Abstract:
Os museus comemorativos têm a possibilidade de representar e reescrever a história. Apesar de qualquer museu ter o poder de tornar uma história visível e de estabelecer a sua interpretação, o tratamento de histórias globais dentro de um sistema orientado pelo Ocidente está sempre a prevalecer. Actualmente, movimentos de reconhecimento da identidade das minorias sociais e étnicas estão a florescer em todo o mundo: comunidades outrora marginalizadas e silenciadas apelam agora a uma análise mais profunda da construção da identidade, questionando e reescrevendo a sua história. Como estudo de caso do meu doutoramento, trouxe o Museu Internacional da Escravatura de Liverpool para Angola, a fim de adquirir uma leitura alternativa da exposição mais premiada do mundo, e dar voz a uma audiência até agora não ouvida. Visitantes de Angola – de cujas costas milhões de africanos escravizados foram enviados para as América – viraram finalmente a perspectiva interpretativa expressando as suas opiniões.
Commemorative museums have the opportunity to represent and rewrite history. While any museum has the power to make a story visible and establish its interpretation, the treatment of global histories within a Western-oriented system is ever-prevailing. Currently, movements for the recognition of the identity of social and ethnic minorities are flourishing all over the world: communities that were once marginalized and silenced now call for a deeper analysis of the construction of identity, questioning and rewriting their history. As a case study for my PhD, I brought Liverpool's International Slavery Museum to Angola, in order to acquire an alternative reading of the most awarded exhibition in the world, and to give a voice to an audience so far unheard. Visitors from Angola – from whose shores millions of enslaved Africans were shipped to the Americas – finally turned the interpretive perspective by expressing their opinions.
Los museos conmemorativos tienen la oportunidad de representar y reescribir la historia. Si bien cualquier museo tiene el poder de hacer visible una historia y establecer su interpretación, el tratamiento de las historias globales dentro de un sistema de orientación occidental siempre prevalece. Actualmente, los movimientos por el reconocimiento de la identidad de las minorías sociales y étnicas están floreciendo en todo el mundo: comunidades que alguna vez fueron marginadas y silenciadas ahora reclaman un análisis más profundo de la construcción de la identidad, cuestionando y reescribiendo su historia. Como caso de estudio para mi doctorado, traje el Museo Internacional de la Esclavitud de Liverpool a Angola, con el fin de adquirir una lectura alternativa de la exposición más premiada del mundo, y dar voz a una audiencia hasta ahora desconocida. Los visitantes de Angola -desde cuyas costas se embarcaron millones de africanos esclavizados hacia las Américas- finalmente cambiaron la perspectiva interpretativa al expresar sus opiniones.
Description:
Artigo da Revista Brasileira de História & Ciências Sociais - RBHCS, v. 13, n. 26, p. 308–333. : il. p&b; jan./jun., 2021, publicado no município de Rio Grande (RS), pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG.