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Federal do Rio Grande
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IO - Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Física, Química e Geológica

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    Contaminação por plásticos em ambiente de marisma e sua interação com o processo de bioincrustação
    (2022) Pinheiro, Lara Mesquita; Pinho, Grasiela Lopes Leães; Agostini, Vanessa Ochi
    A contaminação por resíduos sólidos é um problema global principalmente devido ao uso de itens plásticos, atualmente categorizados de acordo com seu tamanho em macroplásticos (MAP), mesoplásticos (MEP) e microplásticos (MIP). Seu exacerbado consumo e persistência ambiental vêm causando problemas nos mais diversos ecossistemas, incluindo estuários. Outra problemática associada aos resíduos sólidos é que estes vêm sendo utilizados como substratos para o processo de bioincrustação. Apesar de se saber bem como esse processo ocorrem em superfícies naturais, ainda pouco se sabe dessa relação com resíduos sólidos como os plásticos. A comunidade bioincrustante em plásticos vem sendo chamada de Plastisfera, sendo que estudos nessa temática são escassos em ambientes estuarinos como marismas. Assim, o presente estudo teve como objetivo caracterizar a contaminação por plásticos em uma marisma e avaliar a sua interação com o processo de bioincrustação. Para tal, foi escolhida a Marisma do Molhe Oeste, no Estuário da Lagoa dos Patos (ELP), que apresenta zonação bem definida pela vegetação e taxa de alagamento. As hipóteses testadas foram: (i) a Marisma do Molhe Oeste está contaminada por resíduos sólidos, predominantemente plásticos, com variação negativa de distribuição em relação à taxa de alagamento, e (ii) a bioincrustação na marisma é afetada por diferentes características dos resíduos sólidos e pela zonação. Os níveis de contaminação por resíduos sólidos atingiram 5,35 ± 6,02 itens m-2 (maioria plásticos), 8,89 ± 8,75 MIPs L-1 em água, 279,63 ± 410,12 MEPs e MIPs kg-1 de sedimento seco superficial, e 366,92 ± 975,18 MEPs e MIPs kg-1 de sedimento seco ao longo da coluna sedimentar. Quantidades significativamente maiores de resíduos foram vistas nas zonas mais secas da marisma do que em relação às zonas mais alagadas para MAPs, MEPs e MIPs, o que confirma a primeira hipótese. Isso pode ser explicado por uma combinação de fatores como anta entrada de material (principalmente de origem doméstica, de pesca ou portuária), o papel de aprisionamento da vegetação nessa zona, e a hidrodinâmica do ELP. Foram encontrados 13 grupos de macro- organismos associados aos resíduos sólidos, além de micro-organismos (bactérias, fungos e microalgas) em MEPs e MIPs. Os organismos demonstraram ocorrência variadas nas zonas da marisma e características do substrato, o que pode estar associado aos diferentes níveis de resistência a variações de disponibilidade de água e luz e à comunidade previamente estabelecida, sendo então a segunda hipótese confirmada. Futuros estudos temporais de monitoramento dessa contaminação e de investigação mais profunda da comunidade epiplástica (i.e. Plastisfera) são necessários para entender suas consequências para os ecossistemas de marismas.
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    Transporte de Sedimento na Região Central da Plataforma Interna do Atlântico Sul
    (2021) Lisboa, Paulo Victor de Araújo Brito; Fernandes, Elisa Leão; Sottolichio, Aldo
    A Plataforma Continental do Atlântico Sudoeste é uma das maiores plataformas continentais do Hemisfério Sul e uma das mais importantes na produção biológica, devido à grande contribuição continental exercida tanto pelo Rio da Prata quanto pela Lagoa dos Patos. Estudos na região mostram que esses rios são significativamente afetados pelo efeito do El Niño – Oscilação Sul (ENOS), que pode interferir expressivamente na disponibilidade de material em suspensão inserido na região costeira. Apesar do grande esforço de diversos autores para compreender esses processos, algumas questões permanecem sem resposta. Assim, este trabalho visa preencher essa lacuna, respondendo a questões relacionadas à contribuição do sedimento de origem continental e seu comportamento na Plataforma Interna do Atlântico Sudoeste. O comportamento do sedimento em suspensão foi investigado com o auxílio do modelo hidromorfodinâmico TELEMAC-3D, através de 3 simulações devidamente calibrada e validada: uma representando anos normais, ou seja, sem o efeito do ENSO (2005-2006), outro experimentando o efeito do ENSO (2008-2009) e uma terceira simulação de longo prazo (2005-2012) para analisar os processos de deposição e evolução do fundo. Os resultados foram baseados em análises estatísticas, como Ondaletas e Análise Empírica da Função Ortogonal (EOF), além de séries temporais. Os resultados mostram que a Plataforma Interna do Atlântico Sudoeste é influenciada principalmente pela descarga fluvial do Rio da Prata e da Lagoa dos Patos, e pelo vento local. Além disso, a análise dos resultados da taxa exportação de sedimento para a plataforma interna mostra que o Rio da Prata é o maior exportador de sedimentos em suspensão da região, com uma taxa aproximada de 1,2x108 ton/ano em anos neutros (normais) e 3,0x108 ton/ano em anos sob influência do ENOS (fase quente e fria). Já a Lagoa dos Patos exporta aproximadamente 1,25x107 ton/ano no período sem o efeito ENOS e 1,35x107 ton/ano no período influenciado pelo ENOS. Os resultados também mostram que a descarga fluvial e o vento interagem com o sedimento em escalas sazonais a interanuais e sinóticas, respectivamente. Sobre a evolução de fundo, os resultados mostram que a Plataforma Interna do Atlântico Sudoeste tem um comportamento deposicional, apesar da presença de alguma área erosivas. Além disso, ficou evidente a influência do ENSO no fluxo de deposição na plataforma, refletindo na taxa de sedimentação, que variou desde 50mm/ano até 120mm/ano.
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    Variação sazonal da capacidade tampão do pH no sul do estuário da Lagoa dos Patos
    (2023) Effio, Paco Luisyn Quintana; Machado, Eunice da Costa; Pereira, Rodrigo Kerr Duarte
    Estudos precedentes mostraram que os ecossistemas costeiros estão experimentando uma ampla variação de pH entre -0,023 a 0,023 unidades de pH por ano, sendo suscetíveis principalmente a condições de acidificação ou basificação. Essa variabilidade está predominantemente associada ao metabolismo dos ecossistemas e à influência dos ambientes oceânicos e fluviais, como ocorre no sistema subtropical do estuário da Lagoa dos Patos (PLE, sul do Brasil), cuja variabilidade biogeoquímica é governada principalmente por processos de dissolução e concentração de sais. Este estudo analisou e quantificou, pela primeira vez, as mudanças sazonais do tamponamento do pH nas zonas interna e externa do PLE através de diferentes abordagens: (i) a variabilidade temporal dos parâmetros do sistema carbonato, (ii) o fator de sensibilidade do parâmetro (taxa de mudança de um componente específico do sistema de carbonato pela alteração de outro), (iii) a capacidade tampão do pH para mudança fracionária de carbono inorgânico dissolvido (βDIC), (vi) a salinidade máxima da acidificação estuarina (MEA) e (vi) os parâmetros controladores ou drivers sazonais de pH (temperatura, salinidade, DIC e alcalinidade total – TA). Um monitoramento superficial da TA, pH e parâmetros físico-químicos foi realizado de maio de 2017 a novembro de 2022. βDIC e outras variáveis do sistema de carbonato foram estimadas usando o pacote Seacarb do software R e a ferramenta macro do Excel CO2Sys. Os resultados não mostraram disparidade sazonal no pH e βDIC na zona externa, ao contrário da zona interna que registou uma variabilidade significativa principalmente entre verão e inverno. Durante o inverno, houve uma dissolução predominante de CaCO3 devido ao aporte fluvial com baixo tamponamento. No entanto, a zona interna apresentou um maior βDIC em baixa salinidade associada a seu valor mais alto da salinidade de máxima acidificação estuarina (MEA), onde o efeito das adições de CO2 no pH diminui à medida que se afasta da salinidade da MEA. A dinâmica mensal do βDIC em ambas zonas esteve principalmente relacionada com a variabilidade da salinidade, com influência predominante de janeiro a julho, enquanto a influência da variabilidade da clorofila-a prevaleceu durante os meses de alta descarga de água. O influxo de água doce determinou a disparidade sazonal da influência de cada driver ambiental na variabilidade do pH. Um efeito uniforme de cada driver foi observado no outono, em contraste com o verão, quando a mudança de pH foi associada principalmente ao efeito negativo do aumento da DIC, regulado pelo aumento da TA. As condições de subsaturação da aragonita em salinidade média e alta suportam a premissa de uma capacidade tampão moderada-baixa no baixo estuário da lagoa Dos Patos.
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    Variabilidade diária de troca estuário-plataforma na desembocadura da Lagoa dos Patos
    (2023) Rosa, Paulo Raphael do Amaral Santa; Schettini, Carlos Augusto França
    A maioria dos estudos sobre a hidrodinâmica do estuário da Lagoa dos Patos é baseia-se em ferramentas de modelagem numérica, havendo relativamente poucos estudos observacionais. Embora estudos observacionais apresentem uma desvantagem à limitação logística, eles permitem a observação dos fenômenos que geralmente não são possíveis de reproduzir por modelos em função da escala espacial e temporal reduzida, deste modo o trabalho teve como objetivo quantificar o transporte total de água e avaliar sua variabilidade diária a partir de observações diretas, realizado um experimento de campo para obtenção de dados hidrodinâmicos e propriedades da água no estuário da Lagoa dos Patos no período de 23 de fevereiro até 23 de março de 2021, foram realizados levantamentos de dados de descarga líquida, velocidade e direção dos ventos, através de uma seção transversal localizada a cerca de 6 km a montante da barra da Lagoa dos Patos. Foi calculado um balanço hidrológico utilizando dados de vazão fluvial dos principais afluentes da Lagoa (Sistema Guaíba, Camaquã e Canal de São Gonçalo) e trocas Lagoa-atmosfera por meio de precipitação e evaporação. Os resultados médios obtidos a partir de medições diretas (~1000 m3/s) concordam razoavelmente bem com os dados obtidos a partir do balanço hidrológico (~850 m3/s). Como contribuição científica, o trabalho contribui para o entendimento dos processos de troca estuário- plataforma em um sistema de geometria complexa, de micro-marés, cuja dinâmica é fortemente dominada pelo vento e pela descarga fluvial, realizado de forma observacional e direta.
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    O efeito da morfologia dos molhes no transporte de ovos e larvas da corvina micropogonias furnieri no estuário da lagoa dos patos
    (2020) António, Maria Helena Paulo; Fernandes, Elisa Helena Leão; Muelbert, José Henrique
    Os Molhes da Barra do Rio Grande, na desembocadura do estuário da Lagoa dos Patos, sofreram recentemente modificações que aumentaram o seu comprimento, tornando-os simétricos, mais afunilados e convergentes. Estudos tem reportado que a construção ou modificação de infraestruturas costeiras afetam a dinâmica da região, que por conseguinte pode influenciar o transporte e distribuição de propriedades ou organismos no estuário. A corvina, Micropogonias furnieri, é um peixe com ovos e larvas planctônicos e ciclo de vida estuarino-dependente que têm importância econômica para a pesca regional. Nesta tese, eu estudo o efeito da mudança nos Molhes da Barra no transporte de ovos e larvas da corvina para o estuário da Lagoa dos Patos (ELP). O transporte foi simulado com o modelo hidrodinâmico TELEMAC-3D acoplado a um módulo de partículas passivas. Duas categorias de simulações foram feitas com características extremas de vazão e situações controladas de ventos. A primeira, meramente hidrodinâmica, considerou forçantes dinâmicas extremas de vazante características durante a ocorrência de eventos ENOS (El Niño Oscilação Sul), para análise das mudanças hidrodinâmicas ocorridas entre a antiga e a nova configuração dos Molhes da Barra. Posteriormente, foram realizadas simulações controladas com ventos SW, S e SE com 5 (cinco) dias de duração no mês de janeiro dos mesmos anos, acoplando partículas passivas à componente hidrodinâmica. Os resultados demonstraram que as modificações feitas nos Molhes da Barra reduziram a extensão da intrusão salina na nova configuração. De forma similar, mudanças na estrutura da estratificação lateral, bem como o seu tempo de ocorrência foi reduzido em cerca de um terço da antiga para a nova configuração dos Molhes da Barra. Um atraso no início da estratificação lateral foi observado em função do vento incidente, estabelecendo-se primeiro durante os ventos SW, seguido dos ventos S e posteriormente o vento SE. Este atraso foi sempre maior na nova configuração para os 3 ventos. Pequenas mudanças no ângulo de incidência bem como redução em cerca de 20% da intensidade das velocidades de corrente, tanto de enchente como de vazante, foram constatados, assim como uma centralização parcial do fluxo ao longo do canal de navegação. As mudanças hidrodinâmicas ocorridas refletiram sobre o transporte de ovos e larvas, constatando-se uma redução da abundância e extensão da incursão para o interior do estuário com a nova configuração dos Molhes da Barra. A redução também foi percebida na distância média percorrida pelas larvas ao final de cada dia de simulação. Os resultados do estudo são os primeiros a reportar as mudanças ocorridas no transporte de ovos e larvas da corvina após as recentes obras de modernização e servem de base para estudos posteriores associados a aspetos do ciclo de vida da espécie. Associados a outros estudos já feitos na região, estes resultados servem de base para a compreensão e tomada de medidas de gestão para contornar o cenário de declínio dos estoques pesqueiros no estuário e região costeira adjacente à Lagoa dos Patos
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    Morfodinâmica da embocadura do Arroio Carahá. Lagoa dos Patos, São Lourenço do Sul - RS
    (2015) Lemke, Natalia; Calliari, Lauro Júlio; Fontoura, Jose Antonio Scotti
    Este trabalho apresenta o propósito de investigar os processos costeiros que envolvem o fechamento da foz do Arroio Carahá, situado em São Lourenço do Sul, na margem oeste da Lagoa dos Patos, bem como propor uma obra de fixação da barra que permita a navegabilidade de pequenas embarcações e, assim, avaliar a influência desta estrutura sobre as praias adjacentes. Para tal, inicialmente foi realizado um estudo sobre a evolução da linha de costa através da análise de aerofotografias e imagens de satélite georreferenciadas, referentes aos anos de 1953, 1977 e 2010. Constatou-se a ocorrência de um acentuado processo de retração na margem ao norte da foz do Arroio Carahá, atingindo 1,4 m/ano, assim como a ocorrência de avanço na margem ao sul da foz, com taxa média de 0,18 m/ano. Após, realizou-se o levantamento de vários dados oceanográficos referentes à região que engloba a Lagoa dos Patos, assim como ao específico local de estudo, São Lourenço do Sul. Através das análises de dados de ventos medidos na estação da Praticagem da Barra do Rio Grande, determinou-se o ano representativo (2008) de uma série temporal maior (2004 a 2010). A correlação linear entre dados de ventos da Praticagem e dados de ventos do modelo de reanálise europeu ECMWF mostrou que não há significativa variação espacial do vento sobre a extensa área da Lagoa dos Patos. Parâmetros de ondas (Hs, Tp e Dir) foram adquiridos através do ondógrafo fundeado na Lagoa dos Patos durante o período de 22/01/2015 a 01/07/2015, à aproximadamente 14 km de São Lourenço do Sul. Os valores médios de Hs, Tp e Dir obtidos no verão foram de 0,51 m, 3,2 s e 119º, respectivamente; e no outono foram de 0,36 m, 2,7 s e 137º, concomitantemente. Durante todo período de operação do ondógrafo, ondas mais frequentes ocorreram de leste, com períodos de pico curtos (entre 2 e 3,5 s) e pequenos valores de alturas significativas (até 0,6 m). As séries temporais adquiridas pelo ondógrafo, referentes a março de 2015, auxiliaram no processo de calibração do SWAN, modelo de geração e propagação de ondas que foi aplicado à Lagoa dos Patos. A comparação entre dados modelados e dados medidos resultou em valores de inclinação quadrática média ( ) iguais a 0,89, 0,78 e 0,83, respectivamente, para Hs, Tp e Dir. De um modo geral, o modelo apresentou um bom desempenho, mas com a tendência de subestimar os valores medidos pelo ondógrafo. No entanto, eliminou-se esta tendenciosidade ao se multiplicar os resultados do SWAN pelos fatores de ajuste calculados, os quais são: 1,14, 1,36 e 1,39, concomitantemente, para Hs, Tp e Dir. Após, com séries temporais de vazões do Complexo Guaíba e Rio Camaquã do ano de 2008, com a vazão média do Canal São Gonçalo e com dados de ventos da Praticagem do ano de 2008, realizou-se a simulação do modelo hidrodinâmico da Lagoa dos Patos. A comparação entre dados de variações de níveis dágua medidos no linígrafo de São Lourenço do Sul e os correspondentes dados gerados pela modelagem no mesmo local, mostrou um desempenho satisfatório do modelo, visto que o valor da inclinação quadrática média ( ) é de 0,68. Com o modelo SWAN devidamente calibrado, simulou-se a geração e a propagação de ondas na Lagoa dos Patos para todo ano de 2008 (ano representativo de ventos), registrando parâmetros de ondas (Hs, Tp e Dir) no contorno da grade numérica local (São Lourenço do Sul), os quais foram corrigidos com os respectivos fatores de ajuste. Selecionaram-se 36 cenários (ondas com correspondentes ventos) representativos para atuarem como forçantes do modelo morfológico local. Os 36 casos de ondas selecionados mostraram-se característicos de ambientes de baixa energia, com valores de Hs entre 0,16 e 1,03 m, e de Tp entre 2,05 e 4,54 s. Com a batimetria detalhada da enseada e com o valor médio do D50 das amostras sedimentares coletadas na região, realizou-se a simulação dos 36 cenários representativos no modelo morfológico local. Verificou-se a ocorrência de correntes bidirecionais (SW e NE) com intensidades entre 0,011 m/s e 0,184 m/s. Na margem ao norte da foz, as correntes geradas apresentaram direção para SW em todos os cenários simulados. No entanto, na margem ao sul da foz, surgiram correntes para SW, quando as ondas incidiram com ângulos entre 30º e 150º; e ocorreram correntes com direção oposta (NE) com a incidência de ondas entre os ângulos de 150º e 210º. Constatou-se a formação de uma zona de convergência na foz do Arroio Carahá a partir do encontro das correntes NE da margem sul com as correntes SW da margem norte. As taxas médias de transporte sedimentar obtidas ao longo de três perfis analisados (ao norte da foz, na foz e ao sul da foz) foram de 9 m3/ano/m, 7,3 m3/ano/m e 6,7 m3/ano/m, respectivamente, com sentido de NE para SW. Embora estas taxas apresentem pequenos valores, foram suficientes para realizar o processo de fechamento da foz com a formação da barra arenosa. As condições de baixa energia do ambiente e a vazão do Arroio Carahá, pouco significativa, não permitem remobilizar os sedimentos depositados na foz. Portanto, como a barra arenosa está constantemente formada na foz do Arroio Carahá, as pequenas embarcações apenas navegam pelo canal em condições de cheia da Lagoa dos Patos, quando o seu nível está alto.Por fim, realizou-se a simulação do modelo morfológico por um período de 5 anos, com a implementação de dois molhes perpendiculares à linha de costa e aprofundamento do canal de 1,6 metros. As taxas médias de transporte de sedimentos diminuíram consideravelmente, atingindo valores de 0,45 m3/ano/m e 1,4 m3/ano/m, respectivamente, nos perfis norte e sul. Devido à presença de correntes bidirecionais houve deposição de sedimentos em ambas as margens adjacentes às estruturas, de forma a aumentar a largura das praias nestas regiões. Através da modelagem, constatou-se que a obra é viável, visto que com o comprimento de 400 metros os molhes atingem a profundidade de 1,6 metros na Lagoa dos Patos, onde não há remobilização dos sedimentos (para os casos simulados, com o valor médio do D50).
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    Morfodinâmica da embocadura do Arroio Carahá. Lagoa Dos Patos, São Lourenço do Sul - RS.
    (2015) Lemke, Natalia; Calliari, Lauro Júlio; Fontoura, Jose Antonio Scotti
    Este trabalho apresenta o propósito de investigar os processos costeiros que envolvem o fechamento da foz do Arroio Carahá, situado em São Lourenço do Sul, na margem oeste da Lagoa dos Patos, bem como propor uma obra de fixação da barra que permita a navegabilidade de pequenas embarcações e, assim, avaliar a influência desta estrutura sobre as praias adjacentes. Para tal, inicialmente foi realizado um estudo sobre a evolução da linha de costa através da análise de aerofotografias e imagens de satélite georreferenciadas, referentes aos anos de 1953, 1977 e 2010. Constatou-se a ocorrência de um acentuado processo de retração na margem ao norte da foz do Arroio Carahá, atingindo 1,4 m/ano, assim como a ocorrência de avanço na margem ao sul da foz, com taxa média de 0,18 m/ano. Após, realizou-se o levantamento de vários dados oceanográficos referentes à região que engloba a Lagoa dos Patos, assim como ao específico local de estudo, São Lourenço do Sul. Através das análises de dados de ventos medidos na estação da Praticagem da Barra do Rio Grande, determinou-se o ano representativo (2008) de uma série temporal maior (2004 a 2010). A correlação linear entre dados de ventos da Praticagem e dados de ventos do modelo de reanálise europeu ECMWF mostrou que não há significativa variação espacial do vento sobre a extensa área da Lagoa dos Patos. Parâmetros de ondas (Hs, Tp e Dir) foram adquiridos através do ondógrafo fundeado na Lagoa dos Patos durante o período de 22/01/2015 a 01/07/2015, à aproximadamente 14 km de São Lourenço do Sul. Os valores médios de Hs, Tp e Dir obtidos no verão foram de 0,51 m, 3,2 s e 119º, respectivamente; e no outono foram de 0,36 m, 2,7 s e 137º, concomitantemente. Durante todo período de operação do ondógrafo, ondas mais frequentes ocorreram de leste, com períodos de pico curtos (entre 2 e 3,5 s) e pequenos valores de alturas significativas (até 0,6 m). As séries temporais adquiridas pelo ondógrafo, referentes a março de 2015, auxiliaram no processo de calibração do SWAN, modelo de geração e propagação de ondas que foi aplicado à Lagoa dos Patos. A comparação entre dados modelados e dados medidos resultou em valores de inclinação quadrática média ( ) iguais a 0,89, 0,78 e 0,83, respectivamente, para Hs, Tp e Dir. De um modo geral, o modelo apresentou um bom desempenho, mas com a tendência de subestimar os valores medidos pelo ondógrafo. No entanto, eliminou-se esta tendenciosidade ao se multiplicar os resultados do SWAN pelos fatores de ajuste calculados, os quais são: 1,14, 1,36 e 1,39, concomitantemente, para Hs, Tp e Dir. Após, com séries temporais de vazões do Complexo Guaíba e Rio Camaquã do ano de 2008, com a vazão média do Canal São Gonçalo e com dados de ventos da Praticagem do ano de 2008, realizou-se a simulação do modelo hidrodinâmico da Lagoa dos Patos. A comparação entre dados de variações de níveis d’água medidos no linígrafo de São Lourenço do Sul e os correspondentes dados gerados pela modelagem no mesmo local, mostrou um desempenho satisfatório do modelo, visto que o valor da inclinação quadrática média ( ) é de 0,68. Com o modelo SWAN devidamente calibrado, simulou-se a geração e a propagação de ondas na Lagoa dos Patos para todo ano de 2008 (ano representativo de ventos), registrando parâmetros de ondas (Hs, Tp e Dir) no contorno da grade numérica local (São Lourenço do Sul), os quais foram corrigidos com os respectivos fatores de ajuste. Selecionaram-se 36 cenários (ondas com correspondentes ventos) representativos para atuarem como forçantes do modelo morfológico local. Os 36 casos de ondas selecionados mostraram-se característicos de ambientes de baixa energia, com valores de Hs entre 0,16 e 1,03 m, e de Tp entre 2,05 e 4,54 s. Com a batimetria detalhada da enseada e com o valor médio do D50 das amostras sedimentares coletadas na região, realizou-se a simulação dos 36 cenários representativos no modelo morfológico local. Verificou-se a ocorrência de correntes bidirecionais (SW e NE) com intensidades entre 0,011 m/s e 0,184 m/s. Na margem ao norte da foz, as correntes geradas apresentaram direção para SW em todos os cenários simulados. No entanto, na margem ao sul da foz, surgiram correntes para SW, quando as ondas incidiram com ângulos entre 30º e 150º; e ocorreram correntes com direção oposta (NE) com a incidência de ondas entre os ângulos de 150º e 210º. Constatou-se a formação de uma zona de convergência na foz do Arroio Carahá a partir do encontro das correntes NE da margem sul com as correntes SW da margem norte. As taxas médias de transporte sedimentar obtidas ao longo de três perfis analisados (ao norte da foz, na foz e ao sul da foz) foram de 9 m3/ano/m, 7,3 m3/ano/m e 6,7 m3/ano/m, respectivamente, com sentido de NE para SW. Embora estas taxas apresentem pequenos valores, foram suficientes para realizar o processo de fechamento da foz com a formação da barra arenosa. As condições de baixa energia do ambiente e a vazão do Arroio Carahá, pouco significativa, não permitem remobilizar os sedimentos depositados na foz. Portanto, como a barra arenosa está constantemente formada na foz do Arroio Carahá, as pequenas embarcações apenas navegam pelo canal em condições de cheia da Lagoa dos Patos, quando o seu nível está alto. Por fim, realizou-se a simulação do modelo morfológico por um período de 5 anos, com a implementação de dois molhes perpendiculares à linha de costa e aprofundamento do canal de 1,6 metros. As taxas médias de transporte de sedimentos diminuíram consideravelmente, atingindo valores de 0,45 m3/ano/m e 1,4 m3/ano/m, respectivamente, nos perfis norte e sul. Devido à presença de correntes bidirecionais houve deposição de sedimentos em ambas as margens adjacentes às estruturas, de forma a aumentar a largura das praias nestas regiões. Através da modelagem, constatou-se que a obra é viável, visto que com o comprimento de 400 metros os molhes atingem a profundidade de 1,6 metros na Lagoa dos Patos, onde não há remobilização dos sedimentos (para os casos simulados, com o valor médio do D50).
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    Distribuição superficial de sedimentos e palinomorfos na plataforma continental interna sul do Rio Grande do Sul: implicações para reconstruções paleoclimáticas e paleoambientais durante o Holoceno
    (2015) Diniz, Débora; Mirlean, Nicolai
    Estudos actuopalinológicos e sedimentares na plataforma continental são importantes para compreender a dinâmica costeira e suas relações com o continente. Tais informações são fundamentais para auxiliar em reconstruções paleoambientais e paleoclimáticas. O objetivo geral deste trabalho foi analisar a deposição superficial de sedimentos e palinomorfos na plataforma continental interna sul do Rio Grande do Sul, estabelecendo bases para reconstruções paleoclimáticas e paleoambientais mais precisas. Foram coletadas 48 amostras superficiais entre as isóbatas de 2 e 22 metros próximo ao Balneário Hermenegildo. Modelos lineares foram utilizados para verificar a relação entre a frequência de palinomorfos/sedimento e a profundidade. Para as análises de agrupamento (DCA e Cluster) foram utilizados dados publicados na Lagoa dos Patos para verificar a similaridade entre os palinomorfos da plataforma e da Lagoa. Os sedimentos depositados na plataforma continental apresentaram alta assimetria e baixos valores de seleção com predominância de sedimentos argilosos mais próximos da costa. Estas características mostram uma influência de aportes continentais (silte e argila) e depósitos sedimentares relíquias (areia) na região de estudo. Uma grande diversidade de palinomorfos foi observada, incluindo 44 táxons de plantas, 5 táxons de algas, além de Foraminifera, Porifera, Ochrophyta, Fungi e Escolecodontes. Dentre esses, Poaceae, Cyperaceae, Amaranthaceae, Compositae/Asteraceae, foram mais frequentes. Regiões da Lagoa dos Patos com maior influência marinha mostraram maior similaridade palinológica com a plataforma continental. Apesar dessa similaridade uma gradação entre o conteúdo palinológico das amostras lagunares para as amostras da plataforma continental foi observado. O conteúdo polínico das amostras refletiu a diversidade vegetal natural encontrada na restinga gaúcha além da influência de importantes cultivares (Oryza e Pinus) na assembleia superficial de palinomorfos, enfatizando também sua importância em estudos palinológicos na compreensão das mudanças antrópicas na paisagem.
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    Modelagem hidrodinâmica do Saco do Arraial, Estuário da Lagoa dos Patos, RS
    (2008) Giordano, Priscila Bueno; Fernandes, Elisa Helena Leão
    As enseadas rasas do estuário da Lagoa dos Patos são importantes ambientes parao desenvolvimento de diversas espécies marinhas. Estas áreas servem como berçáriospara muitas espécies comercialmente importantes e contribuem para muitas atividadeseconômicas relacionadas ao suporte industrial da cidade de Rio Grande, pesca artesanalde camarão, aquacultura e lazer. Embora estes ambientes tenham grande importânciaecológica e econômica para a região, pouco se sabe sobre a sua dinâmica e a suaresposta às mudanças climáticas. Experimentos de modelagem numérica foramrealizados para investigar a resposta do Saco do Arraial, a maior enseada rasa doestuário da Lagoa dos Patos, às principais forçantes da região: vento, maré e descargafluvial com enfoque principal na resposta deste sistema às variações extremas dacontribuição de descarga fluvial. O comportamento do sistema perante as situaçõesextremas fornece um indicativo da sua resposta aos ciclos de El Niño/La Niña. Osresultados mostram que a dinâmica desta baía é dependente das variações de nível doestuário, do efeito local do vento e da intensidade da descarga fluvial. Quanto maisintensa a descarga fluvial, menor é o Tempo de Renovação do Volume de Água e oTempo de Permanência de partículas dentro do Saco do Arraial, que podem variar de 27a 45 dias e de 5 a 15 dias, respectivamente. Durante períodos de baixa descarga o ventoé o principal fator que promove a entrada de sal no Saco do Arraial. Como a maioria dosambientes costeiros, este ecossistema mostra-se sensível às possíveis conseqüências das mudanças climáticas.
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    Análise de dados e da circulação estacionária no canal de acesso à Lagoa dos Patos: simulações com Modelos Analíticos
    (2017) Orozco, Priscila Mulattieri Suarez; Möller Junior, Osmar Olinto
    A circulação estacionária gerada pelas forçantes passagem de frentes, descarga uviale gradiente longitudinal de densidade foi avaliada no estuário da Lagoa dosPatos considerando diferentes condições de descarga uvial. Adaptações de ciclosde maré para ciclos de enchente-vazante foram feitas para que os modelos analíticos segundo MIRANDA et al. (2002; 2012) e FISHER et al. (1972) fossemutilizados em um estuário dirigido por ventos e descarga uvial. A importânciarelativa das forçantes foi quanticada e os pers estacionários de velocidade longitudinale de salinidade foram simulados. Dados experimentais de descarga uvial,salinidade e intensidade e direção dos ventos e de correntes foram utilizados para avericação das simulações e descrições hidrográcas. Os resultados das simulaçõesforam satisfatórios (Skill > 0,92 e baixos valores de RMAE/RMSE), demonstrandouma dominância da descarga uvial e, em segundo plano, do gradiente longitudinalde densidade sobre o vento em condições de moderada à alta vazão. Em descargasuviais baixas, a magnitude do vento nos pers de velocidade torna-se comparávela das outras duas forçantes, mas apresentando valores desprezíveis nos pers desalinidade. Os modelos utilizados podem estar subestimando o papel do vento nacirculação estacionária por não considerarem seu efeito remoto além do local.