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Federal do Rio Grande
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ICB - PPG - Programas de Pós-Graduação

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    Respostas bioquímicas e fisiológicas após exposição a contaminantes ambientais em Caenorhabditis elegans
    (2022) Müller, Larissa; Ventura-Lima, Juliane; Monserrat, José María
    O arsênio é um contaminante amplamente distribuído e sua toxicidade está relacionada às diferentes formas químicas em que pode ser encontrado no meio ambiente, sendo as formas inorgânicas consideradas mais tóxicas que as orgânicas. As atividades antropogênicas aumentam a concentração de contaminantes que podem ser prejudiciais aos organismos e ao meio ambiente, como os microplásticos, que devido à sua grande área relativa são capazes de adsorver outros contaminantes presentes no meio ambiente, como o arsênio. Os efeitos do arsênio e dos microplásticos já foram descritos, e dentre eles, foi relatado potencial carcinogênico, indução de estresse oxidativo, neurotoxicidade e genotoxicidade. No entanto, pouco se sabe sobre os efeitos multigeracionais da exposição a esses contaminantes. Portanto, o objetivo da presente tese foi avaliar os potenciais efeitos bioquímicos e fisiológicos de dois contaminantes ambientais, arsênio e microplástico, em Caenorhabditis elegans expostos continuamente ao longo de cinco gerações, isoladamente e em co-exposição. No primeiro capítulo, foram comparados os efeitos da exposição ao arsênio inorgânico na forma de arsenato e na forma orgânica de dimetilarsênio. Os resultados mostraram que a exposição ao arsenato aumentou a geração de espécies reativas de oxigênio, mas as respostas antioxidantes foram capazes de prevenir danos lipídicos, enquanto a exposição ao dimetilarsênio induziu danos lipídicos em animais ao longo de gerações. Ambos os tratamentos afetaram negativamente o crescimento e a reprodução dos animais, mas a análise de correlação mostra que a exposição ao dimetilarsênio foi mais deletéria aos animais ao longo das gerações, indicando a necessidade de mais estudos para avaliar a toxicidade do dimetilarsênio, uma vez que esta forma é considerada menos tóxica do que formas inorgânicas como o arsenato. No segundo capítulo, avaliou-se o potencial tóxico da co-exposição do dimetilarsênioo com microplástico, e observou-se que o dimetilarsênio, mesmo em baixas concentrações, é capaz de induzir estresse oxidativo em C. elegans. A exposição ao microplástico diminuiu a capacidade de detoxificação dos animais e, como reflexo disso, observou-se um aumento no dano lipídico e uma diminuição na capacidade antioxidante em animais co-expostos. Ambos os tratamentos afetaram negativamente o crescimento e a reprodução em todas as gerações. A co- exposição a ambos os contaminantes mostrou um efeito mais deletério do que as exposições isoladas, indicando que o microplástico pode atuar como quimiossensibilizador na co-exposição ao arsênico orgânico.
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    Biomarcadores bioquímicos e fisiológicos em bivalves marinhos expostos ao filtro solar benzofenona-3 no contexto das mudanças climáticas
    (2022) Lopes, Fernanda Chaves; Martins, Camila de Martinez Gaspar; Castro, Micheli Rosa de
    Benzofenona-3 (BP3) é um filtro UV amplamente detectado no ambiente aquático. É lipofílico, fotoestável e possui alta capacidade de bioacumular. Estudos recentes têm indicado que BP3 induz estresse em diversos organismos. Além da contaminação química, outro fator de grande impacto global são a acidificação dos oceanos (AO) e as mudanças climáticas, em especial o aumento da temperatura. Alterações em parâmetros abióticos, como pH e temperatura, podem influenciar na toxicidade dos contaminantes. Nesse sentido, o presente trabalho avaliou os efeitos de BP3 (1 e 10 μg/L) nos bivalves marinhos Amarrilladesma mactroides e Perna perna expostos ao cenário de AO (pHs 7,6 e 7,3) e aumento de temperatura dos oceanos (~+4 oC). As respostas investigadas nos organismos foram envolvidas na biotransformação de xenobióticos, no status/estresse oxidativo e no sistema imune. Os resultados indicam que a BP3 em concentração ambiental sob AO aumentou as defesas antioxidantes em A. mactroides e P. perna, principalmente com o aumento dos níveis de GSH, indicando que a principal via de metabolização de BP3 é conjugada com GSH via GST. Os resultados variaram de acordo com a concentração de BP3 e o tecido-alvo, sendo brânquias e glândula digestiva mais responsivas que o manto. As enzimas Ca2+ATPase e anidrase carbônica (AC) foram afetadas principalmente em pH baixo e a viabilidade dos hemóticos foi reduzida em exposição a BP3, com redução adicional sob AO. Quanto ao aumento da temperatura, este influenciou na toxicidade de BP3, diminuindo as defesas como GPx, GR e EROD, e gerando peroxidação lipídica (LPO) em A. mactroides. Porém a viabilidade dos hemócitos aumentou nessas condições experimentais. Nossos resultados chamam a atenção para os efeitos prejudiciais de BP3 aos bivalves nos cenários de AO e mudanças climáticas, tanto por deixar os organismos mais suscetíveis para formar seus esqueletos calcários, quanto demandar energia para detoxificação de xenobióticos.
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    Avaliação dos efeitos da co-exposição de diferentes formas do nanomaterial dióxido de titânio (rutila e anatase) ou microplástico (poliestireno) com arsenito no mexilhão Limnoperna fortunei
    (2022) Nunes, Silvana Manske; Lima, Juliane Ventura; Monserrat, José Maria
    O metalóide arsênio (As) representa um problema para a saúde dos organismos e para o meio ambiente devido à sua distribuição, acumulação e toxicidade. Somado a isso, existe a possibilidade do As interagir com outros compostos presentes no ambiente, como o nanomaterial de dióxido de titânio (nTiO2 em diferentes formas cristalinas: anatase e rutila) e o microplástico de poliestireno (MP-PS), que podem adsorvê-lo na sua superfície, facilitar sua incorporação pelos organismos e/ou aumentar sua toxicidade. Assim, avaliou-se o efeito das co-exposições nTiO2 ou MP-PS+As na acumulação e metabolização do metalóide, e em parâmetros de estresse oxidativo em brânquias e glândula digestiva do Limnoperna fortunei. No capítulo I , a co-exposição nTiO2A (anatase)+As aumentou a acumulação de As nas brânquias e diminuiu na glândula digestiva; reduziu a metabolização de As (aumentando a porcentagem de dimetilarsênio (DMA) e As inorgânico (Asi)) em ambos tecidos; causou dano lipídico e redução da atividade da catalase (CAT) e glutationa S-transferase (GST) nas brânquias, e inibiu a GST ômega (Ω), enzima chave no metabolismo de As, na glândula. Enquanto que a co- exposição nTiO2R (rutila)+As não afetou o acúmulo de As, mas diminuiu a metabolização de As na glândula digestiva (aumento de DMA), e inibiu a GST Ω em ambos os tecidos. No capítulo II, a co-exposição MP-PS (4 ou 40 μg/L)+As não modificou a acumulação de As; reduziu a metabolização de As (aumentou Asi e reduziu arsenobetaína (AsB) e arsenocolina (AsC)) nas brânquias; bem como, a co-exposição com 4 μg/L de MP-PS aumentou a concentração de glutationa reduzida (GSH) e o conteúdo de grupos sulfidrila associados à proteínas (P-SH) neste tecido. Portanto, conclui-se que ambas co-exposições foram tóxicas aos organismos, pois a toxicidade de um contaminante amplamente distribuído e estudado como o As pode aumentar ainda mais na presença de contaminantes emergentes como NM e MP.
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    Mecanismos de transcrição e modulação funcional de proteínas desacopladoras (UCPs) na linhagem estabelecida de hepatócitos de Danio rerio (ZF-L) exposta ao herbicida Roundup®
    (2019) Velasques, Robson Rabelo; Nery, Luiz Eduardo Maia; Rosa, Carlos Eduardo da
    Proteínas desacopladoras (UCPs - Uncoupling proteins) estão presentes na membrana interna da mitocôndria e desempenham um importante papel no controle da produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) atuando como um mecanismo de proteção celular contra os efeitos causados pelo estresse oxidativo. Organismos aquáticos, de maneira geral, estão sujeitos a sofrer danos por uma série de contaminantes liberados no ambiente que apresentam o potencial de gerar estresse oxidativo. Dentre os contaminantes ambientais estão os herbicidas a base de glifosato e muitos estudos mostram o potencial de gerar estresse oxidativo em peixes. Evidências mostram que o peixe Danio rerio altera seu padrão de expressão gênica de UCPs frente a exposição a contaminantes. No entanto, a relação direta entre estresse oxidativo gerado por contaminantes e a indução gênica de UCPs bem como um possível papel funcional dessas proteínas após exposição a contaminantes não é bem descrito. Sendo assim, o objetivo geral da presente tese foi avaliar o padrão de expressão gênica de proteínas desacopladoras bem como o efeito na modulação funcional e um possível papel protetor dessas proteínas em um cenário de estresse oxidativo gerado pela exposição ao herbicida Roundup® utilizando como modelo experimental a linhagem celular de hepatócitos de D. rerio ZF-L. Inicialmente as células foram expostas a três concentrações de Roundup® (65, 650 e 6500 µg.L-1) por 24 e 48 horas e foi analisado o consumo de oxigênio, viabilidade celular, níveis de espécies reativas, dano oxidativo no DNA, expressão gênica de ucp2, ucp3 e nrf2 e a presença de elementos de resposta antioxidantes na região promotora desses genes. Após essas análises as células foram expostas a 6500 µg.L-1 por 24 horas onde foi determinada a funcionalidade mitocondrial e a modulação funcional de UCPs. Além disso, um possível papel protetor de UCPs foi determinado a partir da pré-exposição ao peróxido de hidrogênio (H2O2). A exposição ao Roundup® causou aumento dos níveis 8 de ERO, dano oxidativo no DNA e aumento de expressão gênica de ucp3 nas células expostas a 6500 µg.L-1 de Roundup®. Aumento da expressão gênica de nrf2 foi também observado em todas as concentrações em 24 horas. Com relação a modulação funcional e o possível papel protetor de UCPs foi observado que a exposição ao Roundup® causou uma redução significativa no potencial de membrana mitocondrial sem afetar a atividade da cadeia transportadora de elétrons, indicando um possível papel das UCPs nesta queda. Para o efeito na modulação de UCPs foi observado que as células expostas ao Roundup® mostraram uma possível indução da atividade de UCPs. Uma resposta similar foi observada quando as células foram expostas ao H2O2. No entanto, a pré-exposição não reverteu os efeitos causados pela exposição ao Roundup®. Sendo assim conclui-se que o estresse oxidativo gerado pela exposição ao Roundup ® induziu transcrição de ucp3 e nrf2 e que possivelmente há uma relação entre a transcrição desses dois genes e que uma possível modulação dessas proteínas pode ocorrer em situações de estresse oxidativo gerado por contaminantes como o Roundup®. No entanto, a partir da exposição ao H2O2 não foi possível observar efeito protetor dessas proteínas no estresse oxidativo gerado pela exposição ao Roundup®.
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    Respostas bioquímicas e fisiológicas do lambari Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) na área de influência das Minas do Camaquã
    (2018) Borges, Vinicius Dias; Bianchini, Adalto
    O cobre, quando presente em elevadas concentrações no ambiente, pode causar diversas disfunções sistêmicas em organismos aquáticos, tais como perturbações ionorregulatórias e estresse oxidativo. O Arroio João Dias, um afluente do Rio Camaquã (Caçapava do Sul, RS), recebeu resíduos advindos da mineração do cobre por mais de um século (~1870-1996). Contudo, altas concentrações de cobre ainda são encontradas em diversos ambientes neste local, tornando-o uma ótima área para estudos sobre as adaptações de peixes residentes e tolerantes à contaminação crônica da água por altas concentrações deste metal. Assim, o presente estudo visou avaliar as respostas à exposição crônica ao cobre no lambari Hyphessobrycon luetkenii, espécie residente na bacia do Arroio João Dias. Para tal, foram avaliadas as concentrações corporais de metais e parâmetros relacionados à ionorregulação (concentrações corporais de Na, K e Ca e atividades branquiais da Na/K- ATPase e anidrase carbônica) e ao estado oxidativo (dano ao DNA em eritrócitos e capacidade antioxidante total, lipoperoxidação e proteínas oxidadas nas brânquias, cérebro, fígado e músculo) em populações de H. luetkenii habitantes de um local menos impactado pelo cobre e de um local mais impactado pelo metal no Arroio João Dias, bem como em peixes coletados no local menos impactado pelo cobre e mantidos no local de origem ou translocados para o local mais impactado pelo metal, e vice-versa, por 96 h. Os resultados indicam que, apesar de apresentarem uma maior concentração corporal de cobre, os peixes habitantes do local mais impactado pelo cobre apresentaram perfil ionorregulatório corporal e padrão oxidativo tecidual similares àqueles de peixes habitantes do local menos impactado pelo cobre. No entanto, os peixes submetidos ao experimento de translocação demonstraram evidências de um possível processo de aclimatização à exposição crônica ao cobre no arroio João Dias.
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    Modulação da toxicidade do óxido de grafeno no bivalve Ruditapes philippinarum: efeito da co-exposição com o cobre e alterações em condições ambientais
    (2017) Britto, Roberta Socoowski; Monserrat, Jose Maria; Lima, Juliane Ventura
    Hoje a tecnologia mundial conta com diversos nanomateriais (NMs) como matéria prima, em especial os materiais a base de carbono, como o óxido de grafeno (GO), os quais possuem características únicas extraordinárias, que garantem força, resistência, condutividade e transparência aos produtos com ele produzidos. Em decorrência do intensivo desses NM, é esperado que os ambientes aquáticos sejam seu destino final, ficando clara a importância da intensificação dos estudos na área da nanotoxicologia. Nesse sentido, utilizando a espécie de bivalve Ruditapes philippinarum, foi avaliado o efeito per se do GO em diferentes concentrações, e o efeito que condições ambientais, como valor de pH e a presença de sedimento podem acarretar na sua toxicidade. Além disso, também foi avaliado o efeito da coexistência do GO com metais, como o cobre. Uma exposição de 28 dias foi realizada e analisados parâmetros de estresse oxidativo como atividade de catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD), glutationa-S-transferase (GST), e quantificação do conteúdo de glutationa reduzida (GSH), peroxidação lipídica (LPO) e proteínas totais, além de parâmetros metabólicos como transporte de elétrons (ETS) e conteúdo de glicogênio. De maneira geral, foi verificado que os tratamentos feitos isolados com GO (em várias concentrações) e o Cu não parecem ser capazes de induzir efeitos tóxicos. No entanto, com alterações de fatores ambientais do meio, como baixas no valor do pH dá água e presença de sedimento, o quadro se alterou, o que provocou nos organismos a ativação de diferentes respostas antioxidante. Em suma, nossos dados mostram que a pré-disposição dos organismos a sofrer efeito do GO é dependente em grande parte, das condições ambientais, em particular da presença ou ausência de sedimento ao fundo e acidificação da água. Acredita-se ainda que essa somatória de fatores possa levar a um ambiente oxidante, que faz com que o animal ative seu metabolismo aeróbico, feche suas conchas e passe a utilizar respostas preparatórias ao estresse oxidativo, como por exemplo o aumento de defesas antioxidantes, o que já é utilizado por várias outras espécies animais frente a condições estressoras.
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    Efeitos induzidos pela exposição a microesferas de poliestireno via dieta nos diferentes tecidos camarão branco do pacífico Penaeus vannamei
    (2023) Seta, Andressa Suanes; Lima, Juliane Ventura
    A exposição aos microplásticos (MP) é um problema real para os organismos e os efeitos da exposição em camarões amplamente consumidos pela população humana ainda são limitados. Existem diferentes rotas de exposição aos MP, mas a exposição via alimentação é uma das mais comuns, uma vez que os MP podem estar tanto no sedimento quando adsorvido em pequenas partículas e pequenos organismos e desta forma entrando na cadeia alimentar. Baseado nisso, neste estudo, foi avaliado o efeito da exposição ao MP (poliestireno, esférico, 1,1 μm) através da dieta (40 e 400 μg de MP/kg de ração) em diferentes tecidos do camarão Litopenaeus vannamei (músculo, brânquias, intestino e hepatopâncreas) durante sete dias. Um grupo controle (sem MP) foi mantido em paralelo. Após o período de exposição, foram avaliados parâmetros de estresse oxidativo como: atividade da superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa-S-transferase (GST), níveis de glutationa reduzida (GSH), capacidade antioxidante total contra o radical peroxil (ACAP), danos lipídicos e de DNA. Também foram avaliadas alterações histológicas e acumulação de MP em diferentes tecidos de camarões. Os resultados mostraram que os tecidos exibiram diferentes respostas: foi possível observar MP nas brânquias, músculo e hepatopâncreas. Além disso, no intestino, brânquias e hepatopâncreas foi observada uma disrupção no estado redox das células evidenciada pelo aumento da atividade da SOD indicando que os MP induziram um aumento nos níveis do radical ânion superóxido. No entanto, apenas o hepatopâncreas apresentou aumento na atividade da CAT quando submetido à maior concentração de MP. A capacidade de detoxificação (através da atividade de GST) foi reduzida no intestino (ambas concentrações de MP) e no músculo (maior concentração). Os níveis de GSH foram modulados positivamente nas brânquias expostas a 40 μg de MP/kg de ração e a capacidade antioxidante total foi diminuída no músculo e hepatopâncreas (400 μg de MP/kg de ração). Além disso, no hepatopâncreas foi evidenciado danos lipídicos e de DNA. A análise histopatológica revelou edema no intestino e hepatopâncreas com 400 μg de MP/kg de ração e no músculo com 40 μg de MP/kg de ração. A formação de granuloma com hemócitos infiltrados ocorreu no intestino e hepatopâncreas na concentração de 400 μg de MP/kg de ração. Esses resultados mostram que a exposição ao MP pode comprometer a saúde e o bem-estar de L. vannamei e também pode afetar os consumidores finais, uma vez que o MP mostrou estar presente nos tecidos do camarão.
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    Toxicidade de herbicidas do grupo das Imidazolinonas em Pontederia crassipes Mart.
    (2024) Silva, Igor Alexander de Moura; Borella, Junior; Baccarin, Marcos Antonio
    A contaminação de ambientes aquáticos por herbicidas pode afetar organismos não alvo que desempenham papeis essenciais nesses ecossistemas, tais como macrófitas. As imidazolinonas, amplamente aplicadas no cultivo de arroz irrigado no Rio Grande do Sul desde a implementação do sistema Clearfield®, apresentam características (alta solubilidade e persistência) que promovem essa contaminação. Os herbicidas imidazolinonas inibem a enzima acetolactato sintase, interferindo na biossíntese de aminoácidos de cadeia ramificada (valina, leucina e isoleucina), levando à redução da biossíntese de proteínas e DNA, resultando na diminuição da divisão celular e na taxa de crescimento das plantas. No entanto, outros efeitos fisiológicos e bioquímicos também são frequentemente observados. O objetivo desse trabalho foi avaliar a toxicidade de herbicidas imidazolinonas em macrófitas, utilizando formulação comercial (imazapir + imazapique) e Pontederia crassipes Mart. (aguapé) como modelo biológico. Os efeitos do herbicida foram testados em dois experimentos distintos: no Experimento I foi avaliado a toxicidade visual das doses de 0.2, 0.5 e 1.0 mg L-1 e tratamento controle; no Experimento II foi avaliado efeitos bioquímicos e fisiológicos da dose 0.5 mg L-1 e tratamento controle. As plantas apresentaram sintomas de clorose e necrose, e tiveram o desenvolvimento de biomassa interrompido nas três doses utilizadas no experimento I. No experimento II, as plantas apresentaram insuficiência fotoquímica, prejudicando a assimilação de carbono e fotorrespiração. O herbicida também provocou o fechamento estomático, resultando em redução da condutância estomática e aumento da concentração intracelular de CO2. Esse efeito foi acompanhado por sintomas de estresse oxidativo e alterações no sistema de defesa observados tanto nas folhas quanto nas raízes. No entanto, ao contrário do esperado, as folhas maduras analisadas apresentaram um aumento na atividade da ALS após o tratamento com o herbicida. Esse resultado inesperado pode sugerir um mecanismo compensatório, onde o aumento da atividade da ALS nas folhas maduras poderia ser uma resposta à supressão da ALS nos tecidos novos. Assim, considerando os papéis vitais que P. crassipes desempenham ecossistemas aquáticos, a contaminação desses ambientes por IMI derivados das áreas de cultivo de arroz pode ter efeitos adversos em cadeia, afetando a biodiversidade, a estrutura do habitat e a qualidade da água.
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    Efeitos combinados do estresse térmico e da exposição ao cobre no metabolismo energético, comportamento trófico e estado oxidativo do coral Mussismilia harttii
    (2021) Fonseca, Juliana da Silva; Bianchini, Adalto
    Os recifes de corais encontram-se ameaçados por mudanças climáticas globais e impactos locais. Apesar disso, pouco se sabe sobre os efeitos combinados desses estressores em corais. O cobre é amplamente conhecido como perturbador da capacidade energética e oxidativa. Devido a isso, a exposição ao cobre pode reduzir a sensibilidade de corais a eventos de mudanças climáticas. Portanto, é imprescindível a avaliação combinada desses estressores. Assim, o objetivo foi investigar os efeitos combinados do estresse térmico e da exposição ao cobre em enzimas do metabolismo energético (hexoquinase, piruvato quinase, lactato desidrogenase, citrato sintase, isocitrato desidrogenase e cadeia transportadora de elétrons), no comportamento trófico (marcadores de autotrofia e heterotrofia) e no estado oxidativo (peroxidação lipídica e capacidade antioxidante total) do coral Mussimilia harttii, endêmico dos recifes do Atlântico Sul. Para isso, os corais foram expostos em um mesocosmo marinho a três temperaturas (25.0, 26.6 e 27.3 ºC) e três concentrações de cobre (2.9, 5.4 e 8.6 µg/L) por até 12 dias. Ainda avaliamos o efeito da exposição ao cobre in vitro na atividade de enzimas do metabolismo energético e determinamos o funcionamento do metabolismo do coral em condições de campo. Os resultados mostraram que a combinação dos estressores inibe enzimas do metabolismo energético, além disso, demonstramos na exposição in vitro que o cobre pode interagir diretamente com enzimas especificas do metabolismo energético e contribuir para essa inibição. Mostramos também que a combinação dos fatores afeta parâmetros específicos no coral, uma vez enzimas do metabolismo energético se mostraram sensíveis à exposição, enquanto marcadores tróficos e oxidativos não foram alterados. Portanto, é possível que a inibição de enzimas do metabolismo energético possa contribuir para redução na produção de espécies reativas de oxigênio e consequente para a manutenção dos níveis basais dos marcadores tróficos e oxidativos. Os resultados demonstram que M. harttii pode ativar mecanismos fisiológicos baseados na diminuição do metabolismo para reduzir o estresse causado pela exposição combinada aos estressores
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    Embrio e neurotoxidade de nanotubos de carbono e fulerol em zebrafish Danio rerio (Teleostei, Cypridinae)
    (2014) Rocha, Alessandra Martins da; Monserrat, José María
    Em contrapartida à produção crescente do uso nanomateriais na indústria, ainda são poucos os estudos acerca da toxicidade dos nanomateriais. Os nanotubos de carbono podem prejudicar a estrutura das membranas biológicas e serem possíveis fontes de toxicidade. Por outro lado, nanomateriais que passam por modificações químicas (funcionalização) podem aumentar sua solubilidade, como é o caso do fulerol, um derivado do fulereno que em alguns modelos animais, possui efeito neuroprotetivo, antiapoptótico e antimicrobiano. Diante disso, estudamos os efeitos de nanotubos de carbono de paredes simples (SWCNT) e fulerol administrados via injeção intraperitoneal (i.p.) em adultos de zebrafish Danio rerio (Teleostei, Cypridinae) a fim de analisar possíveis alterações nos parâmetros de estresse oxidativo no cérebro destes organismos. Além disso, foram avaliadas prováveis interferências em neurotransmissores importantes dos sistemas dopaminérgico, serotonérgico e colinérgico, após tratamento via IP de zebrafish adultos com SWCNT e na atividade de ectonucleotidases, bem como a expressão de alguns genes relacionados a resposta antioxidante, tanto em Danio rerio adulto quanto em embriões de mesma espécie expostos a SWCNT. Após análises, foram observadas mudanças evidentes na expressão de genes como o fator de transcrição Nrf2 e as subunidades catalítica e regulatória da enzima glutamato cisteína ligase em cérebros de zebrafish tratados com SWCNT ou fulerol via i.p. Genes considerados normalizadores foram modificados quando embriões foram tratados com SWCNT. Além disso, alterações na capacidade antioxidante total e concentrações aumentadas de neurotransmissores como dopamina e serotonina foram observadas em cérebro de zebrafish tratados da mesma maneira com SWCNT. Frente a esses resultados, podemos concluir que nanomateriais de carbono exercem influência sob o sistema neurológico de zebrafish através de mudanças evidentes em neurotransmissores responsáveis por depressão e ansiedade, bem como em nível fisiológico, por meio da regulação na expressão de importantes genes na defesa antioxidante.