Infância Xetá e suas identidades: a memória da infância ancestral e a memória da infância atual na resistência de um povo

Silva, Maria Angelita da

Abstract:

 
O Povo Xetá, povo tradicional do Estado do Paraná, teve suas terras ancestrais invadidas e esbulhadas durante o processo de colonização do Norte Pioneiro. Os sobreviventes conhecidos, todos crianças, mesmo separados uns dos outros, mantiveram as bases de sua cultura, preservando sua língua, mitos e mesmo parte dos saberes sobre a floresta e sua cultura material. Tendo a memória como alicerce na formação de sua(s) identidade(s), os sobreviventes Xetá se multiplicaram, passando às novas gerações sua episteme – sua forma de ver o mundo e ressignificá-lo dentro dos limites da própria cultura. Esse artigo, com base em conceitos da Sociologia da Infância, História da Infância, Psicologia Social e Antropologia da Infância, utiliza dados de pesquisa recente para relacionar a memória da infância ancestral à memória da infância atual do Povo Xetá, enquanto processo dialógico de produção de conhecimento e alternativa ao processo de homogeneização imposto pela sociedade atual.
 
The Xetá People, traditional people of the State of Paraná, had their ancestral lands invaded and dispossessed during the process of colonization of the Pioneer North. The known survivors, all children, even separated from each other, maintained the foundations of their culture, preserving their language, myths and even part of their knowledge about the forest and its material culture. With memory as the foundation in the formation of their identity(ies), the Xetá survivors multiplied, passing on to new generations their episteme – their way of seeing the world and giving new meaning to it within the limits of their own culture. This article, based on concepts from Sociology of Childhood, History of Childhood, Social Psychology and Anthropology of Childhood, uses data from recent research to relate the memory of ancestral childhood to the memory of the current childhood of the Xetá People, as a dialogic process of production of knowledge and an alternative to the homogenization process imposed by today's society.
 
El Pueblo Xetá, pueblo tradicional del Estado de Paraná, vio sus tierras ancestrales invadidas y despojadas durante el proceso de colonización del Norte Pionero. Los supervivientes conocidos, todos niños, incluso separados unos de otros, mantuvieron las bases de su cultura, conservando su lengua, mitos e incluso parte de sus conocimientos sobre el bosque y su cultura material. Con la memoria como base en la formación de su(s) identidad(es), los sobrevivientes xetá se multiplicaron, transmitiendo a las nuevas generaciones su episteme, su forma de ver el mundo y resignificarlo dentro de los límites de su propia cultura. Este artículo, basado en conceptos de la Sociología de la Infancia, la Historia de la Infancia, la Psicología Social y la Antropología de la Infancia, utiliza datos de investigaciones recientes para relacionar la memoria de la infancia ancestral con la memoria de la infancia actual del Pueblo Xetá, como un proceso dialógico. de producción de conocimiento y una alternativa al proceso de homogeneización que impone la sociedad actual.
 

Description:

Artigo da Revista Brasileira de História & Ciências Sociais - RBHCS, v. 13, n. 25, p. 147–174, Edição Especial de 2021, publicado no município de Rio Grande (RS), pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG.

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