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Federal do Rio Grande
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IO - Programas de Pós-Graduação em Aquicultura

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    Produtividade primária do biolme em cultivos dos camarões marinhos Farfantepenaeus paulensis e Litopenaeus vannamei
    (2008) Russo, Arnaldo D'Amaral Pereira Granja; Abreu, Paulo Cesar; Wasielesky Jr., Wilson
    Cultivos de animais em meio aquático vêm utilizando há bastante tempo a produção primária do biolme, ou perifíton (comunidade de microrganismos aderidos a substratos naturais ou articiais submersos), como estratégias para a melhoria da qualidade da água, ou como fonte alimentar complementar para os organismos cultivados. Apesar da importância da produtividade natural para sistemas de cultivo, pouco se conhece a respeito da produtividade primária do perifíton, especicamente em cultivos de camarões. Dessa forma, esse trabalho procurou avaliar os níveis de produção primária do perifíton em sistemas de cultivo com camarões Litopenaeus vannamei e Farfantepenaeus paulensis e determinar os efeitos de fatores abióticos e da predação dos camarões sobre a as microalgas do perifíton. Dois experimentos foram desenvolvidos durante 38 dias com cada espécie de camarão, em Novembro de 2006 e Abril de 2007 na Estação Marinha de Aqüicultura - FURG. Em cada experimento, três tratamentos contendo adição de substratos articiais (telas de nylon com 1 mm de malha) foram dispostos em tanques de plástico de 150 L da seguinte forma: 1) Tratamento CR, camarão mais adição de ração; 2) Tratamento R, apenas adição de ração e 3) Tratamento Controle, contendo somente as telas. Durante este período foram coletadas amostras para incubações de produção primária, análises de clorola a, peso seco e abundância de microrganismos. O experimento com L. vannamei foi caracterizado por apresentar altas temperaturas e salinidades, que se correlacionaram positivamente com os níveis de produção primária. Esses camarões predaram efetivamente sobre nematódeos e diatomáceas pequenas (Cymbella menores que 20 μm), causando uma substituição das diatomáceas dominantes por espécies r-estrategistas. Tal sucessão provavelmente promoveu os maiores níveis de produção primária no tratamento CR (0,0022 a 0,117 mgO2 cm−2 .h−1 ), em comparação com os outros tratamentos. A clorola a variou entre (0,52 e 1,8 μg cm−2 ). O experimento com F.paulensis apresentou no tratamento CR máximas biomassas em clorola a (0,19 a 8,25 μg cm−2 ) e valores de produção primária iguais a (0,0015 a 0,050 mgO2cm−2 .h−1 ), sendo que esses baixos valores podem ter sido resultado de sombreamentos devido a sobreposição de microalgas. Esses camarões consumiram principalmente diatomáceas maiores e nematódeos. Conhecendo a produção líquida dos sistemas e as taxas metabólicas (respiração) de L. vannamei e F. paulensis foi possível estimar o quanto a produção primária do perifíton nos sistemas de cultivo poderia atender à demanda metabólica destes camarões. No caso de L. vannamei, a produção líquida de todo o sistema poderia atender de 8 a 150% das exigências deste camarão, enquanto que para F. paulensis, que tem uma atividade metabólica menor, a produção primária do perifíton nos tanques poderia suprir 137 a 287% das necessidade metabólicas deste camarão. Os resultados deste trabalho demonstram que a produtividade primária do biolme pode suprir grande parte da demanda nutricional dos camarões. O incremento de superfície submersa em sistemas de cultivo pode representar um aumento na disponibilidade de alimentos para os camarões cultivados, o que poderia resultar numa importante redução dos custos, uma vez que a compra de rações representa mais de 50% do custo total de produção.
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    Caracterização, criopreservação e manipulação genética do sêmen do linguado Paralichthys orbignyanus (Teleostei: Paralichthyidae)
    (2008) Lanes, Carlos Frederico Ceccon; Marins, Luis Fernando
    O linguado Paralichthys orbignyanus é um importante recurso pesqueiro do oceano Atlântico Sul e é considerado uma espécie com grande potencial para a aqüicultura. A qualidade do sêmen é uma importante variável no manejo reprodutivo de espécies cultivadas, influenciando diretamente na produção de ovos viáveis. Além disso, o conhecimento das características físicas e químicas do sêmen é um importante fator no desenvolvimento de protocolos de resfriamento e criopreservação do sêmen. O objetivo deste trabalho foi caracterizar o sêmen de P. orbignyanus ao longo da estação reprodutiva e utilizar essas informações para auxiliar no processo de criopreservação do sêmen e no desenvolvimento de um protocolo de transferência de genes mediada por espermatozóides (TGME). Na primeira etapa deste estudo, amostras de sêmen de linguados selvagens foram coletadas ao longo da estação reprodutiva. Através dos resultados obtidos foi verificado que a produção de espermatozóides e a motilidade progressiva aumentam significativamente à medida que a estação reprodutiva progride para o seu final (P<0.05). A motilidade progressiva dos espermatozóides durou em média 10 min, porém o tempo total de motilidade alcançou cerca de 100 min. Com relação ao pH, a osmolalidade e a concentração dos íons K+, Cl- e Mg+ dosados no plasma seminal, assim como, para o percentual e células móveis, nenhuma diferença foi verificada ao longo da estação reprodutiva. No meio da estação foi observada uma diminuição na concentração do íon Ca2+, a qual coincidiu com o menor tempo de motilidade dos espermatozóides. A concentração de Na+ foi aumentando ao longo dos períodos monitorados, atingindo a maior concentração no fim da estação reprodutiva (P<0,05). Na segunda parte deste estudo, a criopreservação do sêmen do linguado P. orbignyanus foi realizada. Para isso, foram testadas duas soluções crioprotetoras: uma contendo glicerol diluído numa solução a base de sais e outra contendo DMSO (dimetilsulfóxido) diluído numa solução à base de sacarose. Os dados de fertilização, eclosão e viabilidade larval demonstraram que as duas soluções utilizadas são eficientes na criopreservação do sêmen do linguado. Na última etapa deste estudo, alguns fatores limitantes na TGME em peixes foram avaliados e um protocolo de incorporação de DNA exógeno pelos espermatozóides foi desenvolvido. Os resultados obtidos nesta parte do trabalho demonstraram que o plasma seminal do P. orbignyanus apresenta uma forte atividade da enzima DNase. Entretanto, a atividade dessa enzima pode ser viii eliminada ou diminuída lavando o sêmen com soluções contendo EDTA. Além disso, foi verificado que uma quantidade de DNA exógeno similar ou inferior a 50 ng/106 espermatozóides deve ser usada na TGME em peixes. Por último, foi demonstrado que os espermatozóides do linguado P. orbignyanus são capazes de incorporar o DNA exógeno espontaneamente após a eliminação da atividade das DNases. Isto ficou evidente através da amplificação do DNA exógeno através de PCR. Desta forma, os resultados obtidos neste estudo podem auxiliar no manejo reprodutivo dessa espécie e, conseqüentemente, na implementação de programas de melhoramento genético tanto da forma clássica através da criopreservação do sêmen dos reprodutores que apresentam as melhores características fenotípicas, como através de técnicas modernas como a TGME.
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    Enriquecimento de Artemia com ácidos graxos altamente insaturados na larvicultura de Farfantepenaeus paulensis e desempenho nas fases posteriores de cultivo
    (2007) Mutti, Diana Wischral; Cavalli, Ronaldo Olivera
    Grupos de larvas do camarão-rosa Farfantepenaeus paulensis foram alimentadas do estádio de mísis I até oito dias após a metamorfose (PL8) com duas dietas diferentes: tratamento enriquecido (TE), no qual as larvas receberam metanáuplios de Artemia enriquecidos com uma emulsão rica em ácidos graxos altamente insaturados (n-3 HUFA), e tratamento controle (TC), onde as larvas foram alimentadas com náuplios recém eclodidos de Artemia. As larvas foram criadas na densidade de 67/L em dois tanques de 180L. As PL8 foram submetidas a testes de tolerância à salinidade e amônia total (N-AT). Ao final da larvicultura, pós-larvas com 18 dias (PL18) foram estocadas na densidade de 300 PL/m2 em gaiolas (1m2 de fundo e malha de 1,5mm) instaladas no estuário da Lagoa dos Patos, RS, onde foram criadas durante 30 dias. As PL8 alimentadas com Artemia enriquecida apresentaram tolerância significativamente maior à salinidade e a amônia total. As salinidades letais para 50% da população durante 24 horas (SL50 24h) foram estimadas em 18,93‰ e 20,53‰ para TE e TC, respectivamente, enquanto que as concentrações letais de amônia total para 50% da população durante 24 horas (LC50 24 h) em TE e TC foram 32,6 e 30,0 mg/L N-AT, respectivamente. O peso das PL18 do tratamento TE foi significativamente maior do que as do controle. A análise de ácidos graxos indicou níveis significativamente mais altos de n-3 HUFA, especialmente dos ácidos graxos eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), na Artemia enriquecida (TE). Por sua vez, níveis mais elevados de ácidos graxos altamente insaturados das séries n-6 e n-3 foram observados nas pós-larvas (PL) do TE, enquanto que as PL do TC apresentaram níveis mais altos dos ácidos linolênico (18:3n-3) e estearidônico (18:4n-3). Embora ao final do berçário não tenham sido detectadas diferenças significativas entre as sobrevivências, o peso final foi significativamente superior no TE (TC = 0,896g e TE = 1,082g). Os resultados demonstram que o fornecimento de n-3 HUFA durante a fase de larvicultura aumenta a tolerância de pós-larvas de F. paulensis à salinidade e à amônia e ainda afeta positivamente o crescimento. A diferença de peso observada no final da fase de larvicultura manteve-se ao longo do cultivo nas gaiolas. Recomenda-se, portanto, o fornecimento de n-3 HUFA durante a larvicultura, através do enriquecimento de Artemia, como forma de produzir pós-larvas com maior tolerância ao estresse e maior tamanho.
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    Criação do camarão-rosa Farfantepenaeus brasiliensis (Crustacea: Decapoda) em gaiolas no estuário da Lagoa dos Patos, RS
    (2007) Lopes, Diogo Luiz de Alcantara; Peixoto, Silvio; Wasielesky Jr, Wilson
    Os trabalhos desenvolvidos nesta dissertação tiveram como finalidade auxiliar no desenvolvimento da tecnologia de criação de camarões da espécie nativa da costa brasileira Farfantepenaeus brasiliensis através da análise comparativa do desenvolvimento de F. brasiliensis e F. paulensis e da avaliação dos efeitos da densidade de estocagem de F. brasiliensis em gaiolas no estuário da Lagoa dos Patos, RS, Brasil. Os juvenis utilizados foram produzidos em cativeiro e apresentavam peso médio inicial de aproximadamente 1,15g. Os estudos tiveram duração de 65 dias e foram realizados em 12 gaiolas (3 para cada tratamento) com abertura de malha de 5mm e área de fundo de 4m2 . A distribuição dos indivíduos nos dois estudos foi aleatória. A cada 15 dias foram realizadas biometrias parciais para ajuste da quantidade de ração fornecida e avaliação do crescimento dos camarões. Ao final dos experimentos todos os camarões foram pesados e contados para avaliação da sobrevivência. No estudo 1 (análise comparativa do desenvolvimento de F. brasiliensis e F. paulensis), os camarões foram mantidos na densidade de 20 camarões/m2 . Não houve diferença significativa entre a sobrevivência de F. brasiliensis (94,17±9,04 %) e F. paulensis (98,50±0,71 %). Apesar do peso médio final ter sido significativamente maior para o F. brasiliensis (7,85± 1,05g), não foram observadas diferenças significativas na produção de biomassa (113,27±28,99 e 111,49±21,77 g/m2 ) e conversão alimentar aparente (1,75±0,37 e 1,81±0,23) de F. brasiliensis e F. paulensis, respectivamente. No estudo 2 (Efeito da densidade de estocagem do camarão-rosa Farfantepenaeus brasiliensis criado em gaiolas no estuário da Lagoa dos Patos, Brasil), os juvenis foram distribuídos em três tratamentos em diferentes densidades (10, 20 e 40 camarões/m2 ). Os resultados de sobrevivência de F. brasiliensis criados em sistemas de gaiolas não apresentaram diferenças significativas entre as densidades testadas (91,67±7,64; 94,17±9,04 e 95,31±6,63 %). O peso médio final foi significativamente maior na densidade de 10 (7,90±0,91 g) camarões/m2 . Entretanto, o melhor resultado na produção de biomassa ocorreu no tratamento com 40 camarões/m2 , atingindo a produção de 251,88±27,64 g/m2 , respectivamente. Os resultados indicam que F. brasiliensis apresenta potencial de produção em estruturas alternativas e incentivam que novas pesquisas sejam realizadas para o desenvolvimento do pacote tecnológico desta espécie no estuário da Lagoa dos Patos, bem como indica a viabilidade técnica da utilização de F. brasiliensis em ambiente estuarino, com melhor rentabilidade na densidade de 40 camarões/m2.
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    Planejamento para o desenvolvimento da carcinicultura sustentável na Lagoa dos Patos: forças, fragilidades, oportunidades e ameaças
    (2007) Bannwart, Janaina Patrícia Freire; Wasielesky Jr, Wilson; Tagliani, Paulo Roberto Armanini
    O cultivo do camarão-rosa Farfantepenaeus paulensis em cercados pode surgir como uma atividade alternativa para complementação de renda dos pescadores do extremo sul da Lagoa dos Patos. A maricultura por ser usuária e dependente dos recursos naturais precisa se inserir no contexto socioeconômico ecológico da região. O primeiro passo foi a realização de diagnósticos que demonstraram o valor do estuário para a fauna e flora, assim como sua importância socioeconômica para pescadores da região. Em seguida, foi feito um levantamento das áreas propensas à instalação dos cercados em locais de fácil acesso às comunidades. Muitas, apesar de vantajosas para a carcinicultura em cercados apresentam restrições ambientais principalmente devido ao zoneamento legal existente na região que visa à proteção das comunidades estuarinas. Outros locais, próximos aos núcleos urbanos de Rio Grande e São José do Norte não podem comportar atividades aquícolas por possuírem áreas portuárias e trafego de embarcações. Foi necessário também buscar compreender os impactos causados pelos cultivos. As maiores preocupações são quanto à predação sobre a fauna bentônica, liberação de compostos nitrogenados e fósforo na água, aumento da matéria orgânica no sedimento, modificação da circulação local, e outros problemas que poderão surgir como a captura de larvas silvestres e o aporte de patógenos. A adoção de programas de monitoramento e de um código de conduta sugerido servirão para mitigar os impactos.Também deverão subsidiar estudos de capacidade de suporte dos locais a serem ocupados. Com todos estes embasamentos foi possível então realizar uma análise das forças, fragilidades, oportunidades e ameaças para auxiliar no planejamento e fomento da carcinicultura em cercados.Como forças a atividade emprega a mão-de-obra familiar, o produto final é valorizado no mercado e possui forte pelo social, mas o êxodo rural, o aumento a poluição e a ausência de crédito são ameaças ao crescimento da atividade. Para uma maior lucratividade, investimentos em infra-estrutura para processamento, armazenamento e venda de pescado são necessários. Os pescadores também necessitam se adaptar a este novo sistema produtivo e ter mais confiança em seu sucesso. É comum uma atividade nova enfrentar resistência e dificuldades iniciais. A organização e o empoderamento social são conquistados geralmente a longo prazo e com dispêndio de contínuo esforço por parte dos órgãos fomentadores.
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    Flocos microbianos: aspectos zootécnicos do cultivo do camarão-rosa Farfantepenaeus paulensis e Farfantepenaeus brasiliensis
    (2007) Emerenciano, Maurício Gustavo Coelho; Wasielesky Jr, Wilson; Soares, Roberta B.
    A relevância deste estudo consistiu em avaliar o potencial dos flocos microbianos em comparação aos cultivos convencionais em “águas-claras” no crescimento e sobrevivência de pós-larvas de Farfantepenaeus paulensis e Farfantepenaeus brasiliensis. As pós-larvas de F. paulensis (experimento 1) foram cultivadas na fase de pré-berçário durante 15 dias na densidade de 10PL/L. Já no experimento 2 e 3, durante 30 dias foram cultivadas pós-larvas (PL25) de F. paulensis e de F. brasiliensis na densidade de 500PL/m2 , nos seguintes tratamentos: cultivo na presença do floco microbiano com fornecimento de ração: (FLOC + R); cultivo na presença do floco sem fornecimento de ração: (FLOC); cultivo em água clara com o fornecimento de ração: (AC + R) e cultivo em água clara sem o fornecimento de ração: (AC) (este último somente no trabalho realizado com F. brasiliensis), sendo cada unidade experimental constituída por uma caixa plástica retangular com volume unitário útil de 40 litros (experimento 1 e 2) e tanques-rede (experimento 2) – ambos denominados microcosmos, onde as caixas eram providas de aeração através de pedras porosas e taxa de recirculação total diária de aproximadamente 150%/dia. Para tal recirculação, a água foi bombeada de um tanque matriz de 7000 L onde ocorreu cultivo intensivo de camarões em meio heterotrófico e troca zero por meio de bomba submersa e retornou por gravidade. No estudo com F. brasiliensis, os tanques-rede foram alocados diretamente dentro do tanque matriz para os tratamentos em meio aos flocos microbianos. No cultivo em “água clara” foi utilizado um reservatório de fibro- cimento com volume útil de 800 litros (renovada 100% diariamente), seguindo o mesmo esquema de recirculação e bombeamento acima descrito ou alocados diretamente no mesmo (experimento 3). A formação dos agregados microbianos respeitou as seguintes etapas: povoamento do “tanque-matriz” com camarões juvenis ( 5g), inoculação da diatomácea Thalassiosira weissflogii e fertilização orgânica respeitando a relação C/N nominal (em peso) de 30:1, balanceada de acordo com a composição bromatológica de cada ingrediente (farelo de trigo, melaço de cana de açúcar e a própria ração fornecida aos animais). Os resultados demonstraram que no experimento 1 o tratamento em meio aos flocos microbianos com fornecimento de ração, as pós-larvas obtiveram ao final do experimento maior peso final, ganho de peso (15 dias) e comprimento final, comparados 9 aos demais tratamentos (P<0,05). Em relação à sobrevivência, o tratamento com e sem fornecimento de ração em meio aos flocos não diferiram entre si (P>0,05), mas foram superiores ao tratamento em água clara com fornecimento de ração (P<0,05). No experimento 2, os tratamentos na presença dos flocos microbianos com fornecimento de ração e em água clara com o fornecimento de ração não diferiram entre si (P>0,05), em relação ao peso final, ganho de peso (30 dias), comprimento final e sobrevivência. No entanto, ambos demonstraram resultados superiores (P<0,05) quando comparados ao tratamento onde os animais foram cultivados em meio heterotrófico sem o fornecimento de ração. Já no experimento 3, em relação ao peso final, os animais cultivados em meio aos flocos com e sem fornecimento de ração não diferiram entre si (P>0,05), entretanto apresentando peso final e ganho de peso (30 dias) superior (P<0,05) aos animais cultivados sem a presença do agregado. Contudo, não foram observados efeitos dos tratamentos sobre a sobrevivência e comprimento total final, exceto no tratamento AC onde os animais apresentaram tamanho menor (P<0,05). Assim, de uma maneira geral, a presença dos flocos microbianos contribuiu para um melhor crescimento e sobrevivência dos camarões. Este fato pode ser atribuído a uma enorme gama de microrganismos presente no meio, sendo esta rica fonte de aminoácidos essenciais, vitaminas, habilidade animal em capturar o material, entre outros, além de anular a emissão de efluentes em ambientes adjacentes, contribuindo para um cultivo mais racional.
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    Caracterização do potencial de absorção do dióxido de carbono atmosférico por microalgas utilizadas na aqüicultura para a geração de um mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL)
    (2005) Borges, Lucélia do Valle; Abreu, Paulo César; Odebrecht, Clarisse
    O aumento das concentrações de CO2 na atmosfera nos últimos anos tem gerado uma intensificação no efeito estufa. Devido as altas taxas de fixação de carbono pelas microalgas, o cultivo em larga escala e em condições semi-controladas destes microorganismos surge como uma alternativa para reduzir os níveis de CO2 atmosféricos. Na aqüicultura o alto custo de produção dos cultivos de microalgas afeta a rentabilidade da produção de organismos cultivados. Para aumentar o rendimento e reduzir os custos são necessárias pesquisas que resultem na utilização de espécies de microalgas mais produtivas. O objetivo deste trabalho foi determinar quais as espécies de microalgas fitoplanctônicas utilizadas na aqüicultura, que apresentam as maiores taxas de absorção de CO2, têm algum valor comercial e que possam ser cultivadas em larga escala. Os experimentos foram realizados com as espécies Nannochloropsis oculata (Droop) Hibberd, 1955), Chaetoceros affinis Lauder, 1864, C. muelleri Lemmermann, 1898, Phaeodactilum tricornutum Bohlin, 1897, Skeletonema costatum (Greville) Cleve, 1873, Thalassiosira fluviatilis Hustedt, 1926, T. pseudonana (Husted) Hasle & Heimdal, 1970), Tetraselmis chuii Butcher, 1958, T. tetrathele (G.S. West) Butcher 1959 e Isochrysis galbana Parke, 1949 .As espécies foram mantidas em meio f/2, temperatura constante (ótima para cada espécie), luminosidade média de 100 μmol/m-2/s-1 e fotoperíodo de 12L/12E. Medidas de produtividade primária em diferentes intensidades luminosas, pelo método do oxigênio e do 14C (produção dissolvida, particulada e total), foram realizadas com amostras de cultivo que estavam na fase logarítmica. Também foram determinados o Quociente Fotossintético (QF) e a fração lipídica das algas mais produtivas. N. oculata, S. costatum e C. muelleri foram as espécies que atingiram maior rendimento do crescimento celular, enquanto que C. affinis foi a espécie de menor taxa de crescimento. N. oculata e I. galbana foram as espécies mais produtivas, em termos de produção de O2, e N. oculata e T. fluviatilis obtiveram os maiores valores de produção de carbono. A maioria das espécies apresentaram valores de QF superiores a 1,0. De acordo com os resultados de crescimento e produção primária, quatro espécies apresentaram maior potencial para produção em larga escala: N. oculata, S. costatum, T. fluviatilis e I. galbana. Por apresentarem maior crescimento em menor luminosidade N. oculata e S. costatum poderiam ser cultivadas em períodos de menor luminosidade, enquanto que T. fluviatilis e I. galbana, espécies adaptadas à luz, poderiam ser cultivada na primavera/verão. Além disso, os resultados mostram que N. oculata produz grande quantidade de lipídeos e ácidos graxos, indicando uma grande capacidade para a produção de bio-combustíveis.
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    Produção de larvas e juvenis do peixe-rei marinho Odontesthes argentinensis com diferentes frequências alimentares
    (2006) Oliveira, Mauren dos Santos; Sampaio, Luís André
    As dificuldades encontradas na alimentação de larvas e juvenis de peixes são um dos fatores limitantes para o sucesso da piscicultura marinha, portanto este estudo foi realizado com o intuito de avaliar os efeitos de diferentes freqüências alimentares sobre a sobrevivência e o crescimento de larvas e juvenis do peixe-rei marinho Odontesthes argentinensis. As larvas foram alimentadas com náuplios de Artemia 1, 2 e 4 vezes ao dia e os juvenis (peso médio de 96 mg) foram alimentadas com ração 2, 4 e 6 vezes ao dia, todos os tratamentos foram realizados em duplicata. Os resultados foram analisados com Análise de Variância (ANOVA) seguida do Teste de Tukey ao nível de significância de 95%. A sobrevivência do peixe-rei não foi significativamente afetada pela freqüência alimentar empregada (P>0,05), independente do tratamento a sobrevivência foi sempre superior a 90%. Por outro lado, diferenças significativas foram encontradas para o crescimento (P<0,05), as maiores larvas e juvenis foram aqueles criados com as freqüências alimentares mais elevadas. Os resultados deste trabalho demonstram que a performance das larvas e juvenis de peixe-rei é aprimorada quando eles são alimentados várias vezes ao dia.
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    Uso de copépodes na alimentação de larvas de linguado Paralichthys orbignyanus (Valenciennes, 1842) e otimização do cultivo do copépode Acartia tonsa Dana, 1849
    (2006) Almeida, Francis de Mattos; Bersano Filho, José Guilherme; Sampaio, Luís André
    O cultivo experimental do linguado Paralichthys orbignyanus tem sido desenvolvido na Estação Marinha de Aqüicultura da FURG, Rio Grande – RS, com relativo sucesso. Contudo, elevadas taxas de mortalidade observadas em larviculturas utilizando rotíferos e artêmias como alimentos vivos, têm limitado cultivos em grande escala. Estudos atuais têm mostrado que os copépodes apresentam um bom potencial como alimento vivo alternativo, porém os métodos de cultivo existentes ainda necessitam de aprimoramentos. Portanto, os objetivos deste trabalho foram testar a utilização de copépode Acartia tonsa como alimento vivo exclusivo na larvicultura de P. orbignyanus, e também contribuir para o aprimoramento do método de cultivo de A. tonsa, através da avaliação de diferentes dietas e densidades algais sobre a produção de ovos deste copépode. Larvas de P. orbignyanus foram cultivadas num tanque de 50 L (S = 30, T °C = 22) durante 22 dias após a eclosão (dae). Náuplios de A. tonsa foram oferecidos como alimento vivo entre o 3° e o 19° “dae” enquanto que copepoditos e adultos foram adicionados a partir do 20° “dae”. A fim de se testar a influência de diferentes densidades algais sobre a produção de ovos de A. tonsa, a diatomácea Thalassiosira fluviatilis foi fornecida nas densidades de 0, 5.000, 10.000, 20.000, 40.000 e 80.000 cel mL-1. Para se avaliar a influência de diferentes dietas sobre a produção de ovos, foram utilizadas duas microalgas, Nannochloropsis occulata e Chaetoceros mulleri, e uma dieta comercial inerte. Os resultados mostraram que as larvas de linguado se alimentaram efetivamente de A. tonsa completando a metamorfose entre o 19° e o 22° dae. O comprimento padrão (mm) das larvas no 7° dae foi de 2,98 ± 0,20, 4,77 ± 0,24 no 14° dae e 4,90 ± 0,42 no 22° dae. A produção de ovos de A.tonsa foi diretamente influenciada pelo aumento da concentração de T. fluviatilis, sendo o maior valor obtido na concentração de 80.000 cel mL-1 (~ 60 ovos fêmea-1 24 h-1). Com relação ao teste de produção de ovos sob diferentes dietas, foi observado que tanto o alimento inerte como a microalga N. occulata foram ineficazes, proporcionando uma produção de ovos muito baixa (~ 1 - 2 ovos fêmea-1 24 h-1). Já a dieta composta pela diatomácea C. mulleri, proporcionou uma produção de 22 ovos fêmea-1 24 h-1, representando uma boa alternativa alimentar para o cultivo de A. tonsa. Além disso, o seu tamanho (~ 7 μm) permite a alimentação tanto de náuplios como de adultos, facilitando o cultivo deste copépode.
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    Desenvolvimento embrionário, descrição e cultivo de paralarvas do polvo comum (Octopus vulgaris) da costa sul do Brasil
    (2006) Silva, Lisiane Barcelos da; Vidal, Érica A. G.
    Existe uma grande carência de informações sobre as necessidades físicas e comportamentais das paralarvas, bem como de suas preferências alimentares, o que dificulta a sua manutenção em laboratório. Estudos que contribuam para verificar os fatores que afetam a sobrevivência das paralarvas durante a larvicultura e para um maior conhecimento das fases iniciais de desenvolvimento, biologia e ecologia das paralarvas do polvo comum da costa sul do Brasil, são necessários para o desenvolvimento de protocolos experimentais para o cultivo. Para avaliar as fases iniciais de desenvolvimento do polvo comum, estimativas da taxa de absorção de vitelo, peso úmido e seco, peso orgânico e inorgânico, foram obtidos de ovos incubados a 24 ± 1° C, a cada 48 horas ao longo do desenvolvimento embrionário. Após a eclosão as paralarvas foram separadas em dois grupos, inanição a 19° C e inanição a 24° C, para avaliar a importância do conteúdo de vitelo no potencial de sobrevivência das mesmas durante a larvicultura. Os resultados indicam que a perda de biomassa do embrião foi relativamente baixa, pois houve uma redução de apenas 12 % no peso orgânico dos ovos, sugerindo que o vitelo tenha sido convertido com eficiência em massa corpórea na temperatura de incubação escolhida. A reserva de vitelo representou de 20 a 32 % do peso úmido do corpo das paralarvas na eclosão, permitindo que as mesmas sobrevivessem até 8 dias a 19° C e até 10 dias a 24° C quando em inanição. Porém, taxas de sobrevivência acima de 70 % foram registradas no Dia 5 para paralarvas mantidas a 19° C e no Dia 3 a 24° C. Estes resultados indicam que maiores taxas de mortalidade foram registradas anteriormente para paralarvas mantidas a 24° C, devido às maiores taxas metabólicas, resultando na absorção de vitelo mais rápida. Existem evidências que o polvo comum seja membro de um complexo de espécies crípticas. Assim, a descrição morfológica de paralarvas da costa sul do Brasil e comparação do padrão de cromatóforos entre paralarvas da costa sul do Brasil e do noroeste do Atlântico (Vigo, Espanha) foram realizadas. Os ovos e paralarvas de ambas as localidades foram incubados e mantidos à temperaturas de 20°C ± 2°C. Foram observadas diferenças importantes entre o padrão de cromatóforos das paralarvas de ambas localidades, principalmente na região ventral do manto e da cabeça. Porém, para avaliar em que grau estas diferenças possam estar envolvidas na complexidade da posição taxonômica da 7 espécie, seria ainda necessário o suporte de genética molecular. Um fator que tem contribuído para o aumento das taxas de mortalidade das paralarvas está relacionado às inadequadas condições físicas dos sistemas de cultivo, sendo observadas lesões nos braços das paralarvas mantidas em tanques circulares de 96 L. Com o objetivo de reduzir estas lesões 3 configurações internas de tanques de cultivo e hidrodinâmica foram testadas. Análises histológicas de braços normais e lesionados das paralarvas foram realizadas para caracterizar e identificar a causa destas lesões. Paralarvas mantidas em tanques com corrente circular e com idades de 20, 24 e 30 dias (d) apresentaram perda de ventosas e diminuição ou ausência dos OK. As paralarvas com idade de 15 d mantidas em tanques com corrente ascendente apresentaram uma estrutura nodular que indicou o início do processo abrasivo. Paralarvas de 24 d mantidas em tanques com correntes convergentes verticais não apresentaram danos epiteliais, representando a melhor hidrodinâmica testada. Os resultados indicam que as lesões são físicas, e que podem ser reduzidas através da remodelagem da configuração interna dos tanques e hidrodinâmica. Portanto, isto evidencia que a hidrodinâmica é uma das causas de mortalidade das paralarvas durante o cultivo, a qual ainda não havia sido observada anteriormente. Assim, o contato das paralarvas com as paredes deve ser evitado sempre que possível.