Abstract:
A série Como e por que ler da editora Objetiva surgiu no ano de 2002 com a
publicação de Como e por que ler os clássicos universais desde cedo, de Ana Maria
Machado e Como e por que ler a poesia brasileira do século XX, de Ítalo Moriconi.
De 2002 a 2005 foram publicados neste projeto mais dois títulos: Como e por que ler
o romance brasileiro (2004), de Marisa Lajolo, e Como e por que ler a literatura
infantil brasileira (2005), de Regina Zilberman. Com base no estudo atento dos
quatro títulos mencionados, este trabalho apresenta a seguinte tese: A série Como e
por que ler ― pela primeira vez em uma publicação com o intuito de formar leitores
― reúne grande parte dos mecanismos de construção reproduzidos na
contemporaneidade, constituindo-se um exemplo cabal de historiografia literária
brasileira do presente. Para comprovar esta proposição pauta-se a leitura em um
tripé teórico constituído pelo Construtivismo Radical, de Ernst von Glasersfeld, pela
Teoria dos Campos, de Pierre Bourdieu, e também pelas contribuições de Itamar-
Even Zohar e Niklas Luhmman, nomeadamente os estudos sobre repertório e
observação.
The Como e por que ler series (Objetiva press) appeared in 2002 with the publication
of Como e por que ler os clássicos universais desde cedo, by Ana Maria Machado
and Como e por que ler a poesia brasileira do século XX, by Ítalo Moriconi. From
2002 to 2005 two more titles were published in this project: Como e por que ler o
romance brasileiro (2004), by Marisa Lajolo and Como e por que ler a literatura
infantil brasileira (2005), by Regina Zilberman. Based on the careful study of the four
mentioned titles, this work presents the following thesis: The Como e por que ler
series - for the first time in a publication with the intention to form readers - gathers a
great part of the construction mechanisms reproduced in the contemporaneity,
constituting a complete example of Brazilian literary historiography of the present. In
order to prove this proposition, the reading is based on a theoretical tripod
constituted by Ernst von Glasersfeld's Radical Constructivism, Pierre Bourdieu's Field
Theory, and also by the contributions of Itamar-Even Zohar and Niklas Luhmman,
namely repertoire studies and observation.