desta perspectiva de estudo, proponho compreender as políticas de formação docente como uma questão de governo das condutas e o PARFOR, como uma tecnologia de governo que conduz o modo como as professoras que vivenciam essa formação atuam e se pensam nessa sociedade. A partir das narrativas de algumas professoras formadoras e acadêmicas deste curso, foi possível evidenciar o currículo como um espaço de controle e produção de subjetividades. Argumentei que as professoras-acadêmicas, ao justificarem as suas escolhas pelo PARFOR, foram capturadas pelo discurso das faltas com a profissão, tendo suas condutas orientadas a buscar o ensino superior como meio de qualificação e ascensão social. Após, discuti que as práticas realizadas no projeto de formação seguem um ciclo que leva à conversão. Sustentei esta ideia mostrando que as docentes são convocadas a se confessar por meio das escritas dos memoriais e TCC’s, reconhecendo-se como sujeitos da educação - avaliando, julgando, comparando, criando resistências, produzindo verdades sobre si – e assim convertendo-se a uma nova postura que, de alguma forma, venha assegurar o sucesso do seu fazer docente. Por fim, chamo a atenção para as relações de poder imbricadas no equilíbrio dos interesses e forças que envolvem o currículo de formação e seus efeitos na constituição dos sujeitos que vivenciaram este processo. Defendo que as professoras-acadêmicas, ao não terem suas expectativas contempladas no curso, promovem, em diferentes momentos, ações ou resistências, entrando em conflito com as professoras formadoras. Os efeitos dessa forma de subjetivação vão gerando negociações, indicando rumos diferentes aos pré-estabelecidos inicialmente.
- ItemCartografias da formação continuada de professoras/es: homofobia e escola(2015) Penalvo, Claudia; Caetano, Marcio Rodrigo ValeO objetivo dessa dissertação de mestrado em Educação é questionar, analisar e compreender alguns dos modos como a política pública de formação continuada em gênero e sexualidade para professoras/es das redes públicas abordam o tema da homofobia. A homofobia, em linhas gerais, relaciona-se a atitudes de violência (física, psicológica) e atitudes de interdição, controle e vigilância de comportamentos sexuais não-heterocentrados e/ou não representados pelos padrões identitários de gênero. Assim, o presente estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul – FAPERGS, desenvolvido em três escolas Públicas Municipais de Ensino Fundamental dos municípios de Rio Grande e São José do Norte-RS, busca, sobretudo, perceber como esse tema se desdobra nos currículos, aqueles experimentados nos cotidianos das escolas dos sujeitos dessa investigação. Para tanto, seguimos como referencial teórico as contribuições de autoras/es que propõem problematizar a educação a partir de uma corrente de pensamento crítico e da Filosofia da Diferença. Como caminho metodológico, realizamos rodas de conversa nas escolas, análise de documentos e inserção no cotidiano de uma escola. As narrativas interessantes para a pesquisa denotam que no espaço escolar a homofobia ainda é um tema sensível e está engendrada com outras problemáticas, como racismo e classismo, e muitas vezes não é percebida; as formações continuadas necessitam estar diretamente ligadas ao cotidiano escolar, contribuindo para uma (re)significação dos fazeres pedagógicos.
- ItemA formação docente no cotidiano escolar através do PIBID: um estudo com licenciandas do PIBID pedagogia FURG(2015) Marques, Liane Orcelli; Gonçalves, Suzane da Rocha VieiraA presente dissertação insere-se na linha de pesquisa Espaços e Tempos Educativos do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande - FURG e teve como objetivo principal compreender como as licenciandas que participaram do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência-PIBID realizado na Universidade Federal do Rio Grande-FURG no subprojeto de Pedagogia constituem-se docentes através da inserção na escola. O estudo inseriu-se no campo da pesquisa qualitativa utilizando na produção dos dados os instrumentos de análise documental e entrevistas semi estruturadas com seis participantes do PIBID Pedagogia. Para a compreensão da constituição docente das Pibidianas refletimos acerca da formação de professores no âmbito das políticas públicas a partir dos anos de 1990 e das diretrizes nacionais para as licenciaturas e para o curso de pedagogia. Nos documentos do PIBID produzidos pelo MEC encontramos uma política educacional voltada às determinações dos organismos mundiais com vista à melhoria na educação e elevação dos índices da qualidade do ensino. No Projeto Institucional do PIBID na FURG vemos uma ressignificação do programa pela Instituição caracterizando-o através de suas concepções de formação de professores. Concluímos que, na constituição docente das Pibidianas, a inserção no ambiente escolar e as rodas de formação contribuíram para a formação de professoras reflexivas e críticas acerca da prática e da profissão docente.
