Delineamento do sistema de controle gerencial e do Empowerment socioestrutural em Startup a partir das capacidades dinâmicas gerenciais

Pereira, Vivian Irigoite

Abstract:

 
Pelo fato de as startups estarem inseridas em um ambiente de extrema incerteza e rápida evolução, é exigido desse modelo de negócio que transformações intensas e rápidas sejam executadas, a fim de responder às pressões do mercado. Nesse sentido, habilidades e conhecimentos avançados dos fundadores são incentivadas, visando a detecção, aproveitamento e reconfiguração dos recursos e práticas gerenciais, sustentando a inovação. Os colaboradores também são peças-chave para impulsionar a inovação nesse ambiente extremamente competitivo e dinâmico, por isso conceder-lhes liberdade para que tomem decisões no momento certo, faz com que se sintam confiantes e comprometidos com os objetivos da empresa. Dessa forma, esta dissertação se propôs a compreender como as capacidades dinâmicas dos fundadores/gestores moldam o pacote de SCG, à luz de Malmi e Brown, de uma startup e o empowerment socioestrutural, por meio da operacionalização de um estudo de caso na startup Beta, nome fictício atribuído ao objeto de estudo, a qual se diferencia pelo seu potencial inovador atribuído ao desenvolvimento de soluções tecnológicas ligadas ao processo de tratamento da água, com abordagem qualitativa e técnica apoiada na análise de conteúdo de Bardin (2016). Com o apoio do software Atlas.ti 9 ®, analisou-se as entrevistas semiestruturadas, os documentos coletados e as notas de campo oriundas das observações nãoparticipante. Os achados evidenciam que os fundadores/gestores possuem, de forma díspar, os três elementos de capacidades dinâmicas gerenciais (capital humano gerencial, capital social gerencial e cognição gerencial), porém complementares, sendo um diferencial competitivo da startup, no que tange a detecção de oportunidades não atendidas pelo mercado e inovação nas soluções ofertadas, trazendo novos desafios estruturais à startup. O sistema de controle gerencial, na perspectiva de pacote, contempla, majoritariamente, controles informais, baseados nos controles culturais estabelecidos conforme as crenças dos sócios/fundadores, em que, por sua vez, os demais sistemas como planejamento, controle cibernético, remuneração e recompensa e controle administrativo, firmam seus preceitos de execução em conformidade com a Ideologia, a qual tem como referência suas ideias e crenças. O empowerment socioestrutural é estimulado por ações dos fundadores/gestores voltadas, sobretudo, à incentivos verbais, concessão de liberdade e flexibilidade, atreladas às dimensões de autoridade, autonomia, responsabilidade, comunicação e treinamento, repercutindo em motivação, confiança e comprometimento dos colaboradores com a startup. Assim, conclui-se que, devido à dinamicidade com que ocorrem as mudanças no ambiente das startups, as capacidades dinâmicas dos fundadores/gestores, com ênfase para o capital humano gerencial e a cognição social, moldam o sistema de controle gerencial, constituindo-o por controles informais que reforçam a cultura organizacional. Ainda, as capacidades dinâmicas dos fundadores/gestores, destacando o capital social gerencial, molda o empowerment socioestrutural, estabelecendo uma comunicação intensa entre e com os colaboradores, incentivando-os a serem autônomos e responsáveis com os objetivos da Beta, o que é reconhecido e assimilado pelos colaboradores, podendo ser observado por comportamentos alinhados ao preconizado pela startup.
 
Due to the fact that startups are inserted in an environment of extreme uncertainty and rapid evolution, this business model requires that intense and rapid transformations be carried out in order to respond to market pressures. In this sense, advanced skills and knowledge of founders are encouraged, aiming to detect, exploit and reconfigure resources and management practices, sustaining innovation. Employees are also key players in driving innovation in this extremely competitive and dynamic environment, so giving them the freedom to make decisions at the right time makes them feel confident and committed to the company's objectives. Thus, this dissertation set out to understand how the dynamic capabilities of founders/managers shape the MCS package, in the light of Malmi and Brown, of a startup and socio-structural empowerment, through the operationalization of a case study at the startup Beta , a fictitious name given to the object of study, which is distinguished by its innovative potential attributed to the development of technological solutions linked to the water treatment process, with a qualitative and technical approach supported by the content analysis of Bardin (2016). With the support of Atlas.ti 9 ® software, the semi-structured interviews, collected documents and field notes from nonparticipant observations were analyzed. The findings show that founders/managers have, in different ways, the three elements of dynamic managerial capabilities (managerial human capital, managerial social capital and managerial cognition), but complementary, being a competitive differentiator for the startup, in terms of detecting opportunities not met by the market and innovation in the solutions offered, bringing new structural challenges to the startup. The management control system, from a package perspective, mainly includes informal controls, based on cultural controls established according to the beliefs of the partners/founders, in which, in turn, other systems such as planning, cyber control, remuneration and reward and administrative control, establish their execution precepts in accordance with the Ideology, which has their ideas and beliefs as a reference. Socio-structural empowerment is stimulated by actions of founders/managers aimed, above all, at verbal incentives, granting freedom and flexibility, linked to the dimensions of authority, autonomy, responsibility, communication and training, resulting in motivation, confidence and commitment of employees to the startup. Thus, it is concluded that, due to the dynamic nature of changes in the startup environment, the dynamic capabilities of founders/managers, with an emphasis on managerial human capital and social cognition, shape the management control system, constituting it through informal controls that reinforce organizational culture. Furthermore, the dynamic capabilities of founders/managers, highlighting managerial social capital, shape socio-structural empowerment, establishing intense communication between and with employees, encouraging them to be autonomous and responsible for Beta's objectives, which is recognized and assimilated by employees, and can be observed through behaviors aligned with those recommended by the startup.
 

Description:

Dissertação (Mestrado)

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  • ICEAC - Mestrado em Contabilidade (Dissertações)