IO - Mestrado em Aquicultura (Dissertações)
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- ItemCondicionamento reprodutivo do matrinxã Brycon amazonicus (Spix & Agassiz, 1829) submetido a jejum prolongado(2012) Fonseca, Vivianne da Silva; Robaldo, Ricardo Berteaux; Correa, Marle Angélica VillacortaO matrinxã Brycon amazonicus é bastante apreciado pela qualidade de sua carne e é a segunda espécie mais produzida por piscicultura da Região Norte do Brasil. É uma espécie reofilica, e em sua migração reprodutiva experimenta redução da ingesta por três meses contínuos. Trabalhos realizados com a espécie em estudo indicaram que a restrição alimentar pré-reprodutiva melhora a resposta dos reprodutores em cativeiro, como um aumentou dos óvulos de fêmeas restritas. O objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho reprodutivo do matrinxã quando exposto a jejum prolongado, semelhante ao sofrido pela espécie no ambiente natural. Para isso, foi realizado experimento de out/2010 a jan/2011 na Estação de Aquicultura da UFAM-AM (2°39’39.27”S 60°03’04.07”W), quando 100 reprodutores foram estocados em 4 viveiros de 600m2 (n=25/viveiro), distribuídas em 2 grupos controle alimentados diariamente e dois grupos em jejum por 3 meses no período anterior a desova Ao término do período experimental, coincidente com o período de desova da espécie, foram efetuados ensaios de indução hormonal com extrato hipofisário de carpa e coleta de tecidos para análises bioquímicas (sangue, fígado e músculo) e cálculo dos índices biométricos: índice hepatosomático, gonadosomático, de gordura cavitária e fator de condição . Nas induções, o jejum promoveu melhora do desempenho reprodutivo com valores superiores nas taxas de sucesso na indução, fertilidade, fertilização e eclosão, comprovando a hipótese testada. Nas fêmeas, o jejum também promoveu diminuição nos níveis plasmáticos de glicose, fração das lipoproteínas de muito baixa densidade e nos triglicérides, indicando uma maior mobilização dos nutrientes para o desenvolvimento ovariano. Nos machos apenas os níveis de colesterol plasmáticos foram elevados. Os parâmetros bioquímicos hepáticos e musculares demonstraram discreto efeito do jejum, com níveis de triglicérides no fígado reduzidos e de glicogênio muscular aumentado nos machos. Os índices IGS, IHS e IGC não apresentaram diferença para as fêmeas, e apenas o K foi reduzido no jejum. Nos machos o IGS e IGC foram elevados e o K reduzido na mesma condição. Foi constatada uma maior mobilização de energia para o período reprodutivo nos machos. A principal fonte de energia utilizada parece ter sido os lipídios e as proteínas. Diante dos resultados obtidos neste estudo e em consonância com aqueles realizados anteriormente, foi possível concluir que a manutenção dos reprodutores de matrinxã em jejum prolongado durante os três meses que antecedem o período natural de desova da espécie, promove a otimização da resposta reprodutiva.
- ItemCultivo de Litopenaeus vannamei em sistema de bioflocos com dieta enriquecida com diferentes concentrações de quitosana(2020) Brol, Jéssica; Lima, Juliane Ventura; Wasielesky Jr, WilsonA suplementação de antioxidantes através da dieta pode ser capaz de melhorar o sistema de defesa dos animais contra as espécies reativas de oxigênio (ERO), além de contribuir para uma melhor condição fisiológica e em alguns casos melhora também o desempenho zootécnico. A quitosana é obtida principalmente a partir da quitina presente na carapaça dos crustáceos, e é considerada rejeito para essa indústria de processamento, apesar de apresentar diversas propriedades, entre elas a capacidade antioxidante e imunoestimulante. Dessa forma, tem sido pouco explorada dentro da própria produção de camarões, em especial quando estes são cultivados em sistema de bioflocos (BFT). Diante da hipótese de que uma redução abrupta da salinidade em BFT causa uma condição de estresse oxidativo, o objetivo do estudo foi avaliar diferentes concentrações de quitosana na dieta de juvenis de camarão Litopenaeus vannamei cultivados em sistema BFT, quanto a capacidade de aumentar o sistema de defesa antioxidante e imune dos animais. A quitosana do estudo foi produzida a partir de rejeitos (cascas e cabeça) de camarão da indústria local (Rio Grande, RS, Brasil). O experimento foi dividido em quatro tratamentos, com três réplicas cada: controle C0 (dieta sem adição de quitosana), C1 (1 g de quitosana kg-1 de ração), C3 (3 g de quitosana kg-1 de ração) e C5 (5 g de quitosana kg-1 de ração). 25 camarões pesando em média 0,62 ± 0,02 g foram estocados em cada um dos 12 tanques de polietileno (150 L) e alimentados durante 35 dias com as respectivas dietas. Ao final, foi realizada biometria para avaliação do desempenho zootécnico e nove camarões de cada tanque foram transferidos para unidades menores onde foi realizado a exposição ao choque salino com redução aguda da salinidade de 30 para 5 durante 24 h. Como tratamento controle do choque salino, onde os camarões foram mantidos na salinidade 30, foi utilizado animais do C0. Assim, os tratamentos que receberam a redução da salinidade foram denominados de Sal5C0, Sal5C1, Sal5C3 e Sal5C5, o tratamento controle foi denominado Sal30C0. Após as 24 h foram coletadas brânquias e hepatopâncreas de seis camarões de cada tanque para análises bioquímicas e a hemolinfa extraída de três camarões por tanque para contagem diferencial de hemócitos (CDH). Os resultados mostraram que o choque salino induziu um aumento de ERO, em especial do H2O2, evidenciado pelo aumento da catalase (CAT) em brânquias. A quitosana mostrou reverter esse efeito nas brânquias no tratamento Sal5C5 e no hepatopâncreas aproximou a atividade da enzima ao valor basal de Sal5C0 em Sal5C1 e Sal5C5. Os resultados também sugerem que a quitosana tenha atividade scavenger sobre o O2 -• em brânquias, diminuindo a atividade da enzima superóxido dismutase (SOD) em Sal5C1 e Sal5C5. O choque salino em bioflocos não resultou em aumento da peroxidação lipídica, contudo, a quitosana em Sal5C3 e Sal5C5 demonstrou reduzir ainda mais a concentração de lipídeos peroxidados em brânquias. O choque salino reduziu a capacidade detoxificatória através da atividade da glutationa-S-transferase (GST) em brânquias e a quitosana mostrou capacidade em reverter esse efeito em Sal5C1. Além disso, a quitosana estimulou a atividade da GST e aumentou os níveis de glutationa reduzida (GSH) no hepatopâncreas acima do valor basal de Sal30C0 nos tratamentos Sal5C1 e Sal5C3. Porém a quitosana não mostrou efeito imunoestimulante nos camarões em sistema BFT. Assim, é possível concluir que o sistema BFT pode contribuir para evitar danos provocados pela condição de estresse oxidativo, contudo, a suplementação com quitosana, apesar de não ter demonstrado melhorar o ganho de peso dos camarões, foi ainda melhor para o sistema de defesa antioxidante de L. vannamei, sendo que a inclusão de pelo menos 1 g de quitosana kg-1 de dieta se mostra como uma boa alternativa para manter os animais mais preparados para a condição de estresse oxidativo provocada pela redução abrupta da salinidade.
- ItemCaracterização sazonal da assembleia de parasitos metazoários associados a juvenis de Mugil liza na praia do Casino (Rio Grande-RS)(2013) Navarro, Yorleys Tatiana Diaz; Pereira Junior, Joaber; Vianna, Rogerio TúbinoNeste trabalho foi estudado a composição e variação sazonal de metazoários parasitos associados a juvenis de tainha, Mugil liza provenientes de riachos costeiros na Praia do Cassino, no Rio Grande do Sul. Foram feitas coletas mensais (n=40) durante um ano, de janeiro à dezembro de 2012, totalizando 480 peixes. Os hospedeiros foram conduzidos ao laboratório, insensibilizados por concussão cerebral e necropsiados para coleta de endo e ectoparasitos. Os parasitos foram fixados (formalina ou AFA) e mantidos em álcool 70%. Espécimes representativos foram selecionados para montagem de lâminas que permitiram a identificação até o menor nível taxonômico possível. Os resultados estão apresentados em dois capítulos, a saber: 1) Ectoparasitos associados a juvenis de Mugil liza da região de Rio Grande, RS; 2) Endoparasitos associados a juvenis de Mugil liza da região de Rio Grande, RS. Nos dois casos, foram calculados os índices parasitológicos de prevalência (P%), intensidade média de infecção (IMI) e abundância média (AM ) para cada um dos taxa/mês amostrados e, sazonalmente. Os índices parasitológicos foram comparados utilizando o programa “Quantitative Parasitology 3.0” e verificado o efeito do “Crowding” (CRD) para cada uma das espécies. No primeiro capítulo, foram reportadas quatro espécies: a) Gyrodactylus sp. presente em todas as estações do ano e apresentando no outono e inverno, os valores de P% (17,5 e 16,7) e de IMI (4,14 e 1,90) mais elevados, respectivamente; b) Polyclithrum sp. só ocorreu na primavera com P% de 4,2% e IMI de 3,60; c) Ligophurus sp. esteve presente em todas as estações do ano e sua maior P% (59,2) e IMI de 36,70 ocorreram na primavera; d) Solostamenides platyorchis foi ausente no verão e sua maior P% (16.70) e IMI (2,05) ocorreram na primavera. Gyrodactylus sp. e Polyclithrum sp. foram localizados na superfície do corpo (nadadeiras) e apresentaram um padrão de distribuição uniforme ao longo do ano de acordo com o índices parasitológicos. 11 Ligophorus sp. apresentou um padrão de distribuição uniforme para outono e agregada nas outras estações. Solostamenides platyorchis demonstrou um padrão de distribuição uniforme. Estes dois últimos parasitos estiveram localizados nas brânquias, onde também foi possível observar a presença de Gyrodactylus sp. com baixas P%. No II capitulo o fígado e intestino, formam os órgãos onde se observaram presença de parasitos. No fígado, se encontraram metacercárias não identificadas (NI), que permaneceram ausentes na primavera. Nas outras estações, o outono foi onde houve a maior P% (64,2) e IMI (12,34) para NI. NI mostraram uma distribuição uniforme no inverno e no verão e agregada no outono. Cistos de Ascocotyle (Phagicola) longa demonstraram P% muito discretas durante todas as estações e seus maiores indices parasitológicos foram a P% (6,7) para o verão e IMI (8,2) para o outono. Seu padrão de distribuição foi uniforme em todas as estações. No intestino se encontraram 3 espécies: a) Hemiuridae (Gn. Sp.) foi presente na primavera e no verão com valores moderados de P% (8,3) e IMI (1,90); b) Dicrogaster fastigata, em sua forma adulta e metacercaria, estiveram presentes durante todo o ano, sendo sua maiores de P% (84,2 e 70,8) e de IMI (25,93 e 11,09) observados para o inverno e primavera, respectivamente. c) Scolex spleuronectis, esteve presente durante todo ano os maiores valores de P% (35) e IMI (11,45) foram registradas no inverno. O ecossistema aquático favorece o desenvolvimento de muitos organismos incluído os parasitos. Peixes silvestres ou em cativeiro podem ser fortemente infestados/infectados. Variações quantitativas e qualitativas temporais para as parasitoses dependem, por exemplo, da espécie hospedeira, do ciclo de vida dos parasitos e de condições ambientais. Os resultados reportados neste estudo devem ser ampliados, especialmente com séries temporais maiores, mas oferecem informações relevantes com vista ao controle de doenças parasitárias na aquicultura.
- ItemAnálise comparativa da produção do camarão Litopenaeus vannamei durante um ou dois ciclos intensivos em sistema BFT em viveiros no extremo sul do Brasil(2013) Barbosa, Vitalina Magalhães; Poersch, Luís Henrique S.; Wasielesky Jr., WilsonO cultivo de camarão em viveiros no sul do Brasil está restrito às épocas mais quentes do ano, ocorrendo geralmente de novembro a abril. Este período restrito para a produção de camarão na região evidencia a necessidade de adotar uma estratégia que aumente a produtividade e, consequentemente, a rentabilidade durante os ciclos de engorda. Assim, este estudo objetivou comparar a produção de Litopenaeus vannamei durante dois ciclos curtos e um longo em sistema BFT em viveiros no extremo sul do Brasil. O estudo foi realizado em seis viveiros com área total de 600 m3 localizados na Estação Marinha de Aquacultura da Universidade Federal do Rio Grande (EMA/FURG) e foi composto por dois tratamentos com três repetições cada: dois ciclos curtos (CC) com 75 dias de duração cada, sendo o primeiro realizado de novembro de 2011 a fevereiro de 2012 e o segundo de fevereiro a maio de 2012; e um ciclo longo (CL) realizado de novembro a maio de 2012, totalizando 150 dias de duração. No tratamento CC, os camarões foram despescados ao final do primeiro ciclo curto (CC1), para na sequência, serem reestocados camarões nas mesmas unidades experimentais utilizadas no CC1 para a realização do segundo ciclo curto (CC2). A densidade de estocagem em todos os ciclos foi de 42 camarões/m2 e o peso inicial médio foi de 1,20 g nos CC1 e CL e de 1,40 g no CC2. Diariamente, temperatura da água (ToC), oxigênio dissolvido (O2D) e pH foram monitorados duas vezes ao dia. Semanalmente, foram monitorados salinidade, sólidos suspensos totais (SST), sólidos sedimentáveis (SS), turbidez, compostos nitrogenados, alcalinidade, clorofila a e microorgansimos. Semanalmente foram também realizadas biometrias para estimar o crescimento e ajustar a quantidade de ração (38% de proteína bruta, Potimar Active 38, Guabi® , Brasil), a qual foi ofertada duas vezes ao dia por meio de bandejas e a lance. Uma biometria foi realizada ao final de todos os ciclos para determinação dos parâmetros de desempenho zootécnico. Com base nos resultados obtidos no final do experimento, uma análise econômica foi realizada para comparar o custo de produção para camarões durante dois ciclos curtos e um ciclo longo em viveiros BFT no sul do Brasil. Análise estatística utilizada neste estudo foi o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis para os parâmetros de qualidade da água e análise de variância (ANOVA) de uma-via para o desempenho zootécnico do camarão L. vannamei. Em ambos os tratamentos, não houve diferença significativa nos parâmetros de qualidade da água, temperatura, O2D, compostos nitrogenados, fósforo, SST e alcalinidade. Em contrapartida, pH, SS, turbidez e transparência foram xi significativamente maiores no tratamento CL do que no CC. Apesar dessas diferenças, a maioria dos parâmetros de qualidade da água esteve dentro da faixa recomendável para cultivo de L. vannamei em ambos os tratamentos, com exceção do pH e ToC. Cianobactéria foi o grupo de microorganismos predominante em ambos os tratamentos, correspondendo a 52% da comunidade microbiana no CL e a 49% no CC. Peso médio final (26,41 ± 0,90 g), crescimento semanal (1,17 ± 0,04 g/semana) e ganho de peso (1,14 ± 0,64 g) foram significativamente (p<0,05) maiores no tratamento CL do que no CC (11,70 ± 1,06 g; 0,98 ± 0,11 g/semana; e 0,95 ± 0,64 g, respectivamente). A conversão alimentar aparente, por sua vez, foi significativamente maior no tratamento no CL (1,57 ± 0,26) do que no CC (1,20 ± 0,12). Sobrevivência (68 ±10,50% para CL e 80 ± 2,75% para CC), biomassa (433 ± 79,92 kg para CL e 474 ± 45,65 kg para CC) e produtividade (7200 ± 1598 kg/ha/ciclo para CL e 7900 ± 913 kg/ha/ciclo para CC) não diferiram significativamente entre os tratamentos. O custo total de produção apresentou maior valor no tratamento CC (R$18.246,10) do que no CL (R$17.324,40). Além disso, através dos dados de peso, produção e custos totais do camarão, o custo de produção por quilo e a receita, apresentou uma receita de R$ 13,57/kg de camarão no tratamento CL enquanto o CC apresentou um saldo negativo de R$ 1,12/kg de camarão. Desta maneira, dentre as estratégias de produção em viveiros BFT para extremo sul do Brasil utilizando as condições experimentais do presente estudo, é possível inferir que a escolha da estratégia mais adequada é um ciclo longo. No entanto, é necessário levar em consideração, não apenas os dados de desempenho zootécnico e custos da produção, mas também as características da pesca local. Estes fatores podem influenciar o preço de venda e, consequentemente, a rentabilidade do investimento.
- ItemDiferentes níveis de dureza e amônia na água e suas implicações nos parâmetros de estresse oxidativo do jundiá (Rhamdia quelen Quoy & Gaimard, 1824)(2013) Prati, Ricardo Lourega; Garcia, Luciano de OliveiraNo presente estudo foram avaliados os efeitos de diferentes níveis de dureza (25 e 120 mg CaCO3 L -1 ) e amônia não-ionizada (0,02; 0,18 e 0,50 mg NH3 L −1) na água sobre parâmetros de estresse oxidativo em juvenis de jundiá Rhamdia quelen por um período de cinco dias. Foram coletados fígado e brânquias dos animais, antes da exposição à amônia, 1 e 5 dias após a exposição para análise da lipoperoxidação (TBARS), glutationa transferase (GST) e catalase (CAT). Não foi observado influência dos níveis de dureza na mortalidade, porém os tratamentos com 0,50 mg NH3 L -1 , em ambos níveis de dureza, atingiram mortalidade de 100% após 24 h. Os níveis de TBARS no fígado, foram significativamente maiores (89.8 %) no tratamento com 25 mg CaCO3 L -1 – 0.18 mg NH3 L -1 em relação ao tratamento 120 mg CaCO3 L -1 - 0.18 mg NH3 L -1 no 5o dia de exposição. Nas brânquias, o tratamento 25 mg CaCO3 L -1 – 0.18 mg NH3 L -1 apresentou um acréscimo de 132,6% nos níveis de TBARS ao quinto dia quando comparado ao controle. Já os tratamentos 120 mg CaCO3 L -1 – 0,02 e 0,18 mg NH3 L -1 apresentaram diminuição de 145,1 e 122,7 %, respectivamente, nos níveis de TBARS em relação ao controle. Ao quinto dia de exposição, os tratamentos com 25 mg CaCO3 L -1 , em ambos níveis de amônia, apresentaram maiores níveis de TBARS em relação aos tratamentos com 120 mg CaCO3 L -1 em ambos níveis de amônia. A enzima CAT no fígado, apresentou uma diminuição (65,5 %) e um aumento (172,9 %) da sua atividade, ao quinto dia, nos tratamentos 25 mg CaCO3 L -1 – 0.02 e 0.18 mg NH3 L -1 , respectivamente quando comparados ao controle. Nas brânquias, a CAT apresentou maior atividade no tratamento 25 mg CaCO3 L -1 – 0.18 mg NH3 L -1 quando comparado aos demais tratamentos (73,1; 104,5 e 150,3%). Ao quinto dia, a enzima GST apresentou um decréscimo na atividade em torno de 45%, no fígado dos animais expostos à 120 mg CaCO3 L -1 – 0.18 mg NH3 L -1 quando comparado aos demais tratamentos. Os resultados demonstram que elevados níveis de dureza não são capazes de evitar a mortalidade em animais expostos à concentrações extremas de amônia não- ionizada, porém tem efeito benéfico melhorando o status oxidativo dos animais.
- ItemEstresse em juvenis de garoupa Epinephelus marginatus (Lowe, 1834) transportados em diferentes densidades de estocagem(2013) Cardona, Paola Milena Pereira; Robaldo, Ricardo Berteaux; Sampaio, Luís AndréA saúde e o bem-estar dos peixes são afetados negativamente durante o transporte, as respostas ao estresse são espécie-específica, assim este estudo objetivou avaliar a resposta ao estresse ao transporte de juvenis de garoupa Epinephelus marginatus em diferentes densidades de estocagem, através de marcadores hematológicos. Para isso, após 24h de jejum, juvenis de garoupas foram transportados em 27 sacos plásticos por 8h a 28, 45 e 64g/L. Na chegada, foram transferidos para 18 tanques (300L) de recuperação onde foram mantidos por 24h. Amostras de água foram coletadas antes e após o transporte e foi analisado oxigênio dissolvido, temperatura, pH, alcalinidade e dióxido de carbono. Coletas de sangue (n=9) foram realizadas antes da embalagem (pré-transporte), e em cada densidade de estocagem, na chegada (0h), 2 e 24h após o transporte (3 peixes/repetição). O sangue foi analisada no analisador clinico i-Stat para mesura dos níveis de glicose, pressão parcial de O2 (pO2), pressão parcial de CO2 (pCO2), pH no sangue e bicarbonato (HCO3). O cortisol plasmático foi analisado pelo método de electroquimioluminescência. Além disso, extensões sanguíneas foram preparadas para contagem diferencial dos leucócitos e relação de neutrófilos a linfócitos (N/L). Os níveis de pH e oxigênio dissolvido na água diminuíram gradualmente, enquanto as concentrações de CO2 aumentaram com o aumento das densidades de estocagem. As pCO2, pH, e HCO3 - apresentaram aumentaram nos peixes de todos os tratamentos, quando comparados com os valores pré-transporte. A glicemia foi elevada apenas na maior densidade de transporte. O cortisol plasmático e a pO2 não foram influenciados pelo aumento na densidade de transporte. O transporte teve um efeito marcante na proporção de leucócitos evidenciado nos peixes amostrados em todos os tratamentos ao termino do transporte, que mostrou mudanças tanto na proporção de leucócitos (linfopenia e neutrofilia) como na relação N/L. A linfopenia perdurou até 2h após o transporte, nas maiores densidades testadas. O perfil leucocitário é uma técnica barata e rápida, que demonstrou ser sensível e eficaz para o acompanhamento da resposta de estresse nesta espécie. Tanto o restabelecimento dos parâmetros hematológicos, em 2h e sua estabilização em 24h de recuperação pós-transporte, quanto o fato de não ter ocorrido mortalidade evidenciam a tolerância da espécie á metodologia de transporte empregada. Portanto como a rentabilidade dos vii sistemas de transporte de peixes vivos está fundamentada em altas densidades de estocagem, sugere-se que a densidade de 64g/L seja a ideal para o transporte de juvenis de garoupas em sistema fechado por até 8h.
- ItemTransporte de pós-larvas de Farfantepenaeus brasiliensis Latreille, 1817 em diferentes idades(2013) Pereira, Mariana Bertolotti Alves; Poersch, Luis Henrique; Wasielesky Jr, WilsonO transporte de camarões vivos é uma etapa importante do desenvolvimento da carcinocultura brasileira. Pós-larvas (PL’s) e juvenis são transportados dos laboratórios comerciais para diversos destinos, principalmente para as fazendas de crescimento final, e o cuidado nesta etapa é determinante para a sobrevivência no povoamento dos viveiros. A fim de possibilitar a maior sobrevivência durante o transporte de pós-larvas de Farfantepenaeus brasiliensis, o presente estudo teve como objetivo determinar qual a melhor densidade e temperatura ideais para a realização do transporte de pós-larvas de F. brasiliensis. Pós-larvas, de três idades diferentes (PL8, PL16 e PL 24), foram submetidas a três temperaturas de transporte (18°C, 21°C e 24°C) e três densidades de estocagem diferentes (0,5, 1,0 e 1,5 PL8/mL; 0,25, 0,5 e 0,75 PL16/mL e 0,125, 0,25 e 0,375 PL24/mL). A análise estatística dos parâmetros de qualidade da água entre os tratamentos e os dados de sobrevivência foi realizada através de ANOVA, na qual, foram apontados decréscimos nos valores de concentração de oxigênio dissolvido e pH, a concentração de amônia ficou abaixo dos níveis de segurança para transporte sendo correlacionadas negativamente com o aumento da densidade e da temperatura. Para todas as idades, a menor temperatura (18°C) e as menores densidades foram apontadas como as mais adequadas para o transporte de pós-larvas devido às maiores taxas de sobrevivência e melhores condições de qualidade da água.
- ItemCapacidade de remoção de nutrientes e da carga orgânica da água de cultivo intensivo de camarão marinho por meio de tanques de sedimentação estáticos com e sem a presença da grama halófita Spartina alterniflora Loisel(2013) Ribeiro, Joaquim Neves da Silva; Costa, César Serra BonifácioA alteração da qualidade da água dos cultivos de camarão ao longo do período de engorda pode propiciar condições desfavoráveis para o desenvolvimento, ou mesmo patologias aos animais, devido à elevação das concentrações de compostos nitrogenados e fosfatados, matéria orgânica em suspensão e dissolvida, além da acumulação de micro-organismos. A legislação ambiental brasileira prevê que os empreendimentos da carcinocultura na zona costeira possuam sistemas de sedimentação, opção tecnológica simples e de baixo custo, para manutenção da qualidade da água de cultivos e controle de efluentes. Sistemas de tratamento de água com plantas enraizadas podem ser integrados a sistemas de sedimentação para uma maior eficiência da depuração e geração de subprodutos a partir de efluentes. Este trabalho avaliou a capacidade de remoção de nutrientes e da carga orgânica da água de um cultivo intensivo de camarão marinho Litopenaeus vannamei por meio de Tanques de Sedimentação Estáticos com (TSEV) e sem (TSE) a presença de balsas flutuantes com a grama halófita Spartina alterniflora Loisel. Três tanques idênticos de cada tipo foram operados. Entre fevereiro- março 2012, foram realizados 3 ciclos de incubações consecutivas (C1, C2 e C3) de 500 L de água salina do cultivo de camarão. Durante cada incubação, foram realizadas análises da água em 4 diferentes tempos de retenção (0, 24, 48 e 72 horas) para quantificação dos teores de nitrogênio amoniacal total (NAT), nitrito, nitrato e fosfato, além da carga orgânica, estimada pelo material particulado em suspensão (MPS) e teor de clorofila a. A variação temporal dos sistemas de tratamento entre ciclos e tempos de retenção dos nutrientes, da carga orgânica e de parâmetros físico-químicos monitorados foi analisada através de Análises de Variância. C1 apresentou maior carga orgânica inicial na água (médias TSE e TSEV; MPS = 212-273 mg/L, clorofila a = 372-469 μg/L) e uma rápida regeneração do fosfato nos dois tipos de tanques (aumento médio de 1376% após 72h), que foi associada à remoção do MPS e clorofila a da coluna d'água e mineralização/dessorção do fósforo no material sedimentado junto ao fundo. Sob menores cargas orgânicas médias (MPS < 182 mg/L, clorofila a < 186 μg/L), C2 e C3 apresentaram taxas de remoção média para o fosfato de até 18%. Foi detectada uma correlação significativa negativa entre os teores de nitrato e de nitrito (correlação de Spearman r-s = -0,46). Em C3, a concentração média do nitrato caiu continuamente e a vii de nitrito aumentou continuamente ao longo das 72 h de retenção atingindo, respectivamente, uma remoção de 31% e um enriquecimento de 251% dos teores na água. Tanto o processo de desnitrificação do nitrato como de nitrificação (conversão da amônia a nitrito) parecem estar envolvidos na variação temporal destes nutrientes. Em todos os ciclos de incubação, as concentrações de nitrato em TSEV foram de 8-19% menores do que em TSE, possivelmente devido à comunidade perifítica aderida às raízes de S. alterniflora. Os valores médios de NAT flutuaram diariamente em todos os ciclos de incubação, mas foram menores do que 15 μg/L, aspecto comum em sistemas de cultivo com biofloco onde ocorrem altas taxas de absorção de amônio por bactérias e pelo fitoplâncton. Ambos os tanques de sedimentação testados proporcionaram diminuição da carga orgânica, tornando a água com características mais próximas às exigidas pelas normas ambientais e possibilitariam a minimização dos impactos a ambientes aquáticos no entorno de empreendimentos da carcinocultura. Os resultados encontrados neste trabalho demonstram que a capacidade de remoção ou liberação de compostos da água oriunda de viveiros de carcinocultura intensiva por sistemas de tratamento estático pode variar em função das características da água do cultivo. A ocorrência de poucas diferenças no tratamento da carga orgânica e nutrientes entre TSE e TSEV foi atribuída ao crescimento depauperado de S. alterniflora, sendo necessárias mais pesquisas no desenvolvimento de estruturas de suporte flutuante e da aclimatação desta halófita à hidroponia.
- ItemAvaliação do estresse no transporte de juvenis de bijupirá Rachycentron canadum(2013) Pedron, Janaína dos Santos; Sampaio, Luís André Nassr deO presente estudo avaliou o uso do anestésico benzocaína e a resposta do estresse no transporte de juvenis de bijupirá Rachycentron canadum. Para determinação de concentração ótima, os peixes (9,4 g) foram expostos a 30, 50 e 70 mg L-1 de benzocaína. Para avaliar parâmetros sanguíneos e de estresse oxidativo, os peixes (16 g) foram expostos às mesmas concentrações anteriores. Para 30 mg L-1 de benzocaína, os peixes excederam 10 min para alcançar o último estágio de anestesia, sendo que para 50 e 70 mg L-1 este tempo foi de até 3 min. Para recuperação, os peixes expostos entre 30 e 50 mg L-1 retornaram em até 3 min, enquanto aqueles expostos a 70 mg L-1 excederam 10 min. Para proteína carbonil e TBARS, os maiores valores foram encontrados no fígado, onde a concentração de 30 mg L-1 apresentou os maiores níveis (P<0,05) para proteína carbonil e 50 e 70 mg L-1 apresentaram os maiores níveis (P<0,05) para TBARS. Ainda no tecido hepático, foram encontrados simultaneamente os maiores e os menores valores (P<0,05) de GST e GSH, respectivamente. Também foram realizados dois experimentos de transporte (8 h). Os peixes foram embalados em sacos de polietileno e acondicionados em caixas de isopor. No primeiro experimento, foram avaliados duas concentrações de benzocaína (2 e 6 mg L-1) e um tratamento isento de anestésico. Para avaliação dos parâmetros hematológicos, foram coletadas amostras de sangue dos peixes (30,9 g) antes do transporte (controle), 0, 2, 24 e 48 h após o transporte. No segundo experimento, os peixes (37,5 g) foram embalados nas densidades de 10, 20 e 30 g L-1 e os parâmetros hematológicos foram medidos anteriormente ao transporte (controle), 0, 2 e 24 h depois do transporte. Para ambos os experimentos, foram coletadas amostras de água para medição do pH e concentrações de oxigênio dissolvido, amônia e CO2. Não foi observada mortalidade no experimento com adição de benzocaína. No tempo 0 h, a glicemia foi maior para 6 mg L-1 (P<0,05) de benzocaína, embora em 48 h já tenha retornado a valores similares ao controle. Foi observada mortalidade de 39,5% dos peixes na densidade de 30 g L-1. A concentração de CO2 foi significativamente maior (P<0,05) na densidade de 30 g L-1. A glicemia na densidade de 30 g L-1 foi maior (P<0,05) que nos outros tratamentos, retornando a valores próximos ao controle apenas para 20 e 30 g L -1 depois de 24 h. Os resultados sugerem que para juvenis de bijupirá: i) a concentração ideal de benzocaína para sua anestesia é de 50 mg L-1; ii) não há vantagem no uso de benzocaína em seu transporte; e iii) não devem ser transportados por 8 h em densidades maiores que 20 g L-1.
- ItemCaracterização de enzimas digestórias do linguado (Paralichthys orbignyanus)(2013) Candiotto, Fernanda Braz; Tesser, Marcelo BorgesNa Europa e na Ásia são produzidas três espécies conhecidas como linguado (Psetta máxima, Paralichthys olivaceus e Cynoglossus semilaevis). No Brasil não existe produção comercial de linguado, no entanto a principal espécie alvo dos estudos é o Paralichthys orbignyanus. Esta espécie já foi um recurso pesqueiro importante no sul do país, no entanto, a pesca encontra-se estagnada. Assim, a produção deste linguado pode ser uma alternativa para aumentar a oferta de pescado na região, devido às características que apontam a viabilidade de criação como tolerância às concentrações elevadas de compostos nitrogenados, variações de temperatura, bom crescimento em água salgada e salobra, reprodução e larvicultura em cativeiro dominadas. Entretanto, ainda existe uma grande carência de pesquisas relacionadas à fisiologia disgestória da espécie. Para isso foi determinada e caracterizada a atividade de enzimas digestórias presentes no fígado, intestino e estômago do linguado (Paralichthys orbignyanus), através de substratos inespecíficos e específicos, além de inibidores específicos. Os parâmetros físico-químicos também foram determinados utilizando substratos específicos. Para a análise das enzimas digestórias presentes no extrato bruto do intestino e fígado realizaram-se ensaios in vitro na presença dos substratos de cadeia longa (azocaseína 1% e amido 2%), p-nitroanilide (BApNA, SApNA e Leu-p-Nan). Para análise de enzimas digestórias presente no extrato bruto do estômago foi utilizado substrato hemoglobina. Para análise enzimática das aminopeptidases presentes no extrato bruto do intestino foi usado o substrato β- naphthylamide (alanina, arginina, leucina, prolina, tirosina, serina, glicina, isoleucina e histidina). Atividade enzimática presente no extrato bruto do intestino foi: Azocaseína (0,3645 ± 0,25mU mg-1 ), BApNA (0,5119 ± 0,2 mU mg-1 ), SApNA(2,6281 ± 1,8 mU mg-1 ), Leu-p-Nan (0,9709 ± 0,83 mU mg-1), amido (sem atividae). A atividade enzimática presente no extrato bruto do fígado: Azocaseína (0,27 ± 0,01mU mg-1), BApNA (0), 4 SApNA(0,7 ± 0,08 mU mg-1 ), Leu-p-Nan (0), amido (33,25 ± 0,8 mU mg-1).O efeito dos inibidores espécificos sobre a atividade residual das peptidases presentes no extrato bruto do intestino apresentou o seguinte perfil: PMSF (BapNA=52±2,3; SapNa=42±1,2; Leu-p- Nan= 43±1,4%), TLCK (BapNA=33±1,8; SapNa=45±0,3; Leu-p-Nan= 44±4,1%), TPCK (BapNA=100±1,2; SapNa=79±4,5; Leu-p-Nan= 60±1,8%), Benzamidina (BapNA=41±2,3; SapNa=58±0,5; Leu-p-Nan= 40±1,2%). Padrões de inibição peculiar podem ser explicados devido à utilização do extrato bruto que apresenta outras enzimas, além destes inibidores serem baseados em enzimas de mamíferos. O pH ótimo observado para a atividade de tripsina, quimotripsina, leucino aminopeptidase, amilase e pepsina foi pH 9,5, 9, 8, 7,5 e 3,5, respectivamente. A temperatura ótima observada para a atividade destas enzimas foi 50, 50, 50, 40 e 45°C, respectivamente. A Alanina e a Leucina aminopeptidases apresentaram uma alta atividade comparada à outras aminopeptidases avaliadas. A tripsina e leucino aminopeptidase demonstraram ser termoestáveis até 70 e 50°C, respectivamente. Características que indicam a possibilidade de aplicação biotecnológica.
