EENF – PPGENF-Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
URI permanente desta comunidadehttps://rihomolog.furg.br/handle/1/2334
Navegar
48 resultados
Filtros
Configurações
Resultados da Pesquisa
- ItemViolência contra a mulher: características das usuárias de um serviço de proteção(2023) Fagundes, Jessica Souza; Silva, Mara Regina Santos daEste estudo aborda o tema violência contra a mulher, que ocorre em milhares de famílias, praticada de diferentes modalidades e disseminada ao redor do mundo. Trata-se de um problema complexo que perpassa as áreas da justiça, educação, saúde e impacta na vida das mulheres como um evento profundamente devastador. O objetivo geral do estudo é: analisar as características individuais e relacionais de mulheres usuárias de um serviço de proteção a vítimas de violência, que denunciaram seus agressores. Os objetivos específicos são: (1) Descrever as características individuais, relacionais e contextuais de uma amostra independente de mulheres em situação de violência que denunciaram seus agressores em um serviço especializado de proteção à mulher em situação de violência; (2) Analisar o nível de associação entre o tempo transcorrido para realização da denúncia e as características individuais e relacionais (idade, anos de estudo, tempo de convivência com o agressor e número de filhos) de mulheres que denunciaram seus agressores em um serviço especializado de proteção à mulher em situação de violência; (3) Explorar um modelo de agrupamento (cluster) adequado para explicar duas amostras de dados, dos anos de 2016, 2017, 2018 e 2020, coletados em um serviço especializado de atendimento à mulher em situação de violência. Do ponto de vista metodológico, trata-se de um estudo quantitativo, desenvolvido com uma amostra constituída de dados secundários obtidos nos registros de um serviço de atendimento a mulheres vítimas de violência, localizado em um município do extremo sul do Rio Grande do Sul, Brasil. Os dados foram submetidos a análises estatísticas uni (média, desvio padrão), bi (ANOVA a um fator) e multivariada (análise de cluster hierárquico e Regressão). Resultados: a idade das mulheres atendidas no serviço estava, em 50,9% dos casos, entre 18 e 32 anos; 50% tinham de zero a 8 anos de estudo, o que corresponde a nenhum estudo até o ensino fundamental completo; 56,8% conviviam ou conviveram com o agressor por até 8 anos; 61,1% tinham pelo menos um filho; 50,7% referiram problemas conjugais com o agressor. Em relação à média de tempo (em horas) transcorrido entre a agressão e a denúncia, o perfil típico que leva mais tempo para denunciar o agressor, na amostra estudada, foi de mulheres com idade entre 27 e 32 anos (103,42h), mais de 12 anos de estudo (83,33h), maior tempo de convivência com o agressor (110,55h) e com 1 ou 2 filhos (105,10h). O perfil que denunciou mais rapidamente os agressores foi de mulheres com menor faixa etária, entre 18 e 26 anos, (56,25h), com 9 a 11 anos de estudo (64,96h), menor tempo de convivência com o agressor (1 a 4 anos) (31,38h) e sem filhos (38,33h). Apesar de existirem diferenças reais entre as mulheres, a associação com significância estatística foi evidenciada em relação ao tempo de convivência com o agressor (p<0,05). Após a realização da análise de cluster hierárquico pelo método Ward, a amostra 1 apresentou 3 clusters. O cluster 1 é composto por 19 casos (13,66%), o cluster 2 por 39 (28,05%) e o cluster 3 por 81 (58,27%). O cluster 1 é caracterizado por mulheres com média de 53 anos de idade, 5 anos de estudo, 22 anos de convivência com o agressor e 1,32 filhos. O cluster 2 é caracterizado por mulheres com idade média de 38 anos, 9 anos de estudo, 13 anos de convivência com o agressor e 2,72 filhos. O cluster 3 é caracterizado por mulheres com idade média de 27 anos, 11 anos de estudo, 7 anos de convivência com o agressor e 1,01 filhos. A segunda amostra formou 2 clusters. Neste o cluster 1 é composto por 117 casos (71,77%) e o cluster 2 por 46 (28,22%). O cluster 1 é caracterizado por mulheres com média de 28 anos de idade, 9,8 anos de estudo, 5,35 anos de convivência com o agressor e 1,26 filhos. O cluster 2 é caracterizado por mulheres com média de 41 anos de idade, 10,4 anos de estudo, 17,83 anos de convivência com o agressor e 1,58 filhos. Conclusão: Os resultados deste estudo mostraram a diversidade em termos de características individuais e relacionais das mulheres que buscam ajuda em um serviço de referência para o atendimento das situações de violência a que estão expostas. São resultados que comprovam a violência como um evento danoso que atinge mulheres de diversas faixas etárias, com grau de escolaridade variados e que o tempo de convivência com o agressor e o número de filhos não segue um perfil único. Essa diversidade de características, mostrada nos resultados de todas as análises realizadas, permite inferir que, embora sejam mulheres que tem em comum o fato de serem vítimas de violência, suas necessidades e demandas são diferentes
- ItemSaúde mental positiva de familiares cuidadores de crianças com doenças crônicas(2023) Costa, Aline Rodrigues; Gomes, Giovana CalcagnoA doença crônica traz repercussões para o processo de cuidado à criança. Este estudo objetivou avaliar a Saúde Mental Positiva de familiares cuidadores de crianças com doenças crônicas. Foi realizada uma pesquisa metodológica com abordagem quantitativa e delineamento transversal. Participaram do estudo 172 familiares cuidadores de crianças atendidas em um Hospital do extremo sul do Brasil. Os dados foram coletados no segundo semestre de 2020 por meio da aplicação do Cuestionario de Salud Mental Positiva CSM+ de Lluch, organizados em uma matriz no Excell e submetidos ao software estatístico R Project dos Statistical Computing versão 4.1.0. Os dados receberam tratamento estatístico descritivo e análise inferencial, sendo apresentados na forma de gráficos e tabelas. Foram respeitados os princípios éticos da pesquisa envolvendo seres humanos. Os resultados mostraram que que a maioria (138 / 80,3%) era mãe das crianças, mulheres (157 / 91,3%), com idades entre 20 e 39 anos (112 / 65.12%), casados (109 / 63%), com Ensino Médio completo (65 / 37,8%), naturais do município onde o estudo foi realizado (118 / 69%). Apresentavam patologias físicas (73 / 42%), sendo as mais citadas o HIV e a Hipertensão Arterial Sistêmica entre outras; 41 (23,84%) referiram algum tipo de problema de saúde mental em que 26 (63,41%) tinham depressão, 13 (31,71%) eram usuários de drogas ilícitas, um (2,44%) tinha transtorno bipolar e um (2,44%) era alcoólatra. Quanto à satisfação pessoal a maioria dos familiares 128 (74,4%) apresentou nível alto de saúde mental positiva. No entanto, cinco (2,9%) apresentaram nível baixo e 39 (22,7%) nível intermediário. O nível de atitude pró-social foi alto, representado por 137 (79,7%) familiares. No entanto, sete (4,1%) apresentaram nível baixo e 28 (16,3%) nível médio. O nível de autocontrole obtido foi alto, sendo representado por 153 (89,0%) familiares. No entanto, quatro (2,3%) apresentaram nível baixo. O nível de autonomia, também foi alto, sendo representado por 121 (70,3%) participantes. Mas 50 (29,1%) apresentaram nível intermediário. Quanto à resolução de problemas e realização pessoal verificou-se que a maioria 153 (89,0%) apresentou nível alto. No entanto, 18 (10,5%) encontram-se no nível intermediário. Quanto à habilidade de relação interpessoal, verificou-se que a maioria, 128 (74,4%), apresentou nível alto. No entanto, 38 (22,1%) apresentou nível intermediário e seis (3,5%) nível baixo. A análise inferencial mostrou autonomia prejudicada nos familiares com problemas de saúde mental. A saúde mental positiva obteve no geral 156 (90,7% dos participantes), estando no nível alto. Pode concluir que promover a saúde mental positiva dos familiares cuidadores de crianças com doenças crônicas é uma prioridade necessária. Para tal efeito deve-se melhorar a prestação de cuidados, criando-se novos programas de intervenção, avaliando a eficácia dos programas já existentes na busca por fortalecer as habilidades e recursos pessoais de cada participante. Verificou-se a possibilidade do enfermeiro atuar na perspectiva da promoção da saúde mental positiva, intervindo sobre os aspectos afetados, auxiliando familiares cuidadores de crianças com doenças crônicas a se fortalecerem tanto física quanto emocional e mentalmente.
- ItemRepresentações sociais de familiares cuidadores acerca do cuidado à criança com tuberculose pulmonar(2020) Jung, Bianca Contreira de; Gomes, Giovana CalcagnoAs crianças são consideradas grupo alvo em adquirir a tuberculose, pois o contágio acontece a partir da convivência de um adulto diagnosticado com a doença. Estima se que no mundo a cada ano um milhão de crianças adoeçam por tuberculose e enfrentem dificuldades de obter o diagnóstico e tratamento. Objetivou-se conhecer as representações sociais dos cuidadores familiares acerca do cuidado que prestam à criança com tuberculose pulmonar. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva, que utilizou o referencial da Teoria das Representações Sociais. Foi realizada nos 22 municípios que compõem a 3ª Coordenadoria Regional de Saúde no primeiro semestre de 2019. Os participantes foram escolhidos mediante amostragem intencional, totalizando 13 familiares cuidadores. A produção dos dados foi obtida por meio de entrevista semiestruturada, sendo gravadas e transcritas. O estudo foi aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa na Área da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande, sob o número 162/2019 e parecer: 94574218.2.0000.5324. Os dados foram submetidos à posterior análise pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Como resultados as crianças adquiriram a tuberculose pela convivência com um adulto diagnosticado na família, houve história da doença no próprio contexto familiar. Não se identificou um rastreamento efetivo para as crianças contatos de caso índice e detecção precoce. Todas as crianças receberam a vacina do Bacilo Calmette–Guérin, com destaque para a elevada cobertura vacinal nos municípios de realização da pesquisa, o que faz prevenir as formas graves da doença. Os familiares cuidadores desconheciam sobre a baixa eficácia de proteção da vacina contra a forma pulmonar da tuberculose. O fato de a maioria das crianças terem sido imunizadas representou para eles a concepção de segurança e proteção em relação à transmissibilidade. Os sintomas apresentados pelas crianças serviram de alerta para a busca de ajuda na rede de serviços de saúde, entretanto, houve a demora em obter o diagnóstico da criança e falta de resolubilidade no atendimento. Os profissionais que realizaram o diagnóstico empregaram diferentes métodos de investigação, antagônicos ao sistema de escore para o diagnóstico pediátrico da tuberculose preconizado pelo Ministério da Saúde. O adoecimento foi um acontecimento transformador e multifacetado da dinâmica familiar, impactou em mudanças físicas, emocionais, psicológicos, sociais, culturais e econômicas. A família contou com uma rede de apoio social formada pelos familiares, amigos, vizinhos, escola e professores, profissionais de saúde, sobretudo, a enfermagem, serviços de saúde e a fé em Deus. O cuidado conferido pela família foi importante para a adesão da criança ao tratamento e atingir a cura da tuberculose. Destacou-se o papel da enfermagem na vida das famílias e crianças, nas práticas de cuidados e contribuição no processo de recuperação da criança.
- ItemReestruturação da vida familiar após o suicídio de um de seus membros: um estudo na perspectiva da resiliência familiar(2022) Alfaro, Elena Bustos; Silva, Mara Regina Santos daO fenômeno do suicídio é um importante problema de saúde pública em nível mundial e um tema prioritário de investigação, devido ao impacto que causa nas famílias, principalmente nas pessoas mais próximas, nas comunidades e nos países. Esta tese tem como objetivo geral compreender os processos que sustentam a reestruturação da vida familiar após a perda de um dos seus membros por suicídio. Como objetivos específicos, inclui: (1) identificar elementos que denotam os sentidos atribuídos à perda do familiar por suicídio; (2) examinar os processos de comunicação e organização intrafamiliar que contribuem para a reestruturação da vida familiar após o suicídio de um dos seus membros; (3) analisar os recursos externos da família que se constituem em referências de apoio no processo de reestruturação da vida familiar, ao longo da experiência da morte por suicídio. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório que utiliza como referencial teórico o conceito de Resiliência Familiar. Participaram do estudo nove familiares pertencentes a oito famílias, residentes em Rio Grande, RS/Brasil, que vivenciaram a perda de um membro por suicídio entre 2016 e 2021. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas no período entre maio e agosto de 2022 e submetidos à técnica de análise temática. De forma complementar, foi utilizado o Genograma e o Ecomapa com cada uma das famílias participantes. Todos os preceitos éticos e legais da Resolução no 510/2016, do Ministério da Saúde do Brasil, foram respeitados. Os resultados, agrupados em núcleos temáticos, mostram os sentidos atribuídos pelas famílias à perda por suicídio, os quais foram assim denominados: a descoberta marcante do ato executado; uma dor imensurável; sentimento de abandono; culpabilidade que paralisa; vazio e saudade da história vivida. Constatou-se, também, que o processo de reestruturação familiar ocorre prioritariamente dentro da própria família, por meio de modificações na rotina e/ou nos papeis; e as famílias não acessam ou não reconhecem os serviços de saúde como fonte de apoio para sua reestruturação após a perda. Ainda, os resultados apontam que as intervenções dirigidas à posvenção podem ser orientadas pelos indicadores presentes nestas famílias, dentre os quais destacam-se: histórico de separações conjugais; família reconstituída; relações familiares conflituosas; histórico de doenças físicas e mentais concomitantes; abuso de álcool e drogas; violência (física, emocional e sexual) entre os membros da família; ser alvo de racismo; e condição econômica deficitária. Comprova- se, portanto, a tese que as famílias que vivenciaram o suicídio de um dos seus membros podem se reestruturar, desde que sejam capazes de mobilizar os processos e as estruturas de apoio, existentes no contexto em que vivem. Conclui-se destacando a relevância da posvenção como abordagem das famílias sobreviventes, sendo imperativo a inclusão de políticas públicas que reforcem a necessidade de atenção às famílias sobreviventes, nos diferentes serviços da Rede de Atenção Primária onde elas podem ser reconhecidas, acolhidas e consideradas como grupo em situação de vulnerabilidade. São famílias que precisam de ajuda para identificar e acessar os recursos extrafamiliares, principalmente o apoio social e nesta tarefa os profissionais têm papel preponderante, por meio da mobilização das potencialidades das famílias, permitindo fortalecer o seu processo de reestruturação.
- ItemFamílias com adolescentes que manifestam comportamentos de risco: áreas prioritárias de intervenção(2022) Carvalho, Elga Mirta Furtado Barreto de; Silva, Mara Regina Santos daA família é um contexto fundamental para o processo de desenvolvimento de seus membros, particularmente dos adolescentes que se encontram em um período crítico de transição e necessitam de um ambiente saudável para atingirem seu potencial humano e, assim, contribuir para a construção de sociedades mais justas. É nesta perspectiva que se desenvolve esta tese de doutoramento, cujo objetivo geral consiste em: compreender as interações que demarcam o cotidiano das famílias de adolescentes com comportamentos de risco que vivem na ilha de Santiago/Cabo Verde/África. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa, pautado nos conceitos de ciclo de vida familiar, vulnerabilidade psicossocial e suporte social. Participaram 18 famílias com adolescentes, estudantes de uma escola secundária da cidade da Praia, ilha de Santiago/Cabo Verde, os quais manifestam comportamentos de risco, incluindo: consumo de álcool e drogas, gravidez na adolescência e violência juvenil. Os dados foram coletados entre junho e julho de 2022, por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas individualmente com os pais ou os responsáveis pelo adolescente e após submetidos à análise de conteúdo. O estudo recebeu uma certificação ética do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa para a Saúde de Cabo Verde. Os resultados são apresentados em um conjunto de categorias que retratam: (1) Situações cotidianas reconhecidas pelos pais de adolescentes como difíceis de serem geridas, na qual estão incluídos: comportamentos inadequados; ausência de referências familiares positivas; comportamentos perigosos e problemas escolares; (2) Estratégias utilizadas pelas famílias para gerenciar os comportamentos de risco manifestados pelos filhos adolescentes, incluindo: adaptação intrafamiliar no enfrentamento dos desafios; clima familiar promotor de crescimento; mobilização de recursos familiares, sociais e comunitários; e padrão de interação disfuncional; (3) As fortalezas da família reconhecidas por seus membros, constituída pelas relações de proteção e cuidado entre seus membros; interações afetivas entre os membros da família e sistema de crenças religiosas; (4) Funções/áreas prioritárias nas quais as famílias de adolescentes com comportamento de risco necessitam de ajuda, englobando: suporte familiar; competências parentais; ambiente escolar seguro com qualidade de vida; e organizações comunitárias que trabalham junto as famílias com a adolescentes. Os resultados deste estudo evidenciam a necessidade de reorganização e integração dos serviços sociais e de saúde disponibilizados às famílias de adolescentes com comportamentos de risco, com vistas a apoiá-las no desenvolvimento e redirecionamento das trajetórias de vida dos adolescentes. São resultados que podem subsidiar o delineamento de políticas, programas e estratégias de enfermagem familiar específicas para amparar as famílias na tarefa de construir um contexto favorável para o desenvolvimento dos seus membros, com impacto na produção de uma geração mais saudável, capaz de catapultar o desenvolvimento social e econômico do país, no futuro.
- ItemVivências de famílias no cuidado à criança com transtornodo espectro autista (TEA): subsídios para a prática de enfermagem(2023) Nobre, Camila Magroski Goulart; Gomes, Giovana CalcagnoO diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista constitui uma situação de impacto, podendo repercutir na mudança da rotina diária, na readaptação de papéis, ocasionando efeitos diversos no âmbito ocupacional, financeiro e das relações familiares. Este estudo tem como objetivo compreender os significados atribuídos pela família ao cuidado que prestam a criançascom Transtorno do Espectro Autista e construir um modelo teórico que sustente o processo evidenciado nesta adaptação. Para alcançá-lo realizou-se uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, descritivo, no período compreendido entre agosto de 2021 e agosto de 2022. Os participantes foram 16 familiares cuidadores de crianças com esse diagnóstico divididos em 3 grupos amostrais. Teve como contexto uma escola especial que essas crianças frequentam localizada em um município no sul do Brasil. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada em profundidade realizada via videoconferência, utilizando a ferramentadigital WhatsApp. O referencial teórico utilizado foi o Interacionismo Simbólico e metodológico a Teoria Fundamentada nos Dados. A coleta de dados e a análise dos dados foram realizadas concomitantemente. A análise foi realizada pela codificação aberta, axial e seletiva.Foram respeitados os princípios éticos da pesquisa, conforme a resolução 510/2016. Descobrindo o Transtorno do Espectro Autista se consolidou quando as famílias apresentaramou não intercorrências na gestação; perceberam ou não as características do transtorno do espectro autista na criança e caminharam para o processo de recebimento do diagnóstico. Sendocuidada em diferentes contextos apontou o domicílio, a escola regular, a escola especial e os serviços de saúde como os locais onde o cuidado à criança acontece. Construindo estratégias para vivenciar o processo de cuidado da criança apontou que as famílias estudam sobre o transtorno; inserem a criança em diversasterapias com diferentes profissionais; aprendem sobreo transtorno com os terapeutas da equipe de cuidados da criança; utilizam figuras para estabelecer comunicação com a criança e deixam de oferecer leite e glúten para o filho com o transtorno. Referiram como interveniências positivas durante o processo de cuidado à criança ter uma rede de apoio para auxílio no cuidado às crianças, entendersobre o assunto, estabeleceruma rotina com a criança, oferecer à criança uma alimentação saudável e ter condições financeiras favoráveis. Apresentam como interveniências negativas ter que prever com antecedência tudo que vai ser feito, ter dificuldade na realização das atividades de vida diária, de comunicação, para dormir, de encontrar profissionais qualificados na área, de entender o comportamento do filho(a), de aceitação da criança no âmbito familiar, de inclusão da criança na escola, do comportamento agressivo da criança, de sua seletividade alimentar, de não ter uma rede de apoio para o cuidado da criança e de ter uma condição financeira desfavorável. Como consequências do diagnóstico da criança verificou-se que as famílias aprendem aentender o transtorno, ressignificam o cuidado à criança e mudam a dinâmica familiar após o recebimento do diagnóstico da criança. Concluiu-se que há necessidade de aprimoramento do conhecimento teórico-científico da enfermagem acerca do tema, sustentado em reflexões que promovam transformações no cuidar.
- ItemEnfermagem holística nas relações socioambientais família trabalho: um estudo de intervenção com a técnica vibracional da Mesa Radiônica Régia Prado(2020) Couto, Andréia Martins do; Cezar-Vaz, Marta ReginaA enfermagem holística considera que a interação demanda adaptação do indivíduo ao ambiente e às suas relações e reconhece que as relações de família e de trabalho são elementos determinantes para a conservação da integridade dos indivíduos. Objetivos: identificar, por meio da avaliação de enfermagem, a dor e o estresse provenientes das relações socioambientais de trabalho-família; verificar o resultado da técnica vibracional mesa radiônica Régia Pardo nos níveis de dor e estresse provenientes das relações socioambientais de trabalho-família; avaliar o resultado da intervenção, com técnica vibracional mesa radiônica Régia Pardo, no cuidado de enfermagem holística, para os níveis de estresse e dor provenientes das relações socioambientais de trabalho-família. Metodologia: pesquisa teórico-prática, quantitativa, com método quase-experimental, do tipo antes e depois, e desenho série temporal interrompida. A coleta de dados ocorreu entre os meses de outubro e dezembro de 2019, com amostra de 20 pacientes em acompanhamento, com a aplicação da técnica vibracional. Feita em três tempos, teve, no primeiro, a coleta do cortisol, quando foram aplicadas métricas para dor e estresse e medição dos conflitos de trabalho-família e família-trabalho. No segundo, aconteceu a aplicação da intervenção. No terceiro, repetiu-se o procedimento inicial. Resultados: adaptação do modelo de conservação de Levine para o modelo terapêutico vibracional; redução nos níveis de dor e, para os níveis de estresse não houve redução, estatisticamente, significativa, no entanto verificou-se redução na intensidade do estresse quando comparado entre pré e pós intervenções; a mensuração radiestésica física apresentou aumento significativo estatisticamente; a redução nos níveis de radiestesia mental, a radiestesia emocional e espiritual não apresentaram resultados significativos, no entanto, ao ser verificada nas pré e pós-intervenções, apresentaram diminuição na dimensão emocional e aumento na espiritual. O resultado estatístico de comparação entre pré e pós-intervenções pela mensuração do cortisol mostrou que, na primeira avaliação, houve redução nos índices de cortisol, 13 pacientes tiveram redução e 9 mantiveram a redução ao longo da avaliação, demonstrando que a intervenção modifica os sinais e sintomas de dor e de estresse. As associações do cortisol com a dor e o estresse, a dor e o conflito família-trabalho, o estresse e conflito família-trabalho, e a depressão e família-trabalho foram positivas nos escores: dor e estresse; dor e conflito família-trabalho; estresse e família-trabalho; depressão e conflito família trabalho. Conclusão: o processo de cuidado de enfermagem, por meio do cuidado terapêutico vibracional, promove minimização das manifestações de dor e estresse dos indivíduos nas relações socioambientais de trabalho-família, portanto o enfermeiro deve considerar o campo eletromagnético como dimensão do cuidado à saúde.
- ItemInfluência do paciente com câncer na ambiência domiciliar na perspectiva do pensamento ecossistêmico(2024) Bick, Miguel Armando; Siqueira, Hedi Crecencia Heckler deIntrodução: O processo de adoecimento e tratamento do ser humano com câncer provoca mudanças no seu cotidiano e na sua multidimensionalidade que implicam em adequações e ajustes da autopoiese na ambiência domiciliar, em busca da sua sobrevivência que, na perspectiva do Pensamento Ecossistêmico, influenciam no ecossistema domiciliar. 0bjetivo: Conhecer e analisar as influências do paciente com câncer, no processo das adequações, adaptações e ajustes da autopoiese na ambiência domiciliar em busca da sua sobrevivência, na perspectiva do Pensamento Ecossistêmico. Referencial teórico: O estudo teve como referencial teórico-filosófico básico o Pensamento Ecossistêmico, que compreende múltiplos componentes de um espaço determinado que, em conjunto, formam uma totalidade/unidade inter-relacionada, interconectada e mutuamente influenciável. Metodologia: Estudo descritivo e exploratório com abordagem qualitativa. Os participantes do estudo foram dez pacientes com câncer, diagnosticados há mais de seis meses e ou em tratamento de câncer e respectivos familiares cuidadores, indicados pelos pacientes totalizando 20 entrevistados. A busca dos participantes pacientes foi realizada por meio da procura em prontuários ativos em dois locais de atendimento: Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) RS e Ambulatório de Terapias de Alta Complexidade do Hospital Geral Unimed Santa Maria (HGU) RS. O local do estudo foi o ecossistema domiciliar dos participantes. A coleta de dados ocorreu no primeiro semestre de 2023 foi utilizado um roteiro com 56 questões subjetivas e objetivas que foram gravadas por gravador de alta definição. Para análise utilizou-se o método de Análise de Conteúdo, com base em Bardin, empregando a técnica de Análise Categorial, também, denominada de Análise Temática. Resultados: Os dados e resultados obtidos, com base nos cinco objetivos específicos da pesquisa, foram organizados em 14 quadros, seguidos de uma breve análise e discussão: Caracterizar o perfil sociodemográfico e epidemiológico dos participantes do ecossistema domiciliar em estudo; Analisar as múltiplas dimensões do ser humano e respectivos aspectos do paciente com câncer, que influenciam no processo da autopoiese, na perspectiva do Pensamento Ecossistêmico; Pesquisar a influência do comportamento do paciente com câncer nas mudanças da ambiência do ecossistema domiciliar, com base no Pensamento Ecossistêmico; Analisar, a capacidade de auto-organização do paciente com câncer e sua família na retomada à normalidade de vida, na perspectiva do participante; Elaborar um material cientifico, com base nos dados obtidos pelos participantes da pesquisa, acerca das demandas identificadas no ecossistema domiciliar, para auxiliar e oportunizar melhorias na qualidade de vida. Discussão dos dados: Os dados foram discutidos em três artigos a serem publicados em periódicos nacionais e internacionais de Qualis A. Conclusões: Frente aos resultados sociodemográficos e epidemiológicos é possível afirmar que o câncer não observa variáveis especificas e que independem de idade, sexo, atividade profissional e que, o paciente ao ser acometido por diferentes tipos de neoplasias, esses influenciam no ecossistema domiciliar. Além disso, ao considerar o participante como ser humano multidimensional, foi possível verificar que o câncer influência nos seus aspectos biológicos, sociais, psicológicos e espirituais de forma interrelacionada, interconectada e mútua. Os dados revelam que todas as dimensões dos indivíduos são amplamente influenciadas e impactam, diretamente, na saúde e qualidade de vida dos integrantes do ecossistema domiciliar. Assim sendo, foi possível sustentar a TESE proposta.
- ItemAs vivências das famílias durante a pandemia da COVID-19: estudo das perdas e dos processos(2024) Dal Pai, Sandra; Silva, Mara Regina Santos daComo objetivo geral buscou-se compreender os processos que ajudaram a família a enfrentar as perdas vivenciadas durante a pandemia da COVID-19. Como objetivos específicos: Examinar a(s) perda(s) decorrente(s) da pandemia e o sentido atribuído pela família; Examinar as referências de apoio utilizadas pela família que auxiliaram no processo de enfrentamento da(s) perda(s); Examinar os processos de organização, de comunicação e os sistemas de crença utilizados pela família no enfrentamento da(s) consequências(s) decorrentes da pandemia da COVID-19. Estudo qualitativo, exploratório, que utiliza o referencial teórico da Resiliência Familiar. Participaram do estudo 36 famílias que sofreram perdas econômicas/financeiras e/ou perdas por morte e/ou perdas/rompimentos de relacionamento durante a pandemia da COVID- 19. Incluiu-se famílias que tinham pelo menos um membro representante com idade igual ou maior de 18 anos, totalizando 41 membros representantes. Os dados foram coletados entre novembro de 2022 e janeiro de 2023, por meio de entrevistas semiestruturadas, em uma cidade do noroeste do Rio Grande do Sul/Brasil e analisados pela técnica de análise de conteúdo, com o auxílio do software Iramuteq. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da FURG, CAAE: 63850822.9.0000.5324, conforme a Resolução no510/2016. Evidenciou-se que as perdas surgidas da pandemia foram as perdas laborais, financeiras, relacionadas à saúde e às perdas por morte. Para enfrentá-las, as famílias identificaram auxílio nos recursos intra e extrafamiliares, representados pela intensificação das relações com a família nuclear. E, quando a família vivenciou a morte, buscou se fortalecer com mais convicção no sistema de crença e nos recursos extrafamiliares, identificados pela terapia psicológica e na igreja. A perda por morte foi uma das mais difíceis de enfrentar, mesmo assim, algumas famílias perceberam a morte com pesar, e algumas com alívio. Quando a família percebeu a morte com pesar, revela que os processos de organização e de comunicação familiar se desenrolavam de maneira positiva em conjunto a pessoa que morreu. Quando percebeu a morte como alívio, denota severas falhas nos processos de organização e comunicação, junto a pessoa falecida. Os sistemas de crença são evidenciados em ambas situações, fazendo referência ao significado criado pela família para enfrentar a morte. O estigma social em relação a doença, a introdução do ensino escolar remoto, os atritos entre os membros, a separação conjugal e o desencadeamento de psicopatologias em alguns membros foram algumas consequências surgidas da pandemia. Frente ao estigma social, a dificuldade escolar remota e o desencadeamento de psicopatologias, as famílias conseguiram se fortalecer a partir dos três processos da resiliência familiar. Para enfrentar os atritos entre os membros, as famílias se fortaleceram a partir dos elementos da organização familiar. E, quando houve a separação conjugal e a desestruturação familiar, os processos de comunicação e organização colaboraram para o fortalecimento e posterior reestruturação da unidade. Espera-se que os resultados deste estudo possam servir de subsídio para a prática dos profissionais que realizam cuidados às famílias, incluindo no plano de cuidados os processos potencializadores da resiliência familiar, pois colabora para que este grupo social desenvolva habilidades e competências, fortalecendo sua autonomia.
- ItemO fenômeno violência em famílias que vivem em territórios vulneráveis(2019) Marques, Letícia Amico; Silva, Mara Regina Santos da; Lourenção, Luciano GarciaA violência é um fenômeno global que acompanha a vida em sociedade desde os primórdios da história da humanidade. É resultante de múltiplas causas, as quais estão frequentemente associadas a problemas sociais tais como a pobreza e o uso de drogas, além de fatores pessoais e culturais. Quando há relação entre as características pessoais dos indivíduos, com as características específicas do território vulnerável onde a família vive, pode ocorrer o desenvolvimento da violência entre seus membros, uma vez que a resolução dos conflitos cotidianos torna-se mais difícil, especialmente pela forma pessoal de conduzir as situações no ambiente familiar, frente às adversidades encontradas no território vulnerável. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar o fenômeno violência em famílias que vivem em territórios vulneráveis, e como objetivos específicos: descrever as características pessoais das vítimas e dos agressores de violência na família que vive em territórios vulneráveis; caracterizar as ocorrências de violência quanto ao tipo, meio empregado, local em que ocorreu a agressão, tempo decorrido entre o momento da agressão e o momento do registro da ocorrência, desfecho da ocorrência para a vítima e território mais incidente; e refletir sobre os possíveis impactos da violência familiar presenciada por filhos ou outros membros da família. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com abordagem quantitativa, vinculado ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Família, Enfermagem e Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande, sendo oriundo do macroprojeto intitulado: “A paternidade no contexto da violência intrafamiliar: estratégias para o trabalho de enfermagem” o qual visa aprofundar o conhecimento e a compreensão sobre o fenômeno violência na família. Os dados utilizados nesta pesquisa foram coletados diretamente das ocorrências policiais na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Rio Grande/RS. A amostra do presente estudo são 277 ocorrências policiais as quais contemplaram a violência no ambiente familiar abrangendo diferentes membros da família e não somente a violência específica contra a mulher. Os dados foram coletados no período de julho a agosto de 2017 por meio de um instrumento previamente elaborado. Visando contemplar a análise quantitativa, foram realizados testes provenientes da estatística descritiva. Os dados foram digitados, revisados e codificados em um banco de dados construído com o programa Microsoft Excel e, posteriormente, transferidos para o software estatístico IBM SPSS Statistical versão 23. O macroprojeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), com parecer de no 42/2017 e sob o CAAE: 62448616.2.0000.5324. Os resultados estão apresentados por meio de três artigos científicos: A violência na família: uma análise a partir do modelo ecológico da violência; Caracterização das ocorrências de violência em famílias que vivem em territórios vulneráveis; e Possíveis impactos da violência familiar presenciada por filhos ou outros membros da família: estudo reflexivo. No primeiro, constata-se que é a associação entre as características pessoais dos membros da família com as características do território vulnerável que favorece o desenvolvimento de relações familiares violentas. No segundo, evidencia-se que a violência é motivada por conflitos familiares, sendo predominante a violência psicológica, registrada pelas vítimas, e ocorrendo nos territórios vulneráveis em que as famílias vivem. No terceiro, pode-se refletir acerca de dois temas, o vínculo entre a vítima e o agressor da violência e os possíveis impactos a quem presencia o ato violento e o tipo de violência praticada e os possíveis impactos a quem presencia o ato violento. Os resultados desta pesquisa permitem traçar um panorama da violência que acontece em famílias que vivem em territórios vulneráveis, viabilizando a melhoria da organização das práticas dos profissionais de saúde para o enfrentamento da violência. Elementos como as características pessoais, as características do território vulnerável e das ocorrências de violência possibilitam a elaboração de ações de saúde voltadas às reais necessidades das famílias.
