Abstract:
Objetivo: medir a prevalência e identificar fatores associados à ocorrência de Incontinência
Urinária (IU) entre idosos residentes na área rural do município de Rio Grande, RS.
População alvo: idosos com 60 anos ou mais, não institucionalizados, residentes na área
rural desse município entre os meses de abril e outubro de 2017.
Delineamento: estudo transversal de base populacional.
Desfecho: perda involuntária de urina.
Processo amostral: baseado em informações do IBGE e prefeitura municipal, o município foi
divido em setores, sendo visitados de forma sistemática, quatro em cada cinco domicílios, da
área rural. À todos os moradores com 60 anos ou mais aplicou-se questionário padronizado,
buscando informações sobre características demográficas, socioeconômicas, habitacionais,
hábitos e costumes, padrão de morbidade e de utilização serviços de saúde.
Análises: foi utilizado o teste qui quadrado para comparar proporções e regressão de
Poisson com ajuste da variância robusta na análise multivariada. A medida de efeito utilizada
foi razão de prevalências (RP). A análise ajustada baseou-se em modelo hierárquico com três
níveis previamente construído. Adotou-se nível de confiança de 95% para teste bicaudal e
foram mantidos no modelo aquelas variáveis cujo p valor foi menor do que 0,20.
Resultados: o estudo incluiu 1028 idosos, perfazendo 90,9% do total. A prevalência de IU foi
de 15,9% (IC95%: 13,6%-18,1%). Após ajuste, a análise mostrou que pertencer ao sexo
feminino teve RP=3,72 (2,66-5,21) em relação ao sexo masculino. Mostrou ainda que quanto
maior a idade maior o risco de desenvolver IU. Perceber seu próprio estado de saúde como
regular, ruim ou muito ruim mostrou RP=1,68 (1,25-2,26) e quanto maior o número de
morbidades referidas maior a probabilidade de ocorrência de IU.
Conclusões: a elevada prevalência encontrada pode ser considerada como um problema na
saúde dos idosos da área rural. As recomendações desse estudo são: alertar aos idosos que
essa não é uma condição que deva ser aceita como parte do envelhecimento; informar aos
profissionais de saúde que devem buscar identificar essa condição quando presente no
idoso e ao gestor para instituír programas que valorizem os efeitos deletérios dessa
condição na saúde do idoso.
Objective:. To measure prevalence and identify factors associated with the occurrence of
urinary incontinence (UI) among elderly people living in the rural area of Rio Grande (RS),
Brazil.
Target population: Non-institutionalized elderly people 60 years of age and over living in the
rural area of this municipality between April and October 2017.
Design: This is a population-based cross-sectional study.
Outcome: Involuntary loss of urine.
Sampling: Based on information from the IBGE and the local municipality, the municipality
was divided into sectors, in which communities were indicated and all the households
visited. Sampling was systematic and included four out of five households, which reveals
coverage of 80% of rural households. All those aged 60 and over were submitted to a
standardized questionnaire, seeking information on demographic and socioeconomic
characteristics, housing conditions, habits and customs, pattern of morbidity and use of
health services.
Analysis: We used the chi-square test to compare proportions and Poisson regression with
robust variance adjustment in the multivariable analysis. This analysis followed a previous
hierarchical model. Prevalence ratio was the measure of effect.
Results: In total, 1,028 elderly people participated in this study (90.9% of the total). The
prevalence of UI was 15.9% (95%CI:13.6%-18.1%). The adjusted analysis showed a
significantly higher probability of UI among older women with fair, poor or very poor selfperceived health and with a higher number of referred morbidities.
Conclusion: Due to the high occurrence of UI observed, we recommend to warn the elderly
that this is not a condition that is part of ageing; to stimulate health professionals to identify
early and adequately manage this condition; and to encourage health managers to create
programs aimed at reducing the deleterious effects of this condition on the health of the
elderly.