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Federal do Rio Grande
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IO – PPG - Programas de Pós-Graduação

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    Condicionamento reprodutivo do matrinxã Brycon amazonicus (Spix & Agassiz, 1829) submetido a jejum prolongado
    (2012) Fonseca, Vivianne da Silva; Robaldo, Ricardo Berteaux; Correa, Marle Angélica Villacorta
    O matrinxã Brycon amazonicus é bastante apreciado pela qualidade de sua carne e é a segunda espécie mais produzida por piscicultura da Região Norte do Brasil. É uma espécie reofilica, e em sua migração reprodutiva experimenta redução da ingesta por três meses contínuos. Trabalhos realizados com a espécie em estudo indicaram que a restrição alimentar pré-reprodutiva melhora a resposta dos reprodutores em cativeiro, como um aumentou dos óvulos de fêmeas restritas. O objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho reprodutivo do matrinxã quando exposto a jejum prolongado, semelhante ao sofrido pela espécie no ambiente natural. Para isso, foi realizado experimento de out/2010 a jan/2011 na Estação de Aquicultura da UFAM-AM (2°39’39.27”S 60°03’04.07”W), quando 100 reprodutores foram estocados em 4 viveiros de 600m2 (n=25/viveiro), distribuídas em 2 grupos controle alimentados diariamente e dois grupos em jejum por 3 meses no período anterior a desova Ao término do período experimental, coincidente com o período de desova da espécie, foram efetuados ensaios de indução hormonal com extrato hipofisário de carpa e coleta de tecidos para análises bioquímicas (sangue, fígado e músculo) e cálculo dos índices biométricos: índice hepatosomático, gonadosomático, de gordura cavitária e fator de condição . Nas induções, o jejum promoveu melhora do desempenho reprodutivo com valores superiores nas taxas de sucesso na indução, fertilidade, fertilização e eclosão, comprovando a hipótese testada. Nas fêmeas, o jejum também promoveu diminuição nos níveis plasmáticos de glicose, fração das lipoproteínas de muito baixa densidade e nos triglicérides, indicando uma maior mobilização dos nutrientes para o desenvolvimento ovariano. Nos machos apenas os níveis de colesterol plasmáticos foram elevados. Os parâmetros bioquímicos hepáticos e musculares demonstraram discreto efeito do jejum, com níveis de triglicérides no fígado reduzidos e de glicogênio muscular aumentado nos machos. Os índices IGS, IHS e IGC não apresentaram diferença para as fêmeas, e apenas o K foi reduzido no jejum. Nos machos o IGS e IGC foram elevados e o K reduzido na mesma condição. Foi constatada uma maior mobilização de energia para o período reprodutivo nos machos. A principal fonte de energia utilizada parece ter sido os lipídios e as proteínas. Diante dos resultados obtidos neste estudo e em consonância com aqueles realizados anteriormente, foi possível concluir que a manutenção dos reprodutores de matrinxã em jejum prolongado durante os três meses que antecedem o período natural de desova da espécie, promove a otimização da resposta reprodutiva.
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    Cultivo de Litopenaeus vannamei em sistema de bioflocos com dieta enriquecida com diferentes concentrações de quitosana
    (2020) Brol, Jéssica; Lima, Juliane Ventura; Wasielesky Jr, Wilson
    A suplementação de antioxidantes através da dieta pode ser capaz de melhorar o sistema de defesa dos animais contra as espécies reativas de oxigênio (ERO), além de contribuir para uma melhor condição fisiológica e em alguns casos melhora também o desempenho zootécnico. A quitosana é obtida principalmente a partir da quitina presente na carapaça dos crustáceos, e é considerada rejeito para essa indústria de processamento, apesar de apresentar diversas propriedades, entre elas a capacidade antioxidante e imunoestimulante. Dessa forma, tem sido pouco explorada dentro da própria produção de camarões, em especial quando estes são cultivados em sistema de bioflocos (BFT). Diante da hipótese de que uma redução abrupta da salinidade em BFT causa uma condição de estresse oxidativo, o objetivo do estudo foi avaliar diferentes concentrações de quitosana na dieta de juvenis de camarão Litopenaeus vannamei cultivados em sistema BFT, quanto a capacidade de aumentar o sistema de defesa antioxidante e imune dos animais. A quitosana do estudo foi produzida a partir de rejeitos (cascas e cabeça) de camarão da indústria local (Rio Grande, RS, Brasil). O experimento foi dividido em quatro tratamentos, com três réplicas cada: controle C0 (dieta sem adição de quitosana), C1 (1 g de quitosana kg-1 de ração), C3 (3 g de quitosana kg-1 de ração) e C5 (5 g de quitosana kg-1 de ração). 25 camarões pesando em média 0,62 ± 0,02 g foram estocados em cada um dos 12 tanques de polietileno (150 L) e alimentados durante 35 dias com as respectivas dietas. Ao final, foi realizada biometria para avaliação do desempenho zootécnico e nove camarões de cada tanque foram transferidos para unidades menores onde foi realizado a exposição ao choque salino com redução aguda da salinidade de 30 para 5 durante 24 h. Como tratamento controle do choque salino, onde os camarões foram mantidos na salinidade 30, foi utilizado animais do C0. Assim, os tratamentos que receberam a redução da salinidade foram denominados de Sal5C0, Sal5C1, Sal5C3 e Sal5C5, o tratamento controle foi denominado Sal30C0. Após as 24 h foram coletadas brânquias e hepatopâncreas de seis camarões de cada tanque para análises bioquímicas e a hemolinfa extraída de três camarões por tanque para contagem diferencial de hemócitos (CDH). Os resultados mostraram que o choque salino induziu um aumento de ERO, em especial do H2O2, evidenciado pelo aumento da catalase (CAT) em brânquias. A quitosana mostrou reverter esse efeito nas brânquias no tratamento Sal5C5 e no hepatopâncreas aproximou a atividade da enzima ao valor basal de Sal5C0 em Sal5C1 e Sal5C5. Os resultados também sugerem que a quitosana tenha atividade scavenger sobre o O2 -• em brânquias, diminuindo a atividade da enzima superóxido dismutase (SOD) em Sal5C1 e Sal5C5. O choque salino em bioflocos não resultou em aumento da peroxidação lipídica, contudo, a quitosana em Sal5C3 e Sal5C5 demonstrou reduzir ainda mais a concentração de lipídeos peroxidados em brânquias. O choque salino reduziu a capacidade detoxificatória através da atividade da glutationa-S-transferase (GST) em brânquias e a quitosana mostrou capacidade em reverter esse efeito em Sal5C1. Além disso, a quitosana estimulou a atividade da GST e aumentou os níveis de glutationa reduzida (GSH) no hepatopâncreas acima do valor basal de Sal30C0 nos tratamentos Sal5C1 e Sal5C3. Porém a quitosana não mostrou efeito imunoestimulante nos camarões em sistema BFT. Assim, é possível concluir que o sistema BFT pode contribuir para evitar danos provocados pela condição de estresse oxidativo, contudo, a suplementação com quitosana, apesar de não ter demonstrado melhorar o ganho de peso dos camarões, foi ainda melhor para o sistema de defesa antioxidante de L. vannamei, sendo que a inclusão de pelo menos 1 g de quitosana kg-1 de dieta se mostra como uma boa alternativa para manter os animais mais preparados para a condição de estresse oxidativo provocada pela redução abrupta da salinidade.
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    Reprodução e desenvolvimento do peixe anual Austrolebias nigrofasciatus Costa & Chefe, 2001 em laboratório
    (2015) Fonseca, Alinca Peres da; Robaldo, Ricardo Berteaux
    Peixes anuais são considerados organismos extremos por viverem exclusivamente em áreas úmidas sazonais e possuírem adaptações únicas para sobrevivência nestes ambientes. Apesar de serem considerados bons modelos para ensaios de laboratório, poucos estudos têm sido realizados com o intuito de aprimorar as técnicas de manejo de Rivulidae Neotropicais. Assim, foram relizados três estudos para elucidar questões do desenvolvimento e reprodução de Austrolebias nigrofasciatus em laboratório. No primeiro capítulo foi manipulada a quantidade de fêmeas, mantendo uma (T1), duas (T2), três (T3) e quatro (T4) fêmeas para cada macho por unidade experimental, com cinco repetições, para verificar a oviposição (OV), a taxa de fertilização (TF), e a razão entre neutrófilos (N): linfócitos (L). A OV média por fêmea não diferiu, mas a TF foi inferior no T4 coincidindo com o aumento da razão N:L nos machos. Até o T3 a adição de fêmeas aumenta o total de ovos fertilizados disponível. Diante dos resultados, observamos que aumentar a razão de fêmeas para até três por macho favorece o desempenho reprodutivo da espécie. O segundo experimento analisou a sobrevivência, trajetória e tempo de desenvolvimento embrionário em diferentes meios de incubação. Foi verificado que até a diapausa II (DII) não existe influência dos meios no padrão de desenvolvimento, mas desta fase em diante o meio de água com casca de coco em pó apresentou atraso no tempo de desenvolvimento. O meio úmido com solução de Yamamoto foi o que apresentou os primeiros embriões completamente desenvolvidos, com 27 dias após a postura. Ovos que foram mantidos na mesma água dos reprodutores desde a postura permaneceram na DI. A sobrevivência em todos os meios de incubação foi alta (70 a 98 %). Conclui-se que todos os meios são viáveis para a manutenção dos embriões, podendo se alterar as trajetórias de desenvolvimento através da manipulação das diapausas. No terceiro e último estudo, para identificar a forma como o enchimento inicial da vesícula gasosa é comprometido, impedindo a natação normal (belly sliders), e determinar as implicações disto no crescimento dos juvenis, analisamos histologicamente a vesícula gasosa de peixes com natação normal e de rampantes durante o crescimento inicial. Verificamos que os rampantes apresentam metaplasia com descamação do epitélio da vesícula gasosa e hemorragia, além de apresentar crescimento inferior. Concluímos que em laboratório a incidência desta patologia é um problema relevante e responsável por uma grande quantidade de juvenis inviáveis.
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    Relevância da alcalinidade, pH e dióxido de carbono na sobrevivência e crescimento de Litopenaeus vannamei (Boone 1931) em sistema de bioflocos
    (2014) Furtado, Plinio Schmidt; Wasielesky, Wilson; Poersch, Luís Henrique da Silva
    Os cultivos de organismos aquáticos em sistemas sem renovação de água que utilizam altas densidades de estocagem, forte aeração e biota predominantemente aeróbia e heterotrófica, formadora de flocos microbianos são chamados de tecnologia de bioflocos (BFT). Estes sistemas são considerados biosseguros e permitem elevar a produtividade do cultivo devido ao suplemento nutricional fornecido pelos bioflocos. Como não há renovação de água ao longo do cultivo e a água pode ser reutilizada por vários ciclos de produção, ocorre a redução dos níveis de alcalinidade e de pH , podendo também ocorrer um acúmulo de dióxido de carbono (CO2), proveniente dos processos respiratórios dos camarões e dos bioflocos. Alterações na qualidade de água de cultivo geram estresse e reduzem o crescimento e a capacidade de resposta do sistema imunológico, podendo afetar a sobrevivência dos camarões. Este trabalho busca aprimorar as técnicas de cultivo de Litopenaeus vannamei em sistemas de bioflocos sem renovação de água, compreendendo e corrigindo as concentrações de dióxido de carbono, alcalinidade e pH. Para tal, foram realizados cinco experimentos na estação marinha de aquacultura da Universidade Federal do Rio Grande (EMA-FURG-Brasil) e um na Universidad Nacional Autónoma do México (UMDI-Sisal-UNAM): 1. Determinação do nível letal do pH ácido e básico (pH50-96h) e avaliação do efeito subletal do pH nos parâmetros de estresse oxidativo em juvenis de L. vannamei; 2. Determinação da concentração letal e do nível de segurança de dióxido de carbono para juvenis de L. vannamei; 3. Verificação das concentrações de CO2 em diferentes densidades de cultivo e de sólidos em suspensão quando ocorre falha no sistema de aeração e se aplica peróxido de hidrogênio (H2O2) como fonte de oxigênio em sistema BFT; 4. Avaliação do efeito do CO2 no consumo de oxigênio de juvenis de L. vannamei cultivados em sistema BFT; 5. Avaliação do efeito de diferentes concentrações de alcalinidade nos parâmetros de qualidade da água, na formação dos bioflocos e no desempenho zootécnico de L. vannamei cultivados em sistema BFT; 6. Determinação da melhor dosagem de hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) nos parâmetros de qualidade da água e desempenho zootécnico de L. vannamei cultivados em sistema BFT. Nas condições experimentais descritas no capítulo 1, o pH50 96 h de pH ácido e básico foram de 4,04 e 9,58 para juvenis de L. vannamei. Quanto ao ensaio de estresse oxidativo constatamos que os camarões expostos tanto ao pH 4,5 como ao pH 9,5 apresentaram desequilíbrio na atividade das enzimas antioxidantes. Já no Capítulo 2 encontramos os valores de CL50 e limites de confiança 95% em 24, 48, 72 e 96 h foram de 130,05 (104,2-162,1), 77,2 (73,8-80,02), 69,65 (65,47-74,32), 59,12 (53,08-66,07) mg/L de CO2, respectivamente. Assim, o nível de segurança calculado para L. vannamei foi de 5,9 mg/L de CO2. No capítulo 3 verificamos que as concentrações de CO2 se incrementaram com os incrementos de biomassa e de sólidos suspensos totais com o passar do tempo, alcançando valores subletais de CO2 para os camarões. No capitulo 4 foi verificado um incremento no consumo de oxigênio de juvenis nas concentrações de até 60 mgCO2/L e uma redução no consumo de oxigênio nas concentrações de 95, 150 e 300 mgCO2/L seguido de sintomas de anestesia e mortalidade. No Capítulo 5 foi possível formar bioflocos com valores de alcalinidade superiores a 70 mgCaCO3/L e pH superior a 7,38. Contudo, as melhores taxas de nitrificação e melhor desempenho zootécnico ocorreram nos tratamentos com maior alcalinidade. No capítulo 6 para a correção da alcalinidade, pH e CO2 pode ser aplicado dosagens de 0,05 g/L de hidróxido de cálcio ou aplicações diárias entre 10 e 20% da quantidade de ração ofertada aos camarões. Os resultados obtidos poderão auxiliar no dia a dia dos produtores de camarões em sistemas BFT.
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    Avaliação da qualidade e processamento do Bijupirá (Rachycentron canadum) procedente de piscicultura
    (2014) Gonzaga Júnior, Marcondes Agostinho; Prentice-Hernández, Carlos
    Nos últimos anos, o bijupirá Rachycentron canadum tem despertado interesse mundial. No Brasil, ainda são poucos os estudos visando gerar pacotes para a viabilização de sua criação, muito menos para o desenvolvimento de tecnologias para o seu processamento. A efetiva consolidação da aquicultura depende do escoamento da produção que, por sua vez, dependerá da demanda dos produtos. Para que o consumo de pescado no Brasil seja ampliado, é necessário que haja oferta de produtos com a qualidade exigida pelo consumidor. Desta forma, o presente estudo visou auxiliar a tecnologia desenvolvida para pescado inteiro e minimamente processado. Foram utilizados exemplares de bijupirá cultivado em tanques-rede (sistema near-shore) e em sistema de recirculação de água, alimentados com ração comercial e rejeitos de pesca, com peso variável de 2 a 3 e 9 a 11 kg. Após despesca, os peixes foram sacrificados por hipotermia em água gelada (método choque térmico, proporção 1:1, gelo:água). Foram investigadas no bijupirá cultivado, as alterações sensoriais, físico-químicas e microbiológicas visando determinar o tempo de conservação em gelo e congelado do pescado inteiro e de seu filé. Para o estudo da conservação em gelo, os peixes foram estocados em caixas de isopor, seguindo-se então de duas variantes de investigação: 1) Após sacrificados por choque térmico os exemplares foram armazenados em gelo durante 30 dias, onde se avaliou, em cada intervalo de 2 dias, as alterações de qualidade pós-mortem, através de análises químicas (nitrogênio das bases voláteis totais – N-BVT e pH), sensoriais (método do índice de qualidade – MIQ do pescado inteiro) e microbiológicas (contagem de mesófilos, psicrótrofilos, psicrófilos e coliformes totais); 2) Acompanhamento dinâmico da vida-útil, com aplicabilidade de indicador inteligente fotocrômico com etiquetas inteligentes (ITT). Para o estudo da estocagem congelada, os filés do bijupirá foram processados e congelados em congelador de placas (-30 0C) e estocados em freezer a -18 0C, durante 180 dias, onde foram acompanhados, em cada intervalo de 30 dias, pH, teste de oxidação (TBA), umidade, proteínas, dureza instrumental do filé e as mesmas análises microbiológicas realizadas para o peixe conservado em gelo. Também foi avaliado o potencial tecnológico desta espécie, sob a forma de filé embalados em atmosfera modifica e embalagens com diferentes filmes, acondicionados em sacos plásticos de alta densidade de etileno-álcool-vinilico – EVOH. As amostras foram submetidas a 3 tratamentos: A (Controle) e mais 2 atmosferas contendo aproximadamente 0,5 L de ar: (100 % CO2 ) e (Vácuo). As amostras embaladas foram 8 mantidas sob refrigeração, na faixa de 2 ± 1oC, quando foram submetidas a análise nos tempos 0,1,7,14,21,30,45 e 50 dias de armazenamento refrigerado em estufa climatizada. Foram realizadas analises físico-químicas (bases voláteis totais – N-BVT, pH ), estabilidade lipídica (TBA), textura (força de rompimento), cor e microbiológicas. Ainda trabalhando com embalagens foi avaliado o efeito de biofilmes nanocompósitos de isolado protéico (IPC) de pescado sobre a qualidade dos filés mantido sob refrigeração. O IPC foi obtido a partir de subprodutos da industrialização do pescado. Os filmes poliméricos foram desenvolvidos a partir do IPC pela técnica de casting. Foram testados três tipos de filmes, dois industriais e um preparado a base de IP: TA (EVOH), TB (PVC), e TC (IPC), submetidos às mesmas análises das embalagens com EAM. Desta forma concluimos que, a análise sensorial do pescado acondicionado em gelo mostrou um ponto de rejeição com 15 dias de armazenamento. No filé embalado sob atmosfera modificada, as embalagens à vácuo e 100 % de CO2 prolongaram a vida útil por até 21 dias em temperatura de refrigeração. Quando embalados a vácuo os resultados mostraram que o filé congelado nessas condições experimentais possui evidente estabilidade sensorial, química, física, e microbiológica armazenados a -180C, durante 180 dias. As embalagens de filmes nanocompósitos elaboradas a partir de IPC mostraram-se eficientes para conversação do pescado refrigerado em relação a filmes comerciais.
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    Caracterização da microbiota bacteriana associada à formação de flocos e no processo de nitrificação em sistemas de produção intensiva (Biofloc Technology - BFT) do camarão-branco Litopenaeus vannamei
    (2014) Ferreira, Lise Maria Mendes Holanda de Melo; Wasielesky, Wilson; Abreu, Paulo Cesar
    As bactérias têm diversas funções cruciais para o sucesso da produção de organismos aquáticos com a tecnologia de bioflocos (Biofloc Technology – BFT), entretanto, o nosso conhecimento sobre a diversidade e atividade das bactérias tem sido limitado principalmente pela falta de técnicas mais eficientes para caracterização dessas comunidades bacterianas. Portanto, o objetivo desse trabalho foi analisar a diversidade da comunidade bacteriana envolvida na formação de bioflocos e no processo de nitrificação em sistemas de aquacultura utilizando o sistema BFT e a adição de substratos artificiais para a formação de biofilme durante a produção intensiva do camarão-branco Litopenaeus vannamei. Para isto foi necessário implementar uma técnica de analise de diversidade bacteriana para sistemas de aquacultura, no caso, a técnica de impressão digital (“fingerprinting”) Temporal Temperature Tradiente Electrophoresis (TTGE). Nesse trabalho foi possível observar que o biofilme serve como complemento alimentar e diminuiu o estresse causado pela alta densidade de estocagem, melhorando o desempenho zootécnico dos camarões, entretanto, a adição dos substratos artificiais no ambiente de produção não influenciou na nitrificação. Esta foi mais influenciada pela reutilização da água com bioflocos, acelerando a oxidação de amônia a nitrito. Outro fator que influenciou no processo de nitrificação foi a intensidade de mistura da água (turbulência), controlando o tamanho dos bioflocos. Foi observado que o uso de pedras porosas apresentou menor intensidade de mistura e permitiu a formação de bioflocos de maior tamanho e maior eficiência na nitrificação do que com o uso de aerotubes nos tanques de produção, que apresentaram maior intensidade de mistura, mas bioflocos menores e nitrificação menos eficiente, demonstrando a importância da turbulência no tamanho dos bioflocos no sistema BFT. A técnica de TTGE foi eficaz para analise da diversidade e sucessão da comunidade bacteriana do bioflocos e do biofilme em sistema BFT, podendo ser aplicada nos diversos sistemas de aquicultura. O uso dessa técnica, aliada aos dados ambientais durante o ciclo de produção de L. vannamei, permitiu inferir ribotipos bacterianos relacionados a formação dos bioflocos e ao processo de nitrificação. Além disso, foi observado que as comunidades bacterianas do biofloco e biofilme são semelhantes entre si.
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    Descrição morfológica do sangue, da ontogenia dos órgãos linfóides e análise da expressão de genes relacionados ao sistema imune do linguado Paralichthys orbignyanus
    (2014) Gusmão, Emeline Pereira; Romano, Luis Alberto; Sampaio, Luís André
    Este estudo descreve a ontogenia do sistema imune inato e adaptativo do linguado Paralichthys orbignyanus e analisa a expressão de genes RAG1, CD3, CD4-2 e IL-1β, relacionados ao desenvolvimento do sistema imune em larvas e juvenis de P. orbignyanus, e a morfologia do sangue periférico. A larvicultura foi realizada no Laboratório de Piscicultura Estuarina e Marinha da Universidade Federal do Rio Grande (EMA – FURG). O rim apareceu 1 dia após a eclosão (dae), o timo aos 5 dae e o baço aos 10 dae, com células linfóides observadas em torno dos 25 dae. A expressão do gene RAG1 seguiu o aparecimento do timo, e os níveis de mRNA de CD3 e CD4-2 aumentaram após 30 dae. Um aumento nos níveis da citocina IL-1 foi observado aos 30 dae. O sangue de P. orbignyanus segue basicamente o mesmo padrão de outros vertebrados (eritrócitos, leucócitos e trombócitos). Estes resultados sugerem que, a partir dos 25-30 dae, o sistema imune do linguado pode apresentar memória imunológia, podendo-se utilizar imunoestimulantes e vacinação para melhorar as taxas de sobrevivência durante a larvicultura, bem como o perfil normal das células sanguíneas pode servir de base para a futura análise de condições patológicas.
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    Águas Intermediárias do Oceano Austral: Análise histórica e projeções
    (2022) Almeida, Lucas Rodrigues de; Mata, Mauricio Magalhães; Mazloff, Matthew
    As massas de água denominadas Água Intermediária Antártica (AAIW) e Água Modal Subantártica (SAMW) são formadas em regiões específicas ao redor do oceano Austral pelo processo de subducção. A teoria prediz que, em decorrência da atuação intensa dos ventos de oeste, combinado com perda de flutuabilidade, essas águas afundam para abaixo da camada de mistura e ventilam as regiões subtropicais do hemisfério sul, levando consigo grandes quantidades de calor e gás carbônico, sendo um processo chave para o sistema climático global. Neste estudo, é investigado como os modelos do Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados (CMIP) estão representando estas massas de água, focando nos processos envolvidos na sua variabilidade temporal e também nas regiões onde estas águas são formadas no oceano Austral. Para isto foram analisados os transportes de volume das AAIW/SAMW em 30oS e os fluxos oceano- atmosfera envolvidos neste processo (i.e., bombeamento de Ekman, fluxo de calor e de água doce), levando em conta tanto suas variações ao longo do tempo como suas distribuições espaciais. Foi encontrada uma alta variabilidade na intensidade dos transportes entre os modelos, sendo que a maioria superestima estes valores quando comparado com dados obtidos in situ. Através de uma correlação multivariada, foi demonstrado que as variabilidades destas massas de água são melhores explicadas utilizando os três fluxos em conjunto e os coeficientes resultantes destas análises são não-estacionários, variando ao longo do tempo, o que significa que eles inclusive alternam de dominância quando considerados em cenários climáticos futuros. Em relação às regiões de formação das massas de água, foi encontrada uma acurada performance dos modelos, considerando que na maioria destes elas se formam nas regiões apontadas em estudos observacionais: leste do setor Índico, Passagem de Drake e ao sul da África. E então, elas são exportadas para norte, principalmente pelas bordas dos três grandes oceanos, acompanhando a circulação dominante. Essas áreas não parecem mudar nos cenários futuros, apresentando apenas um pequeno decréscimo nos coeficientes das correlações multivariadas. Portanto, apesar de os modelos ainda apresentarem algumas carências nas representações das exportações das AAIW/SAMW, eles parecem formar estas massas de água nas regiões corretas e seguindo a relação com os fluxos oceano-atmosfera esperados.
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    Sistema Carbonato e fluxos de dióxido de carbono no estuário da Lagos dos Patos
    (2022) Coelho, Cíntia de Albuquerque Wanderley; Pereira, Rodrigo Kerr Duarte
    Os estuários são considerados grandes fontes de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera, mesmo ocupando apenas 4% da plataforma continental global. Entretanto, a variação de desempenho que pode ocorrer entre a condição de sumidouro e fonte de CO2 nestes ambientes não está somente ligada a relação de sub ou supersaturação de CO2 dissolvido na água, mas também fortemente condicionada por fatores bióticos e abióticos. Desta forma, este estudo faz uma investigação inédita apresentando a primeira caracterização geral dos parâmetros do sistema carbonato, a determinação dos fluxos líquidos de CO2 na interface água-ar e a estimativa da origem das principais fontes de carbono no estuário da maior lagoa costeira estrangulada do mundo, a Lagos dos Patos. As águas superficiais da zona inferior do estuário da Lagoa dos Patos (ELP) foram consideradas alcalinas e supersaturadas em relação tanto à calcita quanto à aragonita. Os processos estuarinos predominantes que regeram as mudanças no sistema carbonato no baixo estuário foram a diluição e a concentração de sais, que são dependentes do complexo equilíbrio entre os fluxos de água doce e água salgada que alteram a salinidade da superfície, produzindo condições favoráveis para o desenvolvimento do fitoplanctôn e para a entrada de carbono continental. Os baixos valores encontrados da pressão parcial de CO2 na água (pCO2) refletiram nas condições de absorção de CO2 (verão/outono austral) e na emissão de CO2 (inverno/primavera austral) para a atmosfera. Esse balanço entre sumidouro e fonte foi modulado pela combinação da velocidade do vento, vazão de água doce, temperatura da água e correntes de saída/entrada, sendo a proliferação de fitoplâncton e a forte mistura vertical induzida pelo vento forçantes pontuais no ELP que resultaram nas trocas de CO2 altamente variáveis nas diferentes regiões. Ao contrário da maioria dos sistemas estuarinos, o ELP atuou, no geral, como um sumidouro líquido de –2 mmol m–2 d–1 de CO2 de durante o período investigado entre 2017 e 2021. A maior concentração estuarina de CO2, devido a produção autóctone, indicou a heterotrofia em águas estuarinas e concluiu-se que parte desse carbono produzido no estuário é exportado para o litoral, sendo evidenciado pela alta concentração de CO2 na foz do estuário. A variabilidade temporal dos parâmetros do sistema carbonato e dos fluxos líquidos de CO2 revelaram a complexidade da biogeoquímica na região de estudo e os desafios a serem enfrentados em futuras pesquisas, para se obter uma melhor compreensão da variabilidade do sistema carbonato e do entendimento das trocas regionais de CO2, elucidando o papel de grandes estuários e baías costeiras no balanço global de carbono.
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    Contaminação por plásticos em ambiente de marisma e sua interação com o processo de bioincrustação
    (2022) Pinheiro, Lara Mesquita; Pinho, Grasiela Lopes Leães; Agostini, Vanessa Ochi
    A contaminação por resíduos sólidos é um problema global principalmente devido ao uso de itens plásticos, atualmente categorizados de acordo com seu tamanho em macroplásticos (MAP), mesoplásticos (MEP) e microplásticos (MIP). Seu exacerbado consumo e persistência ambiental vêm causando problemas nos mais diversos ecossistemas, incluindo estuários. Outra problemática associada aos resíduos sólidos é que estes vêm sendo utilizados como substratos para o processo de bioincrustação. Apesar de se saber bem como esse processo ocorrem em superfícies naturais, ainda pouco se sabe dessa relação com resíduos sólidos como os plásticos. A comunidade bioincrustante em plásticos vem sendo chamada de Plastisfera, sendo que estudos nessa temática são escassos em ambientes estuarinos como marismas. Assim, o presente estudo teve como objetivo caracterizar a contaminação por plásticos em uma marisma e avaliar a sua interação com o processo de bioincrustação. Para tal, foi escolhida a Marisma do Molhe Oeste, no Estuário da Lagoa dos Patos (ELP), que apresenta zonação bem definida pela vegetação e taxa de alagamento. As hipóteses testadas foram: (i) a Marisma do Molhe Oeste está contaminada por resíduos sólidos, predominantemente plásticos, com variação negativa de distribuição em relação à taxa de alagamento, e (ii) a bioincrustação na marisma é afetada por diferentes características dos resíduos sólidos e pela zonação. Os níveis de contaminação por resíduos sólidos atingiram 5,35 ± 6,02 itens m-2 (maioria plásticos), 8,89 ± 8,75 MIPs L-1 em água, 279,63 ± 410,12 MEPs e MIPs kg-1 de sedimento seco superficial, e 366,92 ± 975,18 MEPs e MIPs kg-1 de sedimento seco ao longo da coluna sedimentar. Quantidades significativamente maiores de resíduos foram vistas nas zonas mais secas da marisma do que em relação às zonas mais alagadas para MAPs, MEPs e MIPs, o que confirma a primeira hipótese. Isso pode ser explicado por uma combinação de fatores como anta entrada de material (principalmente de origem doméstica, de pesca ou portuária), o papel de aprisionamento da vegetação nessa zona, e a hidrodinâmica do ELP. Foram encontrados 13 grupos de macro- organismos associados aos resíduos sólidos, além de micro-organismos (bactérias, fungos e microalgas) em MEPs e MIPs. Os organismos demonstraram ocorrência variadas nas zonas da marisma e características do substrato, o que pode estar associado aos diferentes níveis de resistência a variações de disponibilidade de água e luz e à comunidade previamente estabelecida, sendo então a segunda hipótese confirmada. Futuros estudos temporais de monitoramento dessa contaminação e de investigação mais profunda da comunidade epiplástica (i.e. Plastisfera) são necessários para entender suas consequências para os ecossistemas de marismas.