IO - Mestrado em Aquicultura (Dissertações)
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- ItemAcanthocephala em Paralichthys orbignyanus (Valenciennes, 1839) no estuário da Lagoa dos Patos – Rio Grande, RS(2014) Pimentel, Amanda Duarte; Pereira Jr., JoaberParalichthys orbignyanus (Valenciennes, 1839) é importante para a pesca e demonstra potencial para o cultivo, como outros linguados que já apresentam uma produção consistente e que cresce anualmente. Para viabilizar seu cultivo alguns estudos são necessários, dentre eles aqueles relativos à sua fauna parasita. Portanto, neste trabalho é estudada a ecologia do parasitismo de Acanthocephala em P. orbignyanus através de análises dos índices parasitológicos (Prevalência, Intensidade Média de Infecção e Abundância Média), fatores somatotróficos dos hospedeiros e fatores ambientais. As necropsias foram totais (n=91). Os acantocéfalos coletados permaneceram 24 horas na água destilada e após foram fixados em AFA. Os parasitos foram corados com carmin de Semichon e montados em lâminas permanentes com bálsamo do Canadá. Neste estudo foi apresentada a primeira descrição de formas larvais desta espécie em hospedeiros paratênicos. Foram encontrados espécimes de Southwellina hispida e Corynossoma australe nas formas de cistacanto nos mesentérios dos hospedeiros. A comparação morfométrica entre cistacantos e adultos de S. híspida mostra crescimento alométrico das larvas. A probóscide das larvas cresce mais rapidamente em relação ao tronco e isso sugere uma forma de garantir a eficiente fixação no momento em que o parasito alcança o hospedeiro definitivo adequado. Não houve correlação nem diferença significativa entre a intensidade de infecção registrada e os fatores ambientais observados. Assim como não houve correlação e diferenças entre os fatores relacionados ao hospedeiro como peso, comprimento, itens da dieta e gênero sexual. Estes resultados sugerem que as condições estuarinas locais representam um cenário viável para cultivo de P. orbignyanus uma vez que, em tanques rede onde ocorre o inevitável contato com a fauna adjacente, o que viabilizaria as infecções por S. híspida, normalmente prejudiciais, parecem não ter sucesso.
- ItemAnálise comparativa da produção do camarão Litopenaeus vannamei durante um ou dois ciclos intensivos em sistema BFT em viveiros no extremo sul do Brasil(2013) Barbosa, Vitalina Magalhães; Poersch, Luís Henrique S.; Wasielesky Jr., WilsonO cultivo de camarão em viveiros no sul do Brasil está restrito às épocas mais quentes do ano, ocorrendo geralmente de novembro a abril. Este período restrito para a produção de camarão na região evidencia a necessidade de adotar uma estratégia que aumente a produtividade e, consequentemente, a rentabilidade durante os ciclos de engorda. Assim, este estudo objetivou comparar a produção de Litopenaeus vannamei durante dois ciclos curtos e um longo em sistema BFT em viveiros no extremo sul do Brasil. O estudo foi realizado em seis viveiros com área total de 600 m3 localizados na Estação Marinha de Aquacultura da Universidade Federal do Rio Grande (EMA/FURG) e foi composto por dois tratamentos com três repetições cada: dois ciclos curtos (CC) com 75 dias de duração cada, sendo o primeiro realizado de novembro de 2011 a fevereiro de 2012 e o segundo de fevereiro a maio de 2012; e um ciclo longo (CL) realizado de novembro a maio de 2012, totalizando 150 dias de duração. No tratamento CC, os camarões foram despescados ao final do primeiro ciclo curto (CC1), para na sequência, serem reestocados camarões nas mesmas unidades experimentais utilizadas no CC1 para a realização do segundo ciclo curto (CC2). A densidade de estocagem em todos os ciclos foi de 42 camarões/m2 e o peso inicial médio foi de 1,20 g nos CC1 e CL e de 1,40 g no CC2. Diariamente, temperatura da água (ToC), oxigênio dissolvido (O2D) e pH foram monitorados duas vezes ao dia. Semanalmente, foram monitorados salinidade, sólidos suspensos totais (SST), sólidos sedimentáveis (SS), turbidez, compostos nitrogenados, alcalinidade, clorofila a e microorgansimos. Semanalmente foram também realizadas biometrias para estimar o crescimento e ajustar a quantidade de ração (38% de proteína bruta, Potimar Active 38, Guabi® , Brasil), a qual foi ofertada duas vezes ao dia por meio de bandejas e a lance. Uma biometria foi realizada ao final de todos os ciclos para determinação dos parâmetros de desempenho zootécnico. Com base nos resultados obtidos no final do experimento, uma análise econômica foi realizada para comparar o custo de produção para camarões durante dois ciclos curtos e um ciclo longo em viveiros BFT no sul do Brasil. Análise estatística utilizada neste estudo foi o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis para os parâmetros de qualidade da água e análise de variância (ANOVA) de uma-via para o desempenho zootécnico do camarão L. vannamei. Em ambos os tratamentos, não houve diferença significativa nos parâmetros de qualidade da água, temperatura, O2D, compostos nitrogenados, fósforo, SST e alcalinidade. Em contrapartida, pH, SS, turbidez e transparência foram xi significativamente maiores no tratamento CL do que no CC. Apesar dessas diferenças, a maioria dos parâmetros de qualidade da água esteve dentro da faixa recomendável para cultivo de L. vannamei em ambos os tratamentos, com exceção do pH e ToC. Cianobactéria foi o grupo de microorganismos predominante em ambos os tratamentos, correspondendo a 52% da comunidade microbiana no CL e a 49% no CC. Peso médio final (26,41 ± 0,90 g), crescimento semanal (1,17 ± 0,04 g/semana) e ganho de peso (1,14 ± 0,64 g) foram significativamente (p<0,05) maiores no tratamento CL do que no CC (11,70 ± 1,06 g; 0,98 ± 0,11 g/semana; e 0,95 ± 0,64 g, respectivamente). A conversão alimentar aparente, por sua vez, foi significativamente maior no tratamento no CL (1,57 ± 0,26) do que no CC (1,20 ± 0,12). Sobrevivência (68 ±10,50% para CL e 80 ± 2,75% para CC), biomassa (433 ± 79,92 kg para CL e 474 ± 45,65 kg para CC) e produtividade (7200 ± 1598 kg/ha/ciclo para CL e 7900 ± 913 kg/ha/ciclo para CC) não diferiram significativamente entre os tratamentos. O custo total de produção apresentou maior valor no tratamento CC (R$18.246,10) do que no CL (R$17.324,40). Além disso, através dos dados de peso, produção e custos totais do camarão, o custo de produção por quilo e a receita, apresentou uma receita de R$ 13,57/kg de camarão no tratamento CL enquanto o CC apresentou um saldo negativo de R$ 1,12/kg de camarão. Desta maneira, dentre as estratégias de produção em viveiros BFT para extremo sul do Brasil utilizando as condições experimentais do presente estudo, é possível inferir que a escolha da estratégia mais adequada é um ciclo longo. No entanto, é necessário levar em consideração, não apenas os dados de desempenho zootécnico e custos da produção, mas também as características da pesca local. Estes fatores podem influenciar o preço de venda e, consequentemente, a rentabilidade do investimento.
- ItemAnálise da qualidade nutricional do biofilme(2006) Silva, Caroline Fernandes da; Abreu, Paulo CésarO biofilme é definido como uma comunidade de microorganismos associados a uma matriz orgânica, que se forma naturalmente em qualquer superfície sólida em contato com água. A matriz orgânica apresenta na sua composição polissacarídeos, proteínas, ácidos nucléicos, entre outros polímeros. Na aqüicultura, o biofilme tem sido utilizado para gerar aumento da produtividade do sistema e da taxa de sobrevivência. Essas melhorias no sistema de cultivo podem ser atribuídas à presença dos microorganismos no biofilme, cuja composição bioquímica fornece macro e micronutrientes que favorecem o crescimento dos organismos cultivados. A fim de verificar essas hipóteses, este trabalho objetivou analisar a qualidade nutricional do biofilme em três estratos diferentes da coluna da água, em diferentes fases de sua formação, e comparar estas informações com a composição da comunidade de microorganismos. O experimento foi realizado na enseada Saco do Justino, na região estuarina da Lagoa dos Patos, RS, Brasil, no verão de 2005. Para propiciar a fixação do biofilme, foram utilizados três cercados com seis telas de polietileno (tela tipo mosqueteiro), possuindo cada uma 1,2 m2, com uma abertura de malha de 1 mm, dispostas verticalmente e fixadas em bambu (material flutuante). A cada cinco dias foram coletadas amostras do biofilme nos três estratos, superfície (40 cm do fundo), meio (20 cm do fundo) e fundo (5 cm do fundo), para verificar a concentração de clorofila a, peso seco, caracterização dos microorganismos, concentração protéica e lipídica. Paralelamente, foi realizado o monitoramento da qualidade da água. A concentração de clorofila a variou entre 0,14 a 3,49 μg.cm- 2 em 30 dias de experimento, não sendo encontradas diferenças significativas entre os estratos. O valor de peso seco variou de 4 a 24 mg.cm- 2, e também não foram encontradas diferenças significativas entre os estratos. Nosso estudo sugere a verificação da maturidade do biofilme por meio da análise paralela de clorofila a e peso seco, pois essas medidas abrangem todos os microorganismos que compõem o biofilme, fotossintetizantes ou não. Os microorganismos do biofilme alcançaram densidades médias que variaram entre: 91.106 a 302.106 cels.cm- 2 de bactérias, 22.106 a 89.106 cels.cm- 2 de cianobactérias, 4.104 a 76.104 cels.cm- 2 de diatomáceas cêntricas, 1.104 a 26.104 cels.cm- 2 de diatomáceas penadas, 3.106 a 15.106 cels.cm- 2 de flagelados e 13 a 2468 cels.cm- 2 de nematódeos. Os valores de proteína variaram de 0,3 a 2,7 mg.cm- 2, e lipídio entre 8,2 a 105 de mg.cm- 2. Ao converter os valores de proteína para porcentagem registramos um conteúdo protéico máximo de aproximadamente 26% em base seca. Ao analisar as correlações entre microorganismos e composição bioquímica verificamos que o aporte de lipídios presente no biofilme deveu-se, principalmente, aos nematódeos e as diatomáceas cêntricas. Enquanto que a variação da concentração de proteína esteve correlacionada com bactérias filamentosas, bactérias aderidas e principalmente diatomáceas cêntricas unicelulares. Essas informações permitirão um melhor manuseio do biofilme no sentido de se incrementar a oferta de lipídio e proteína a organismos cultivados.
- ItemAnálise de diferentes protocolos para multiplicação de probiótico comercial em sistemas aquícolas(2021) Hoffling, Flávia Banderó; Krummenauer, Dariano; Abreu, Paulo CesarO uso de probióticos comerciais em cultivos aquícolas como alternativa aos antibióticos, tem demonstrado viabilidade e resultados positivos. Os probióticos podem ser definidos como organismos vivos não patogênicos, utilizados com o objetivo de melhorar a saúde do hospedeiro, como bactérias e leveduras que são capazes de colonizar o trato gastrointestinal dos animais cultivados, bem como atuar no ambiente de cultivo contra o desenvolvimento de patógenos. Algumas estratégias empíricas são utilizadas nas fazendas de Carcinicultura como tentativa de multiplicar as bactérias de probióticos comerciais de maneira artesanal, visando a diminuição dos custos com a compra do produto comercial. A hipótese de que probióticos comercias podem ser multiplicados foi testada nesta Dissertação. O presente estudo foi realizado na Estação Marinha de Aquacultura, IO - FURG e contou com três experimentos, realizando a execução de protocolos caseiros de multiplicação de um probiótico comercial utilizados em fazendas no Brasil, Peru e Equador. Cada experimento teve a duração de 24h. Parâmetros de qualidade de água foram monitorados e coletas de água foram realizadas no tempo 00h e 24h para quantificação de bactérias e protozoários. Experimento I: 25g de probiótico Pro-W, 25g de leite em pó, 50mL de melaço e 25g de carbonato de cálcio; Experimento II: 25g de probiótico Pro-W, 50g de farelo de arroz, 33,33g de açúcar cristal e 12,5g de bicarbonato de sódio. Experimento III: 25g de probiótico Pro-W, 25g de Farelo Bokashi, 50mL de melaço e 12,5g de bicarbonato de sódio. Foram utilizadas unidades experimentais com 25L de volume útil e os protocolos utilizados foram baseados na prática de fazendas do Brasil, Peru e Equador. Cada experimento contou com 6 tratamentos e 3 repetições cada. Os tratamentos foram realizados em água doce (0,31 ± 0,06 g/L-1) e em água marinha (25,06 ± 0,44 g/L-1). T1: Controle em água doce; T2: Controle em água marinha; T3: Controle negativo em água doce; T4: Controle negativo em água marinha; T5: Protocolo em água doce; T6: Protocolo em água marinha. Os três experimentos apresentaram crescimento de bactérias do morfotipo Bacillus, cocoides e filamentosas em todos os tratamentos. Não se observou efeito dos tratamentos no crescimento final de bactérias e protozoários. Estes resultados indicam que os protocolos utilizados não contribuem para o crescimento específico de bactérias do tipo Bacillus, similar aos do probiótico comercial.
- ItemAnestesia com benzocaína e M-222 em juneveis de tambaqui Colossoma macropomum: efeitos nos parâmetros de estresse oxidativo(2015) Stringhetta, Giovanna Rodrigues; Garcia, Luciano de OliveiraNo presente estudo foram avaliados os efeitos de dois anestésicos (benzocaína e metanosulfato de tricaína (MS-222) sobre parâmetros bioquímicos nos tecidos de juvenis de tambaqui Colossoma macropomum. Foram utilizados 80 juvenis de tambaqui, os quais foram anestesiados com benzocaína (BZ - 100 ppm) ou MS-222 (TR - 240 ppm). Outros dois grupos, denominados controles: controle água (sem anestesia) e controle álcool (exposição a álcool PA) também passaram pelo mesmo procedimento. Após indução anestésica 10 peixes/anestésico/tempo de coleta foram eutanaziados nos tempos 3, 12 e 24 horas para coleta de amostras de tecidos (brânquias, fígado e cérebro) os quais foram utilizados para a análise da atividade da enzima antioxidante glutationa S-transferase (GST), bem como da lipoperoxidação celular (TBARS) e da capacidade antioxidante total (ACAP), nos diferentes tempos amostrais. Nas brânquias houve um aumento na ACAP no tratamento BZ em relação ao TR e ao grupo controle no tempo 12h. O fígado apresentou uma redução na ACAP no tempo de 12 h para o tratamento TR em relação ao controle. Os tratamentos BZ e TR em 24 h apresentaram aumento na ACAP em relação ao controle. A atividade da enzima GST aumentou nas brânquias para os tratamentos BZ e TR nos tempos de 3 e 12 h em relação ao controle. O fígado apresentou aumento no tratamento BZ em 24 h e para TR nos tempos 3 e 24 h em relação ao controle. Houve uma diminuição do dano lipídico nas brânquias (BZ e TR) e no cérebro (TR) em 24 h em relação ao controle. De acordo com os resultados concluímos que os anestésicos utilizados neste trabalho, nas doses de 100 ppm (BZ) e 240 ppm (TR) não provocaram danos oxidativos nos juvenis de tambaquis, mas são capazes de produzir uma resposta antioxidante para prevenir a lipoperoxidação e provocar a detoxificação do organismo
- ItemAnestesia e transporte de juvenis de tainha Mugil liza(2017) Braz, Reinaldo da Silva; Rodrigues, Ricardo VieiraA tainha Mugil liza é uma espécie de peixe marinha que tem demonstrado potencial para aquicultura e tem sido estudada com a finalidade de desenvolvimento do seu pacote tecnológico de produção. Entretanto, não existem estudos relatando o uso de anestésicos para a espécie. Uma das principais características dessa espécie é o fato dela ser eurialina, podendo ser criada em água doce sendo uma alternativa para produção longe da costa. Porém não há informações sobre o transporte de M. liza. Portanto, o primeiro estudo teve como objetivo determinar as concentrações eficientes de quatro anestésicos em juvenis de tainha. Os peixes (6,9 ± 1,4 g) foram expostos individualmente (N=10 por concentração) a quatro concentrações de benzocaína (30, 40, 50 e 60 mg L-1 ), MS-222 (100, 125, 150 e 175 mg L-1 ), eugenol (50, 70, 90 e 110 mg L-1 ) e mentol (175, 200, 225 e 250 mg L-1 ). A avaliação das melhores concentrações foi realizada com base na faixa de tempo máxima de anestesia (3 minutos) e recuperação (5 minutos). As concentrações mais eficientes encontradas para os anestésicos foram: Benzocaína 50 mg L-1 , MS-222 150 mg L-1 , eugenol 70 mg L-1 e mentol 225 mg L-1 . O segundo estudo teve o objetivo de realizar o transporte de juvenis de tainhas em diferentes salinidades. Para a realização do experimento os peixes foram transportados em 18 sacos com 10 L de água e 20 L de oxigênio cada. Os peixes (1,6 ± 0,6 g e 5,2 ± 0,7 cm) foram estocados mantendo uma densidade em 27 g L-1 . Após, foram transportados durante 24 h em 3 salinidades: 5 (baixa salinidade), 13 (próximo ao ponto isosmótico) e 35 (salinidade tipicamente marinha). Em cada salinidade testada, 3 sacos continham tamponante (1g de NaHCO3 por litro de água), e 3 sacos sem adição de tamponante. Foi observado que nos tratamentos com adição de NaHCO3 os valores de pH sofreram menor redução em comparação aos tratamentos sem adição de tamponante. Apesar disso, nos tratamentos em baixa salinidade (5 e 13) foi verificada a elevação dos valores de dióxido de carbono na água. A sobrevivência dos animais foi afetada significativamente pela adição de NaHCO3 nos transportes nas salinidades 5 e 13. Portanto recomenda-se utilização de 1 g NaHCO3 L -1 por litro de água para transporte de M. liza apenas quando realizado em salinidade 35, não sendo indicado a utilização desse tamponante para transporte de juvenis dessa espécie em salinidades baixas.
- ItemAplicação da modelagem como ferramenta de estudo para determinação do número de cercados de cultivo do camarão Farfantepenaeus paulensis em baías rasas no estuário da Lagoa dos Patos, RS.(2007) Milach, Ângela Machado; Cavalli, Ronaldo OliveraNa aqüicultura, o fluxo do nitrogênio pode atuar como um importante indicador das interações entre os cultivos e o ecossistema aquático. O entendimento destas interações engloba o conhecimento dos processos ecológicos e as estratégias de manejo dos cultivos. Neste trabalho a modelagem é utilizada como uma ferramenta sinalizadora dos possíveis efeitos desta atividade. Este instrumento quando aplicado a aqüicultura, tem como finalidade melhorar a compreensão dos processos envolvidos, além de permitir estratificar momentaneamente as relações causais entre as variáveis, passando a existir como um mundo artificial e refletindo uma visão do mundo real. Com o objetivo de criar cenários para o cultivo do camarão-rosa Farfantepenaus paulensis em cercados com base do fluxo do nitrogênio na coluna d´agua, um modelo matemático foi construído. Este foi utilizado para estimar a liberação de nitrogênio pelos cercados e o número máximo destas unidades de produção que as enseadas, Coreia e Porto do Rei, no estuário da Lagoa dos Patos, RS, comportariam, sem comprometer a qualidade de água e a sustentabilidade do sistema. Para a construção do modelo numérico foi utilizado o software STELLATM v. 9.0.1 e o modelo foi rodado ao passo de tempo de 1 (DT). Para a calibração do modelo foram utilizadas informações sobre os camarões Litopenaeus vannamei e F. paulensis. Além disso, foram obtidas medidas em campo como dados de temperatura, salinidade, velocidade de correntes e as concentrações de nitrogênio foram provenientes de dados históricos. O modelo foi validado através do acompanhamento de cultivos de camarão em cercados na Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, RS. Os valores das variáveis ambientais demonstraram ser propícios para que o ciclo de produção fosse completado com sucesso. Através de simulações, as predições do modelo foram, então, comparadas com os dados do cultivo. O valor da correlação entre os dados preditos e observados foi de 0,99. Vários cenários foram construídos para fornecer o número de cercados para as enseadas de acordo com as diferentes situações apresentadas. As simulações realizadas pelo modelo indicaram que é possível inserir até 509 cercados na enseada da Coreia e 683 no Porto do Rei de acordo com os valores escolhidos. No entanto, deve-se dispor os cercados no meio ambiente aquático com base em um cenário mais conservativo levando em conta o princípio da precaução. Desta forma, o mais indicado seria a colocação dos cercados em um cenário de velocidade de corrente de 0,01m/s e 40% da influência da malha e do seu estado de colmatação possibilitando, assim, a colocação de 29 cercados na Coreia e 39 no Porto do Rei. Os resultados do modelo indicam com base nas suas simulações que o cultivo de camarão em cercados não seria uma fonte de problemas para as enseadas protegidas, contanto que o número de unidades não ultrapasse a capacidade de assimilação do ambiente, no que se refere à liberação de nitrogênio na coluna d’água. O modelo e suas simulações foram ferramentas valiosas e promissoras para predição de cenários de análises baseadas no nitrogênio, ampliando à compreensão sobre o comportamento e a interação do cultivo de F. paulensis e o meio ambiente aquático. Desta forma, o presente trabalho serve de base para estudos futuros que visem estimar a capacidade de suporte de corpos d’água em que a aqüicultura seja praticada.
- ItemAproveitamento de subprodutos de moluscos e crustáceos e aprimoramento do método de extração enzimatica do Camarão-Branco-do-Pacífico (litopenaeus vannamei) com ultrassom(2021) Rebouças Júnior, José Stênio Aragão; Tesser, Marcelo Borges; Latorres, Juliana MachadoExiste uma crescente demanda mundial por alimento, sendo a aquicultura uma excelente ferramenta para suprir a demanda de alimentos. Com isso a produção mundial aquícola cresce massivamente nos últimos anos. Porém, grande parte desta produção torna-se resíduo ao qual não tem uma adequada destinação. Sabendo que essa biomassa é uma excelente fonte de diversos compostos de interesse humano foi realizado dois estudos, que estão escritos em dois capítulos. O primeiro capítulo é uma revisão bibliográfica sobre os compostos de interesse presentes nos descartes da produção de moluscos e crustáceos oriundos da pesca e da aquacultura, como: proteínas, carotenoides, quitina e seus derivados, ácidos graxos e minerais. Posteriormente, são reportados estudos que buscam a obtenção e aplicação desses compostos, agregando assim valor comercial a essas biomassas que podem ser utilizadas na fabricação de fármacos no combate ao câncer, doenças neurodegenerativas e cardiovasculares, fabricação de estruturas para construção civil e biofilmes usados como curativos e embalagens, alimentos como ração e hidrolisados concentrados de proteína. O segundo capítulo versa a respeito da obtenção de hidrolisado proteico utilizando como matéria prima o exoesqueleto e o cefalotórax do camarão-branco-do-Pacífico (Litopenaeus vannamei) com utilização do ultrassom. Para a extração da proteína foi realizada uma hidrólise utilizando a enzima Alcalase 2.4L utilizando 2 % (Enzima/Substrato) de proteína, 1:1 (peso:volume), pH 8,0, temperatura de 55 oC, durante uma hora e auxiliado previamente com tratamento de ultrassom para obtenção de hidrolisado proteico. O experimento contou com quatro tratamentos onde foram aplicados tratamentos crescentes de ultrassonificação (1 W/mL) em intervalos de tempo variados (5, 10, 15 minutos e um controle). As análises realizadas no hidrolisado obtido foram o poder redutor, DPPH e ABTS. O hidrolisado obtido apresentou 69,09 ± 4,2 % de proteína, 12,7 ± 2,25 % de lipídios, 11,91 ± 4,2% de carboidratos e 39,32 ± 3,00 μg/g de teor de carotenoides totais. O tratamento ultrassônico conseguiu acelerar a curva cinética da hidrólise proteica, assim como alterar o grau de hidrólise de 9,55 ± 0,7 para 12,18 ± 0,7 %. Foi possível concentrar de três (160,17 ± 6,27 μg/g) a cinco vezes mais (393,29 ± 3,00 μg/g) o teor de carotenoides totais comparadas a quantidade presente no resíduo (64,38 ± 2,41 μg/g). O estudo comprova positivamente o efeito do tratamento ultrassônico antes das hidrólises proteicas de resíduos de camarão.
- ItemAqüicultura Sustentável nas Cercanias da Lagoa dos Patos, RS, Brasil(2006) Staciarini, Fabrício; Figueiredo, Mario Roberto ChimA aqüicultura sustentável visa harmonizar os aspectos físicos, biológicos e sócio-econômicos. A Lagoa dos Patos possui um enorme potencial para o desenvolvimento deste tipo de aqüicultura. A zona Sul da lagoa cobre aproximadamente 1.500 Km2 divididos entre os municípios do Rio Grande, São José do Norte e Pelotas, RS, Brasil (31º 50’ a 32º 40’ S; 52º 20’ a 51º 50’ W). Este tipo de aqüicultura foi inserida nesta região através de projetos de piscicultura e de carcinicultura com o intuito de oferecer fontes alternativas de renda para o pequeno produtor rural e pescador artesanal. Estes projetos foram desenvolvidos pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande e premiados nacionalmente pelo programa da Universidade Solidária (UNISOL), em parceria com os Bancos Real (ABN AMRO BANK) e Banespa Santander, nos anos de 2003, 2004 e 2005 (três últimas edições). O objetivo deste estudo é dissertar sobre a aqüicultura sustentável usada como alternativa econômica ideal para os pequenos produtores rurais e pescadores artesanais residentes na zona sul da Lagoa dos Patos. Este trabalho contém uma revisão sobre aqüicultura sustentável; um levantamento sócio-econômico de pessoas que residem na restinga ao sul da Lagoa dos Patos, interessadas em piscicultura sustentável como fonte alternativa de renda; e um experimento científico sobre freqüência de arraçoamento versus qualidade da água de seis viveiros distribuídos em duas áreas distintas próximas às margens desta lagoa.
- ItemAtivação do mecanismo de RNA interferente (RNAi) via Bacillus subtilis geneticamente modificado contra a replicação do vírus da Síndrome da Mancha Branca (WSSV) no camarão Litopenaeus vannamei(2020) Graminho, Jade Riet; Marins, Luis Fernando; Wasielesky Jr., WilsonDesde 1992, o Vírus da Síndrome da Mancha Branca (WSSV) vem causando problemas para o desenvolvimento da carcinicultura em todo o mundo. Dentre as alternativas para o combate a esse vírus está a utilização de duplas fitas de RNA (dsRNAs) para bloquear a expressão dos genes virais através do mecanismo de RNA interferente (RNAi) presente em eucariontes. A produção e entrega dessas moléculas aos animais pode ser realizada in vitro (através de kits comerciais) ou in vivo (como por exemplo, através de bactérias gram-negativas como Escherichia coli). O uso de kits encarece o tratamento e E. coli tem potencial patogênico. Assim, a utilização bactérias probióticas como bioreatores de dsRNAs pode ser uma alternativa interessante. Dessa forma, esta dissertação teve como objetivo validar o potencial da cepa probiótica Bacillus subtilis manipulada para produção das dsRNAs, na proteção do camarão Litopenaeus vannamei contra o WSSV. Para isso, foi otimizada a produção dessas moléculas com o acréscimo de nutrientes aos meios de cultura. As dsRNAs foram extraídas e purificadas do probiótico e validadas quanto à sua capacidade de ativar o sistema RNAi nos hemócitos. Adicionalmente o probiótico vivo foi administrado na dieta dos animais e avaliado quanto à sua capacidade de ativar o sistema RNAi e, também, quanto à sua capacidade de proteger o camarão contra o WSSV. Os resultados mostraram que o enriquecimento dos meios de cultura aumentou significativamente (p<0,05) a produção das dsRNAs pelo probiótico. Tanto as dsRNAs purificadas injetadas nos camarões quanto o próprio probiótico administrado na dieta foram capazes de ativar o sistema RNAi, como evidenciado pelo aumento da expressão dos genes relacionados sid1 e argonauta2. Também, foi observado que o pré-tratamento por 15 dias com o probiótico é suficiente para ativar o sistema RNAi. Quando expostos ao vírus, os camarões tratados com o probiótico geneticamente modificado tiveram uma redução significativa (p<0,05) na carga viral, o que resultou em uma sobrevivência de 34%. Não foram observadas inclusões virais nas brânquias, cutícula e epitélio gástrico dos sobreviventes. Este estudo demonstra, pela primeira vez, que uma cepa probiótica geneticamente modificada para ativar o sistema RNAi contra um gene específico do WSSV é capaz de reduzir a carga viral e aumentar a sobrevivência do camarão.
- ItemAvaliação da produção de rotíferos Brachionus plicatilis utilizando diferentes densidades de estocagem e diferentes concentrações de microalga Nannochloropsis oceanica(2019) Oliveira, Thiago Pedrosa Almeida Padilha de; Rodrigues, Ricardo Vieira; Roselet, Fabio Felipe GabrielA produção do rotífero Brachionus plicatilis é essencial para o desenvolvimento da larvicultura de peixes marinhos, uma vez que é comumente utilizado como primeiro alimento para as larvas. A microalga Nannochloropsis oceanica é uma fonte alimentar que pode ser utilizada na produção de rotíferos, no entanto a sua concentração deve ser conhecida juntamente com a densidade inicial de rotíferos a ser inicialmente estocada. O experimento realizado foi delineado a partir do modelo estatístico fatorial de Delineamento Composto Central Rotacional. O experimento foi realizado durante 72 horas e utilizou 11 unidades experimentais com volume útil de 2 L. Os rotíferos foram estocados em diferentes densidades (59, 100, 200, 300 e 341 rot mL-1 ) e alimentados com diferentes concentrações de N. oceanica concentrada (59, 100, 200, 300 e 341 × 109 cel 106 rot-1 dia-1 ). Após o período experimental, gráficos de superfície resposta foram gerados para os resultados de taxa de crescimento populacional, proporção de fêmeas ovadas, amônia não ionizada e custo. Ademais, utilizando perfiladores de predição, foram criados três cenários de produção com ênfase em situações cotidianas de uma produção de rotífero. O Cenário Otimizado, onde os resultados obtidos apresentam melhor interação, a melhor densidade de N. oceanica foi de 270 × 109 cel 106 rot-1 dia-1 com uma densidade de estocagem de 69 rot mL-1 ; para o Cenário de Manutenção, com quantidade de microalga e custo reduzido, a melhor densidade de N. oceanica foi de 140 × 109 cel 106 rot -1 dia-1 com uma densidade de estocagem de 180 rot mL-1 ; e Cenário de Produção Maximizada, com taxa de crescimento populacional maximizada (0,53), a melhor densidade de N. oceanica foi de 300 × 109 cel 106 rot-1 dia-1 com uma densidade de estocagem de 100 rot mL-1 . Como conclusão, a utilização da microalga N. oceanica na concentração de 300 × 109 cel 106 rot-1 dia-1 e com uma densidade de estocagem de rotíferos de 100 rot mL-1 , se apresenta como a melhor condição para a produção de rotíferos.
- ItemAvaliação da qualidade da carne da carpa húngara Cyprinus carpio de diferentes sistemas de cultivo na Região Sul do Brasil(2006) Echevenguá, Márcio Martinez; Figueiredo, Mario Roberto Chim; Prentice-Hernández, CarlosDe origem asiática, a carpa é criada na China há mais de 2.000 anos, mas só foi introduzida no Brasil em 1904. Entre os diferentes tipos de criação de peixes, o sistema de integração com outros animais vem sendo bastante utilizado, possivelmente devido aos baixos custos de produção. Assim, a criação de carpas com dejetos de frangos e suínos tem sido bastante utilizada no Sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul. O presente trabalho visa avaliar os efeitos desses sistemas de criação sobre a qualidade da polpa produzida. Foi dividido em dois capítulos. No primeiro foi estudado o efeito do método de transporte sobre a qualidade da polpa da carpa húngara Cyprinus carpio provenientes de cultivos em que eram alimentadas com ração, criadas com dejetos de suínos e com dejetos de frangos. No segundo capítulo foi avaliada a influência dos sistemas de cultivo de carpas alimentadas com ração, criadas com dejetos de suínos e com dejetos de frangos sobre a qualidade da polpa da carpa húngara. A polpa foi minimamente processada, embalada a vácuo em polietileno e conservada sob refrigeração 2±1oC até o momento da análise. Para avaliar o efeito do método de transporte e a influência dos sistemas de cultivo na polpa da carpa húngara foram realizadas análises de rendimento de carcaça e composição proximal no músculo e na polpa. As análises de BVT (bases voláteis totais), pH, IP (índice de peróxidos) e TBA (ácido tiobarbitúrico) na polpa foram realizadas no 1o, 4o, 7o, 15o e 30o dias de conservação. No primeiro capítulo os resultados indicam que apesar das pequenas diferenças encontradas nas análises realizadas, fica bastante evidente que não se pode afirmar que os métodos de transporte (transportar as carpas vivas ou no gelo) apresentam diferenças na qualidade da polpa. Com relação ao segundo capítulo, os resultados indicam que os dejetos de frangos possivelmente apresentam uma proteína de pior qualidade em relação aos demais tratamentos.
- ItemAvaliação da qualidade de filés de Pirarucu (Arapaima Gigas, Cuvier 1829), refrigerados e embalados sob atmosfera modificada.(2010) Gonzaga Júnior, Marcondes Agostinho; Prentice-Hernández, CarlosO pescado é um alimento altamente perecível, e como tal exige cuidados especiais em sua manipulação, estando sujeito a contaminação por diversos organismos. Em condições normais de refrigeração, o prazo de vida útil dos alimentos está limitado pelos processos de deterioração enzimática, microbiológica e oxidativa o que limita seu prazo de distribuição e comercialização. A efetiva consolidação da aqüicultura depende do escoamento da produção que por sua vez dependerá da demanda dos produtos. Para que o consumo de pescado no Brasil seja ampliado, é necessário que haja oferta de produtos com a qualidade exigida pelo consumidor. Este trabalho objetivou avaliar o efeito sobre a embalagem em atmosfera modificada (EAM) em filés de pirarucu (Arapaima gigas). Foram utilizados espécimes provenientes de áreas de cultivo do Estado do Amazonas, da região de Manacapuru, Norte do Brasil, os quais foram beneficiados, eviscerados, filetados e acondicionados em sacos plásticos de alta densidade de etileno-álcool-vinilico – EVOH. As amostras foram submetidas a 6 tratamentos: A (Controle), 4 atmosferas contendo aproximadamente 0,5 L de ar: B (100 % CO2); C (40% O2 / 60% CO2); D (50% O2 / 50% CO2), E (30% O2 / 30% N2 / 40% CO2) e um F (a vácuo). As amostras embaladas foram mantidas sob refrigeração, na faixa de 2 ± 1oC, quando foram submetidas a análise nos tempos zero,1,7,14,21,30,45 e 50 dias de armazenamento refrigerado em estufa climatizada. Foram realizadas analises físico-químicas (bases voláteis totais – N-BVT, pH), da estabilidade lipídica (TBA), de textura (força de cisalhamento), de cor e microbiológicas. Observou-se que as amostras mantidas em aerobiose (controle) apresentaram um rápido aumento dos valores de N-BVT, com seu pico máximo no 50º dia de estocagem (67,59 mg N-BVT/100 g). A produção de N-BVT nos outros tratamentos manteve-se, durante o decorrer do período de armazenamento, em torno de 21 mg de N-BVT/100g. As amostras controle apresentaram aumento de pH, a partir do 30º dia de armazenamento, tendo seu valor máximo (6,98) no 50º dia. Os tratamentos com atmosferas modificadas mostraram comportamento de valores de pH ao longo do armazenamento semelhantes e próximos ao pH inicial (6,4). A maioria dos tratamentos ultrapassou o limite proposto pela legislação no 30o dia de estocagem (7 Log. de UFC/g). Durante o período de armazenamento não foi detectada a presença de Salmonela nem de E. coli. . Os índices de TBA mantiveram-se abaixo de 1,5 mg MA/Kg, os padrões de cor oscilaram pouco e a textura (força de cisalhamento) variaram entre 2,39 e 6,88N. De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que a embalagem B(100 % CO2), se destacou das demais, apresentando um bom desempenho, estendendo o prazo de vida-útil por até 45 dias, sendo eficaz para manutenção dos parâmetros físico-químicos e de qualidade dentro dos limites de aceitabilidade propostos pela legislação vigente.
- ItemAvaliação da qualidade de filés de tilápia vermelha (Oreochromis sp.) Refrigerados e embalados sob atmosfera modificada com uso de um emissor de CO2(2018) Araujo, Alan Carvalho de Sousa; Prentice-Hernández, CarlosO pescado vem ganhando espaço na mesa do consumidor, devido sua qualidade nutricional e características favoráveis a manutenção na saúde da população. Porém, quando não manipulado adequadamente acarreta na diminuição da sua vida útil. O uso de uma embalagem com atmosfera modificada (EAM) para filés de pescados, se torna uma alternativa para evitar o contato do produto com agentes deteriorantes externos. Além disso, a inclusão de um emissor de CO2 dentro da embalagem atua no controle da diminuição do gás CO2, prolongando a vida útil. Assim, este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito sobre embalagem em atmosfera modificada com inclusão de emissor de CO2 para prolongar a vida útil de filés de tilápia vermelha (Oreochromis sp.). Os exemplares utilizados foram provenientes do cultivo em sistema bioflocos da Estação Marinha de Aquicultura – FURG, Rio Grande, RS, os quais foram descabeçados, eviscerados, filetados e acondicionados em sacos plásticos de alta densidade de etileno- álcool-vinilico – EVOH. As amostras foram submetidas a 5 tratamentos: A (controle), B (Vácuo), C (Vácuo e emissor de CO2), D (100% CO2) e E (100% CO2 e emissor de CO2). As amostras embaladas foram mantidas sob temperatura de refrigeração, na faixa de 5± 1°C, e avaliadas nos tempos zero, 3, 8, 14, 21 e 30 dias de armazenamento. Os filés foram analisados quanto a composição proximal (umidade, proteína, lipídeos e cinzas), textura, cor, qualidade e estabilidade (perda de massa, potencial hidrogeniônico - pH, estabilidade lipídica - TBA e bases voláteis totais -N-BVT), microbiológicas e sensorial (MIQ). Os resultados apresentados mostraram que o tratamento a vácuo apresentou maiores perdas de massa, com a perda máxima no 30o dia de armazenamento. O tratamento EAM e emissor de CO2 apresentaram aumento de pH, a partir do 14o dia de armazenamento, tendo seu máximo (8,37) no 21o dia, gerando seu descarte. O conteúdo de N-BVT foi superior nas amostras mantidas no controle, significativamente superior no 30o dia (15,31 mg N-BVT/100g). Os índices de TBA mantiveram-se inferiores a 1,5 mg MA/Kg. As amostras com emissor de CO2 apresentaram maior força de cisalhamento no 30o dia (6,71 N). Os padrões de cor oscilaram nos tratamentos durante o período de armazenamento. A maioria dos tratamentos ultrapassou o limite proposto pela Legislação no 30o dia de armazenamento (6,5 Log. UFC/g). Durante o período de armazenamento não foi detectada a presença de Salmonella sp. A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que o tratamento D (100% CO2) apresentou melhores resultados, prolongando a vida útil por até 30 dias, assegurando a qualidade e a segurança dos filés de tilápia vermelha dentro dos limites aceitáveis pela legislação vigente.
- ItemAvaliação da sobrevivência e crescimento de duas linhagens de Rã-Touro (Rana catesbeiana Shaw, 1802), alimentadas com diferentes fontes de ácidos graxos(2007) Vaz, Wagner Pires; Figueiredo, Mario Roberto ChimAs maiores taxas de mortalidade registradas nos ranários são observadas logo após a metamorfose quando os imagos precisam se adaptar à nova vida terrestre. Nesta fase os animais passam a ser carnívoros e a dieta pode fazer a diferença. O objetivo deste trabalho foi avaliar a sobrevivência e crescimento de duas linhagens de rã-touro alimentadas com diferentes fontes de ácidos graxos. Para isto foram utilizados 120 exemplares de rã-touro (Rana catesbeiana Shaw, 1802) com peso médio inicial de 42,11±11,87g, sendo 60 fêmeas monossexo XX, oriundas do cruzamento de fêmeas revertidas para macho com fêmeas normais e 60 rãs comuns. Após a marcação, os imagos foram colocados em 12 gaiolas no interior de 6 estufas (2 gaiolas por estufa) para um período de 15 dias de adaptação, divididas em XX e comuns. No início do experimento foi efetuada a biometria dos imagos medindo-se o comprimento total e o peso inicial. A biometria foi repetida a cada 10 dias, sempre após um período de 24 horas de jejum. Uma ração contendo 43,19% de proteína bruta foi servida uma vez ao dia, na proporção de 5% do peso vivo das rãs, acrescida de 1% (volume/peso) de óleo e 25% (peso/peso) de larvas de Musca domestica. Foram utilizados óleos de soja, girassol e bacalhau, escolhidos por sua composição em ácidos graxos n-3 e n-6. O experimento teve duração de 60 dias e não houve morte de animais neste período. As rãs comuns tratadas com óleo de girassol tiveram menor crescimento e ganho de peso do que as rãs XX. As rãs monossexo obtiveram maior crescimento e ganho de peso do que as rãs comuns em todos os tratamentos. Verificou-se uma interação entre o tipo de óleo e a genética dos animais, refletida no desempenho das monossexo, cujo crescimento e ganho de peso não foram influenciados pelos óleos utilizados.
- ItemAvaliação da viabilidade e utilização do concentrado de microalgas produzido por floculação como alimento seguro para larvas de camarão Litopenaeus vannamei e para o rotífero Brachionus plicatilis(2019) Figueiró, Roberta Portella; Roselet, Fabio; Wasielesky Jr., WilsonAs microalgas têm grande importância na aquicultura, pois são alimentos de alto valor nutricional. Este trabalho avaliou o uso de 2 floculantes orgânicos, Tanfloc e Flopam na obtenção de concentrado das microalgas, Chaetoceros muelleri e Nannochloropsis oceanica como fonte de alimento para larvas de Litopenaeus vannamei na fase de Protozoea I e Brachionus plicatilis, avaliando sobrevivência. Foram realizados 3 experimentos com adição das microalgas. No experimento 1, os camarões foram submetidos a 4 tratamentos, com diferentes concentrações de floculantes adicionados diretamente na água (2.5, 5, 10 e 20 mg/L) e um tratamento controle sem a adição de floculante. No experimento não houve diferença significativa em nenhum parâmetro de qualidade da água. Houve mortalidade nos tratamentos com uso de ambos os floculantes nas concentrações de 5, 10 e 20 mg/l. No experimento 2 os camarões foram submetidos a 3 tratamentos, tratamento controle com a microalga C. muelleri centrifugada, tratamento com uso de biomassa floculada com Tanfloc e tratamento com uso de biomassa floculada com Flopam. Não foi observada diferença significativa em nenhum parâmetro de qualidade da água. Houve mortalidade total nos tratamentos com uso dos dois floculantes. No experimento 3, os rotíferos foram submetidos a 4 tratamentos, sendo um controle com a microalga N. oceanica centrifugada, um tratamento em jejum, um com biomassa floculada com Tanfloc e um com biomassa floculada com Flopam. Houveram diferenças significativas para amônia, nitrito, densidade de rotíferos e percentual de fêmeas ovadas. No parâmetro amônia e nitrito foram observados picos no tratamento controle, em virtude do elevado crescimento, existindo assim uma maior excreção de nitrogenados. Havendo o tratamento controle apresentado os melhores resultados de densidade populacional e porcentagem de fêmeas ovadas. Com base nestes resultados, conclui-se que o concentrado por floculação não é aconselhado como alimento na larvicultura de camarão ou como alimento do rotífero.
- ItemAvaliação de defesas antioxidantes e de dano oxidativo em juvenis do camarão Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931) exposto à amônia: O papel do açaí (Euterpe oleracea Mart. 1824) como agente quimioprotetor(2019) Colombo, Grecica Mariana; Monserrat, José María; Wasielesky Jr., WilsonA exposição à amônia pode influenciar no aumento excessivo da produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) nos organismos aquáticos. No entanto, o fornecimento de dietas com a suplementação ou inclusão de antioxidantes podem agir como uma alternativa de quimioproteção, amenizando efeitos deletérios causados pelas ERO. A fruta amazônica Euterpe oleracea, conhecida popularmente como “açaí”, possui em sua composição grandes quantidades de compostos fenólicos que conferem a esta fruta uma excepcional capacidade antioxidante. Em razão disto, a inclusão de E. olaracea na dieta do L. vannamei poderia aumentar a resiliência desses animais para lidar com a toxicidade da amônia. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar os possíveis danos oxidativos causados pela exposição à amônia em juvenis de L. vannamei, e se esses danos poderiam ser atenuados em função da presença do açaí liofilizado na ração. Durante 35 dias, camarões com peso inicial (média ± 1 erro padrão) de 0,97 ± 0,03 g foram alimentados com duas dietas experimentais em triplicata: dieta controle (sem inclusão de açaí) e dieta com a inclusão de 10 % açaí (P/P). Após esse período, camarões com peso médio de 3,87 ± 0,04 g foram distribuídos em 24 tanques com 40 L, contendo 10 camarões por caixa, e expostos durante 96 h a quatro concentrações sub-letais de amônia (0,01- controle; 0,26; 0,48; e 0,91 mg NH3-N L-1 ), representando um sistema fatorial de 2 (dieta com e sem açaí) x 4 (total de concentrações de amônia testada) em triplicata. Os dados foram submetidos à análise de variância modelo misto (ANOVA), sendo o fator aleatório as diferentes caixas utilizadas e os fatores fixos as dietas e as concentrações de amônia avaliadas. Para detectar possíveis diferenças entre os tratamentos foi aplicado o teste de Newman-Keuls com um nível de significância de 0,05. Amostras de brânquias, hepatopâncreas e músculo foram coletas para análises do conteúdo de polifenóis e flavonóides, da capacidade antioxidante total (ACAP), glutationa reduzida (GSH), glutationa-S-transferase (GST), grupos sulfidrilas associados a proteínas (P-SH) e peroxidação lipídica (TBARS). A presença do açaí na dieta não afetou os parâmetros zootécnicos do L. vannamei. O hepatopâncreas foi o único tecido que apresentou um incremento do conteúdo de polifenóis e flavonoides nos organismos alimentados com açaí (p<0,05). A ACAP das brânquias diminuiu significativamente em ambas as dietas após a exposição à amônia (p<0,05), enquanto no músculo dos camarões alimentados com açaí houve um aumento da capacidade antioxidante na mesma situação (p<0,05). A perda de competência antioxidante nas brânquias favoreceu o aumento dos níveis de TBARS na dieta com açaí neste tecido (p<0,05). Ao contrário das brânquias, a diminuição do dano lipídico observado nos tratamentos 0,48 e 0,91 mg NH3-N L-1 no músculo dos camarões que consumiram açaí, foi influenciado pelo aumento da ACAP (p<0,05). Não houve diferenças significativas nas concentrações de GSH nos órgãos para ambas as dietas (p>0,05). Nas brânquias, o açaí promoveu uma queda significativa da atividade da GST em todas as concentrações de amônia em relação a dieta controle, e no músculo, diferentemente da dieta controle, o açaí atuou na manutenção da GST, o que reforça os resultados encontrados no conteúdo de TBARS nestes tecidos, uma vez que o dano lipídico aumentou nas brânquias e diminuiu no músculo. A concentração de grupos sulfidrilas (P-SH) diminuiu significativamente nas brânquias e músculo dos camarões da dieta controle quando expostos à amônia, induzindo ao dano proteico, resposta que não foi observada na dieta com inclusão de açaí no decorrer das concentrações de amônia. Em conclusão, a amônia induziu ao estresse oxidativo nas brânquias e músculo, entretanto, a inclusão do açaí na dieta do L. vannamei apresentou efeitos antioxidantes nos diferentes órgãos, não agravando o dano proteico nas brânquias e músculo e atenuando o dano lipídico no músculo.
- ItemAvaliação de dois sistemas aquapônicos com a halófita Sarcocornia ambigua (Michx.) Alonso & Crespo para recirculação de água da piscicultura marinha intensiva(2017) Oliveira, Glauce da Silva; Costa, César Serra Bonifácio; Poersch, Luís Henrique da SilvaO tratamento da água da aquicultura em ciclo fechado através da produção hidropônica de biomassa vegetal com interesse econômico é denominado de aquaponia. O cultivo aquapônico pode ser realizado em basicamente dois tipos de sistemas, o “deep water system” ou flutuante (DWS) e o “nutrient film technique” ou leito cultivado (NFT). A Sarcocornia ambigua (Michx.) Alonso & Crespo (Amaranthaceae) é um subarbusto perene, nativo das marismas temperadas e tropicais da costa atlântica da América do Sul e capaz de atingir alta produtividade quando irrigado com efluentes salinos da maricultura. Estas características sugerem um grande potencial desta planta para utilização em sistemas de recirculação de água (RAS; abreviatura inglesa de Recirculating Aquaculture Systems), indispensáveis aos modernos sistemas intensivos de ciclo fechado da maricultura intensiva. O presente estudo teve como objetivo avaliar a capacidade de remoção de compostos nitrogenados e fosfatos da água de recirculação de uma piscicultura marinha intensiva através de dois RAS aquapônicos, constituídos de plantas de S. ambigua crescendo em sistemas NFT e DWS, além de quantificar o crescimento e a produção de biomassa dessa planta. O NFT foi montado em uma bancada hidropônica comercial, com 8 tubos de PVC com 6 m de comprimento acomodando um total de 120 plantas, recebendo água de uma caixa d’água contendo 450 L, com um fluxo de 385,2 L/hora e uma taxa de renovação diária da água de 20,5 vezes. O DWS era composto por um tanque plástico de cultivo (1,89m x 1,26m x 0,42m) de 1000 L com 6 balsas flutuantes contendo um total de 120 plantas, que recirculava água com uma caixa plástica coletora de 60 L, com um fluxo de 61,2 L/hora e uma taxa de renovação diária de 1,5 vezes. O delineamento experimental do trabalho foi composto dos dois RAS aquapônicos citados acima, que receberam água salgada de recirculação de tanques de engorda do cultivo intensivo em ciclo fechado do peixe marinho bijupirá (Rachycentron canadum Linnaeus, 1766). A eficiência na remoção dos nutrientes nos dois RAS aquapônicos foi avaliada em três ciclos de recirculação (C1, C2 e C3) com duração de 72 horas, sendo coletadas amostras de água a cada 24 horas para análises dos compostos nitrogenados, fosfatos e parâmetros da qualidade de água, assim como clorofila a. O desenvolvimento das plantas foi avaliado através de biometria periódica e coleta final da biomassa de caules e raízes. As concentrações de N-NO3, N-NO2, N-NAT (nitrogênio amoniacal total) e P-PO4, bem como salinidade, temperatura e pH durante o experimento se mantiveram dentro dos limites recomendados para o bijupirá. Os cultivos aquapônicos demonstraram um bom potencial de uso para remoção de composto nitrogenados do cultivo intensivo do bijupirá, mas particularmente para o NAT (até 93,3% em 72 horas) e com menor eficiência para o nitrato (até 67,4% em 72 horas). Nos dois RAS, houve grandes X variações nas taxas de remoção entre ciclos e entre os tempos de retenção nos ciclos, bem como incorporações de nitrito (até 0,15 mg N-NO2/L) e nitrato (até 55,8 mg N-NO3/L) na água de recirculação. Condições significativamente mais acidificadas, associadas aos eventos de incorporações de nitrito e nitrato (marcadamente em DWS durante C2 e C3), sugerem o estabelecimento de uma comunidade de microrganismos caracteristicamente mais nitrificante. Os teores médios de fosfato na água dos tanques de bijupirá aumentaram ao longo das três semanas de experimentação (de 0,56 para 7,60 mg P-PO4/L). Em ambos RAS aquapônicos e em todos os ciclos, o fosfato apresentou altas taxas de incorporação (até 257,1% após 72 horas) na água em recirculação, provavelmente resultante da mineralização do fósforo orgânico dissolvido, originado tanto da comida ofertada como de células fitoplanctônicas mortas. Concentrações médias globais significativamente menores de todos nutrientes ocorreram NFT. As plantas de S. ambigua mostraram um bom desenvolvimento em aquaponia. Um maior crescimento individual foi observado no NFT, onde 88 dias após poda dos caules, as plantas apresentaram médias de altura do caule de 26,4 cm, 5,4 ramificações por caule com comprimento máximo médio de 16,5 cm e uma massa fresca de caule de 36,2 g. O menor crescimento das plantas no DWS pode ter sido ocasionado por baixa oxigenação das raízes, devido ao menor fluxo de água e a ausência de aeração no tanque de cultivo. A produção potencial de biomassa fresca de caules de S. ambigua variou entre 0,62 (NFT) e 1,10 kg/m2/88dias (DWS). Apesar no menor crescimento das plantas, a maior produção de biomassa em DWS ocorreu devido ao maior número de indivíduos por área de cultivo (50,4 plantas/m2) do que no NFT (11,1 plantas/m2). Ambos os sistemas apresentaram um bom potencial de remoção de nutrientes da piscicultura marinha intensiva do bijupirá. Um mais rápido desenvolvimento de plantas de S. ambigua pode ser obtido no NFT, mas um menor uso de espaços e maiores produtividades primárias por área de plantio podem ser obtidas no DWS.
- ItemAvaliação de técnicas de indução à desova do marisco branco Amarilladesma mactroides (Reeve, 1854)(2020) Gauthier, Nathália Byrro; Cavalli, Ronaldo OliveraO marisco branco é um bivalve marinho distribuído nas praias atlânticas do sul da América do Sul cuja população vem sendo impactada nas últimas décadas pela sobrepesca, por eventos de mortalidade maciça, fenômenos climáticos e pela ação antropogênica. Uma possível solução para este problema seria a produção de juvenis em cativeiro. Portanto, há a necessidade do estabelecimento de um protocolo de manutenção e maturação gonadal dos mariscos em cativeiro. Desse modo, esta dissertação avaliou métodos não-invasivos de indução à desova do marisco branco. Indivíduos com mais de 50 mm de comprimento foram coletados nas praias de Rio Grande e São José do Norte, RS, selecionados e medidos (comprimento, altura e peso). Uma série de experimentos de indução à desova com ou sem condicionamento em laboratório foi realizada. Nos experimentos com condicionamento (denominados experimentos I, II e III), os mariscos foram submetidos a indução à desova através apenas da manipulação de temperatura com tempo de exposição de 60 a 120 min. Nos experimentos sem condicionamento (IV, V e VI), os mariscos foram mantidos no laboratório por 45 min e posteriormente expostos à diferentes tratamentos (manipulação de temperatura e/ou associada adição de extrato de espermatozoides, salinidade 35, pH alcalino, adição de peróxido de hidrogênio) por períodos de 60 a 210 min. Havendo desova, a quantidade de ovócitos, zigotos e larvas foram estimadas. Em cada experimento, o estágio das gônadas, o tamanho dos ovócitos e a sobrevivência foram avaliadas. Os dados foram testados quanto as premissas necessárias para o uso da análise de variância e, quando não atendiam essas premissas, eram transformados. As análises foram efetuadas ao nível de significância de 0,05. Não houveram desovas nos experimentos com condicionamento. A histologia indicou que os mariscos desses experimentos não estavam maduros, mas os diâmetros dos ovócitos do experimento II aumentaram significativamente após o condicionamento. Nos experimentos sem condicionamento também foram detectadas diferenças significativas nas dimensões dos ovócitos. Os mariscos do experimento IV estavam mais maduros que os dos experimentos V e VI. Por outro lado, houveram desovas nos experimentos IV, V e VI e houve diferenças nas dimensões dos ovócitos, indicando que os mariscos do experimento IV se encontravam mais maduros que os do experimento V e VI. No entanto, apenas no experimento IV e V foram observadas a presença de larvas D. A sobrevivência dos reprodutores nos experimentos I, II, e III foram superiores a 70% e nos experimentos IV, V e VI foram superiores a 80%, exceto no experimento VI nos tratamentos envolvendo peróxido de hidrogênio. Esses resultados demostram que houve um aumento nos ovócitos dos mariscos dos experimentos II condicionados em laboratório, mas a duração não foi suficiente para total maturação dos gametas. Nos experimentos sem condicionamento, a desova pode ter ocorrido devido a presença de ovócitos e espermatozoides maduros livres no lúmen. Mais estudos são necessários para avaliar isoladamente os fatores que promoveram a indução e devido a maioria das desovas terem sido observadas após o overnight, é necessário avaliar também a influência do fotoperíodo.
- ItemAvaliação de um sistema de recirculação de água (RAS) salina formado por leito vegetado com o aspargo marinho Salicornia neei Lag(2019) Chaves, Yasmin dos Santos; Costa, César Serra Bonifácio; Fóes, Geraldo KipperOs sistemas de cultivo aquícolas estão cada vez mais intensivos, com maiores estocagens de animais e alimentos ofertados, resultando em elevadas concentrações de compostos nitrogenados e fosfatados, material em suspensão e dissolvido na água de cultivo. Dentre as tecnologias aplicadas na intensificação da produção de camarões marinhos no Brasil e resto do mundo, destaca-se a tecnologia de bioflocos (“BFT”, sigla em inglês de “Biofloc Technology”). Uma forma de reduzir o excesso de nutrientes vem sendo a integração de sistema de recirculação de água (“RAS”) com plantas aquáticas, de forma a absorver os nutrientes e gerar biomassa vegetal com alto valor econômico (i.e., RAS aquapônicos). O objetivo do presente trabalho foi a avaliação de um sistema de recirculação de água salina de um cultivo BFT do camarão marinho Litopenaeus vannamei (Boone, 1931), composto por leitos vegetados com a halófita nativa da costa brasileira Salicornia neei. O sistema aquapônico avaliado foi constituído por um clarificador, um reservatório de água clarificada e três canteiros em sistema de leito vegetado (cada um com 10 m2 ) com S. neei (densidade de plantio de 9 plantas m-2 ) e um tanque coletor. Após o estabelecimento das plantas de S. neei, em abril de 2019, as águas de um cultivo BFT do L. vannamei (estocagem de 168-421 camarões m-2 ) foram recirculadas através dos leitos vegetados ao longo de 45 dias. Foram avaliadas durante passagens diárias de água pelo sistema, os teores de sólido em suspensão, nitrogenados e fosfato nas águas de entrada e de saída dos leitos, além de outros parâmetros físico-químicos água, solo e do ar. O desenvolvimento e produtividade da S. neei nos canteiros foram avaliados por coletas periódicas da biomassa dos caules, e medições das alturas e ramificações, em duas parcelas de 0,5 X 0,5 m em cada leito. O clarificador por sedimentação utilizado mostrou ser incapaz de reter teores de sólidos suspensos totais (SST) menores do que 250 mg L-1 e apresentou uma eficiência máxima de 50%. As concentrações médias na água de entrada dos leitos de SST, nitrato, nitrito, NAT (nitrogênio amoniacal total) e fosfato foram de, respectivamente: 250,77; 39,1; 0,37; 0,07; e 1,53 mg L -1 . Após a passagem pelos leitos vegetados as reduções médias dos teores de SST, nitrato, nitrito, NAT e fosfato foram de, respectivamente: 15,2; 15,4; 33,2; 30,4; e 74,0%. Reduções globais significativas foram observadas apenas para nitrito e fosfato. Durante avaliação da recirculação prolongada (13 dias), dentro desse período, os teores de nitrato na água caíram continuamente, chegando ao limite de detecção, enquanto o nitrito passou a ser absorvido eficientemente e o NAT 10 incorporado a água quando esta passava pelos leitos. Condições anaeróbicas dos reservatórios e aeróbica no substrato do leito, criaram o padrão observado. Apesar da condição fortemente nitrificante no RAS aquapônico nas últimas semanas de avaliação, não ocorreu incorporação significativa de nitrato na água saindo dos leitos vegetados. Este resultado foi possível devido ao crescimento exuberante das plantas de S. neei, onde acumulou uma biomassa média de 3722 g m-2 de matéria fresca (372,2 g m-2 de massa seca) após 4 meses de crescimento nos leitos vegetados. A biomassa média de rebrote após 30 dias da poda foi de 1193,2 g m-2 massa fresca (117,3 g m-2 de massa seca) e as plantas de S. neei produziram cerca de 500 caules com tamanho comercial (10 cm) em cada metro quadrado. A alta produtividade e forma de crescimento de S. neei nos leitos vegetados apontam para um ótimo potencial comercial desta forma de produção aquapônica do aspargo marinho.
