IO - Programas de Pós-Graduação em Aquicultura
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Resultados da Pesquisa
- ItemCultivo de Litopenaeus vannamei em sistema de bioflocos com dieta enriquecida com diferentes concentrações de quitosana(2020) Brol, Jéssica; Lima, Juliane Ventura; Wasielesky Jr, WilsonA suplementação de antioxidantes através da dieta pode ser capaz de melhorar o sistema de defesa dos animais contra as espécies reativas de oxigênio (ERO), além de contribuir para uma melhor condição fisiológica e em alguns casos melhora também o desempenho zootécnico. A quitosana é obtida principalmente a partir da quitina presente na carapaça dos crustáceos, e é considerada rejeito para essa indústria de processamento, apesar de apresentar diversas propriedades, entre elas a capacidade antioxidante e imunoestimulante. Dessa forma, tem sido pouco explorada dentro da própria produção de camarões, em especial quando estes são cultivados em sistema de bioflocos (BFT). Diante da hipótese de que uma redução abrupta da salinidade em BFT causa uma condição de estresse oxidativo, o objetivo do estudo foi avaliar diferentes concentrações de quitosana na dieta de juvenis de camarão Litopenaeus vannamei cultivados em sistema BFT, quanto a capacidade de aumentar o sistema de defesa antioxidante e imune dos animais. A quitosana do estudo foi produzida a partir de rejeitos (cascas e cabeça) de camarão da indústria local (Rio Grande, RS, Brasil). O experimento foi dividido em quatro tratamentos, com três réplicas cada: controle C0 (dieta sem adição de quitosana), C1 (1 g de quitosana kg-1 de ração), C3 (3 g de quitosana kg-1 de ração) e C5 (5 g de quitosana kg-1 de ração). 25 camarões pesando em média 0,62 ± 0,02 g foram estocados em cada um dos 12 tanques de polietileno (150 L) e alimentados durante 35 dias com as respectivas dietas. Ao final, foi realizada biometria para avaliação do desempenho zootécnico e nove camarões de cada tanque foram transferidos para unidades menores onde foi realizado a exposição ao choque salino com redução aguda da salinidade de 30 para 5 durante 24 h. Como tratamento controle do choque salino, onde os camarões foram mantidos na salinidade 30, foi utilizado animais do C0. Assim, os tratamentos que receberam a redução da salinidade foram denominados de Sal5C0, Sal5C1, Sal5C3 e Sal5C5, o tratamento controle foi denominado Sal30C0. Após as 24 h foram coletadas brânquias e hepatopâncreas de seis camarões de cada tanque para análises bioquímicas e a hemolinfa extraída de três camarões por tanque para contagem diferencial de hemócitos (CDH). Os resultados mostraram que o choque salino induziu um aumento de ERO, em especial do H2O2, evidenciado pelo aumento da catalase (CAT) em brânquias. A quitosana mostrou reverter esse efeito nas brânquias no tratamento Sal5C5 e no hepatopâncreas aproximou a atividade da enzima ao valor basal de Sal5C0 em Sal5C1 e Sal5C5. Os resultados também sugerem que a quitosana tenha atividade scavenger sobre o O2 -• em brânquias, diminuindo a atividade da enzima superóxido dismutase (SOD) em Sal5C1 e Sal5C5. O choque salino em bioflocos não resultou em aumento da peroxidação lipídica, contudo, a quitosana em Sal5C3 e Sal5C5 demonstrou reduzir ainda mais a concentração de lipídeos peroxidados em brânquias. O choque salino reduziu a capacidade detoxificatória através da atividade da glutationa-S-transferase (GST) em brânquias e a quitosana mostrou capacidade em reverter esse efeito em Sal5C1. Além disso, a quitosana estimulou a atividade da GST e aumentou os níveis de glutationa reduzida (GSH) no hepatopâncreas acima do valor basal de Sal30C0 nos tratamentos Sal5C1 e Sal5C3. Porém a quitosana não mostrou efeito imunoestimulante nos camarões em sistema BFT. Assim, é possível concluir que o sistema BFT pode contribuir para evitar danos provocados pela condição de estresse oxidativo, contudo, a suplementação com quitosana, apesar de não ter demonstrado melhorar o ganho de peso dos camarões, foi ainda melhor para o sistema de defesa antioxidante de L. vannamei, sendo que a inclusão de pelo menos 1 g de quitosana kg-1 de dieta se mostra como uma boa alternativa para manter os animais mais preparados para a condição de estresse oxidativo provocada pela redução abrupta da salinidade.
- ItemA temperatura influencia o crescimento e respostas de estresse oxidativo em juvenis de miragaia (Pogonias courbina)(2022) Kuroski, Felipe; Sampaio, Luís AndréA temperatura tem forte influência sobre o metabolismo de peixes e nas atividades de produção aquícola. Para entender como esse parâmetro afeta o desempenho, sobrevivência e respostas ao estresse oxidativo de juvenis da miragaia Pogonias courbina, 450 indivíduos (0,58 ± 0,19 g) foram criados durante 25 dias em triplicata a: 23, 26 e 29°C, em tanques circulares de 300 L acoplados a sistemas de recirculação de água. Durante o experimento, os peixes foram alimentados quatro vezes ao dia, com dieta formulada contendo 55% de proteína bruta e 13% de lipídios. Os parâmetros de crescimento da miragaia melhoraram significativamente à medida que a temperatura foi aumentada. O peso final foi maior a 29°C, onde os peixes atingiram 8,94 ± 0,56 g, sendo 2,9 vezes maior que o peso final dos peixes criados em 23°C. A taxa de crescimento específico dos peixes mantidos em 29°C foi igual a 10,94 ± 0,25%/dia, resultado significativamente maior do que em qualquer outra temperatura testada. A temperatura também influenciou o consumo total de ração e a conversão alimentar aparente, uma vez que os peixes criados a 26 e 29°C ingeriram maiores quantidades de ração e tiveram melhor conversão alimentar aparente. As temperaturas testadas não afetaram a sobrevivência dos peixes, as quais ficaram acima de 98% em todos os tratamentos. Em relação às respostas sobre os parâmetros de estresse oxidativo no músculo, brânquia e fígado, a exposição a menor temperatura (23°C) levou os peixes a uma maior peroxidação lipídica (LPO) em todos os tecidos testados. Além disso, a exposição a 23°C desencadeou uma regulação positiva da capacidade antioxidante total contra radicais peroxil (ACAP) nas brânquias e no fígado se comparada a 29°C. Os tióis proteicos dos peixes (P-SH) foram maiores no fígado dos indivíduos mantidos a 29 °C do que a 23°C. O melhor desempenho dos peixes mantidos a 29°C pode estar relacionado ao aumento do consumo total de ração, aliado à melhor conversão alimentar aparente, juntamente com menor dano lipídico e proteico, além de menor investimento em capacidade antioxidante. Com base nos resultados obtidos, concluímos que dentre as temperaturas testadas, 29°C é a melhor temperatura para a produção de juvenis de P. courbina, pois promove melhor taxa de crescimento, conversão alimentar e menor dano oxidativo.
- ItemAvaliação do farelo de arroz e suas aplicações na aquicultura(2021) Ayres, Tomaz Soligo de Mello; Tesser, Marcelo Borges; Ribeiro, Anelise ChristO farelo de arroz é um insumo que já participa do setor de produção de alimentos de origem animal. Este alimento é aproveitado, principalmente, como parte de dietas para diferentes espécies. O farelo é considerado um subproduto do beneficiamento do arroz, uma vez que sua geração ocorre no momento do polimento do grão descascado e seu aproveitamento na alimentação humana e animal é uma forma de agregar valor ao produto que apresenta baixo custo e grande disponibilidade nas regiões produtoras do grão. Possui nutrientes, tais como lipídios proteína, minerais e carboidratos, além de vitaminas do complexo B, E e K, também apresenta compostos como fenóis, tocoferóis e γ-orizanol. Contudo, devido ao elevado teor de fibra e a presença de fitatos o farelo possui alguns compostos considerados antinutrientes que podem ser mitigados com determinados métodos que foram expostos neste estudo. A partir disto, o objetivo deste estudo foi avaliar a aplicabilidade do farelo de arroz na aquicultura a partir de revisão de literatura, além da aplicação na forma desengordurada e fermentada pelo fungo Rhizopus oryzae em dietas de juvenis de tainha M. liza. Portanto, a pesquisa foi dividida em dois capítulos, onde o primeiro expõe a revisão bibliográfica e o segundo capítulo expõe pesquisa com a aplicação do farelo de arroz desengordurado fermentado em experimento dose-reposta com níveis de inclusão deste ingrediente.
- ItemEfeito da temperatura, densidade de estocagem e sólidos suspensos totais no consumo do oxigênio do camarão branco Litopenaeus vannamei (Boone, 1931) em sistema de bioflocos(2021) Costa, Marilia Fernandes; Wasielesky Jr., Wilson; Rosas, Victor TorresA criação de novos sistemas de cultivo para camarões como a tecnologia de bioflocos (BFT) tem permitido incrementar as densidades de cultivo, e junto com esse incremento tem aumentado o requerimento de oxigênio dissolvido (OD). Já que esses sistemas dependem de tecnologias como sopradores e bombas hidráulicas, que tem o potencial risco de falha que pode levar a uma queda do OD. O objetivo do trabalho é gerar um protocolo de segurança para OD em cultivos do camarão L. vannamei em sistemas BFT após a ocorrência de uma quebra no suprimento de aeração, em diferentes condições ambientais de cultivo. O delineamento experimental consistiu em 2 fases. A primeira com 5 temperaturas (22, 24, 26, 28, 30°C) para verificar o tempo para atingir a hipóxia com diferentes densidades de camarões (150, 300, 450 e 600 cam/m3) e de sólidos suspensos totais (0, 100, 500 e 1000 mg/L), com três repetições. Na segunda fase foi testada a reoxigenação em 28°C. Os Juvenis de camarão tinham peso individual de ≈12g. Foi determinando o tempo necessário para a chegada ao ponto crítico (OD ≤ 0,6 mg/L) e para o ponto de alarme (OD ≤ 2,0 mg/L). Os resultados mostraram que tanto a densidade do camarão, os SST e a temperatura têm efeitos significativos no consumo do oxigênio. Nas análises de peroxidação lipídica (TBARS) mostraram que após a hipóxia o músculo tem uma recuperação em 72h, já no hepatopâncreas em 72h o dano se manteve. Os resultados evidenciaram que em um cultivo em sistema BFT atualmente utilizado por produtores com densidades variando entre 300-450 cam/m3, em temperaturas de 30 a 28°C e com os SST em 500 mg/L, o OD pode diminuir drasticamente após a quebra no fornecimento de aeração causando grandes mortalidades, entre 60 minutos e 100 minutos.
- ItemViabilidade econômica da produção integrada do camarão Macrobrachium rosenbergii e alface Lactuca sativa l. em sistema de aquaponia(2021) Izumi, Kelly Kanae; Poersch, Luís Henrique da Silva; Gaona, Carlos Augusto PrataA água oriunda da aquicultura geralmente é rica em nutrientes, especialmente em compostos de nitrogênio e fósforo, apresentando grande potencial para o uso em produção de vegetais hidropônicos. Na Estação Marinha de Aquacultura do IO - FURG, Rio Grande, RS, foi realizado um estudo para avaliar a viabilidade da produção integrada de alface Lactuca sativa e do camarão Macrobrachium rosenbergii. Foram verificados os efeitos sobre a qualidade de agua de diferentes densidades de alfaces em sistema de produção de berçários, desempenho zootécnico de pós-larvas de M. rosenbergii, desempenho das plantas de alfaces da variedade lisa L. sativa L. e sua viabilidade econômica. Foram utilizadas pós-larvas de M. rosenbergii (0,073g ± 0,04g) com densidade de estocagem de 2 camarões / L em doze tanques de 50 litros interligados a tanques de 12 litros com mudas de alface para atuarem como filtros biológicos, constituindo um sistema de recirculação (RAS). Todo o sistema foi mantido recoberto por uma estufa retangular, sendo quatro tratamentos com três repetições, divididos em: Tratamento RAS ou controle, sem nenhuma alface incluída no sistema de recirculação; Tratamento 50, com 50 alfaces introduzidas no filtro; Tratamento 25, com 25 alfaces introduzidas no filtro; Tratamento 13, com 13 alfaces introduzidas no filtro. Temperatura da água, oxigênio dissolvido e pH foram monitorados diariamente. Enquanto que NAT, NO2 - , NO3 - e PO4 - foram monitorados três vezes por semana e alcalinidade e dureza, duas vezes por semana. Os resultados foram analisados por uma análise de variância de uma via (ANOVA) e teste Tukey (α=0,05). Com os resultados obtidos de produtividade, sobrevivência e ganho de peso, tanto para os camarões, quanto para as plantas, foram realizadas três análises econômicas diferentes: análise de custo-retorno, análise de fluxo de caixa para o horizonte de dez anos e análise de viabilidade econômica do projeto, todas as análises feitas sob os quatro tratamentos como se eles fossem os cenários para um pequeno produtor. A sobrevivência e o peso final dos camarões foram adequados dentro do esperado para o tempo do experimento, enquanto que as alfaces tiveram um desempenho inferior demonstrando uma necessidade na suplementação de minerais para sua produção. Para a análise econômica o cenário baseado no tratamento 50 do experimento se destaca tanto entre os indicadores econômicos e de viabilidade, quanto no horizonte de 10 anos. Mesmo o desembolso para esse cenário sendo o segundo maior dentre eles, seu lucro é maior, fazendo com que se obtenha maior eficiente na diluição desses gastos.
- ItemAproveitamento de subprodutos de moluscos e crustáceos e aprimoramento do método de extração enzimatica do Camarão-Branco-do-Pacífico (litopenaeus vannamei) com ultrassom(2021) Rebouças Júnior, José Stênio Aragão; Tesser, Marcelo Borges; Latorres, Juliana MachadoExiste uma crescente demanda mundial por alimento, sendo a aquicultura uma excelente ferramenta para suprir a demanda de alimentos. Com isso a produção mundial aquícola cresce massivamente nos últimos anos. Porém, grande parte desta produção torna-se resíduo ao qual não tem uma adequada destinação. Sabendo que essa biomassa é uma excelente fonte de diversos compostos de interesse humano foi realizado dois estudos, que estão escritos em dois capítulos. O primeiro capítulo é uma revisão bibliográfica sobre os compostos de interesse presentes nos descartes da produção de moluscos e crustáceos oriundos da pesca e da aquacultura, como: proteínas, carotenoides, quitina e seus derivados, ácidos graxos e minerais. Posteriormente, são reportados estudos que buscam a obtenção e aplicação desses compostos, agregando assim valor comercial a essas biomassas que podem ser utilizadas na fabricação de fármacos no combate ao câncer, doenças neurodegenerativas e cardiovasculares, fabricação de estruturas para construção civil e biofilmes usados como curativos e embalagens, alimentos como ração e hidrolisados concentrados de proteína. O segundo capítulo versa a respeito da obtenção de hidrolisado proteico utilizando como matéria prima o exoesqueleto e o cefalotórax do camarão-branco-do-Pacífico (Litopenaeus vannamei) com utilização do ultrassom. Para a extração da proteína foi realizada uma hidrólise utilizando a enzima Alcalase 2.4L utilizando 2 % (Enzima/Substrato) de proteína, 1:1 (peso:volume), pH 8,0, temperatura de 55 oC, durante uma hora e auxiliado previamente com tratamento de ultrassom para obtenção de hidrolisado proteico. O experimento contou com quatro tratamentos onde foram aplicados tratamentos crescentes de ultrassonificação (1 W/mL) em intervalos de tempo variados (5, 10, 15 minutos e um controle). As análises realizadas no hidrolisado obtido foram o poder redutor, DPPH e ABTS. O hidrolisado obtido apresentou 69,09 ± 4,2 % de proteína, 12,7 ± 2,25 % de lipídios, 11,91 ± 4,2% de carboidratos e 39,32 ± 3,00 μg/g de teor de carotenoides totais. O tratamento ultrassônico conseguiu acelerar a curva cinética da hidrólise proteica, assim como alterar o grau de hidrólise de 9,55 ± 0,7 para 12,18 ± 0,7 %. Foi possível concentrar de três (160,17 ± 6,27 μg/g) a cinco vezes mais (393,29 ± 3,00 μg/g) o teor de carotenoides totais comparadas a quantidade presente no resíduo (64,38 ± 2,41 μg/g). O estudo comprova positivamente o efeito do tratamento ultrassônico antes das hidrólises proteicas de resíduos de camarão.
- ItemAnálise de diferentes protocolos para multiplicação de probiótico comercial em sistemas aquícolas(2021) Hoffling, Flávia Banderó; Krummenauer, Dariano; Abreu, Paulo CesarO uso de probióticos comerciais em cultivos aquícolas como alternativa aos antibióticos, tem demonstrado viabilidade e resultados positivos. Os probióticos podem ser definidos como organismos vivos não patogênicos, utilizados com o objetivo de melhorar a saúde do hospedeiro, como bactérias e leveduras que são capazes de colonizar o trato gastrointestinal dos animais cultivados, bem como atuar no ambiente de cultivo contra o desenvolvimento de patógenos. Algumas estratégias empíricas são utilizadas nas fazendas de Carcinicultura como tentativa de multiplicar as bactérias de probióticos comerciais de maneira artesanal, visando a diminuição dos custos com a compra do produto comercial. A hipótese de que probióticos comercias podem ser multiplicados foi testada nesta Dissertação. O presente estudo foi realizado na Estação Marinha de Aquacultura, IO - FURG e contou com três experimentos, realizando a execução de protocolos caseiros de multiplicação de um probiótico comercial utilizados em fazendas no Brasil, Peru e Equador. Cada experimento teve a duração de 24h. Parâmetros de qualidade de água foram monitorados e coletas de água foram realizadas no tempo 00h e 24h para quantificação de bactérias e protozoários. Experimento I: 25g de probiótico Pro-W, 25g de leite em pó, 50mL de melaço e 25g de carbonato de cálcio; Experimento II: 25g de probiótico Pro-W, 50g de farelo de arroz, 33,33g de açúcar cristal e 12,5g de bicarbonato de sódio. Experimento III: 25g de probiótico Pro-W, 25g de Farelo Bokashi, 50mL de melaço e 12,5g de bicarbonato de sódio. Foram utilizadas unidades experimentais com 25L de volume útil e os protocolos utilizados foram baseados na prática de fazendas do Brasil, Peru e Equador. Cada experimento contou com 6 tratamentos e 3 repetições cada. Os tratamentos foram realizados em água doce (0,31 ± 0,06 g/L-1) e em água marinha (25,06 ± 0,44 g/L-1). T1: Controle em água doce; T2: Controle em água marinha; T3: Controle negativo em água doce; T4: Controle negativo em água marinha; T5: Protocolo em água doce; T6: Protocolo em água marinha. Os três experimentos apresentaram crescimento de bactérias do morfotipo Bacillus, cocoides e filamentosas em todos os tratamentos. Não se observou efeito dos tratamentos no crescimento final de bactérias e protozoários. Estes resultados indicam que os protocolos utilizados não contribuem para o crescimento específico de bactérias do tipo Bacillus, similar aos do probiótico comercial.
- ItemCrescimento compensatório no Camarão Branco do Pacífico Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), cultivado em diferentes temperaturas sob restrição alimentar em sistema de bioflocos(2021) Prates, Elisa Cordeiro Andrade; Wasielesky Jr., Wilson; Monserrat, José María; Holanda, MarianaO crescimento compensatório, o qual é definido como um processo fisiológico onde o organismo passa por uma fase de crescimento rápido após um período de desenvolvimento restrito, é uma estratégia desenvolvida por algumas espécies devido a frequentes situações de estresse no ambiente, havendo uma alocação de recursos entre manutenção, crescimento e reprodução. No contexto da aquicultura, a utilização da restrição alimentar e o cultivo em baixas temperaturas como um gatilho para o crescimento compensatório podem ser consideradas estratégias para redução de oferta de ração, dos custos e para o aumento do período de cultivo de espécies tropicais em regiões onde o cultivo restringe-se apenas ao verão. Além disso, o sistema BFT (Biofloc Technology System) pode também trazer vantagens ao cultivo, onde, além da redução do uso de água e maior biossegurança, a comunidade microbiana pode servir como fonte suplementar de alimento para os organismos 24 horas por dia, contribuindo tambémpara a redução de alimento ofertado ao sistema. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a ocorrência do crescimento compensatório no camarão Litopenaeusvannamei, em três diferentes temperaturas (20, 24 e 28 oC) e sob restrição alimentar, cultivados em sistema de bioflocos, e analisar a dinâmica das reservas energéticas no hepatopâncreas e a condição imunológica dos organismos ao longo do período experimental. O experimento foi realizado durante 64 dias e dividido em duas etapas: (1) Restrição e (2) Recuperação, as quais tiveram duração de 36 e 28 dias, respectivamente. Inicialmente, juvenis de L. vannamei foram estocados com um peso médio de 1,78 g (±0,38 g), em densidade de 300 camarões/m2 (n=54). Na primeira fase, o experimento teve um desenho experimental fatorial (três temperaturas e dois regimes alimentares), totalizando seis tratamentos, que foram realizados em triplicatas. Três temperaturas foram escolhidas como ótima (28 oC), intermediária (24 oC) e baixa (20 oC) e, para cada temperatura, foram aplicados dois regimes alimentares: controle, onde os organismos receberam 100 % da taxa de arraçoamento previamente calculada; e restrição, a qual a taxa de alimentação ofertada foi de 40 % em relação aos tratamentos controle. Ao final da primeira fase (dia 36), todas as unidades experimentais (n=18) foram expostas as condições favoráveis de cultivo (28 oC e 100 % de taxa de alimentação) durante 28 dias. Para a determinação da concentração das reservas energéticas (proteínas totais, glicogênio e triglicerídeos) no hepatopâncreas e avaliação do estado de saúde dos animais, feita a partir da contagem diferencial de hemócitos (CDH), foram coletados três animais por unidade experimental ao início do experimento (dia 0), ao final da fase de restrição (dia 36) e ao final da fase de recuperação (dia 64). Ao final da primeira fase, os animais submetidos à restrição alimentar e mantidos a 24 e 28 oC apresentaram peso significativamente menor em comparação aos seus respectivos controles (P < 0,05), enquanto que os camarões mantidos à 20oC (controle e restrição) apresentaram pesos similares entre si (P > 0,05). Além disso, os tratamentos emdiferentes temperaturas e sem restrição alimentar, apresentaram pesos significativamente diferentes, onde o tratamento mantido a 20 oC apresentou menor taxade crescimento, seguido pelos tratamentos de 24 e 28 oC, respectivamente. A concentração de proteínas totais no hepatopâncreas não foi afetada em nenhum tratamento (P > 0,05), enquanto que os níveis de triglicérides foram afetados nostratamentos em restrição mantidos a 24 e 28 oC (P < 0,05), mas não em 20oC (P > 0,05). Já a concentração de glicogênio, foi menor e todos os tratamentos que sofreram restrição alimentar em relação aos seus controles (P < 0,05) e apresentou um efeito da temperatura, onde temperaturas mais baixas foram mais afetadas pela restrição. A CDH apresentou diferenças entre os tratamentos (P<0,05), mas todos os valores estavam dentro da faixa esperada para animais saudáveis cultivados em bioflocos. Após o fim doperíodo de recuperação (dia 64), todos os tratamentos que haviam sofrido restrição na primeira fase, apresentaram pesos similares aos seus respectivos controles (P > 0,05). Em relação à temperatura, animais mantidos a 20 e 24 oC durante a primeira fase e alimentados ad libitum durante todo o experimento, não alcançaram o peso dos camarões mantidos em 28o C durante todo o período experimental e sem restrição alimentar (P < 0,05). A concentração de proteínas totais não sofreu alteração em nenhum tratamento (P > 0,05) e os estoques de triglicerídeos foram recuperados nos tratamentos mantidos na primeira fase sob restrição em 20o e 24 oC, mas não em 28 oC,o qual apresentou valores menores em relação ao seu controle (P < 0,05). Já a concentração de glicogênio, foi recuperada nos três tratamentos afetados anteriormente pelo período de restrição (P > 0,05). A CDH apresentou diferença entre tratamentos (P < 0,05), mas os valores se mantiveram dentro da faixa ideal para camarões cultivados em sistema de bioflocos. Dessa forma, pode-se concluir que os substratos utilizados para lidar com a restrição alimentar foram glicogênio e triglicerídeos, em detrimento da utilização de proteína. Em relação ao estado de saúde dos animais, as baixas temperaturas e a restrição alimentar não afetaram o sistema imunológico inato docamarão. Portanto, os resultados do presente trabalho mostraram que é possível submeter L. vannamei à restrição alimentar parcial, como um gatilho para o crescimento compensatório total, a fim de melhorar a eficiência alimentar dos animais e reduzir os custos de produção. Além disso, em regiões onde a baixa temperatura é um fator limitante para a produção, é viável explorar o crescimento compensatório parcial, com o objetivo de aumentar o período de cultivo anual.
- ItemUso potencial da macroalga Ulva spp. integrada ao cultivo de camarões mantidos em sistema de bioflocos(2021) Chagas, Andrezza Carvalho; Turan, Gamze; Poersch, Luís Henrique da SilvaA utilização de sistemas de produção sem renovação de água, como o sistema de Bioflocos (BFT), tem como consequência o acúmulo de produtos nitrogenados e fosfatados ao longo do cultivo. Para evitar problemas com a qualidade de água, uma alternativa é a adoção da Aquacultura Multitrófica Integrada (IMTA), que propicia o uso destes resíduos por organismos de diferentes níveis tróficos. As macroalgas, como excelentes biofiltros e de importância econômica, são importantes constituintes desses sistemas. Portanto, este trabalho tem como objetivo determinar a viabilidade do cultivo multitrófico integrado entre camarões (Litopenaeus vannamei), e macroalgas (Ulva flexuosa e Ulva fasciata) em sistema de bioflocos, avaliando os efeitos dos sólidos suspensos totais (SST) nas macroalgas, a sua absorção de nutrientes e melhor densidade. Para isso os dois primeiros experimentos avaliaram o crescimento e o teor proteico das macroalgas U. fasciata e U. flexuosa cultivadas em água de recirculação de um cultivo de camarão em sistema BFT em diferentes concentrações de SST e em solução química von Stosch e PES (Provasoli’s Enrichment Solution) e suas concentrações de proteína. No terceiro experimento foi testado o desempenho na absorção de nutrientes e crescimento das macroalgas em cultivo integrado com L. vannamei. E por fim, no quarto experimento foram testadas diferentes densidade de U. fasciata no cultivo integrado com L. vannamei, buscando a otimização do processo de absorção de nutrientes. Os experimentos 01 e 02 ocorreram em laboratório com 35 e 17 dias de cultivo, respectivamente, em recipientes plásticos. Os experimentos 03 e 04 ocorreram em uma estufa agrícola, operando com 35 dias de cultivo em caixas com volume útil de 150L e aeração constante. Foram analisados os parâmetros físicos e químicos de qualidade da água, e os nutrientes: nitrogênio amoniacal total, nitrito, nitrato e fosfato. As biometrias dos camarões e a pesagem das macroalgas ocorreram semanalmente. Os camarões foram alimentados duas vezes ao dia (Guabi 38% PB, 1,6mm). Vimos que as macroalgas cultivadas em efluentes de bioflocos obtiveram maiores concentrações de proteína em seus tecidos e mesmo crescimento daquelas cultivadas em solução von Stosch e PES, mostrando que as concentrações de sólidos suspensos totais entre 400 e 650 mg/L não afetam seu desempenho. Quando integradas ao cultivo do camarão, a macroalga U. fasciata mostrou melhor absorção de nitrato no cultivo e biomassa final de 202,67 ± 53,67g, superior a U. flexuosa. Por fim a densidade 2 inicial de 1g/L da U. fasciata obteve melhor resultado na remoção de nitrato. O cultivo multitrófico integrado do L. vannamei com a macroalga U. fasciata se mostrou viável e promissor na absorção de nutrientes, na melhoria dos parâmetros de qualidade de água e na produção de biomassa vegetal com valor agregado, abrindo oportunidades para a realização de uma aquicultura mais sustentável.
- ItemUtilização do farelo de arroz com e sem fermentação na produção do rotífero Brachionus plicatilis(2020) Monteiro, Lídia Sousa; Tesser, Marcelo BorgesO rotífero Brachionus plicatilis, é utilizado como primeiro alimento para uma grande variedade de espécies de peixes durante seus primeiros estágios de desenvolvimento. Os rotíferos são filtradores não seletivos o que facilita a sua alimentação podendo fornecer uma elevada diversidade de dietas, entre as quais, microalgas, leveduras, e os alimentos inertes. Os alimentos mais comuns utilizados para a alimentação dos rotíferos (microalgas e leveduras), apresentam problemas associados ao custo de produção (microalgas) e as leveduras que não possuem qualidade nutricional adequada. Por outro lado, o farelo de arroz e o farelo de arroz fermentado apresentam grande abundância, baixo custo, grande qualidade nutricional e componentes antioxidantes. Assim o objetivo do presente trabalho foi examinar a utilização do farelo de arroz integral e fermentado como fonte alimentar para a produção de rotíferos, Brachionus plicatilis. O estudo baseou-se em três experimentos, onde o primeiro experimento comparou o efeito de diferentes concentrações de farelo de arroz integral na taxa de crescimento do rotífero, sendo testados 4 tratamentos, com três repetições cada: 1) Controle (0,7 g levedura/1,0 x 106 rotíferos); 2) 0,5 g farelo integral/1,0 x 106 rotíferos); 3) 1 g farelo integral/ 1,0 x 106 rotíferos; 4) 1,5 g farelo integral/1,0 x 106 rotíferos. O segundo experimento, comparou o efeito de diferentes concentrações de farelo de arroz fermentado na taxa de crescimento do rotífero, onde testaram-se 4 tratamentos, com três repetições cada: 1) Controle (0,7 g levedura/1,0 x 106 rotíferos); 2) 0,5 g farelo fermentado/1,0 x 106 rotíferos); 3) 1 g farelo fermentado/ 1,0 x 106 rotíferos; 4) 1,5 g farelo fermentado/1,0 x 106 rotíferos. O terceiro experimento, comparou o efeito das melhores concentrações de farelo de arroz integral e fermentado, bem como a substituição de parte da levedura por estes farelos na taxa de crescimento populacional, qualidade de água e atividades antioxidantes dos rotíferos. Foram testados 5 tratamentos, com três repetições cada: 1) Controle (0,7 g levedura/ 1,0 x 106 rotíferos); 2) 1,5 g farelo integral/1,0 x 106 rotíferos); 3) 1,5 g farelo fermentado/ 1,0 x 106 rotíferos; 4) 0,35g levedura + 0,75g farelo integral /1,0 x 106 rotíferos; 5) 0,35g levedura + 0,75g farelo fermentado/1,0 x 106 rotíferos. Para cada tratamento foram inoculados em tanques de 2L a quantidade de 400.000 rotíferos ou 200 rotíferos/mL. Ao final do 3o dia de criação, os rotíferos foram lavados, determinado o crescimento populacional, e iniciado o cultivo novamente. Além dos IX parâmetros de crescimento, foram analisados os parâmetros de estresse oxidativo e qualidade da água. Os dados foram analisados por meio da ANOVA. Para tanto, foram previamente observados os pressupostos de normalidade e homogeneidade de variâncias por meio dos testes de Shapiro-Wilk e Levene, respetivamente. Quando a ANOVA resultou significativo, as médias foram contrastadas por meio de teste de Newman-Keuls. Todos os testes foram realizados no nível 5%. Os resultados dos experimentos mostraram que os rotíferos dos tratamentos com 0,7g levedura, 1,5g farelo fermentado, 0,35g levedura com 0,75g farelo integral e 0,35g levedura com 0,75g farelo fermentado obtiveram maior crescimento entre os tratamentos não diferindo entre si. O farelo de arroz integral e fermentado melhoraram a qualidade ambiental no cultivo, através da absorção da amônia da água. Não foi observada melhoria na resposta antioxidante dos rotíferos alimentados com farelo de arroz fermentado. O presente estudo demonstra que pode ser utilizado 1,5g farelo fermentado e substituição de 50% de levedura pelo farelo fermentado ou integral para alimentar rotíferos.
