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Atualmente há uma crescente preocupação quanto à qualidade dos recursos hídricos,
e essa notória inquietação se deve em parte ao aumento na demanda e consumo de
água a nível global, uma vez que o crescimento econômico, juntamente com o
desenvolvimento tecnológico, agrícola e industrial conduz a poluição ambiental. Neste
contexto, os agrotóxicos, apresentam um alto fator de risco para a qualidade dos
recursos hídricos, pois essas substâncias geralmente são tóxicas e não
biodegradáveis. Diante deste cenário, um dos maiores desafios nos dias atuais é a
eliminação de uma parte significativa, dessa poluição, a qual é causada por esses
contaminantes orgânicos tóxicos. O processo clássico de oxidação biológica falha na
eliminação de compostos tóxicos, bem como de contaminantes orgânicos
recalcitrantes. Além disso, os processos físico-químicos, como a adsorção em carvão
ativado, floculação, e a filtração por membranas, apenas transferem esses
contaminantes de fase, sem que ocorra a sua destruição. Sendo assim, surge a
necessidade da adoção de técnicas que possam ser destrutivas a essas espécies. Os
Processos Oxidativos Avançados, surgem como um caminho alternativo para diminuir
e eliminar os resíduos desses contaminantes orgânicos. Por tanto, tiveram-se como
objetivos neste trabalho: (i) desenvolver e otimizar um processo Fenton empregando
ferro zero e peróxido de hidrogênio (Fe0
/H2O2) (ii) utilizar como fonte de ferro zero para
o processo Fenton limalha de ferro, a qual é um resíduo da atividade metalúrgica na
cidade de Rio Grande (iii) otimizar o tempo de reação (TR) e tempo de
homogeneização (TH) para a Fotocatálise Heterogênea empregando um catalisador
de sílica dopada com dióxido de titânio e dicloreto de tris (2,2-bipiridina) rutênio II (iv)
desenvolver um método cromatográfico empregando LC-DAD para realizar o
monitoramento da degradação dos agrotóxicos (v) empregar a LC-MS/MS para
confirmar a degradação dos agrotóxicos e monitorar a formação de produtos (vi)
empregar IC para monitorar a formação de espécies iônicas (vii) realizar a
determinação de COT para estimar a mineralização do carbono orgânico dissolvido.
Para tanto, um total de seis agrotóxicos foram selecionados para a o estudo de
degradação: bentazona, carbofurano, clomazona, diurom, tebuconazole e
piraclostrobina. O sistema Fe0
/H2O2 desenvolvido para a degradação dos agrotóxicos
mostrou ser eficiente. A eficiência de degradação foi fortemente afetada pelo pH,
massa de limalha de ferro e concentração de peróxido de hidrogênio. As melhores
condições para a degradação foram: pH 2,0, 5 mmol L-1 H2O2 e 2,0 g de limalha de
ferro. No tempo total de 20 min o carbono orgânico total foi reduzido levando a
mineralização de 55%, com taxas de degradação que variaram de 51 a 100%. A
utilização de recirculação no sistema Fe0
/H2O2 elevou a taxa de degradação dos
agrotóxicos bentazona e carbofurano. As taxas variaram de 93 a 100% de
degradação, com um tempo total de reação de 120 min, chegando a 63% de
mineralização. O sistema TiO2/UV também mostrou-se adequado a degradação dos
agrotóxicos. As condições ótimas foram 20 mg de catalisador, pH 7, TH de 15 min e
TR de 110 min. O sistema apresentou taxas de degradação que variaram de 71 a
99,98%. Levando a mineralização de 97,60% da demanda de carbono orgânico. |
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