Abstract:
O período pós-parto é um momento apropriado para ações relativas à anticoncepção, e o uso do
DIU pós-placentário (DIU-PP) permite que as mulheres retornem para seu domicílio com um
método contraceptivo seguro, eficaz e reversível. O objetivo desse estudo foi avaliar a
ocorrência da aceitação, continuidade, expulsão e retirada do DIU-PP nas parturientes no
Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Correa Jr (HU-FURG/Ebserh). A primeira fase do
estudo foi transversal, incluindo todas as puérperas residentes no município com parto ocorrido
na maternidade do HU-FURG/Ebersh entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2019. Foi
utilizado um questionário pré-codificado com as puérperas ainda na maternidade com dados:
demográficos, nível socioeconômico, história reprodutiva, assistência à gestação, e
conhecimento sobre o DIU. Após a categorização das variáveis, foi realizada a análise bivariada
e ajustada, conforme modelo hierárquico, mantendo-se aquelas que tiveram um valor p ≤ 0,20
e considerando significativos os valores com p ≤ 0,05. Na fase longitudinal, foram incluídas
todas as gestantes que colocaram o DIU-PP em 2019. As buscas das mulheres ocorreram por
telefonema e pesquisa em prontuário médico físico e eletrônico. Foi usado um questionário précodificado com perguntas sobre: realização da consulta de revisão, expulsão e retirada do DIU
e realização de ultrassonografia. Os dados do acompanhamento do DIU-PP foram inseridos no
banco pré-existente dos partos de 2019. Após a categorização das variáveis e criação de
variáveis derivadas, foi realizada a comparação entre as mulheres que realizaram e não
realizaram a revisão do DIU-PP. Para avaliar a continuidade do método, consideraram-se todas
as mulheres que não expulsaram ou retiraram o DIU-PP. Por fim, foram calculadas as
prevalências e qui-quadrado de Pearson, adotando-se o valor p<0,05 de um teste bicaudal. Das
1157 mulheres que ganharam seus filhos no HU-FURG/Ebserh e eram elegíveis para a inserção
do DIU-PP, o dispositivo foi aceito e colocado em 648 (56%) das puérperas. Destas, 321
(49,5%) o colocaram durante a cesárea, 311 (48%) no pós-parto vaginal e 16 (2,5%) nas
primeiras 24h de puerpério. A taxa de aceitação foi maior entre as mulheres de 25 anos ou mais,
com maior número de filhos, com primeira gestação antes dos 19 anos, que não planejaram a
gestação atual, que o parto foi cesariana e que referiram ter religião. Das 648 mulheres que
colocaram o DIU-PP em 2019, 253 (39%) retornaram à consulta de revisão puerperal no local
de referência; dessas, 32 (12,6%) tinham expulsado o dispositivo, sendo 20,6% nos colocados
no parto vaginal e 7,9% na cesárea (p=0,004). A retirada por estar mal posicionado na US
ocorreu em 28 (11,1%) puérperas e 14 (5,5%) solicitaram a retirada no momento da consulta.
A taxa de continuidade do método foi de 70,7%.
The postpartum period is an appropriate time for actions related to contraception, and the use
of the post-placental IUD (PP-IUD) allows women to return home with a safe, effective and
reversible contraceptive method. The objective of this study is to evaluate the occurrence of
acceptance, continuity, expulsion and withdrawalof the PP-IUD in parturient women at
Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Correa Jr (HU-FURG/Ebserh). The first phase of the
study was cross-sectional, including all postpartum women living in the city who had given
birth at the HU-FURG/Ebersh maternity ward between January 1st and December 31st, 2019.
A pre-coded questionnaire was used for postpartum women still at the maternity ward with
data: demographics, socioeconomic level, reproductive history, pregnancy assistance,
knowledge about the IUD. AfterCategorizing the variables, bivariate and adjusted analysis was
carried out, according to the hierarchical model, keeping those with a p-value ≤ 0.20 and
considering values with p ≤ 0.05 as significant. In the longitudinal phase, all pregnant women
who had the PP-IUD inserted in 2019 were included. The women were searched by phone call
and by searching physical and electronic medical records. A was usedpre-coded questionnaire,
with questions about: carrying out the review consultation, expulsion and removal of the IUD
and performing an ultrasound. PP-IUD follow-up data was enteredin the pre-existing bankof
the 2019 births. After categorizing the variables and creating derived variables, a comparison
was made between women who underwent and did not undergo PP-IUD revision. To assess the
continuity of the method, all women who did not expel or remove the PP-IUD were considered.
Finally, prevalence and Pearson's chi-square were calculated, adopting the p-value <0.05 from
a two-tailed test. Among the 1557 women in the study, the IUD was accepted and placed in 648
(56%) of the postpartum women. Of these, 321 (49.5%) had it inserted during the cesarean
section, 311 (48%) after vaginal birth and 16 (2.5%) in the first 24 hours of postpartum. The
acceptance rate was higher among women aged 25 or over, with a greater number of children,
with their first pregnancy before the age of 19, who did not plan their current pregnancy, who
had a cesarean section and who reported having a religion. Dthe 648 women who had the PPIUD inserted in 2019,253 (39%) returnedto the postpartum review consultation at the reference
location, of these 32 (12.6%) had expelled the device, 20.6% of those placed during vaginal
birth and 7.9% during cesarean section (p=0.004). Removal due to being poorly positioned on
the US occurred in 28 (11.1%) postpartum women and 14 (5.5%) requested removal at the time
of the consultation. The method continuity rate was 70.7%.