Abstract:
A Tese organizada em artigos teve por objetivo investigar e compreender a dinâmica de trabalho dos educadores sociais em instituições de acolhimento, e propôs um Programa de intervenção formador com foco na promoção da resiliência profissional, sob a perspcetiva da Educação Ambiental não formal. No texto abordamos inicialmente as interlocuções entre a abordagem Bioecológica, a Educação Ambiental e a resiliência no contexto profissional, temas que perpassam e conectam a trama da escrita dessa Tese. A associação das metodologias: Inserção Ecológica, Modelo Experiencial, Teoria Fundamentada nos Dados e o software Atlas.ti potencializou o olhar ecológico proposto nesta pesquisa qualitativa. Os primeiros dados a partir de um mapeamento mais amplo com a participação de 30 educadores sociais de 3 instituições de acolhimento visaram a compreender a (re)signficação da identidade do Educador Social no ambiente institucional. Os dados coletados nesse estudo evidenciaram a urgência de processos formativos, para que o Educador Social se constitua em um tutor de resiliência. Para tanto, este profissional precisa se entender como promotor de bons tratos, de relações de apego e de afetividade garantindo um desenvolvimento positivo dele e dos acolhidos. As concepções e imagens sociais dos educadores sociais sobre aspectos relacionados a instituição de acolhimento se revelaram negativos, esteriotipados e pessimistas. Fato que motivou a equipe do Centro de Referência em Apoio às Famílias (CRAF) a organizar o Programa de formação que visou a desmistificar e descristalizar estas crenças e qualificar as relações no ambiente em prol da resiliência profissional. O Programa balizado pelo modelo experiencial tendo como tônica a linguagem corporal e o diálogo foi estruturado em 4 módulos, 16 sessões e ocorreu em 2016, com 10 educadores sociais, em um microssistema - instituição de acolhimento - de um município do extremo sul do RS. Destacamos a potência desta proposta em identificar fatores de risco e transformá-los em fatores de proteção, tais como: ampliar a capacidade de comunicação interpessoal por meio do diálogo e da linguagem corporal; demonstrar mais motivação, esperança e credibilidade no trabalho em equipe; investir mais afetividade com os colegas e acolhidos; ampliar a presença do componente lúdico e cooperativo nas intervenções, bem como do humor positivo. São elementos essenciais na elaboração da resiliência profissional em contextos de risco. Portanto, a Bioecologia e o olhar ecológico são possibilidades potentes de Educação Ambiental a partir da melhoria da qualidade das relações em contextos de risco por meio da promoção da resiliência profissional.
The thesis organized in articles aimed to investigate and understand the work dynamics of social educators in host institutions, and proposed a training intervention program focused on the promotion of professional resilience under the perspective of non-formal environmental education. In the text we first discuss the interlocutions between the Bioecological approach, Environmental Education and resilience in the professional context, themes that permeate and connect the plot of the writing of this thesis. The association of the methodologies: Ecological Insertion, Experiential Model, Grounded Theory and Atlas.ti software enhanced the ecological approach proposed in this qualitative research. The first data from a broader mapping with the participation of 30 social educators from 3 host institutions, aimed at understanding the significance of the identity of the Social Educator in the institutional environment. The extracts from this study evidenced the urgency of formative processes, so that the Social Educator becomes a tutor of resilience. Therefore, this professional needs to understand how to promote good treatment, attachment relationships and affection ensuring a positive development of him and the welcome. The conceptions and social images of the social educators on aspects related to the host institution were negative, stereotyped and pessimistic. This fact motivated the staff of the Reference Center for Family Support (CRAF) to organize the training program aimed at demystifying and decristalizing these beliefs and qualifying relationships in the environment for professional resilience. The program, based on the experiential model, was based on body language and dialogue. It was structured in 4 modules, 16 sessions, with 10 social educators, in a microsystem - host institution - of a municipality in the extreme south of RS. We highlight the power of this proposal to identify risk factors and transform them into protection factors, such as: increasing the capacity for interpersonal communication through dialogue and body language; Demonstrate more motivation, hope and credibility in teamwork; Investing in positive emotions with affection towards colleagues and welcome; To increase the presence of the playful and cooperative component in the interventions, as well as the positive mood. They are essential elements of expressions of professional resilience in contexts of risk. Therefore, Bioecology and the ecological and systemic view are possibilities to circumscribe Environmental Education as a promoter of quality relationships and professional resilience in risk contexts.