O eu e o mesmo: o amor lésbico na poesia de Adrianne Rich

Farias, Ariane Ávila Neto de

Abstract:

 
Este artigo objetiva refletir acerca da construção da subjetividade do sujeito lésbico nos poemas “Splitting” (1978) e “Twenty-one love poems” (1978), da estadunidense Adrienne Rich. Desvinculado das representações sociais que assumem ser o corpo feminino um mero objeto masculino e indo além da noção de que a posse sexual da mulher é fator mantenedor da ordem social, o eu lírico de Rich é, então, o sujeito formado pela e na diferença. Hoje, com a multiplicidade de valores, sentidos e representações, o sujeito feminino centralizado e estático perde seu espaço para uma figura contraditória, dinâmica e fragmentada, resultado de suas experiências. Nesta perspectiva, entende-se que as poesias de Rich aqui discutidas constituem um espaço de reflexão sobre o discurso hegemônico e práticas sociais guiadas pela cultura Ocidental. Assim, pretende-se articular a fala da poeta norte-americana às de teóricas (os) como Michel Foucault (2015), Tânia Swain (2010) e a própria Adrienne Rich (1979; 1986; 2010), mostrando, dessa forma, que com a crescente discussão dessa construção promove-se não só uma nova percepção de mundo, mas uma mudança no quadro de referências e critérios, na avaliação de fenômenos sociais.
 
This article aims to reflect on the construction of the subjectivity of the lesbian subject in the poems “Splitting” (1978) and Twenty-one love poems (1976) by the North-American poet, Adrienne Rich. Dissociated from the social representations that assume that the female body is a mere male object and going beyond the notion that the sexual possession of the woman is a factor that maintains the social order, Rich’s lyrical self is then the subject formed by and in the difference. Today, with the multiplicity of values, senses and representations, the centralized and static female subject loses her space to a contradictory, dynamic and fragmented figure, the result of her experiences. In this perspective, it is understood that Rich’s poems discussed here constitute a space for reflection on hegemonic discourse and social practices guided by Western culture. Thus, it is intended to articulate the speech of the American poet to those of theoreticians such as Michel Foucault (2015), Tânia Swain (2010) and Adrienne Rich (1979, 1986, 2010), in this way showing that with the growing discussion of this construction not only a new perception of the world is promoted, but also a change in the framework of references and criteria in the evaluation of social phenomena.
 

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