Abstract:
Esta dissertação de mestrado, teve por foco principal os fundamentos filosóficos e epistemológicos da Educação Ambiental. Para refinar, o problema de pesquisa, compôs-se a seguinte questão: Como o campo de saber da Educação Ambiental, em especial os seus fundamentos filosóficos e epistemológicos, se constitui no Grupo de Trabalho (GT22) das reuniões científicas da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (2003 - 2015)? Tendo, majoritariamente, por aporte teórico e metodológico os estudos de Michel Foucault, esta pesquisa amparou-se nas ferramentas analíticas de problematização, documentos como monumentos e suposição de que os universais não existem. O recorte do material empírico considera trabalhos aceitos no GT 22, desde sua criação até o ano de 2015, que têm por objetivo mote discutir os fundamentos epistemológicos e filosóficos da Educação Ambiental. Chegou-se ao número de trinta e nove (39) pesquisas, considerando dois grupos de teorizações mais recorrentes: as teorias críticas em educação, com vinte e seis (26) trabalhos e as pós-críticas em educação, com treze (13) trabalhos. Com os mapeamentos em outros portais de busca, realizou-se o exercício de problematização, dos ditos mais recorrentes entre as produções científicas voltadas à Educação Ambiental, para provocar a solidez das verdades que fabricam esse campo de saber enquanto crítico, emancipatório e transformador. O movimento analítico do corpus empírico deslindou-se para um outro caminho que possibilitou enxergar as potências e divergências entre as teorias críticas e pós-críticas, nos modos de compreender a Educação Ambiental. Mapeou-se três abordagens em cada conjunto de trabalhos, entre as pesquisas de cunho crítico, constatou-se a recorrência dos conceitos de interdisciplinaridade, emancipação e transformação, já no grupo pós-crítico os conceitos de discurso, poder e resistência fizeram-se mais presentes. No contraste das concepções de transformação e resistência, evidenciou-se entre ambas as teorias a vontade de mudança, o desejo de constituir a Educação Ambiental em um campo político de luta social. Com as análises, foi possível enxergar que o pensamento múltiplo que se produz no âmago da diferença fortalece a politização do campo de saber, criando espaços para Educações Ambientais possíveis.
This master's thesis focused primarily on Philosophical and epistemological foundations of Environmental Education. In order to refine the research problem, the following question was asked: How does the Environmental Education Field of Knowledge, especially its philosophical and epistemological foundations, constitutes itself at the Working Group (GT22) of scientific meetings of the National Association of Post-Graduation and Research in Education (2003 - 2015)? Having, mainly, by theoretical and methodological support the studies of Michel Foucault, this research was based on analytical tools of questioning, documents as monuments and the assumption that universals do not exist. The contour of the empirical material considers papers accepted in Work Group 22 (WG 22), from its creation until the year 2015, whose objective is to discuss the epistemological and philosophical foundations of Environmental Education. There were thirty-nine (39) researches, considering two groups of most recurrent theorizations: crítical theory in Education, with twenty-six (26) works and post-criticism in Education, with thirteen (13) works. Mapping in other databases, the questioning exercise of the most recurrent sayings among the scientific productions directed to Environmental Education was carried out to provoke the stability of the truths that manufacture this field of knowledge as critical, emancipator and transformative. The analytical movement of the empirical corpus has emerged into another path that has made it possible to see the potency and divergences between critical and post-critical theories in the ways of understanding Environmental Education. Three approaches were mapped in each set of papers, among the critical researches, it was verified the recurrence of concepts such as interdisciplinary, emancipation and transformation, yet in the post-critical group the concepts of discourse, power and resistance became more frequent. Contrasting conceptions of transformation and resistance, was evidenced between the two theories the desire for change, a desire to constitute Environmental Education in a political field of social struggle. With the analysis, it was possible to see that the multiple thinking that takes place at the core of difference strengthens the politization of the field, creating spaces for a possible Environmental Education.