IO – PPG - Programas de Pós-Graduação
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- ItemAbundância de Farfantepenaeus paulensis (PÉREZ FARFANTE, 1967) e captura incidental de Callinectes sapidus RATHBUN, 1896 no estuário da Lagoa dos Patos, RS(2015) Ruas, Vinicius Mendes; D’Incao, FernandoO camarão-rosa Farfantepenaeus paulensis e o siri-azul Callinectes sapidus são espécies que utilizam os estuários durante seus ciclos de vida, e nestes ambientes são encontrados nas fases de pós-larva e juvenil, no caso do camarão-rosa, e zoé, megalopa, juvenil e adulto no caso do siri-azul. O sucesso de entrada destes organismos nos estuários onde ocorrem, depende das entradas de água salgada. Nos estuários estas espécies tornam-se alvo da pesca artesanal. Com o objetivo de contribuir para o conhecimento ecológico destas espécies, esta tese está composta por três capítulos independentes que avaliaram a variação espaço-sazonal na abundância, a seleção de habitat e a captura incidental. Os estudos foram realizados no estuário da Lagoa dos Patos, sul do Brasil. O primeiro capítulo aborda a variação espaço-sazonal na abundância relativa de pós-larvas e juvenis do camarão-rosa. Comparou-se a abundância dos organismos entre as áreas protegida (enseadas rasas) e a desprotegida (margens rasas do corpo de água central), e foi analisada a influência da salinidade e da temperatura. As maiores abundâncias de pós-larvas foram encontradas na área desprotegida, enquanto que os juvenis foram mais abundantes na área protegida. A abundância dos organismos aumentou com a temperatura e a salinidade, sendo que esta última variável influenciou na chegada das pós-larvas na área protegida. A abundância do camarão-rosa apresentou uma variação sazonal bem definida. O segundo capítulo comparou as variações da abundância relativa e do tamanho, das pós-larvas e juvenis do camarão-rosa, e de juvenis do siri-azul, considerando a influência da salinidade e da presença de pradarias de fanerógamas submersas. As espécies apresentam uma variação ontogenética na preferência por habitat no estuário. A salinidade e a presença de pradarias de fanerógamas submersas exerceram influência sobre a abundância e o tamanho dos indivíduos encontrados. O terceiro capítulo avaliou a captura incidental do siri-azul na pesca artesanal do camarão-rosa. A maior CPUE ocorreu na área mais próxima da abertura do estuário ao oceano. As capturas indicaram um maior impacto sobre os machos e uma baixa seletividade da rede, o que pode causar prejuízos na reprodução da espécie.
- ItemAbundância e distribuiçãoda baleia jubarte (Megaptera novaeangliae) na costa do Brasil(2013) Julião, Heloise Pavanato; Kinas, Paul GerhardPopulação é a unidade fundamental da conservação e sua forma mais simples de monitoramento envolve a amostragem temporal regular para a determinação do status populacional. Uma das populações de baleia jubarte do Hemisfério Sul utiliza a costa do Brasil entre maio e dezembro para se reprodução e criação dos filhotes. Esta população, denominada “estoque reprodutivo A” pela Comissão Internacional da Baleia, tem mostrado sinais de recuperação após um marcado declínio devido a caça e um longo período de moratória. Esta população se concentra principalmente no Banco dos Abrolhos (BA), onde águas calmas e quentes parecem constituir um hábitat ideal. Este estudo teve o objetivo de estimar o tamanho da população de jubartes para o ano de 2011, bem como predizer a distribuição de grupos na costa brasileira. O método de amostragem de distâncias foi implementado, e modelos hierárquicos Bayesianos foram propostos para estimar a abundância. Modelos auto-regressivos condicionais foram aplicados para predizer a densidade em células de 0.5° de latitude e longitude. O tamanho da população foi estimado em 10,160 baleias (Cr.I.95%=6,607-17,692). As maiores densidades foram encontradas entre o Banco dos Abrolhos e a Baía de Todos os Santos (BA). Os resultados sugerem que o aumento populacional acarreta a expansão da população para além do Banco dos Abrolhos.
- ItemAbundância relativa sazonal e ameaças potenciais a juvenis de tartaruga-verde (Chelonia mydas) em duas áreas do Atlântico sul ocidental(2014) Souza, Gustavo Martinez; Kinas, Paul GerhardA temperatura superficial do mar (TSM) influencia diretamente os limites latitudinais na distibuição da tartaruga-verde Chelonia mydas. A presente tese tem como objetivo avaliar a abundância relativa sazonal e identificar potenciais ameaças às tartarugas-verde em duas áreas oceanograficamente distintas do Atlântico Sul Ocidental. Foi realizado um intenso programa de monitoramento na região de Itapirubá, sul de Santa Catarina, Brasil (28º19S; 48º43O) e Cerro Verde, Rocha, Uruguai (33º56S; 53º30O). O estudo confirmou a presença anual de juvenis de tartaruga-verde em ambas áreas, mas não foi possível avaliar a abundância relativa sazonal em Itapirubá, Santa Catarina. Entretanto, foi possível avaliar a ameaça potencial e efetiva da pesca artesanal de Itapirubá às tartarugas marinhas da região, nas quais as principais pescarias da comunidade de Itapirubá (pesca da anchova, da tainha e da corvina) podem ser consideradas pescarias com baixa ameaça potencial e ausência de mortalidade. No entanto, a pesca do linguado pode ser considerada uma ameaça potencial local às tartarugas marinhas, com maior probabilidade de captura e taxa de mortalidade. Em Cerro Verde, durante 162 dias de captura (589 horas), foram registradas 703 capturas, sendo identificados 675 espécimes, com a abundância relativa variando sazonalmente. As estações com maior e menor abundância relativa, fim de Outono e início da Primavera, respectivamente, apresentam intervalo térmico semelhante (TSM de 14oC a 20oC), e por isso, esperava-se que a razão entre as abundâncias relativas fosse próxima de 1:1, ao contrário de 0,3, que representa uma abundância relativa de tartarugas na primavera de apenas 30% do que o observado no final do outono, antes da temperatura ultrapassar o limite de atividade (14ºC). Uma explicação plausível para essa variação sazonal da abundância relativa estaria na segregação das estratégias de seleção térmica de habitat frente ao limite de atividade (14ºC): algumas tartarugas (aproximadamente 70% - associada a presença de fibropapilomas) realizariam migrações sazonais para outras áreas de alimentação costeiras em melhores condições térmicas (estoque sazonal de tartaruga-verde); enquanto outras tartarugas (aproximadamente 30%) permaneceriam na mesma região, em inatividade e/ou hibernação, associados ao fundo (estoque residente de tartaruga-verde). A alta ocorrência de juvenis de tartaruga-verde com epibiontes típicos do substrato rochoso de Cerro Verde pode ser uma evidência que tais espécimes residentes estiveram em estado de torpor ou dormência durante os períodos frios. Pode-se considerar que Cerro Verde apresenta uma tendência de estabilidade ou aumento na abundância relativa. Apesar disso, ameaças potenciais foram identificadas: ocorrência do caracol invasor Rapana venosa como epibionte; e a interação com a atividade de dragagem.
- ItemAcanthocephala em Paralichthys orbignyanus (Valenciennes, 1839) no estuário da Lagoa dos Patos – Rio Grande, RS(2014) Pimentel, Amanda Duarte; Pereira Jr., JoaberParalichthys orbignyanus (Valenciennes, 1839) é importante para a pesca e demonstra potencial para o cultivo, como outros linguados que já apresentam uma produção consistente e que cresce anualmente. Para viabilizar seu cultivo alguns estudos são necessários, dentre eles aqueles relativos à sua fauna parasita. Portanto, neste trabalho é estudada a ecologia do parasitismo de Acanthocephala em P. orbignyanus através de análises dos índices parasitológicos (Prevalência, Intensidade Média de Infecção e Abundância Média), fatores somatotróficos dos hospedeiros e fatores ambientais. As necropsias foram totais (n=91). Os acantocéfalos coletados permaneceram 24 horas na água destilada e após foram fixados em AFA. Os parasitos foram corados com carmin de Semichon e montados em lâminas permanentes com bálsamo do Canadá. Neste estudo foi apresentada a primeira descrição de formas larvais desta espécie em hospedeiros paratênicos. Foram encontrados espécimes de Southwellina hispida e Corynossoma australe nas formas de cistacanto nos mesentérios dos hospedeiros. A comparação morfométrica entre cistacantos e adultos de S. híspida mostra crescimento alométrico das larvas. A probóscide das larvas cresce mais rapidamente em relação ao tronco e isso sugere uma forma de garantir a eficiente fixação no momento em que o parasito alcança o hospedeiro definitivo adequado. Não houve correlação nem diferença significativa entre a intensidade de infecção registrada e os fatores ambientais observados. Assim como não houve correlação e diferenças entre os fatores relacionados ao hospedeiro como peso, comprimento, itens da dieta e gênero sexual. Estes resultados sugerem que as condições estuarinas locais representam um cenário viável para cultivo de P. orbignyanus uma vez que, em tanques rede onde ocorre o inevitável contato com a fauna adjacente, o que viabilizaria as infecções por S. híspida, normalmente prejudiciais, parecem não ter sucesso.
- ItemAcantocefaloses e nematodíase gastrointestinal em Arctocephalus australis (Mammalia: Pinnipedia): existe diferença entre gênero sexual, condição sexual, histopatologia e sazonalidade?(2012) Silva, Renato Zacarias da; Cousin, João Carlos Brahm; Pereira Júnior, JoaberA tese analisa as influências do gênero sexual e da condição reprodutiva de Arctocephalus australis sobre os índices parasitológicos de algumas helmintíases gastrointestinais, assim como descreve e tipifica as alterações causadas por helmintos do tubo gastrointestinal de hospedeiros encalhados mortos no litoral sul do Brasil. Os índices parasitológicos analisados compreendem a Prevalência (P%) e a Intensidade Média de Infecção (MI) das corinosomíases (Corynosoma australe, C. cetaceum e Bolbosoma sp.) e da contracequíase (Contracaecum sp.) considerando os gêneros sexuais e condições reprodutiva dos hospedeiros. Outras variáveis parasitológicas são também avaliadas para a espécie hospedeira, tais como Abundância Média de Infecção (MA), a Amplitude de Infeção (Ax) e o Padrão de Agrupamento (CRD Crowding ). A sazonalidade destas helmintíases é analisada entre dois grandes grupos: Primavera-Verão (S-S) e Outono-Inverno (A-W). Variáveis para as lesões da contracequíase são adaptadas daquelas parasitológicas (L-P%, L-MI, L-MA e L-Ax) e analisadas igualmente para os hospedeiros, seus gêneros e condições sexuais. As intensidades de infecção parasitárias (PII) são analisadas para todas as helmintíases com relação ao comprimento dos hospedeiros (TL) machos e fêmeas. As intensidades de lesão (PIL) relacionadas à contracequíase são também analisadas com relação ao TL dos hospedeiros machos e fêmeas. Tecidos gastrointestinais (normal e anormal) e tecido gonadal (masculino e feminino) foram submetidos ao protocolo histológico de rotina para inclusão em parafina e montagem permanente em bálsamo. Tecidos gastrointestinais foram descritos, mensurados sob microscopia e comparados. Tecidos gonadais foram analisados para a condição sexual dos hospedeiros (filhotes, pré-púberes, adultos) de acordo com a gametogênese, luteogênese e luteólise. Lesões por contracequíase foram contadas e mensuradas de acordo com o tipo. Corynosoma cetaceum representa uma infecção acidental refletida pelos baixos valores de P%, MI, MA e Ax, somadas as formas juvenis encontradas. As infecções se iniciam nos hospedeiros ainda filhotes. As PII, nas corinosomíases (por C. australe e Bolbosoma sp.) alcançam valores mais altos e mais rapidamente nos hospedeiros machos, enquanto que na contracequíase ocorre o contrário. De modo geral, as P% e as MI nos hospedeiros machos são mais elevadas, mas não necessariamente diferentes dos valores das fêmeas. Neste sentido, hospedeiros machos podem ser interpretados como estoques parasitários para C. australe, pois demonstram extrema distância entre média e variância para esta parasitose quando comparados aos valores apresentados pelas fêmeas hospedeiras. A bolbosomíase é a única que demonstra diferenças os gêneros sexuais dos hospedeiros. Os valores de MI e MA mostram que C. australe infecta predominantemente a metade caudal do intestino delgado, enquanto que Bolbosoma sp. infecta predominantemente a metade cranial, constituindo assim uma guilda. Nenhuma helmintíase demonstrou padrões sazonais marcados pela P% e MI, todavia CRD aponta para diferenças entre os agrupamentos sazonais da bolbosomíase. As polimorfíases não causam lesões inflamatórias nos hospedeiros, mas a contracequíase causa cinco tipos de lesão gástrica entre inflamatórias e não-inflamatórias. Corynosoma australe apresenta três padrões de ancoragem na mucosa intestinal (diferentes graus de aprofundamento corporal na mucosa intestinal), assim como, cavidades côncavas crateróides (desancoragem). Hospedeiros machos e fêmeas se assemelham no modo quantitativo de aquisição de lesões gástricas por contracequíase, conforme crescem e maturam sexualmente. Das lesões por contracequíase dois tipos não são inflamatórias (locais de penetração na parede estomacal com o parasito parcialmente exposto na luz gástrica e os locais de ancoragemdesancoragem pontual do parasito adulto na superfície mucosa); dois são severamente inflamatórias (úlceras e piogranulomas) e outra compreende cicatrizes (principalmente dos processos inflamatórios). Todavia, todos os tipos de lesão, sejam das polimorfíases ou da contracequíase, causam alterações significativas na estrutura das paredes dos órgãos afetados, tal como a redução da espessura da mucosa e deformações nas estruturas glandulares estomacais e das criptas intestinais. As lesões inflamatórias são marcadas por severa infiltração imunocelular (macrófagos, células gigantes de corpo estranho, neutrófilos, eosinófilos), necrose e fibrose. Não houve diferença entre machos e fêmeas hospedeiros, assim como entre suas condições reprodutivas para os índices lesionais. Todavia as dimensões em comprimento e largura das úlceras (maiores nos hospedeiros machos) diferiram entre os gêneros sexuais.
- ItemAcidificação oceânica e variação interanual de CO2 antropogênico no Estreito de Bransfield, Antártica(2019) Lasso, Juan Camilo Torres; Pereira, Rodrigo Kerr DuarteAs propriedades hidrográficas e químicas das massas de água foram analisadas no estreito de Bransfield, uma bacia semi-isolada localizada ao norte da Península Antártica, no Oceano Austral. Os dados foram obtidos pelo Grupo de Oceanografia de Altas Latitudes(GOAL) nos cruzeiros consecutivos dos verões de 2015 até 2018, como parte das atividades executadas pelo projeto NAUTILUS. Nossos objetivos foram(i) quantificar o dióxido de carbono(CO2),associado a atividades antropogênicas(Cant),nas massas de água das bacias central e leste do estreito de Bransfield,e(ii) determinar o estado de acidificaçãodas águas da área de estudo. Baseados no método TrOCA(Tracer combining Oxygen, inorganic Carbon, and total Alkalinity),estimamos uma concentração média de Cantde 51 µmol kg1nas duas bacias, sendoligeiramente maior na bacia central(53 µmol kg1) quena bacia leste(49 µmol kg1).Os resultados indicaram que a ventilação recente das bacias profundas do estreito insere quantidades consideráveis de Cantna região,principalmente através da advecção da Água de Plataforma de Alta Salinidadeoriundado marde Weddell. Além disso, a profundidade média do horizonte de saturação da aragonita é ~ 200 m mais raso na bacia central que na leste. A intrusão de Cantno estreito de Bransfield pode mudar rapidamente o estado de acidificação do oceano devido aos intensos processos de mistura de massas de água
- ItemAcumulação de elementos traço em organismos no estuário da Lagoa dos Patos(2011) Garcia, Janice Goris; Niencheski, Luis Felipe HaxNeste trabalho teores de elementos traço As, Cd, Cu, Cr, Fe, Mn, Pb, Ni e Zn foram determinados no camarão-rosa Farfantepenaeus paulensis, no cirripédio Balanus improvisus e no mexilhão Perna perna, coletados entre os anos de 2006 e 2010 no estuário da Lagoa dos Patos. Os resultados foram avaliados em função das variações hidrológicas interanuais ocorridas neste estuário e da comparação com resultados anteriores de trabalhos desenvolvidos com estas espécies neste estuário. As cracas inteiras analisadas mostraram-se adequadas ao monitoramento de As, Cd, Pb e Mn, cujos teores relacionaram-se positivamente às concentrações da água estuarina e inversamente à salinidade. Da mesma forma, os mexilhões juvenis apresentaram maiores concentrações de As, Cd, Cr, Pb, Mn e Zn quando o estuário apresentava-se sob condições menos salinas, exibindo o mesmo comportamento destes metais na água. Já os teores de cobre nesses organismos estiveram associados de forma direta à salinidade do estuário. As maiores concentrações de alguns metais nos mexilhões e cracas amostrados no Farol da Conceição, local sem aporte antrópico direto, com relação à região portuária, podem estar relacionadas a um maior aporte de água subterrânea na região de praia. Os resultados obtidos na região do Farol podem ser usados na comparação qualitativa das flutuações de concentrações de metais ocorrentes na região portuária. A análise do camarão inteiro refletiu melhor as condições ambientais do que a fração limpa, com teores de As, Mn, Pb relacionados inversamente à salinidade e teores de cobre relacionados de forma direta a essa variável. A avaliação temporal de metais acumulados nos organismos mostrou uma redução das concentrações da maioria dos elementos analisados, sendo observado um aumento somente nas concentrações de Cd e Zn com relação ao estudo realizado, em mexilhões,há 10 anos, o que também foi observado para o Cd e Pb nas cracas. A avaliação sanitária dos teores de metais em mexilhões e camarões indicou teores de As, Cr e Cu acima dos limites máximos permitidos pela legislação, indicando a relevância da continuidade do estudo da acumulação de elementos por esses organismos para a identificação de possíveis fontes de contaminação. Soma-se a isso a necessidade de se obter um conhecimento mais aprofundado da variabilidade das concentrações metálicas associadas a aportes continentais e a variações biogeoquímicas do estuário e, sobretudo discernir as frações naturais das antrópicas.
- ItemAcumulação de HPAs pela Spartina alterniflora cultivada em solo de Landfarming de indústria petroquímica(2008) Viana, Francine Vicentini; Baisch, Paulo Roberto MartinsForam determinadas as concentrações de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) em plantas de marismas Spartina alterniflora, cultivadas em solo contaminado (landfarming) e em solo não contaminado. As concentrações de HPAs nas plantas foram quantificadas nas raízes, hastes, folhas e folhas mortas a fim de investigar a absorção e translocamento de HPAs através da planta. Para avaliar a remoção de HPAs pela S. alterniflora as concentrações foram medidas também no solo. As plantas apresentaram desenvolvimento semelhante até os 60 dias de experimento, quando as plantas cultivadas no solo não contaminado apresentaram um desenvolvimento significativamente maior. As variações nos teores de nutrientes no solo contaminando sugerem que neste tratamento ocorreu um desenvolvimento maior de microorganismos. Tanto no tratamento com solo contaminado como no cultivo em solo não contaminado, o fator de concentração nas raízes (RCF) mostrou que as raízes apresentaram as maiores concentrações de HPAs. Os fatores de concentração nas hastes, folhas e folhas mortas (SCF, FCF e FMFC, respectivamente) indicaram que os compostos de 2-4 anéis também foram assimilados pela S. alterniflora, como fenatreno, antraceno, pireno e criseno. No solo, as concentrações deste grupo de compostos reduziram tanto no tratamento com solo contaminado quanto no solo não contaminado. Os HPAs mais recalcitrantes (5-6 anéis) como benzo(b)fluoranteno e benzo(e)pireno ficaram limitados às raízes, não havendo redução nas concentrações do solo. A utilização de Spartina alterniflora após o tratamento biológico landfarming mostrou que a presença da planta é capaz de auxiliar na remoção de alguns HPAs do solo, seja pela remoção destes através da absorção direta pela planta, seja pela estimulação da microbiota associada às raízes, que realizam biodegradação.
- ItemAcumulação e toxicidade do cobre em animais de praias arenosas do extremo sul do Brasil(2008) Martins, Samantha Eslava Gonçalves; Bianchini, AdaltoA zona de arrebentação das praias arenosas do extremo Sul do Brasil constitui um ambiente de extrema importância para o recrutamento e assentamento de muitas espécies. Em função do crescente desenvolvimento industrial e urbano nas últimas décadas, o estudo de possíveis alterações neste ecossistema torna-se fundamental. O objetivo do presente estudo foi, portanto, avaliar a acumulação e toxicidade do cobre, em guildas do ecossistema em questão, para avaliar suas respostas à possíveis elevações dos níveis deste contaminante. Indivíduos do misídeo Metamysidopsis elongata atlantica, pampo-malhado Trachinotus marginatus, marisco branco Mesodesma mactroides e siri-chita Arenaeus cribrarius foram submetidos à testes para determinação da toxicidade do cobre (CL50) e cinética de acumulação deste metal. Um estudo in situ também foi realizado para verificar a possível influência da dinâmica do ambiente e da sazonalidade sobre a acumulação do cobre nas espécies estudadas. Os resultados obtidos indicam que o misídeo Metamysidopsis elongata atlantica é a espécie mais sensível ao cobre e que pode ser utilizada para estabelecer novos limites de emissão deste metal em praias arenosas. Por sua vez, o bivalve M. mactroides apresentou as características relevantes para o uso em futuros estudos de biomonitoramento da contaminação da zona costeira pelo cobre. Os dados de acumulação em tecidos de animais expostos ao cobre em laboratório indicaram que as brânquias dos pampos e dos mariscos, bem como os misídeos íntegros podem ser utilizados como modelos biológicos para avaliar a biodisponibilidade e toxicidade do cobre em praias arenosas. O estudo in situ mostrou que a 6 acumulação de cobre no inverno é maior nos indivíduos que habitam o Molhe Leste, indicando um maior aporte do metal nesta região no inverno. No verão, os maiores níveis de acumulação foram geralmente observados em áreas de maior impacto antrópico.
- ItemAdvecção de água subterrânea para as lagoas costeiras do litoral norte do RS, Brasil(2014) Rocha, Cacinele Mariana da; Niencheski, Luis Felipe Hax; Andrade, Carlos Francisco Ferreira deEste trabalho teve por objetivo o estudo as lagoas costeiras do litoral norte do Rio Grande do Sul (RS) e seus tributários quanto ao transporte de água doce de origem subterrânea para a plataforma continental, via estuário subterrâneo. É um estudo pioneiro sobre a descarga de água subterrânea (DAS) no litoral norte do RS. Inicialmente, o capítulo 1 avaliou o transporte de água do manancial subterrâneo em direção aos corpos lagunares costeiros da região norte do RS empregando o método seepage meter, devido sua facilidade e rápida resposta. A área de estudo restringiu-se, pelas limitações do método, a um par de pontos em cada uma das lagoas Itapeva, Quadros, Pinguela e Barros, sendo que um dos pontos foi fixado na margem mais próxima da encosta e o outro, mais próximo da linha de costa. Este posicionamento amostral correspondeu às expectativas de que estas margens respondem diferentemente, de forma geral, recebendo águas subterrâneas próximo ao embasamento e perdendo águas para o manancial subterrâneo mais próximo a linha de costa, em direção a praia. Sanada a lacuna da participação das águas subterrâneas no abastecimento/consumo das águas dos corpos lagunares, foi possível rever o balanço hidrológico para cada lagoa, inclusive indicando a representação do aporte subterrâneo frente às demais contribuições, que esteve entre 13 e 27 %. Ainda, estes dados possibilitaram estimar o tempo de residência destas águas superficiais, que variou desde poucas semanas até alguns meses. No capítulo 2 foi aplicada uma técnica mais apurada, que quantifica com maior flexibilidade um proxy natural, o gás radônio, característico indicador de águas subterrâneas. Com isso, foi possível estender a rede amostral para um maior número de pontos nas margens destas mesmas lagoas, e agregar estações de coleta nos seus tributários, bem como em poços tubulares localizados em seus entornos. A execução se deu em duas campanhas, entre 2012 e 2014 e, evidenciou fluxo de radônio elevado nos tributários e um pouco mais baixos nas margens lagunares. Neste capítulo, a resposta entre margens também foi diferenciada, corroborando os resultados do capítulo anterior. Foi estabelecido um balanço de massa para o qual resultaram descargas sensivelmente mais elevadas do que aquelas observadas via seepage meter e volumes na ordem de mais de 50 mil m3 ao dia, demonstrando ser a DAS responsável por até 22 % na participação das águas lagunares e 40 % dos volumes de escoamento em tributários. Por fim, foi estabelecido os “end member” destes sistemas lagunar e fluvial, indicando o processo advectivo na faixa de milhões de metros cúbicos ao ano para esta região, assim como toneladas de nutrientes acompanhantes que confirmam ser a DAS fonte importante para a produção primária da costa oceânica adjacente.
- ItemAgeing, maturation and seasonal growth of the Argentine short-finned squid lIlex argentinus (Cephalopoda: Ommastrephidae) commercially fished in southern Brazil(2011) Bainy, Mara Cristiane Rodrigues Silveira; Haimovici, ManuelExemplares de Illex argentinus capturados pela pesca comercial ao longo do sul do Brasil foram amostrados mensalmente de Março de 2007 a Janeiro de 2008, para comprimento dorsal do manto (ML), sexo, idade e maturidade e para comparação entre ‘estação fria’ (Junho-Novembro) e ‘estação quente’ (Dezembro-Maio). Os machos foram 51.5% da amostra, 106-330 mm, 96-275 dias; enquanto que as fêmeas foram 48.5%, 114-341 mm, 124-257 dias. A distribuição de freqüência de ML mostrou que exemplares pequenos ocorreram durante todo o ano enquanto que os machos e a fêmeas grandes ocorreram apenas na ‘estação fria’. O retro-cálculo da data de eclosão mostrou uma desova anual, sendo mais intensa nos meses frios. 131-330 mm ML e 147-275 dias foram os mínimos e os máximos encontrados para os machos maturos, enquanto que para as fêmeas foram 166-341 mm e 146-257 dias. A média do ML na maturidade foi de 181,2 mm e 156,3 mm para fêmeas e machos, respectivamente, e, 79,8% das fêmeas maturas estavam acasaladas. A fase paralarval teve uma média de 28,4 dias e não houve diferença sazonal e no sexo. O crescimento (incremento médio diário ML) dos calamares eclodidos na ‘estação quente’ e que cresceram como juvenis e maturos na ‘estação fria’ foi maior do que aqueles eclodiram na ‘estação fria’. O oposto foi observado para os calamares que eclodiram na ‘estação fria’. De acordo com estes resultados, Illex argentinus pquenos e maturos, desovam e eclodem no sul do Brasil em todas as estações e têm uma fase paralarval menor do que os exemplares de latitudes mais altas. A mistura de calamares pequenos eclodidos por todo o ano e calamares maiores desovantes de inverno é sugerido.
- ItemÁguas Intermediárias do Oceano Austral: Análise histórica e projeções(2022) Almeida, Lucas Rodrigues de; Mata, Mauricio Magalhães; Mazloff, MatthewAs massas de água denominadas Água Intermediária Antártica (AAIW) e Água Modal Subantártica (SAMW) são formadas em regiões específicas ao redor do oceano Austral pelo processo de subducção. A teoria prediz que, em decorrência da atuação intensa dos ventos de oeste, combinado com perda de flutuabilidade, essas águas afundam para abaixo da camada de mistura e ventilam as regiões subtropicais do hemisfério sul, levando consigo grandes quantidades de calor e gás carbônico, sendo um processo chave para o sistema climático global. Neste estudo, é investigado como os modelos do Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados (CMIP) estão representando estas massas de água, focando nos processos envolvidos na sua variabilidade temporal e também nas regiões onde estas águas são formadas no oceano Austral. Para isto foram analisados os transportes de volume das AAIW/SAMW em 30oS e os fluxos oceano- atmosfera envolvidos neste processo (i.e., bombeamento de Ekman, fluxo de calor e de água doce), levando em conta tanto suas variações ao longo do tempo como suas distribuições espaciais. Foi encontrada uma alta variabilidade na intensidade dos transportes entre os modelos, sendo que a maioria superestima estes valores quando comparado com dados obtidos in situ. Através de uma correlação multivariada, foi demonstrado que as variabilidades destas massas de água são melhores explicadas utilizando os três fluxos em conjunto e os coeficientes resultantes destas análises são não-estacionários, variando ao longo do tempo, o que significa que eles inclusive alternam de dominância quando considerados em cenários climáticos futuros. Em relação às regiões de formação das massas de água, foi encontrada uma acurada performance dos modelos, considerando que na maioria destes elas se formam nas regiões apontadas em estudos observacionais: leste do setor Índico, Passagem de Drake e ao sul da África. E então, elas são exportadas para norte, principalmente pelas bordas dos três grandes oceanos, acompanhando a circulação dominante. Essas áreas não parecem mudar nos cenários futuros, apresentando apenas um pequeno decréscimo nos coeficientes das correlações multivariadas. Portanto, apesar de os modelos ainda apresentarem algumas carências nas representações das exportações das AAIW/SAMW, eles parecem formar estas massas de água nas regiões corretas e seguindo a relação com os fluxos oceano-atmosfera esperados.
- ItemAlterações de longo prazo na estrutura dinâmica populacional da pescadinha Macrodon atricauda (Günther, 1880) no sul do Brasil(2014) Cardoso, Luis Gustavo; Haimovici, ManuelO cultivo de camarões marinhos em sistema de bioflocos (BFT) é realizado com pouco ou nenhuma renovação de água, forte aeração, alimentação balanceada, redução nos níveis de proteína marinha e estímulo à produtividade natural nos meios de criação. O custo mais elevado das terras em regiões costeiras e a legislação ambiental limitam a expansão da aquicultura e o cultivo em locais afastados da costa pode ser uma solução para este problema. Estudos recentes têm focado no cultivo do camarão branco do Pacífico Litopenaeus vannamei em águas oligohalinas e em águas artificiais obtidas através da mistura de sais. Entretanto, pouco se sabe a respeito da alcalinidade ideal para o cultivo de L. vannamei em BFT e sobre o efeito da suplementação de cálcio no desempenho e sobrevivência da espécie. Desta maneira, o presente estudo teve como objetivo verificar a influência da adição de sais de cálcio e de diferentes níveis de alcalinidade no crescimento e sobrevivência dessa espécie em diferentes salinidades. Foram realizados três experimentos: 1. Efeito da salinidade e da alcalinidade no crescimento e sobrevivência de juvenis de L. vannamei cultivado em sistema de bioflocos; 2. Efeito da adição de cálcio no crescimento e sobrevivência de juvenis de L. vannamei em baixa salinidade;. 3. Efeito da concentração de cálcio e da salinidade na respiração, excreção de nitrogênio amoniacal e na atividade da Na+/K+ ATPase em juvenis de L. vannamei. Com os resultados obtidos neste estudo podemos chegar as seguintes conclusões: 1. O cultivo em salinidade 12 ou acima é mais seguro frente a possíveis picos de amônia e nitrito no sistema, alcalinidades menores podem ser adotadas em sistemas BFT uma vez que as variações diurnas nos valores de pH são menores se comparados a sistemas convencionais, ademais, menores valores de pH conferem mais segurança ao cultivo uma vez diminuem a concentração do gás amônia (tóxico); 2. A adição de cálcio melhora o crescimento dos camarões cultivados em salinidade iguais ou superiores a 4. Recomenda-se a adição de cálcio em águas de salinidade 2 e 4 com concentrações de cálcio iguais ou inferiores a 118 mg/L; 3 A adição de cálcio no meio experimental diminui a excreção de amônia e a respiração de L. vannamei na salinidade 2, indicando que a adição de cálcio pode diminuir o gasto energético com a osmorregulação podendo propiciar maior energia para outros fins como o crescimento.
- ItemAlternativas de manejo para o problema da erosão costeira no balneário de Hermenegildo, Rio Grande do Sul(2012) Koerner, Karl Franz; Tagliani, Carlos Roney ArmaniniO balneário do Hermenegildo está localizado no extremo sul do Brasil, no município de Santa Vitória do Palmar – RS, e possui um histórico processo de erosão costeira que vem sendo intensificado desde a década de 1970. Muitos estudos vêm sendo desenvolvidos neste balneário na última década. Estes estudos envolvem aspectos relacionados às causas da erosão, como aspectos da evolução geomorfológica, morfodinâmica e sedimentologia, e aspectos relacionados às consequências da erosão e seus impactos, como caracterização e acompanhamento de estruturas de contenção e proteção. Entretanto, existe uma demanda por trabalhos, ainda não devidamente explorada, relacionados à gestão da erosão e a propostas de soluções e alternativas para o gerenciamento deste problema. Tendo em vista esta demanda, o presente estudo tem como objetivo analisar as alternativas de manejo para o problema da erosão costeira no balneário. Para isto, foi realizada uma extensa revisão bibliográfica sobre dois assuntos principais: o problema da erosão costeira no Hermenegildo; e as alternativas de manejo existentes. A partir disso, foram discutidas possibilidades que podem ocorrer se implementadas estas alternativas no balneário. Foi também analisada a disponibilidade de recursos minerais utilizando um Sistema de Informações Geográficas (SIG) e análises granulométricas. Além disso, foram verificadas as condições geográficas e morfodinâmicas locais e a disposição da comunidade para a aplicação destas alternativas. Com este trabalho pode-se concluir que existe disponibilidade de recursos minerais no entorno, tanto rochas para estruturas de proteção e estabilização da praia como areia para realizar um engordamento. Existe área disponível para recuo das casas, porém não há disposição da comunidade para se mudar da orla. Finalmente pode-se também concluir que é necessária uma intervenção das autoridades públicas para restringir novas construções na orla, visto que, caso se mantenha a inatividade do poder público, certamente se observará uma intensificação da problemática tratada.
- ItemAnálise comparativa da produção do camarão Litopenaeus vannamei durante um ou dois ciclos intensivos em sistema BFT em viveiros no extremo sul do Brasil(2013) Barbosa, Vitalina Magalhães; Poersch, Luís Henrique S.; Wasielesky Jr., WilsonO cultivo de camarão em viveiros no sul do Brasil está restrito às épocas mais quentes do ano, ocorrendo geralmente de novembro a abril. Este período restrito para a produção de camarão na região evidencia a necessidade de adotar uma estratégia que aumente a produtividade e, consequentemente, a rentabilidade durante os ciclos de engorda. Assim, este estudo objetivou comparar a produção de Litopenaeus vannamei durante dois ciclos curtos e um longo em sistema BFT em viveiros no extremo sul do Brasil. O estudo foi realizado em seis viveiros com área total de 600 m3 localizados na Estação Marinha de Aquacultura da Universidade Federal do Rio Grande (EMA/FURG) e foi composto por dois tratamentos com três repetições cada: dois ciclos curtos (CC) com 75 dias de duração cada, sendo o primeiro realizado de novembro de 2011 a fevereiro de 2012 e o segundo de fevereiro a maio de 2012; e um ciclo longo (CL) realizado de novembro a maio de 2012, totalizando 150 dias de duração. No tratamento CC, os camarões foram despescados ao final do primeiro ciclo curto (CC1), para na sequência, serem reestocados camarões nas mesmas unidades experimentais utilizadas no CC1 para a realização do segundo ciclo curto (CC2). A densidade de estocagem em todos os ciclos foi de 42 camarões/m2 e o peso inicial médio foi de 1,20 g nos CC1 e CL e de 1,40 g no CC2. Diariamente, temperatura da água (ToC), oxigênio dissolvido (O2D) e pH foram monitorados duas vezes ao dia. Semanalmente, foram monitorados salinidade, sólidos suspensos totais (SST), sólidos sedimentáveis (SS), turbidez, compostos nitrogenados, alcalinidade, clorofila a e microorgansimos. Semanalmente foram também realizadas biometrias para estimar o crescimento e ajustar a quantidade de ração (38% de proteína bruta, Potimar Active 38, Guabi® , Brasil), a qual foi ofertada duas vezes ao dia por meio de bandejas e a lance. Uma biometria foi realizada ao final de todos os ciclos para determinação dos parâmetros de desempenho zootécnico. Com base nos resultados obtidos no final do experimento, uma análise econômica foi realizada para comparar o custo de produção para camarões durante dois ciclos curtos e um ciclo longo em viveiros BFT no sul do Brasil. Análise estatística utilizada neste estudo foi o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis para os parâmetros de qualidade da água e análise de variância (ANOVA) de uma-via para o desempenho zootécnico do camarão L. vannamei. Em ambos os tratamentos, não houve diferença significativa nos parâmetros de qualidade da água, temperatura, O2D, compostos nitrogenados, fósforo, SST e alcalinidade. Em contrapartida, pH, SS, turbidez e transparência foram xi significativamente maiores no tratamento CL do que no CC. Apesar dessas diferenças, a maioria dos parâmetros de qualidade da água esteve dentro da faixa recomendável para cultivo de L. vannamei em ambos os tratamentos, com exceção do pH e ToC. Cianobactéria foi o grupo de microorganismos predominante em ambos os tratamentos, correspondendo a 52% da comunidade microbiana no CL e a 49% no CC. Peso médio final (26,41 ± 0,90 g), crescimento semanal (1,17 ± 0,04 g/semana) e ganho de peso (1,14 ± 0,64 g) foram significativamente (p<0,05) maiores no tratamento CL do que no CC (11,70 ± 1,06 g; 0,98 ± 0,11 g/semana; e 0,95 ± 0,64 g, respectivamente). A conversão alimentar aparente, por sua vez, foi significativamente maior no tratamento no CL (1,57 ± 0,26) do que no CC (1,20 ± 0,12). Sobrevivência (68 ±10,50% para CL e 80 ± 2,75% para CC), biomassa (433 ± 79,92 kg para CL e 474 ± 45,65 kg para CC) e produtividade (7200 ± 1598 kg/ha/ciclo para CL e 7900 ± 913 kg/ha/ciclo para CC) não diferiram significativamente entre os tratamentos. O custo total de produção apresentou maior valor no tratamento CC (R$18.246,10) do que no CL (R$17.324,40). Além disso, através dos dados de peso, produção e custos totais do camarão, o custo de produção por quilo e a receita, apresentou uma receita de R$ 13,57/kg de camarão no tratamento CL enquanto o CC apresentou um saldo negativo de R$ 1,12/kg de camarão. Desta maneira, dentre as estratégias de produção em viveiros BFT para extremo sul do Brasil utilizando as condições experimentais do presente estudo, é possível inferir que a escolha da estratégia mais adequada é um ciclo longo. No entanto, é necessário levar em consideração, não apenas os dados de desempenho zootécnico e custos da produção, mas também as características da pesca local. Estes fatores podem influenciar o preço de venda e, consequentemente, a rentabilidade do investimento.
- ItemAnalise Crítica da Rotulagem Ambiental como Elemento Transformador da Pesca Artesanal(2014) Collina, Évellin Keith da; Abdallah, Patrízia RaggiAinda que o pescado consista em um recurso renovável, sua exploração deve ser gerida de modo adequado, processo complexo quando consideradas as incertezas dos aspectos ambientais, biológicos, econômicos e sociais a ele vinculados. Destarte, devido a essa natureza múltipla, faz-se necessária a integração dos diversos setores da sociedade envolvidos, impulsionando a legitimação de uma conduta mais zelosa no tocante ao trato desse recurso. Nesse contexto, uma maneira de incluir o mercado e o consumidor na gestão da pesca consiste nos programas de rotulagem ambiental. Sendo assim, à luz de escassa literatura dedicada ao tema, buscou-se responder a pergunta: se bem empregada, a rotulagem pode auxiliar no alcance da sustentabilidade da atividade pesqueira? Para isso, no presente trabalho, utilizou-se um estudo de caso – a pesca do camarão-rosa com enfoque em uma associação de pescadores, denominada Associação de Pescadores da Vila São Miguel (APESMI), situada em uma zona estuarina do extremo sul brasileiro. Essa pesca é importante fonte de renda para milhares de famílias de pescadores artesanais. O risco de declínio do estoque é presente e o valor recebido na venda do pescado é relativamente baixo. Sendo assim, por meio de entrevistas e revisão bibliográfica, analisou-se os métodos utilizados nos programas de rotulagem ambiental pesqueira internacional mais difundidos, identificando obstáculos, inadequações e potencialidades de implementação da rotulagem ambiental para essa comunidade. Por fim, observou-se que uma boa alternativa seria uma nova lógica na rotulagem ambiental pesqueira mais adequada aos interesses e aspirações das comunidades pesqueiras artesanais, endossando o capital social de uma dada localidade, através da criação de um selo consolidado por meio de uma parceria entre pescadores, academia, mercado e sociedade.
- ItemAnálise crítica do zoneamento ecológico-econômico costeiro (ZEEC)(2014) Mergen, Bruna Ost; Asmus, Milton LafourcadeO presente trabalho foi motivado pela falta de uma avaliação sistemática do Zoneamento Ecológico-Econômico-Costeiro (ZEEC), instrumento de planejamento territorial no âmbito do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC) do Brasil e teve como objetivo desenvolver uma análise crítica de seu processo de implementação em âmbito da Nação. Foram utilizadas entrevistas com atores governamentais no intuito de coletar informações reais através da percepção dos gestores para entender as fragilidades e potencialidades do instrumento e propiciar a identificação de critérios considerados elementos e ações essenciais do zoneamento. Os resultados compõem o estado-da-arte do ZEEC a nível federal, analisados através de sua “estrutura governamental”, “monitoramento”, “definição de objetivos”, “participação social”, “diretrizes metodológicas”, “financiamento” e “planejamento e controle”. Problemas percebidos como a descontinuidade no processo do zoneamento, a falta de integração entre os setores da política brasileira e a falta de instrumentos para a participação social foram discutidos e também foi elaborada uma relação de dependência entre os critérios. Identificou-se potenciais esforços de fortalecimento governamental através da necessidade de alinhamento dos zoneamentos elaborados no país, imposta pelo novo Código Florestal do Brasil; para isso, o Ministério do Meio Ambiente deve buscar uma maior visão ou visão integrada do território com relação à zona costeira, o ambiente continental e os recursos hídricos; para isto, busca-se utilizar de uma avaliação que contribua para a melhora contínua e melhor implementação dos ZEECs elaborados no país. Há a expectativa de que a análise aqui realizada possa colaborar nesse processo. Palavras chave: zoneamento ecológico-econômico, integração de políticas territoriais, zona costeira, fortalecimento governamental, planejamento ambiental, gerenciamento costeiro.
- ItemAnálise da energética da Corrente do Brasil na região do Cone do Rio Grande(2013) Nardi, Eric; Azevedo, José Luiz Lima deA Corrente do Brasil, enquanto flui ao longo da costa Sul do Brasil, possui alta atividade de mesoescala. Frequentemente é observado sobre a região do Cone do Rio Grande, na Bacia de Pelotas, grande quantidade de atividade de mesoescala, com meandros e formação de vórtices, que influenciam na troca de água entre o oceano aberto e a plataforma continental. O presente trabalho mostra um estudo da influência desta feição batimétrica, o Cone do Rio Grande, sobre os processos de instabilidade da Corrente do Brasil. Foi utilizado, como ferramenta para esse estudo, a modelagem numérica, com simulações em uma grade de alta resolução (1/32°) contendo o Cone do Rio Grande, aninhada em uma simulação global de resolução menor. Para se entender o efeito que o Cone do Rio Grande causa sobre a Corrente do Brasil, foram criados dois experimentos: um experimento utiliza uma batimetria realística, e o outro contempla uma batimetria onde o Cone do Rio Grande foi artificialmente removido. Com os dados obtidos das simulações, utilizou-se da teoria energética para cál-culo das principais formas de energia dos oceanos, bem como dos diferentes termos que compõem as equações de balanço de cada forma de energia. A partir desses termos, é possível entender como ocorrem as conversões de uma forma de energia para ou-tra. Essas conversões estão diretamente ligadas com processos de instabilidade, sendo que uma instabilidade barotrópica envolve a conversão de energia cinética média para energia cinética turbulenta, e uma instabilidade baroclínica envolve conversão de ener-gia potencial média para turbulenta, que pode então se converter em energia cinética turbulenta. As quantidade de energia e as taxas de conversão foram quantificadas e compa-radas entre os dois experimentos numéricos, e constatou-se que o Cone do Rio Grande tem influência direta sobre os processos de conversão de energia na Corrente do Brasil. Quando a corrente passa sobre o Cone do Rio Grande, a energia do campo médio é con-vertida para o campo turbulento, tanto por conversão barotrópica quanto baroclínica e, de forma similar à Corrente do Golfo, qua já foi bastante estudada nesse aspecto, as conversões baroclínicas se mostram mais intensas. As altas taxas de conversão de energia na Corrente do Brasil, ao fluir pelo Cone do Rio Grande, sugerem que grande parte da atividade de mesoescala da região está associada a esta feição batimétrica.
- ItemAnálise da governança das águas da bacia hidrográfica da Lagoa Mirim, extremo sul do Brasil(2012) Machado, Jeniffer Bianchi; Tagliani, Paulo Roberto ArmaniniA peculiaridade das águas da Bacia Hidrográfica da Lagoa Mirim representa um singular desafio à gestão, pois 47% do território desta bacia estão em domínio brasileiro, e o restante no país vizinho, Uruguai, portanto seu corpo hídrico principal, sob um regime de águas compartilhadas, delimita a fronteira desse espaço geográfico binacional. Esse cenário envolve um conjunto muito complexo de instituições e atores interligados por um interesse comum que se constitui o recurso hídrico da Lagoa Mirim. Esta pesquisa apresenta uma análise da governança das águas brasileiras da Bacia Hidrográfica da Lagoa Mirim – RS, considerando esse conceito como "a conjunção de forças, habilidades e recursos de diferentes atores, visando criar condições de implementação de uma política". A legislação brasileira estabelece que a gestão das águas deva ser promovida nos Comitês de Bacia Hidrográfica, através da integração e cooperação entre os níveis de governo e a sociedade civil gerando um compartilhamento de responsabilidades. Sendo assim, este estudo analisou as políticas públicas nas esferas Federal e Estadual, tendo como principal foco a análise da atuação dos atores do Comitê de Gerenciamento das Bacias Hidrográficas da Lagoa Mirim e do Canal São Gonçalo (Comitê Estadual) dados institucionais do Comitê e entrevistas aos seus membros. Os resultados obtidos demonstram que, quanto à gestão das águas no território brasileiro da Bacia Hidrográfica da Lagoa Mirim, não há gestão descentralizada e participativa, conforme preconizada pela Política Nacional de Recursos Hídricos. Por fim, são apresentadas sugestões para aperfeiçoamento do processo de gestão pública das águas dessa bacia.
- ItemAnálise da qualidade nutricional do biofilme(2006) Silva, Caroline Fernandes da; Abreu, Paulo CésarO biofilme é definido como uma comunidade de microorganismos associados a uma matriz orgânica, que se forma naturalmente em qualquer superfície sólida em contato com água. A matriz orgânica apresenta na sua composição polissacarídeos, proteínas, ácidos nucléicos, entre outros polímeros. Na aqüicultura, o biofilme tem sido utilizado para gerar aumento da produtividade do sistema e da taxa de sobrevivência. Essas melhorias no sistema de cultivo podem ser atribuídas à presença dos microorganismos no biofilme, cuja composição bioquímica fornece macro e micronutrientes que favorecem o crescimento dos organismos cultivados. A fim de verificar essas hipóteses, este trabalho objetivou analisar a qualidade nutricional do biofilme em três estratos diferentes da coluna da água, em diferentes fases de sua formação, e comparar estas informações com a composição da comunidade de microorganismos. O experimento foi realizado na enseada Saco do Justino, na região estuarina da Lagoa dos Patos, RS, Brasil, no verão de 2005. Para propiciar a fixação do biofilme, foram utilizados três cercados com seis telas de polietileno (tela tipo mosqueteiro), possuindo cada uma 1,2 m2, com uma abertura de malha de 1 mm, dispostas verticalmente e fixadas em bambu (material flutuante). A cada cinco dias foram coletadas amostras do biofilme nos três estratos, superfície (40 cm do fundo), meio (20 cm do fundo) e fundo (5 cm do fundo), para verificar a concentração de clorofila a, peso seco, caracterização dos microorganismos, concentração protéica e lipídica. Paralelamente, foi realizado o monitoramento da qualidade da água. A concentração de clorofila a variou entre 0,14 a 3,49 μg.cm- 2 em 30 dias de experimento, não sendo encontradas diferenças significativas entre os estratos. O valor de peso seco variou de 4 a 24 mg.cm- 2, e também não foram encontradas diferenças significativas entre os estratos. Nosso estudo sugere a verificação da maturidade do biofilme por meio da análise paralela de clorofila a e peso seco, pois essas medidas abrangem todos os microorganismos que compõem o biofilme, fotossintetizantes ou não. Os microorganismos do biofilme alcançaram densidades médias que variaram entre: 91.106 a 302.106 cels.cm- 2 de bactérias, 22.106 a 89.106 cels.cm- 2 de cianobactérias, 4.104 a 76.104 cels.cm- 2 de diatomáceas cêntricas, 1.104 a 26.104 cels.cm- 2 de diatomáceas penadas, 3.106 a 15.106 cels.cm- 2 de flagelados e 13 a 2468 cels.cm- 2 de nematódeos. Os valores de proteína variaram de 0,3 a 2,7 mg.cm- 2, e lipídio entre 8,2 a 105 de mg.cm- 2. Ao converter os valores de proteína para porcentagem registramos um conteúdo protéico máximo de aproximadamente 26% em base seca. Ao analisar as correlações entre microorganismos e composição bioquímica verificamos que o aporte de lipídios presente no biofilme deveu-se, principalmente, aos nematódeos e as diatomáceas cêntricas. Enquanto que a variação da concentração de proteína esteve correlacionada com bactérias filamentosas, bactérias aderidas e principalmente diatomáceas cêntricas unicelulares. Essas informações permitirão um melhor manuseio do biofilme no sentido de se incrementar a oferta de lipídio e proteína a organismos cultivados.
