Abstract:
Ser professor é ser orientador, mediador, autor, interlocutor, facilitador, pesquisador, e por que não citar programador de aplicativos didáticos? Com vistas a este professor que é também desenvolvedor de ferramentas educacionais, busco, a partir desta dissertação de mestrado, investigar as minhas agências enquanto professora e programadora autodidata, considerando as ações, iniciativas, valores e habilidades que desenvolvi no processo de construção de um aplicativo de realidade aumentada para o ensino de línguas adicionais, mais especificamente de Espanhol como língua adicional. Considerando que essa atividade de programação é normalmente desempenhada por técnicos programacionais, e também que enfrentei diversos desafios e mobilizei uma série de agências nesse percurso de criação, é relevante retornar ao processo de desenvolvimento do aplicativo a fim de analisá-lo de forma crítica e reflexiva. Para tanto, faz-se importante compreender o conceito de agência profissional (Vianini, 2014, 2016; Ninim; Magalhães, 2017), bem como o conceito de auto-heteroecoformação, na busca de uma formação planetária (Freire; Leffa, 2013), sob o viés do paradigma do pensamento complexo (Morin, 2005). Além disso, considero os conceitos de Multiletramentos (Grupo de Nova Londres, 1996, 2021) e Novos Letramentos (Lankshear e Knobelg, 2007), com o intuito de refletir sobre as multissemioses, multiculturalidades, bem como as novas demandas sociais, digitais e cognitivas presentes no mundo globalizado. No que tange ao aplicativo que desenvolvi, busco explicar o que é a realidade aumentada e quais as implicações dessa tecnologia na área educacional à luz de Hounsell, Tori e Kirner (2018). Em se tratando do professor programador, o estudo do estado da arte aponta para uma falta de trabalhos envolvendo essa temática, visto que não foi encontrado no Catálogo de Teses e Dissertações da Capes qualquer estudo que busque evidenciar as agências docentes desenvolvidas na construção de aplicativos. Metodologicamente, realizo uma análise autoetnográfica acerca do desenvolvimento do aplicativo de realidade aumentada, retornando aos diários de criação dessa ferramenta, aos vídeos da tela de meu computador durante o seu processo de programação e outros tipos de registros, como notas, trocas de conversas com orientadores da pesquisa e imagens de todo o processo, a fim de analisar esse material criticamente e verificar as agências e desafios envolvidos. Para dar conta desta análise, me apoio no conceito reflexãoação de Donald Schön (1983; 2000), o qual, no escopo deste estudo, permite compreender as iniciativas docentes a partir de três perspectivas: i. reflexão na ação; ii. reflexão sobre a ação; iii. reflexão sobre a reflexão na ação. Além do mais, busco refletir sobre o trabalho hacker e a sua relação com o desenvolvimento de minhas agências. Vinculado ao estudo autoetnográfico, realizo ainda um breve estudo de caso, no qual analiso o emprego da ferramenta de minha autoria em contexto de sala de aula, no intuito de verificar as percepções dos participantes, e, deste modo, avaliar e revisar as agências docentes que desenvolvi durante a construção do aplicativo. A partir disso, assumo que um professor pode ser programador de aplicativos, desde que seja capaz de desenvolver agências específicas para realizar tal atividade, entres essas agências destaco: a capacidade de reflexão-ação, a capacidade de superar desafios, o espírito investigativo, a postura hacker, entre outras agências. Por fim, considero que esta dissertação pode contribuir com as discussões sobre as tecnologias educacionais nos cursos de formação de professores, bem como com um trabalho docente que se proponha agentivo, permeado por ações e reflexões críticas, no qual o professor assume um papel de protagonista e se coloca como programador e autor de seus próprios recursos digitais pedagógicos.
Ser profesor es ser asesor, mediador, autor, interlocutor, facilitador, investigador y, ¿por qué no decirlo, programador de aplicaciones educativas? Con la mirada a este docente que también es desarrollador de herramientas educativas, esta tesis de maestría busca investigar mis agencias como docente y programadora autodidacta, considerando las acciones, iniciativas, valores y habilidades que desarrollé en el proceso de construcción de una aplicación de realidad aumentada para la enseñanza de lenguas adicionales, más específicamente del español como lengua adicional. Teniendo en cuenta que esta actividad de programación es normalmente realizada por técnicos programadores, y también que me enfrenté a una serie de desafíos y movilicé una serie de agencias en este viaje creativo, es relevante volver al proceso de desarrollo de la aplicación para analizarla de forma crítica y reflexiva. Para ello, es importante entender el concepto de agencia profesional (Vianini, 2014, 2016; Ninim; Magalhães, 2017), así como el concepto de auto-heteroecoformación, en la búsqueda de una formación planetaria (Freire; Leffa, 2013), desde la perspectiva del paradigma del pensamiento complejo (Morin, 2005). Además, considero los conceptos de Multiliteracidades (New London Group, 1996, 2021) y Nuevas Literacidades (Lankshear y Knobel, 2007), para reflexionar sobre la multisemiosis, la multiculturalidad, así como las nuevas demandas sociales, digitales y cognitivas presentes en el mundo globalizado. Con respecto a la aplicación que he desarrollado, trato de explicar qué es la realidad aumentada y cuáles son las implicaciones de esta tecnología en el ámbito educativo a la luz de Hounsell, Tori y Kirner (2018). Cuando se trata del docente programador, el estudio del estado del arte apunta a una falta de trabajos al respecto, ya que no se encontró ningún estudio en el Catálogo Capes de Tesis y Disertaciones que busque destacar las agencias didácticas desarrolladas en la construcción de aplicaciones. Metodológicamente, realizo un análisis autoetnográfico del desarrollo de la aplicación de realidad aumentada, retomando los diarios de creación de la herramienta, vídeos de la pantalla de mi ordenador durante el proceso de programación y otros tipos de registros, como notas, intercambios de conversaciones con los supervisores de la investigación e imágenes de todo el proceso, para analizar críticamente este material y verificar las agencias y desafíos involucrados. Para realizar este análisis, me baso en el concepto de reflexión-acción de Donald Schön (1983; 2000), que, en el ámbito de este estudio, permite comprender las iniciativas de enseñanza desde tres perspectivas: i. reflexión en la acción; ii. reflexión sobre la acción; iii. reflexión sobre la reflexión en la acción. Además, intento reflexionar sobre el trabajo de hacker y su relación con el desarrollo de mis agencias. Vinculado al estudio autoetnográfico, realizo también un breve estudio de caso en el que analizo el uso de mi herramienta en un contexto de aula para comprobar las percepciones de los participantes y, de esta forma, evaluar y revisar los agenciamientos docentes que desarrollé durante la construcción de la aplicación. A partir de esto, asumo que un docente puede ser programador de aplicaciones, cuando sea capaz de desarrollar agenciamientos específicos para llevar a cabo esta actividad, entre los que destaco: la capacidad de reflexión-acción, la habilidad para superar desafíos, el espíritu investigativo, la actitud hacker, entre otros agenciamientos. Finalmente, considero que esta disertación puede contribuir a las discusiones sobre tecnologías educativas en los cursos de formación docente, así como al trabajo docente agentivo, permeado por acciones y reflexiones críticas, en las que el profesor asume un papel protagónico y se coloca como programador y autor de sus propios recursos digitales pedagógicos.