IO - Mestrado em Aquicultura (Dissertações)
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- ItemCrescimento compensatório de juvenis de matrinxã Brycon amazonicus (Spix & Agassiz, 1829)(2011) Santos, Márcia Simões dos; Sampaio, Luís André Nassr deO objetivo deste trabalho foi estudar o crescimento compensatório em juvenis de matrinxã Brycon amazonicus. Os peixes (16g) foram distribuídos aleatoriamente em nove tanques e submetidos a diferentes protocolos de alimentação: controle - peixes foram alimentados ad libitum por 60 dias, J10 (jejum de 10 dias) - peixes foram alimentados ad libitum por 10 dias, jejum por 10 dias, e novamente alimentados ad libitum por 40 dias, J20 - peixes foram mantidos em jejum por 20 dias e alimentados ad libitum por 40 dias. Seis peixes de cada tratamento (dois de cada tanque) foram amostrados no início do experimento, no final do período de jejum, e no final do experimento para análises de crescimento e bioquímicas. Os resultados obtidos neste estudo mostraram crescimento compensatório total de juvenis de matrinxã em jejum por 10 ou 20 dias, conforme evidenciado pelo peso final similar entre os peixes de todos os tratamentos. Embora não significativa, houve uma tendência ao ganho de peso, taxa de crescimento específico e eficiência alimentar para os peixes de jejum, comparados ao controle. O consumo diário de ração foi um pouco maior para os peixes do controle e consumo de ração total foi menor para os peixes em jejum. Os estoques de glicogênio e glicose, proteína e triglicerídeos plasmáticos não foram afetados durante a restrição alimentar, mostrando boa tolerância de juvenis de matrinxã, por pelo menos, 20 dias de jejum. O crescimento compensatório é totalmente alcançado, e há uma redução de 37% no consumo de ração para peixes em jejum por 20 dias em relação ao controle, uma questão importante para a piscicultura intensiva.
- ItemCrescimento compensatório no Camarão Branco do Pacífico Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), cultivado em diferentes temperaturas sob restrição alimentar em sistema de bioflocos(2021) Prates, Elisa Cordeiro Andrade; Wasielesky Jr., Wilson; Monserrat, José María; Holanda, MarianaO crescimento compensatório, o qual é definido como um processo fisiológico onde o organismo passa por uma fase de crescimento rápido após um período de desenvolvimento restrito, é uma estratégia desenvolvida por algumas espécies devido a frequentes situações de estresse no ambiente, havendo uma alocação de recursos entre manutenção, crescimento e reprodução. No contexto da aquicultura, a utilização da restrição alimentar e o cultivo em baixas temperaturas como um gatilho para o crescimento compensatório podem ser consideradas estratégias para redução de oferta de ração, dos custos e para o aumento do período de cultivo de espécies tropicais em regiões onde o cultivo restringe-se apenas ao verão. Além disso, o sistema BFT (Biofloc Technology System) pode também trazer vantagens ao cultivo, onde, além da redução do uso de água e maior biossegurança, a comunidade microbiana pode servir como fonte suplementar de alimento para os organismos 24 horas por dia, contribuindo tambémpara a redução de alimento ofertado ao sistema. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a ocorrência do crescimento compensatório no camarão Litopenaeusvannamei, em três diferentes temperaturas (20, 24 e 28 oC) e sob restrição alimentar, cultivados em sistema de bioflocos, e analisar a dinâmica das reservas energéticas no hepatopâncreas e a condição imunológica dos organismos ao longo do período experimental. O experimento foi realizado durante 64 dias e dividido em duas etapas: (1) Restrição e (2) Recuperação, as quais tiveram duração de 36 e 28 dias, respectivamente. Inicialmente, juvenis de L. vannamei foram estocados com um peso médio de 1,78 g (±0,38 g), em densidade de 300 camarões/m2 (n=54). Na primeira fase, o experimento teve um desenho experimental fatorial (três temperaturas e dois regimes alimentares), totalizando seis tratamentos, que foram realizados em triplicatas. Três temperaturas foram escolhidas como ótima (28 oC), intermediária (24 oC) e baixa (20 oC) e, para cada temperatura, foram aplicados dois regimes alimentares: controle, onde os organismos receberam 100 % da taxa de arraçoamento previamente calculada; e restrição, a qual a taxa de alimentação ofertada foi de 40 % em relação aos tratamentos controle. Ao final da primeira fase (dia 36), todas as unidades experimentais (n=18) foram expostas as condições favoráveis de cultivo (28 oC e 100 % de taxa de alimentação) durante 28 dias. Para a determinação da concentração das reservas energéticas (proteínas totais, glicogênio e triglicerídeos) no hepatopâncreas e avaliação do estado de saúde dos animais, feita a partir da contagem diferencial de hemócitos (CDH), foram coletados três animais por unidade experimental ao início do experimento (dia 0), ao final da fase de restrição (dia 36) e ao final da fase de recuperação (dia 64). Ao final da primeira fase, os animais submetidos à restrição alimentar e mantidos a 24 e 28 oC apresentaram peso significativamente menor em comparação aos seus respectivos controles (P < 0,05), enquanto que os camarões mantidos à 20oC (controle e restrição) apresentaram pesos similares entre si (P > 0,05). Além disso, os tratamentos emdiferentes temperaturas e sem restrição alimentar, apresentaram pesos significativamente diferentes, onde o tratamento mantido a 20 oC apresentou menor taxade crescimento, seguido pelos tratamentos de 24 e 28 oC, respectivamente. A concentração de proteínas totais no hepatopâncreas não foi afetada em nenhum tratamento (P > 0,05), enquanto que os níveis de triglicérides foram afetados nostratamentos em restrição mantidos a 24 e 28 oC (P < 0,05), mas não em 20oC (P > 0,05). Já a concentração de glicogênio, foi menor e todos os tratamentos que sofreram restrição alimentar em relação aos seus controles (P < 0,05) e apresentou um efeito da temperatura, onde temperaturas mais baixas foram mais afetadas pela restrição. A CDH apresentou diferenças entre os tratamentos (P<0,05), mas todos os valores estavam dentro da faixa esperada para animais saudáveis cultivados em bioflocos. Após o fim doperíodo de recuperação (dia 64), todos os tratamentos que haviam sofrido restrição na primeira fase, apresentaram pesos similares aos seus respectivos controles (P > 0,05). Em relação à temperatura, animais mantidos a 20 e 24 oC durante a primeira fase e alimentados ad libitum durante todo o experimento, não alcançaram o peso dos camarões mantidos em 28o C durante todo o período experimental e sem restrição alimentar (P < 0,05). A concentração de proteínas totais não sofreu alteração em nenhum tratamento (P > 0,05) e os estoques de triglicerídeos foram recuperados nos tratamentos mantidos na primeira fase sob restrição em 20o e 24 oC, mas não em 28 oC,o qual apresentou valores menores em relação ao seu controle (P < 0,05). Já a concentração de glicogênio, foi recuperada nos três tratamentos afetados anteriormente pelo período de restrição (P > 0,05). A CDH apresentou diferença entre tratamentos (P < 0,05), mas os valores se mantiveram dentro da faixa ideal para camarões cultivados em sistema de bioflocos. Dessa forma, pode-se concluir que os substratos utilizados para lidar com a restrição alimentar foram glicogênio e triglicerídeos, em detrimento da utilização de proteína. Em relação ao estado de saúde dos animais, as baixas temperaturas e a restrição alimentar não afetaram o sistema imunológico inato docamarão. Portanto, os resultados do presente trabalho mostraram que é possível submeter L. vannamei à restrição alimentar parcial, como um gatilho para o crescimento compensatório total, a fim de melhorar a eficiência alimentar dos animais e reduzir os custos de produção. Além disso, em regiões onde a baixa temperatura é um fator limitante para a produção, é viável explorar o crescimento compensatório parcial, com o objetivo de aumentar o período de cultivo anual.
- ItemCrescimento de Carpa Capim Ctenopharyngodon idella alimentada com diferentes gramíneas(2008) Xavier, João Antônio Amaral; Figueiredo, Mario Roberto ChimA carpa capim Ctenopharyngodon idella é uma das espécies de maior importância na aqüicultura mundial. Por ser herbívora, pode ser produzida com abaixo custo, uma vez que se alimenta de vegetação aquática, de gramíneasterrestres ou de outros vegetais. O objetivo deste trabalho foi verificar a possível utilização de gramíneas nativas da região Sul do Rio Grande do Sul, Brasil na alimentação da carpa capim. O experimento foi conduzido alimentando alevinos de carpa capim com peso inicial de 2,69 ± 0,47 g, com 4 gramíneas: Pennissetum purpureum, Cynodon dactylum, Paspalum urvillei e Spartina alterniflora. Foram utilizadas 12 caixas de polietileno com volume útil de 200 litros, com fluxo constante de água (600% ao dia). Foram colocados dez alevinos em cada caixa, os quais foram alimentados diariamente com as respectivas gramíneas acrescidas, a cada dois dias, de ração comercial (1% da biomassa). O experimento teve duração de 45 dias, realizando-se biometria quinzenalmente. Os resultados de Ganho de Peso (GP) e Taxa de Crescimento Especifica (TCE) mostraram que as carpas alimentadas com C.dactylum e P.urvillei obtiveram um maior GP (respectivamente 1,45 e 1,32g) e uma melhor TCE (respectivamente 0,95 e 0,88%), quando comparadas com carpas alimentadas com P. purpurem e S. alterniflora. Cynodon dactylum e P.urvillei são, portanto, gramíneas indicadas para alimentação da carpa capim.
- ItemDesenvolvimento inicial e comportamento alimentar da Matrinxã Brycon Amazonicus (GUNTHER, 1869), em laboratório(2010) Sampaio, Ana Carolina Souza; Figueiredo, Mario Roberto ChimO objetivo deste trabalho foi descrever os principais eventos ocorridos durante o desenvolvimento inicial da matrinxã Brycon amazonicus, correlacionando-os com o comportamento alimentar apresentado pelas larvas no período de 24 a 240 h após a eclosão (HAE) ou 10 dias. O objetivo do primeiro capítulo foi descrever o desenvolvimento embrionário e larval da matrinxã, caracterizando os principais eventos ocorridos até 72 h após a fertilização (HAF). O trabalho foi desenvolvido na Estação de Piscicultura de Balbina Município de Presidente Figueiredo. A caracterização foi feita com base na análise estéreo-microscópica, morfométrica e comparação bibliográfica. Os ovos da matrinxã são livres, transparentes, esféricos com grande espaço perivitelínico (0,56 ± 0,3 mm). As sucessivas clivagens originam células com 64 blastômeros na primeira hora AF. A gástrula, iniciada 02 h e 40 min AF, caracterizou-se por progressiva involução celular e formação do eixo embrionário, culminando com diferenciação de cabeça e cauda, com 05 h e 30 min AF. A embriogênese teve duração de 3 h com formação de somitos, notocorda, vesículas óptica, ótica e otólitos, além de batimentos cardíacos e liberação da cauda. As larvas eclodiram com 10 h e 30 min AF, quando teve início o estágio larval, em temperatura média de 29,9ºC. As larvas eclodiram com 3,56 ± 0,46 mm de comprimento total. Entre 19 e 30 h após a fertilização (HAF) foram observadas: 1) pigmentação e formação do tubo digestivo 2) surgimento de arcos branquiais 3) nadadeira peitoral 4) abertura da boca e 5) surgimento dos dentes. O canibalismo foi iniciado às 34 HAF, com 5,7 ± 0,66 mm de comprimento total, abertura bucal 1,46 ± 0,19 mm e intensos movimentos mandibulares acompanhados de natação vertical. A larva está apta à natação, busca e apreensão de presas e escape de predadores desde 60 HAF, permitindo sua transferência aos viveiros de alevinagem. No segundo capítulo se objetivou conhecer a seletividade alimentar da matrinxã no período de 24 a 240 h após a eclosão (HAE). Foram ofertados diariamente uma mistura de organismos zooplanctônicos (50 organismos/larva) e ração. A mistura ofertada foi previamente quali e quantificada e as larvas alimentadas eram amostradas diariamente para verificação do conteúdo alimentar no trato digestório analisado sob estereomicroscópio. Não foi observada seleção por organismos menores (Rotíferos e náuplios) e não foi observada correlação entre as medidas morfométricas da larva e medidas da presa. Os resultados mostram seleção por alimento vivo, com preferência alimentar por Cladóceros até o décimo dia de vida. No terceiro capítulo foi avaliado o desempenho das larvas quando submetidas a diferentes tratamentos alimentares, no período de 28 a 100 HAE, sendo: T1 = ração; T2 = zooplâncton e T3 = Ração + zooplâncton. O T3 apresentou maior taxa de crescimento específico (TCE) (2,03) e comprimento (6,49 mm), contudo a sobrevivência não diferiu entre os tratamentos. As larvas iniciaram a ingestão de alimento vivo ou ração no período entre 40 e 43 HAE, quando restavam pequenas proporções da reserva endógena (vitelo), indicando início de alimentação exógena neste período e utilização do alimento vivo até 240 HAE. Diante dos resultados observados, acredita-se que um correto manejo alimentar deve considerar redução no período de incubação de 72 h para 40 h, quando as larvas deverão receber alimento vivo e treinamento alimentar para aceitação de ração até o 10º dia após a eclosão. Isto possivelmente proporcionará maiores taxas de sobrevivência na larvicultura.
- ItemExigência protéica de juvenis de tainha Mugil platanus(2008) Carvalho, Cristina Vaz Avelar de; Sampaio, Luís André Nassr deA alimentação é um dos principais custos da piscicultura, sendo importante desenvolver estudos que busquem uma maior eficiência alimentar para o aumento do sucesso da atividade e também para a redução do impacto da emissão de nutritientes ao meio ambiente. Levando em conta o potencial de criação da tainha Mugil platanus na região Sudeste e Sul do Brasil e a carência de informações sobre suas exigências nutricionais, o presente trabalho foi realizado com o objetivo de determinar a exigência protéica para seus juvenis. As tainhas foram alimentadas com cinco dietas com três repetições cada, sendo cada unidade composta por um tanque de 50L com 50 juvenis com peso inicial 1,17 ± 0,02 g e 4,34 ± 0,03 cm (média ± EP). As cinco dietas isocalóricas foram formuladas para conter níveis crescentes de proteína bruta (PB) de 30% , 35%, 40%, 45% e 49% e 18,7 MJ/Kg de dieta (energia metabolizável). As dietas foram oferecidas até a saciedade 5 vezes ao dia durante 35 dias. As dietas não apresentaram diferenças significativas (P>0,05) para sobrevivência, eficiência alimentar e composição corporal.Os resultados indicaram que o nível de 35% PB foi statisticamente superior (P > 0,05) com relação ao ganho em peso, ingestão de alimento e taxa de crescimento específico do que de tainhas alimentas com o maior nível protéico. A necessidade de proteína para os juvenis de tainha foi estimada em 35,8% PB.
