Discursos ambientais e a legitimação das remoções em Rio Grande/RS: um estudo de caso do projeto de revitalização da orla do Saco da Mangueira

Abstract

O município do Rio Grande é uma cidade portuária com um processo de urbanização condicionado por alguns ciclos de desenvolvimento econômico, desde o século XVIII, passando pelo século XIX e XX, e culminando neste século com a expansão e modernização do Superporto e a instalação da Indústria Naval. Assim, a produção do espaço urbano de Rio Grande ocorre a partir da transformação de sua natureza dentro do modo de produção capitalista, proporcionando a acumulação de capital financeiro e capital político, ao mesmo tempo que produzia desigualdades e injustiças, expressas na constituição da cidade como uma ‘zona de sacrifício’. Nesse contexto, é elaborado o projeto de Revitalização da Orla do Saco da Mangueira, no qual, em sua concepção apresenta a necessidade de regularização fundiária, remoções, obras e aterros, visando a recuperação do corpo hídrico. Dessa forma, o nosso desafio nesta dissertação foi analisar a constituição do Projeto de Revitalização da Orla do Saco da Mangueira, no período de 2010 a 2020, onde colocamos como objetivo “identificar os discursos ambientais que são utilizados para justificar as remoções de moradia e realocações de famílias na área de revitalização da Orla do Saco da Mangueira”. Investigamos tais discursos produzidos na concepção do projeto de revitalização, bem como, em seu conteúdo, o tema do risco ambiental, e a conservação e a preservação para legitimar as remoções. Buscamos entender se tais questões estão relacionadas e revelam um processo de produção de desigualdade ambiental. Utilizamos o estudo de caso como método, e nos apoiamos na análise de discurso e na pesquisa bibliográfica metodologia. A Educação Ambiental é analisada no Plano de Comunicação e Mobilização Social, onde expressa uma concepção de educar a população como seu objetivo de ação e que localizamos em uma concepção de Educação Ambiental.

El municipio de Rio Grande es una ciudad portuaria con un proceso de urbanización condicionado por algunos ciclos de desarrollo económico, desde el siglo XVIII, pasando por los siglos XIX y XX, y que culmina en este siglo con la ampliación y modernización del Superpuerto y la instalación de Industria Naval. Así, la producción del espacio urbano en Río Grande se da a partir de la transformación de su naturaleza dentro del modo de producción capitalista, proporcionando la acumulación de capital financiero y capital político, al tiempo que produce desigualdades e injusticias, expresadas en la constitución de la ciudad como una ' zona de sacrificio '. En este contexto, se elabora el proyecto de Revitalización de la borde del Saco da Mangueira, en el que, en su concepción, presenta la necesidad de regularización de tierras, remociones, obras y aterros, con miras a la recuperación del cuerpo de agua. Así, nuestro desafío en esta disertación fue analizar la constitución del Proyecto de Revitalización de la Costanera Saco da Mangueira, de 2010 a 2020, donde nos planteamos el objetivo de “identificar los discursos ambientales que se utilizan para justificar los desalojos de viviendas y reubicaciones de familias en el área de revitalización de la borde del Saco da Mangueira”. Investigamos dichos discursos producidos en la concepción del proyecto de revitalización, así como, en su contenido, el tema del riesgo ambiental y la conservación y preservación para legitimar las remociones. Buscamos entender si estos temas están relacionados y revelar un proceso de producción de desigualdad ambiental. Utilizamos el estudio de caso como método y nos apoyamos en el análisis del discurso y la investigación bibliográfica como metodología. La Educación Ambiental se analiza en el Plan de Comunicación y Movilización Social, que expresa un concepto de educación de la población como objetivo de acción y que ubicamos en un concepto de Educación Ambiental