Abstract:
O presente estudo surgiu do interesse em entender a Educação Ambiental, como um caminho a ser percorrido, em vista do nosso compromisso com a sociedade na tentativa de construir propostas coletivas e de ter um novo olhar, em que os usuários deixem de ser “pacientes’, tornando-se sujeitos de ação de sua própria história de vida. Com o objetivo de: compreender o processo de empoderamento da comunidade, a partir do trabalho desenvolvido pela ESF, realizou-se um estudo qualitativo, descritivo exploratório, a partir de entrevistas semi-estruturadas com vinte e três profissionais da saúde de oito Unidades Básicas de Saúde da Família de comunidades que dispunham de Conselho Local Gestor de Saúde (CLGS). Mediante análise textual, construíram duas categorias: 1) A autonomia como expressão do empoderamento, que se concretiza através da organização do serviço da Estratégia da Saúde da Família (ESF); da relação dialógica como base das relações construídas entre profissionais da saúde da família e a comunidade e pano de fundo de uma proposta educativa em saúde; e da ampliação do conhecimento dessa comunidade, exteriorizando-se através de uma maior participação política, da cobrança dos seus direitos e, também de uma maior adesão ao cuidado; 2) Fragilidades no processo de empoderamento das comunidades, relacionando-se a fragilidades na Equipe de Saúde da Família que pode atuar em busca da obediência do usuário, utilizando-se de ameaças e provocando medo, com manipulação do cuidado; e as fragilidades nas políticas públicas de saúde, o que pode comprometer o empoderamento dos sujeitos e a promoção da saúde. Considera-se que os trabalhadores de saúde estão empenhados, mesmo que de diferentes maneiras, a contribuir para promover a qualidade de vida e de saúde dos clientes, acreditando no empoderamento dos sujeitos, reconhecendo o CGLS como uma ferramenta fundamental na transformação social e política na ESF, mesmo com algumas fragilidades. A realização desse estudo permitiu uma reflexão acerca do compromisso como profissional enfermeira e como ser humano, com a sociedade e principalmente com as classes populares e as possibilidades de empoderamento desenvolvidas nas comunidades estudadas, a partir do trabalho das equipes de saúde da Família.
The present study has arisen out of the interest in understanding Environmental Education as a path to be trodden , due to our commitment to society in the attempt to build up collective projects and to having a new view , in which users stop being “ patients “ by becoming action-subjects of their own life history. With the aim of:
Understanding the empowerment process of a community having as a starting point,the work developed by ESF, we have carried out a qualitative, descriptive and exploratory study , starting with semi-structured interviews with 23 health professionals belonging to eight basic health units for families from communities which had local health management councils (CLGS). By means of a textual analysis, we have created two categories: 1) Autonomy, as an expression of empowerment that materializes through the organization of the service for Family health strategy(ESF); through dialogic relationships as a basis for relationships developed among health-related professionals and the community and a background of an educational project on health; and through the expansion of knowledge of such a community, externalizing itself through a bigger political participation , through the claiming of rights and a higher adherence to care. 2) Weaknesses in the empowerment process of communities, related to weaknesses of the family health team , which can act toward seeking users’ obedience , by resorting to threats and triggering fear with manipulation of care; and the weaknesses in public health policies which can jeopardize the empowerment of subjects and the fostering of health. We feel that the health workers ,although in different ways, are engaged in contributing toward improving the quality of life and health condition of clients, by believing in the empowerment of subjects and recognize the CGLS as a fundamental tool for the social and political change in ESF, even despite some weaknesses. The achievement of this study has allowed a reflection on the commitment to being a professional nurse and a human being , to society and mainly to the popular social classes and the possibilities for empowerment , developed in the communities under research , having the Family health teams as a starting point.