Abstract:
Partindo da noção de que as fanfictions são um gênero de grande potencial na formação de leitores no ambiente digital, proponho nessa dissertação um plano pedagógico que aproxime da literatura que é lida e trabalhada na escola esse gênero tão consumido pelos jovens em seu tempo livre. Através de atividades de leitura e de produção escrita, busco apresentar uma proposta que veicule o trabalho criativo e afetuoso através de oficinas de escrita na aula de Literatura e Produção Textual. Além disso, através do estudo desse gênero ao longo da história recente, busco traçar um panorama de como funciona o processo da formação de um leitor no mundo digital e no ambiente escolar, questionando o porquê de esses universos serem vistos de forma tão paralela, sem atravessamentos possíveis. Questiono também os motivos pelos quais o gênero fanfiction ainda é visto, por muitas pessoas, como uma “baixa literatura”, e qual é o lugar que ela ocupa nos estudos e na crítica literária. Partindo da ideia do que é aceito e reverberado pelo cânone, estabeleço uma relação da fanfiction com o centro e a margem da literatura e da cultura, uma vez que se trata de um gênero tão marginalizado no ponto de vista acadêmico, mas tão consumido, difundido e celebrado pela cultura de massa.
Based on the notion that fanfictions are a genre with great potential in the formation of readers in the digital environment, I propose in this dissertation a pedagogical plan that brings this genre so consumed by young people in their free time to the literature that is read and worked at school. Through reading and writing activities, I seek to present a proposal that conveys creative and affectionate work through writing workshops in the Literature and Textual Production class. In addition, through the study of this genre throughout recent history, I seek to provide an overview of how the process of forming a reader in the digital world and in the school environment works, questioning why these universes are seen in such a parallel way, without possible crossings. I also question the reasons why this genre is still seen, by many people, as a “low literature”, and what is the place it occupies in studies and literary criticism. Starting from the idea of what is accepted and reverberated by the canon, I establish a relationship between fanfiction and the center and margins of literature and culture, since it is a genre so marginalized from the academic point of view, but so consumed, widespread. and celebrated by mass culture.
