"Sou um personagem do meu tempo, vulgar, mas lógico. Vou até o fim. O meu fim"!: O rei da vela,de Oswald Andrade e suas rupturas estéticas no teatro nos períodos ditatoriais brasileiros.
Abstract:
Esta dissertação aborda a relação entre o discurso literário e o histórico na peça O Rei da Vela (1937), de Oswald de Andrade, e consequentemente, descreve os processos de rupturas estéticas, tanto na sua escrita, como na sua apresentação ao público na década de 60. O tema justifica-se devido ao interesse da autora sobre a produção cultural durante os períodos em que houve maior censura às artes em nosso país. Esse tema é o aspecto central da pesquisa, pois pretende apresentar os reflexos da Era Vargas e da ditadura militar na produção teatral da época, assim, apresentando a literatura como uma possibilidade de resistência. Para isso, a partir das críticas sociais e políticas observadas no texto escolhido para análise, utilizaremos como aporte teórico autores que contribuam com a construção das ideias aqui propostas. Obras importantes, tais como Teatro de ruptura: Oswald de Andrade (2004), de Sábato Magaldi e O que é o contemporâneo? e outros ensaios (2009), de Giorgio Agamben, além de autores como Walter Benjamin, Antonio Candido e Sandra Pesavento, entre outros, respaldam a relação da literatura e da história e a sua influência no contexto brasileiro, como serão apresentadas nesta dissertação. Neste sentido, durante este trabalho, buscou-se compreender de que maneira Oswald de Andrade traduz para seu leitor feridas históricas e sociais que estão presentes até hoje na sociedade brasileira, desta forma, permitindo realizar um diálogo entre o discurso literário e o discurso histórico.