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Federal do Rio Grande
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IO - Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Física, Química e Geológica

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    Elementos-traço em macroalgas pardas e vermelhas conspícuas da Ilha da Trindade - Brasil e da costa brasileira
    (2018) Silva, Michelle Cristine dos Santos; Machado, Eunice da Costa; Pellizzari, Franciane Maria
    Elementos-traço como cobre e zinco são micronutrientes essenciais aosorganismos marinhos, enquanto cádmio, arsênio, mercúrio e chumbo nãopossuem funções metabólicas conhecidas e são tóxicos para macroalgasmesmo em baixas concentrações. Em áreas costeiras antropizadas pode havermaiores concentrações de elementos-traço tóxicos devido a atividades comoagricultura ou portuárias, contrastando com ilhas oceânicas onde a influênciahumana é menor e episódios como acidentes onde há liberação deelementos/compostos tóxicos são raros. Ilhas remotas constituem, portanto,candidatas naturais para o estabelecimento de concentrações de backgroundpara contaminantes potenciais na biota marinha. Macroalgas assimilam eacumulam elementos-traço dissolvidos da água podendo ser utilizadas comoorganismos sentinelas para esses elementos. Neste contexto, este estudoprocurou estabelecer as concentrações basais dos elementos-traço zinco, cobre,arsênio, chumbo, cádmio e mercúrio em algas pardas e vermelhas da Ilha daTrindade, uma ilha oceânica de origem vulcânica, e comparar com níveisencontrados em macroalgas de ambientes costeiros na região sul e sudestebrasileira. Para tal, quatro espécies de dois grupos algais (Phaeophyceae eRhodophyta) foram coletados na Ilha da Trindade; e 5 espécies na costa. Nãoforam observadas diferenças espaciais na ilha para arsênio, mercúrio e cadmioe os níveis foram mais baixos quando comparados aos pontos coletados nocontinente. Diferenças foram encontradas entre as faces da ilha (Norte e sul)para chumbo, cobre e zinco, sugerindo que existem fatores fisiológicos ouhidrodinâmicos que influenciam o acúmulo desses elementos. A detecção demercúrio e as altas concentrações de zinco, chumbo e cádmio sugerem impactohumano incipiente, embora que localizado e ou indireto, na ilha. As maioresconcentrações de mercúrio, arsênio e cadmio em algas pardas (Phaeophyceae)corroboram o conhecimento amplamente difundido, de que este grupo apresentaalta capacidade de acúmulo de elementos tóxicos. Em geral, as concentraçõesde elementos-traço foram menores na ilha quando comparadas aos níveisencontrados em algas da costa, exceto para zinco e cobre que apresentarammaiores concentrações médias na ilha que no continente. As concentraçõesbasais, no entanto, foram mais baixas na ilha do que aquelas reportadas paraoutras regiões e aquelas calculadas para o continente, sugerindo que estesníveis podem ser utilizados como referência para áreas contaminadas
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    Modelagem numérica como ferramenta de determinação de uma zona de exclusão para as atividades de exploração e produção (E&P) de petróleo na região do Banco de Abrolhos
    (2009) Lemos, Angelo Teixeira; Soares, Ivan Dias
    O presente estudo teve por objetivo realizar modelagens de diferentes cenários dederramamentos de óleo em blocos de petróleo já existentes (BM-CUM-1, BM-CUM-2, J-M-259 e ES-M-418) e em outros três cenários aonde não há blocos (CT-1, CT-2e CT-3) em áreas adjacentes ao Banco de Abrolhos, a fim de se determinar umazona de exclusão para as atividades de Pesquisa e Desenvolvimento de petróleo naregião. Foram realizadas simulações de 30 dias de derramamento de óleo leve eintermediário através do grau API (American Petroleum Institute), utilizando comoferramenta o modelo OSCAR, sendo alimentado com dados hidrodinâmicossimulados pelo modelo POM e dados de vento sinótico simulados pelo modelo ETA,o qual foi alimentado com dados de reanálise do NCEP. Os períodos abordadosforam o inverno e o verão do ano de 1989 e os resultados foram discutidos emtermos das variações de intensidade e direção do espalhamento causado pelo ventosinótico de cada estação, assim como pelos processos de meso-escala e pela maré.O efeito causado pela maré foi analisado através da comparação de simulações come sem maré. Apenas o bloco ES-M-418 e o CT-1 não ofereceram nenhum risco decontaminação. Os blocos com resultados mais críticos de contaminação do óleo àsáreas de proteção são os blocos BM-CUM-1 e BM-CUM-2 da Bacia deCumuruxatiba nas simulações com óleo leve (BM-CUM-1 no inverno e BM-CUM-2no verão) e intermediário (verão para ambos), onde em todos os cenários analisadoso óleo atingiu alguma área de preservação. Segundo os dados diferenciais entreverão e inverno com simulações com óleo leve e intermediário, o pior períodosazonal para ocorrência de um derramamento de óleo foi no verão com a utilizaçãode óleo intermediário. Concluiu-se que a maré influenciou fortemente nos resultadosprobabilísticos de destino do óleo nos cenários de derramamento. Muitos fatoresmostraram influenciar nesse destino do espalhamento do óleo com a ausência dosprocessos supra-inerciais, como a localização geográfica do derramamento, o tipodo óleo utilizado nas simulações, os ventos predominantes e o comportamento damaré na região. A ausência da maré nos dados hidrodinâmicos não permitiuencontrar os cenários de pior caso de derramamento em simulações nos blocos BMCUM-1, BM-CUM-2 e J-M-259, principalmente no verão e utilização de óleo intermediário, subestimando os cenários reais de derramamento. A zona de exclusão englobou todos os blocos e cenários teóricos onde o óleo atingiu alguma área de preservação ambiental e, portanto, se estendeu desde os limites sul da Bacia do Jequitinhonha (aproximadamente 16oS, englobando o bloco J-M-259) até os limites norte da Bacia do Espírito Santo (aproximadamente 19o 15S).
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    Morfodinâmica da Praia Do Futuro, Fortaleza-CE
    (2008) Albuquerque, Miguel da Guia; Calliari, Lauro Júlio; Pinheiro, Lidriana de Souza
    O entendimento dos processos responsáveis pela morfodinâmica dos ambientes costeiros e formação e migração dos bancos arenosos são importantes, tendo em vista que assumem um importante papel na conformação, estabilização do ambiente praial e identificação de riscos costeiros. No que diz respeito à morfodinâmica de praias, diferentes modelos conceituais, abordando variações nos estágios morfodinâmicos, tem sido aplicados com intuito de estabelecer uma classificação universal para praias submetidas a diferentes regimes de marés. O presente estudo foi conduzido na praia do Futuro, Fortaleza-CE, onde através de dados morfológicos, hidrodinâmicos e de sedimentologia, sazonais e de alta freqüência, pode-se acompanhar a evolução dos ciclos de acresção e erosão na localidade em função da variação de energia na zona de arrebentação. A área foi dividida em três setores de monitoramento e classificada no modelo de estágios morfodinâmicos proposto por Masselink & Short (1993), para ambientes de meso maré. Os dois primeiros setores, caracterizados por granulometria predominantemente grossa e média, respectivamente, foram enquadrados nos estágios morfodinâmicos intermediários. O setor 02 (P03) apresentou os maiores valores para o índice de mobilidade da praia (Yb=34,65m), durante os monitoramentos sazonais. As variações do pacote sedimentar nos dois primeiros setores são mais acentuadas na região do estirâncio médio e inferior. No setor 03, caracterizado por sedimentos finos, predominou o estágio ultra-dissipativo. Durante os monitoramentos de alta freqüência, o setor 03 apresentou os maiores índices de mobilidade (Yb.=19,79m). Ao contrario das coletas pretéritas, onde os sedimentos apresentavam uma granulometria fina, no monitoramento de alta freqüência a localidade apresentava um misto de sedimentos médios e finos. O conhecimento do padrão de migração dos bancos arenosos (4,17 m/dia no setor 02 e 5,67 m/dia no setor 03 respectivamente) em ambientes com diferentes tamanhos de grão torna-se uma importante ferramenta no entendimento do comportamento dessas feições subaquosas. A integração entre os dados morfodinâmicos e hidrodinâmicos é fundamental para a identificação de locais propícios a acidentes com banhistas. A praia do Futuro é caracterizada como sendo a responsável pelos maiores índices de afogamento, se considerar-mos as demais praias da Região Metropolitana de Fortaleza. O estudo aponta que os principais riscos a acidentes com banhistas são atribuídos as correntes de retorno onde, a maioria das vitimas é do sexo masculino (54%) e com faixa etária entre 20 e 30 anos e procedentes, em grande parte, de Fortaleza. Os maiores registros são catalogados entre sexta-feira e domingo, das 10h da manhã até 15h e 30min, em locais caracterizados por sedimentos bimodais. A partir da caracterização morfodinâmica dos locais mais propícios a acidentes, um melhor deslocamento do contingente de salva-vidas e a educação preventiva (distribuição de cartilhas, folders, divulgação nos meios de comunicação local) são medidas de grande importância na prevenção e diminuição dos acidentes com os banhistas da praia do Futuro.
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    Fluxo subterrâneo de metais traço para a costa extremo sul do Brasil
    (2009) Milani, Idel Cristiana Bigliardi; Niencheski, Luis Felipe Hax
    Em um balanço hídrico tradicionalmente são consideradas a contribuição da precipitação, da evapotranspiração e do escoamento superficial. Porém, a contribuição da água subterrânea raramente é inserida, embora ela possa contribuir significativamente tanto em volume de água quanto em massa de elementos. A advecção da água subterrânea pode ser apontada como a principal fonte da riqueza ecológica da Lagoa Mangueira, uma vez que ela não apresenta expressivos tributários. A Lagoa Mangueira e costa adjacente definiram a área de estudo em que métodos analíticos adaptados e validados durante este trabalho foram usados para determinar os teores dos metais cádmio, cromo, zinco, cobre, chumbo e ferro nessas águas. Os resultados analíticos obtidos foram usados para avaliar a influência da descarga de água subterrânea na química das águas, em termos de metais traço e elementos dissolvidos, na área de estudo, em períodos hidrológicos distintos. Esse estudo apresenta uma estimativa dos fluxos advectivos de metais para a Lagoa Mangueira e para a restinga que separa a Lagoa Mangueira do Oceano Atlântico, com base em medições das concentrações de 222Rn. Também é apresentada uma forma alternativa de estimar fluxos de advecção de água baseado na Lei de Darcy. Foi demonstrado que a Lagoa Mangueira está sujeita a importantes aportes de elementos provenientes da associação entre processos de advecção da água subterrânea, deremineralização da matéria orgânica das águas do Banhado do Taim e da ressuspensão dos sedimentos de fundo. Desta forma, foi evidenciado que os fluxos de elementos dissolvidos via água subterrânea contribuem significativamente para o enriquecimento das águas superficiais da Lagoa Mangueira e da região oceânica adjacente e que a advecção de água subterrânea deve ser inserida no balanço hidrológico e de elementos do sistema Mirim-Mangueira-Oceano Atlântico.
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    Estudo dos padrões atmosféricos sinópticos geradores de eventos extremos de altura de onda, intensidade de vento, marés meteorológicas e erosão na costa do Rio Grande do Sul
    (2014) Machado, Arthur Antônio; Calliari, Lauro Júlio
    A erosão e progradação das zonas costeiras arenosas submetidas a um regime microtidal resultam, principalmente, da interação da oferta de sedimentos e da energia física induzida por ondas e as mudanças do nível do mar. A principal variação sistemática observada em uma série de perfis de praia é provavelmente a resposta às mudanças nas condições de onda. Uma variação que poderia ser resultado de uma única tempestade forte ou espalhar-se ao longo do ano devido à sazonalidade da intensidade das ondas. Tempestades têm desempenhado um papel importante na evolução transgressiva de curto prazo de sistemas de ilhas barreira ao redor do mundo. O litoral do Rio Grande do Sul (RS), sul do Brasil, sofre uma variação sazonal, devido à dinâmica associada com a frequência e intensidade de tempestades. Sistemas meteorológicos como ciclones extratropicais de alta intensidade que ocorrem na região sul do Brasil geram ondas de alta energia, que podem levar um perfil de praia de um estágio máximo acrescivo (mais reflectivo) ao máximo erosivo (mais dissipativo) em poucas horas. Analisando as tempestades que geram ventos e ondas extremas na costa do Rio Grande do Sul, com ênfase na identificação dos sistemas atmosféricos geradores, foi observado um aumento no número de eventos extremos de velocidade de vento para a costa do Rio Grande do Sul ao longo dos últimos 66 anos (1948-2013), entretanto esse aumento não foi verificado para os dados de onda analisados entre 1979 e 2008. Assim foi observado que os principais sistemas atmosféricos geradores de ventos intensos e grandes ondas para a costa do RS são os ciclones extratropicais. Estes sendo formados principalmente, isto é, com sua ciclogênese entre os paralelos de 30°S a 40°S, e com duas trajetórias preferenciais para leste e sudeste. Ambas direções gerando erosão e marés meteorológicas na costa do RS. Em relação à velocidade média de propagação dos ciclones extratropicais a maioria apresentou velocidades entre 20 a 40 km h-1 e em segundo velocidades entre 40 a 60 km h-1.
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    Estudo hidro e morfodinâmico do impacto de alterações na configuração do Porto de Rio Grande
    (2009) Carneiro, Igor Augusto Melém; Fernandes, Elisa Helena Leão
    A maioria dos portos ao redor do globo estão localizados em regiões estuarinas. Nessas regiões a sedimentação pode se tornar um sério problema, devido aos sedimentos conduzidos pelos rios depositarem nos canais de navegação, que devem ser dragados freqüentemente para permitir a entrada de navios com calados maiores. O Porto de Rio Grande, localizado na Lagoa dos Patos e é o maior Porto da região sul do Brasil em volume de transporte de cargas. A sedimentação na área do Porto de Rio Grande é controlada pela variação do vento e das descargas fluviais. O aumento das atividades e a necessidade de melhorar suas instalações levam a operações de dragagem permanente, que podem causar sérios problemas ambientais ao ressuspender compostos tóxicos no fundo, além de possuir um alto custo operacional. Devido ao seu baixo custo de operação, a modelagem numérica da hidrodinâmica e do transporte sedimentar se torna uma grande ferramenta para a compreensão do processo de assoreamento do canal e investigar o efeito de uma estrutura que ajuste as correntes em uma das áreas mais afetadas por esse fenômeno. A necessidade de representar a batimetria complexa de um corpo estuarino leva à necessidade de usar um modelo de elementos finitos, que neste trabalho, foi utilizado o modelo hidrodinâmico TELEMAC-2D acoplado com o modelo morfológico SEDIMORPH que utiliza areia grossa, areia fina e silte como classes granulométricas. No trabalho, primeiramente, foi dada ênfase na circulação barotrópica na sua porção estuarina com dados de vento e descarga fluvial do ano de 2002, caracterizadas por altos valores de descarga no período de inverno no complexo do Rio Guaíba, Rio Camaquã e Canal do São Gonçalo devido ao fenômeno "El Niño". Posteriormente, a hidrodinâmica responsável pela deposição de sedimentos finos na bacia do Porto Novo, mais precisamente o silte, foi analisada. A hidrodinâmica do canal de acesso, devido à forma irregular da ilha do Terrapleno, é caracterizada por zonas de recirculação geradas pelos fluxos de vazante e enchente as quais são caracterizadas por águas aprisionadas com velocidades favoráveis a sedimentação. A sedimentação é controlada pela descarga e pela atuação dos ventos, principalmente os que são provenientes das direções NE e SO. As zonas de recirculação são identificadas através de linhas de correntes, geralmente na transição entre os ventos de NE para SO e vice-versa. Os resultados morfodinâmicos indicam que a porção final do canal do Porto Novo apresenta maior tendência deposicional de sedimentos finos, coincidindo com os menores valores de velocidade e as zonas de recirculação. O efeito da colocação de uma estrutura (parede de deflexão) foi simulado com o intuito de ajustar a configuração do canal de acesso do Porto Novo e diminuir os efeitos da sedimentação. Devido ao modelo ser bidimensional, as escalas de evolução do fundo são subestimadas, pois além da necessidade de simulações em três dimensões, o modelo utilizado não possui um modelo de consolidação de sedimento, portanto estes se comportam como sedimentos não-coesivos.
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    Morfodinâmica da antepraia adjacente ao Farol da Conceição: litoral médio do RS
    (2014) Goulart, Elaine Siqueira; Calliari, Lauro Júlio
    A antepraia compreende a zona que vai do fim da zona de arrebentação ao inicio da plataforma interna. Os processos oceanográficos e geológicos neste ambiente determinam como a linha de costa vai responder às tempestades, à subida ou descida do nível do mar e às alterações nas reservas de sedimento provocadas pelo homem. Levantamentos detalhados da antepraia do RS são raros ou inexistentes. A fim de compreender a estrutura e a influência da antepraia nos processos costeiros na região do Farol da Conceição, caracterizado como um hot-spot erosivo. Foram realizados mapeamentos batimétricos e sedimentológicos detalhados da região. O mapeamento batimétrico foi realizado desde a isóbata dos 23 até os 5 metros de profundidade, com linhas espaçadas a meia milha náutica , além de um adensamento sobre os principais picos do banco. Foram coletadas 142 amostras pontuais de sedimento. Para entender a influência das estruturas mapeadas nas transformações das ondas em águas intermediárias e rasas, a batimetria detalhada foi utilizada como base para simulações de propagação de ondas, utilizando o modelo parabólico REFDIF-S (espectral). Foram simulados cinco casos modais, com altura significativa inicial de 1.5 m e período de pico de 10s, variando somente a direção de incidência (60°, 90°, 140°, 180° e 210°). Posteriormente foram simulados 3 eventos extremos, todos com direção aproximadamente de SE, os quais tiveram seu impacto na costa observados. O primeiro evento causou a queda do antigo Farol da Conceição, o segundo causou altas taxas de erosão, e o terceiro foi responsável pelo colapso da casa do faroleiro. Foram calculados também os limites das águas rasas e intermediárias, além da profundidade de fechamento instantânea para todas as situações simuladas. Os resultados sugerem que o Banco Capela se trata de uma feição composta por um núcleo rígido, possivelmente composto por arenitos praiais. Atualmente, o núcleo rígido interage com as correntes ao longo da costa e com o transporte de sedimento nesta direção, assumindo a forma de V com os braços indicando a direção preferencial da deriva litorânea (SW para NE). O mapeamento sedimentológico mostrou a presença de sedimentos finos provenientes da Lagoa dos Patos nas adjacências do banco. O sedimento grosso encontrado sobre o banco se deve a turbulência gerada pela interação entre a estrutura e a dinâmica local. As areias médias e grossas encontradas nas amostras podem ter origem em canais fluviais mapeados previamente nas proximidades da área de estudo. O sedimento cascalhoso amostrado é essencialmente calcário, inclusive com a presença de arenitos de praia. As simulações mostraram em todos os casos que o Banco Capela não é responsável pela formação de focos de onda, e sim a batimetria complexa que existe entre as isóbatas de 20 e 30 metros. O banco interage com tais focos, causando principalmente seu espalhamento, diminuindo o efeito do gradiente de alturas de onda na costa, que é um dos principais mecanismos de erosão na costa gaúcha. A presença do banco na antepraia na região do Farol da Conceição influencia a dinâmica local de duas maneiras antagônicas no que diz respeito à condição de hot-spot erosivo: de um lado promove o espalhamento dos focos gerados na plataforma interna, diminuindo o efeito erosivo dos mesmos, e de outro, impedindo que o sedimento transportado para regiões além da estrutura à barlamar retorne à costa e recomponha as praias erodidas.
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    Elementos-traço em macroalgas pardas e vermelhas conspícuas da Ilha da Trindade - Brasil e da costa brasileira
    (2018) Silva, Michelle Cristine dos Santos; Machado, Eunice da Costa
    Elementos-traço como cobre e zinco são micronutrientes essenciais aos organismos marinhos, enquanto cádmio, arsênio, mercúrio e chumbo não possuem funções metabólicas conhecidas e são tóxicos para macroalgas mesmo em baixas concentrações. Em áreas costeiras antropizadas pode haver maiores concentrações de elementos-traço tóxicos devido a atividades como agricultura ou portuárias, contrastando com ilhas oceânicas onde a influência humana é menor e episódios como acidentes onde há liberação de elementos/compostos tóxicos são raros. Ilhas remotas constituem, portanto, candidatas naturais para o estabelecimento de concentrações de background para contaminantes potenciais na biota marinha. Macroalgas assimilam e acumulam elementos-traço dissolvidos da água podendo ser utilizadas como organismos sentinelas para esses elementos. Neste contexto, este estudo procurou estabelecer as concentrações basais dos elementos-traço zinco, cobre, arsênio, chumbo, cádmio e mercúrio em algas pardas e vermelhas da Ilha da Trindade, uma ilha oceânica de origem vulcânica, e comparar com níveis encontrados em macroalgas de ambientes costeiros na região sul e sudeste brasileira. Para tal, quatro espécies de dois grupos algais (Phaeophyceae e Rhodophyta) foram coletados na Ilha da Trindade; e 5 espécies na costa. Não foram observadas diferenças espaciais na ilha para arsênio, mercúrio e cadmio e os níveis foram mais baixos quando comparados aos pontos coletados no continente. Diferenças foram encontradas entre as faces da ilha (Norte e sul) para chumbo, cobre e zinco, sugerindo que existem fatores fisiológicos ou hidrodinâmicos que influenciam o acúmulo desses elementos. A detecção de mercúrio e as altas concentrações de zinco, chumbo e cádmio sugerem impacto humano incipiente, embora que localizado e ou indireto, na ilha. As maiores concentrações de mercúrio, arsênio e cadmio em algas pardas (Phaeophyceae) corroboram o conhecimento amplamente difundido, de que este grupo apresenta alta capacidade de acúmulo de elementos tóxicos. Em geral, as concentrações de elementos-traço foram menores na ilha quando comparadas aos níveis encontrados em algas da costa, exceto para zinco e cobre que apresentaram maiores concentrações médias na ilha que no continente. As concentrações basais, no entanto, foram mais baixas na ilha do que aquelas reportadas para outras regiões e aquelas calculadas para o continente, sugerindo que estes níveis podem ser utilizados como referência para áreas contaminadas.
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    Contribuições ao estudo das variações morfossedimentares superficiais e estratigráficas da Praia dos Concheiros, RS
    (2015) Damião, André Luiz Araujo; Nicolodi, João Luís
    A Praia dos Concheiros possui características únicas no Rio Grande do Sul. Sua composição sedimentológica e a morfologia resultante são notáveis quando comparada a praias adjacentes. Os depósitos de bioclastos presentes na face praial – que dão nome à praia – são distribuídos de forma descontínua e rítmica, mostrando algum tipo de dinâmica oscilatória, atuando no transporte e na deposição desses sedimentos. Este fato pode estar associado a forçantes com componentes longitudinais, como ondas marginais, ou a mecanismos de auto-organização, nos quais interações não-lineares e processos de feedback entre a hidrodinâmica, morfologia e sedimentologia acarretam a formação desses padrões rítmicos dos depósitos. A amostragem textural de forma automatizada por meio de imageamento digital se mostra um método muito eficaz, por ser rápido e de baixo custo, sem perder acurácia, permitindo assim uma cobertura de maior resolução espaço-temporal sem um grande aumento de esforço. Processos de transporte sedimentar que ocorrem na face praial, tanto na direção transversal quanto na longitudinal, deixam registrado suas assinaturas na estratigrafia. Portanto, para investigar a estrutura interna da praia, foi utilizado um GPR (Ground-Penetrating-Radar), um equipamento geofísico não-invasivo para análise de camadas da sub-superfície. Com base nos dados adquiridos utilizando esses métodos, foi dado um passo em direção a uma melhor compreensão dos fatores – por exemplo, migração da zona de swash e o agente eólico - responsáveis pela formação de estruturas sedimentares encontradas na área de estudo, como as laminações intercaladas de areia fina siliclástica e de cascalho biodetrítico. Os bioclastos depositados na face praial são a parte emersa de uma feição sedimentológica muito maior, que tem variações que ocorrem em várias escalas espaciais e temporais. Então, fica claro que um melhor entendimento dessa praia e do comportamento desses sedimentos biogênicos só tem a agregar conhecimento sobre diversos processos dinâmicos atuantes na zona costeira. Por todas essas características e por ser isolada geograficamente, a Praia dos Concheiros se configura como um laboratório de oceanografia costeira em escala real, onde vários estudos morfodinâmicos e paleoceanográficos podem e devem ser realizados.
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    Sistemas aquíferos Serra Geral e Guarani: relação com a Oceanografia
    (2014) Paiva, Mariele Lopes de; Niencheski, Luis Felipe Hax
    Uma fonte significativa de elementos dissolvidos para o Oceano Atlântico, via descarga de água subterrânea, pode ser efetuada pelos Sistemas Aquíferos Guarani (GAS) e Serra Geral (SASG) através da infiltração de suas águas no sedimento de praia do litoral entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Brasil). Este trabalho apresenta as composições isotópicas (18O, 2H) das águas de diferentes compartimentos hídricos desta região, utilizados para determinar as fontes de água que abastecem o estuário subterrâneo do litoral adjacente. Através de análises estatísticas e estimativas de percentual de mistura, constatou-se que a descarga do GAS / SASG ocorre no estuário subterrâneo, com uma contribuição variando de 21% a 100%, em relação à percolação de água marinha. O processo comprovado no presente estudo pode representar uma grande fonte de nutrientes e elementos traço para o Oceano Atlântico e deve subsidiar estratégias para a adequação do manejo e conservação desses importantes recursos.