Ética, utopia e reformas: a encruzilhada atual
Abstract:
A ética argumentativa que proponho conduz a três normas de validade intersubjetiva universal que orientam toda nossa ação histórica rumo a um horizonte utópico ecomunitarista, onde teriam plena realização. Ora, não há uma oposição a-dialética entre "revolução" e "reforma", e ambas rimam com "democracia", entendida como a ordem onde "os mais decidem". Mas hoje, à luz de experiências concretas que estamos vivendo no Brasil e no Uruguai, está na hora de se resgatar do esquecimento, embora corrigindo-as e atualizando-as, algumas advertências feitas por Ernesto Guevara nos anos 60, como modo de se encarar teórico-praticamente a encruzilhada que se abre nos dias atuais diante da esquerda da América Latina. Essa encruzilhada consiste em: ou levar a sério o propalado horizonte pós-capitalista agindo em consequência dentro e fora da legalidade vigente, ou renunciar explicitamente a qualquer aspiração pós-capitalista e a assumir de vez o paradigma intra-capitalista social-democrata europeu, enriquecido, talvez, com algumas pinceladas pseudo-ecologistas superficiais.