Universidade
Federal do Rio Grande
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FAMED - Doutorado em Ciências da Saúde (Teses )

URI permanente para esta coleçãohttps://rihomolog.furg.br/handle/1/9087

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    Saúde mental e COVID-19: como os profissionais de saúde vivenciaram a pandemia?
    (2024) Santos, Tyele Goulart Peres dos; Souza, Ivy Bastos Ramis de; Zhang, Linjie; Springer, Paul
    O primeiro caso da COVID-19 foi identificado em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China, e em seguida espalhou-se por todo o mundo. A sobrecarga nos sistemas de assistência em saúde em todo o mundo trouxe uma pressão maior aos profissionais que trabalham na linha de frente do combate à doença. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a saúde mental dos profissionais de saúde de serviços de atenção terciária do extremo Sul do Brasil, na pandemia de COVID-19. Trata-se de um estudo longitudinal de métodos mistos composto por 4 etapas de coleta de dados realizado com médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem e técnicos em radiologia dos dois hospitais da cidade do Rio Grande, Rio Grande do Sul. O acompanhamento quantitativo envolve 3 etapas e foi realizado entre julho de 2020 e setembro de 2021. Foi utilizado um questionário padronizado, autoaplicável com as variáveis de interesse. Já a etapa 4, consistiu em um estudo fenomenológico com a coleta de dados em março de 2023, através de entrevistas online semiestruturadas. Os achados deste estudo resultaram em cinco manuscritos/artigos. O primeiro consistiu em um recorte transversal com dados da primeira etapa de coleta de dados quantitativa para analisar a prevalência de sintomas de depressão e ansiedade. O segundo foi um estudo descritivo que avaliou as frequências do uso de medicamentos psiquiátricos e suas características na terceira etapa de coleta de dados quantitativa. O terceiro abordou a comparação das médias dos escores de depressão, ansiedade e estresse pós-traumático nas três etapas do estudo. O quarto manuscrito utilizou a abordagem de métodos mistos utilizando variáveis demográficas e de saúde mental, e experiências ocupacionais, triangulando com os dados coletados através de perguntas abertas focadas na compreensão de como os profissionais de saúde vivenciavam a pandemia. Por fim, o quinto manuscrito consistiu em um estudo fenomenológico com uma amostra de profissionais da enfermagem com o objetivo de compreender os impactos que esses profissionais vivenciaram e ainda vivenciam por conta da pandemia da COVID-19. Os achados deste estudo demonstraram a influência da vivência da pandemia na saúde mental dos profissionais da saúde. Suas vidas foram afetadas tanto na esfera profissional quanto na pessoal. Houve a descoberta por parte de alguns profissionais sobre o reconhecimento de suas emoções e a necessidade de buscar ajuda, o que pode auxiliá-los a lidar melhor com a saúde mental. No entanto, faz-se necessário o oferecimento de assistência à saúde mental no trabalho, uma temática que apareceu tanto nas investigações quantitativas como nas qualitativas.
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    Estudo do dispositivo intrauterino pós -placentário em puérperas no extremo sul do Brasil
    (2024) Maduell, Marcia Cristina Pereira; Carlotto, Kharen; Gonçalves, Carla Vitola
    O período pós-parto é um momento apropriado para ações relativas à anticoncepção, e o uso do DIU pós-placentário (DIU-PP) permite que as mulheres retornem para seu domicílio com um método contraceptivo seguro, eficaz e reversível. O objetivo desse estudo foi avaliar a ocorrência da aceitação, continuidade, expulsão e retirada do DIU-PP nas parturientes no Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Correa Jr (HU-FURG/Ebserh). A primeira fase do estudo foi transversal, incluindo todas as puérperas residentes no município com parto ocorrido na maternidade do HU-FURG/Ebersh entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2019. Foi utilizado um questionário pré-codificado com as puérperas ainda na maternidade com dados: demográficos, nível socioeconômico, história reprodutiva, assistência à gestação, e conhecimento sobre o DIU. Após a categorização das variáveis, foi realizada a análise bivariada e ajustada, conforme modelo hierárquico, mantendo-se aquelas que tiveram um valor p ≤ 0,20 e considerando significativos os valores com p ≤ 0,05. Na fase longitudinal, foram incluídas todas as gestantes que colocaram o DIU-PP em 2019. As buscas das mulheres ocorreram por telefonema e pesquisa em prontuário médico físico e eletrônico. Foi usado um questionário précodificado com perguntas sobre: realização da consulta de revisão, expulsão e retirada do DIU e realização de ultrassonografia. Os dados do acompanhamento do DIU-PP foram inseridos no banco pré-existente dos partos de 2019. Após a categorização das variáveis e criação de variáveis derivadas, foi realizada a comparação entre as mulheres que realizaram e não realizaram a revisão do DIU-PP. Para avaliar a continuidade do método, consideraram-se todas as mulheres que não expulsaram ou retiraram o DIU-PP. Por fim, foram calculadas as prevalências e qui-quadrado de Pearson, adotando-se o valor p<0,05 de um teste bicaudal. Das 1157 mulheres que ganharam seus filhos no HU-FURG/Ebserh e eram elegíveis para a inserção do DIU-PP, o dispositivo foi aceito e colocado em 648 (56%) das puérperas. Destas, 321 (49,5%) o colocaram durante a cesárea, 311 (48%) no pós-parto vaginal e 16 (2,5%) nas primeiras 24h de puerpério. A taxa de aceitação foi maior entre as mulheres de 25 anos ou mais, com maior número de filhos, com primeira gestação antes dos 19 anos, que não planejaram a gestação atual, que o parto foi cesariana e que referiram ter religião. Das 648 mulheres que colocaram o DIU-PP em 2019, 253 (39%) retornaram à consulta de revisão puerperal no local de referência; dessas, 32 (12,6%) tinham expulsado o dispositivo, sendo 20,6% nos colocados no parto vaginal e 7,9% na cesárea (p=0,004). A retirada por estar mal posicionado na US ocorreu em 28 (11,1%) puérperas e 14 (5,5%) solicitaram a retirada no momento da consulta. A taxa de continuidade do método foi de 70,7%.
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    Desfechos em saúde relacionados à poluição do ar em um município da região centro-oeste do Brasil
    (2024) Moura, Fernando Rafael de; Júnior, Flávio Manoel Rodrigues da Silva
    A qualidade do ar é um parâmetro fundamental para a garantia do bem-estar e da manutenção da saúde de uma população. A exposição a diferentes poluentes configura importante causa de adoecimento, levando ao aumento da taxa de mortalidade por doenças cardiorrespiratórias e consequentemente, redução da expectativa de vida e gastos na recuperação da saúde. A região Centro-Oeste do Brasil, na qual se encontra o Estado de Mato Grosso, é a que mais se destaca na agricultura e na pecuária. Graças a esse tipo de produção, há grande consumo de agrotóxicos e importantes mudanças geográficas pela substituição de áreas de vegetação por pastagens, favorecendo o surgimento de focos de calor e incêndios, evolução do processo de desertificação, alterações climáticas e acúmulo de xenobióticos no ambiente. Sendo assim é fundamental dimensionar os impactos que vêm passando despercebidos à população, devido ao deficiente processo de monitoramento destes contaminantes, em especial suas concentrações na atmosfera. Para tal, serão coletadas informações referentes aos poluentes do ar, dados meteorológicos e de incêndios florestais em um município de médio-porte situado na região Centro-Oeste, a partir de dados de modelagem de satélite, bem como indicadores populacionais e de saúde destas populações a fim de: primeiramente avaliar o padrão e dinâmica dos principais poluentes do ar, sua relação com parâmetros meteorológicos, sazonalidade e episódios críticos e além disso, avaliar o impacto dos poluentes do ar sobre indicadores de saúde na população, com foco nas mortes evitáveis relacionadas. E, isto posto, com os resultados a serem obtidos pelo presente estudo, avançar na proposição de alternativas de enfrentamento e mitigação de impactos, que favoreçam o alcance das metas da Organização Mundial da Saúde quanto à saúde/segurança ambiental.
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    Ansiedade, depressão e ideação suicida em gestantes de alto risco do extremo sul do Brasil
    (2024) Tavares, Mariana Gauterio; Gonçalves, Carla Vitola
    A gravidez é um importante evento na vida da mulher, acompanhado por mudanças fisiológicas e psicológicas e associado a um maior risco de sofrimento emocional. Em gestantes de baixo risco, encontra-se uma prevalência de ansiedade entre 15,2% e 26,5%, de depressão entre 18,1% e 30,1% e, de ideação suicida, entre 5,2% e 19,8%. No entanto, em gestantes de alto risco, encontram-se na literatura prevalências superiores, sendo de ansiedade entre 16,3% e 79,7%, e de depressão entre 37,5% e 59,5%. A prevalência de ideação suicida entre gestantes que vivem com HIV é de 8,2% a 39%. A presença de ansiedade e depressão aumentam os riscos para gestantes e o feto ou recém-nascido, pois estão associadas com: pré-natal inadequado; parto prematuro; baixo peso; dificuldades na relação mãe/bebê; entre outras complicações. Por isso, foram construídos dois artigos. Os objetivos do primeiro artigo foram avaliar a prevalência de depressão e ideação suicida em gestantes de alto risco de um ambulatório especializado, localizado do extremo sul do Brasil, bem como identificar possíveis fatores associados a estes desfechos. Já o segundo artigo teve como objetivo avaliar a prevalência de ansiedade-traço e ansiedade-estado nesta mesma população, além de identificar possíveis fatores associados aos desfechos. A coleta de dados de ambos os estudos foi realizada entre setembro de 2022 e abril de 2023, com todas as gestantes que ingressaram no ambulatório durante o período da pesquisa, obtendo-se uma amostra do tipo censo. Participaram da pesquisa 217 gestantes de alto risco que responderam ao questionário sociodemográfico, clínico e de hábitos, Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS) e Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE). Apesar de 232 grávidas serem consideradas elegíveis para participação na pesquisa, ocorreram 14 recusas e 03 perdas. O cálculo amostral foi realizado no Software Epi Info 7.2.5.0 e a análise dos dados no Stata 15.0. A análise ajustada obedeceu a um modelo hierárquico previamente definido, utilizando o método de backward. Referente ao primeiro artigo, foram calculadas as razões de prevalência, IC de 95% e qui quadrado de Pearson. Na análise ajustada foi utilizada Regressão de Poisson. A prevalência de depressão e de ideação suicida foi de 40,5% e 20%, respectivamente. Foram identificadas associações entre o aumento de depressão e cor de pele parda e preta (RP: 1,09; IC95%: 1,01-1,19), histórico de doença mental (RP: 1,18; IC95%: 1,07-1,36), suporte social considerado como bom (RP:1,19; IC95%: 1,05-1,36) e suporte social considerado mediano ou ruim (RP:1,34; IC95%: 1,20- 1,51). Foram encontradas associações entre maior prevalência de ideação suicida e gestação não planejada (RP 1,03; IC95%: 1,01-1,06), viver com HIV (RP 1,17; IC95%: 1,02-1,34), história pessoal de doença mental (RP: 1,15; IC95%: 1,06-1,23), suporte social bom (RP: 1,16; IC95%: 1,06-1,29), e suporte social percebido como mediano ou ruim (RP: 1,17; IC95%: 1,07-1,29). Referente ao segundo artigo, foram calculadas as médias e IC de 95% com ANOVA, posteriormente sendo utilizada Regressão Linear na análise ajustada. Foi encontrada uma prevalência de ansiedade-estado de 59,1% e de ansiedade-traço de 63,8%. O suporte social muito bom esteve associado à menores médias de ansiedade-estado em comparação com o suporte social bom (M: -8,70: IC95%: -12,83; -4,58) e com o suporte social mediano ou ruim (M: -3,59; IC95%: - 7,80; 0,62). Em relação à ansiedade-traço, ter escolaridade ≥ 13 anos (M: -3,69; IC95%: -7,07; -0,32), apoio social muito bom (M: -8,42; IC95%: -12,51; -4,34; M: -3,45; IC95%: - 7,58; 0,68) e não estar em tratamento de doença mental (M: -4,6; IC95%: -8,69:-0,37) estiveram associados à menores médias, enquanto gestação não planejada (M: 3,28; IC95%: 0,04; 6,51) e história de doença mental (M: 5,27; IC95%: 2,00; 8,54) foram associados à maiores médias de ansiedade-traço. Entre os principais resultados dos estudos, destaca-se a necessidade de planejamento familiar, que foi identificado como uma importante estratégia no que se refere à saúde mental dessas mulheres; a influência do temperamento anterior à gestação e; a importância de se valorizar a ampliar as redes de apoio, pois autopercepção de suporte social mediano/ruim foi a única variável que esteve associada aos quatro desfechos. Dessa forma, aponta-se para a importância de triagem psicológica nos serviços especializados como estratégia de prevenção ao agravamento dos sintomas emocionais associados à gestação.
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    Insegurança alimentar entre adultos e idosos do sul do brasil no contexto da pandemia de Covid-19: um estudo de base populacional.
    (2024) Vargas, Bianca Languer; Dumith, Samuel de Carvalho; Buffarini, Romina
    O Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) é considerado um dos pilares das políticas públicas na grande maioria dos países do mundo por se tratar de um direito humano básico à sobrevivência. No entanto, a insegurança alimentar (IA) continua ameaçando a vida humana e configura até hoje como um dos maiores problemas econômicos, sociais e sanitários da humanidade. Além disso, a crise econômica gerada pela epidemia de Covid-19 repercutiu negativamente sobre a renda familiar, aumentando as condições de vulnerabilidade nutricional e contribuindo para o aumento na prevalência de IA em vários países, inclusive no Brasil. Em razão deste contexto, este trabalho teve por objetivo avaliar a prevalência de insegurança alimentar entre adultos e idosos de duas cidades do sul do Brasil, antes e durante a pandemia de Covid-19, verificar a associação entre IA e fatores pandêmicos e analisar a ocorrência de desigualdade na distribuição da IA nessa população. Para tanto, foram utilizados dados de pesquisas transversais, de base populacional, coletados antes e durante a pandemia em Rio Grande/RS e Criciúma/SC, abrangendo uma amostra aleatória e representativa de ambas as cidades. O desfecho foi a IA domiciliar, medida por meio da escala EBIA, e fatores do contexto pandêmico foram considerados como exposição. Análises brutas e ajustadas da associação entre desfecho e exposição foram realizadas por meio da regressão de Poisson. A iniquidade na ocorrência da IA foi medida por meio dos testes de desigualdade absoluta (SII) e relativa (CIX). A amostra compreendeu 1.107 domicílios antes da pandemia e 1.280 durante a pandemia. Não houve aumento da prevalência de IA (31,5% antes e 30,0% durante a pandemia) na região, porém ela apresentou-se mais alta do que o descrito por órgãos oficiais anteriormente à pandemia e significativamente maior (p<0,05) em domicílios chefiados por mulheres, cor de pele não branca, mais jovens, com menos anos de estudo, em maior agrupamento familiar e menor renda. As análises de desigualdade apontaram redução na iniquidade de distribuição da IA durante a pandemia, no entanto ela manteve-se concentrada nas famílias de mais baixa renda e baixa escolaridade. Pessoas que apresentaram medo da pandemia e que desenvolveram sintomas depressivos tiveram maior risco de sofrer de IA (RP 1,40 e 1,27, respectivamente). O estudo concluiu que a pandemia pareceu não ter influenciado quantitativamente a prevalência de IA no sul do Brasil, no entanto, fatores do contexto pandêmico, como o medo da Covid-19, podem ter sim influenciado a ocorrência da mesma. Além disso, embora não tenha sofrido aumento, a desigualdade na distribuição da IA permaneceu presente e concentrada entre os grupos mais vulneráveis. Os resultados apresentados pelo presente estudo reforçam a presença da IA no Brasil durante a pandemia e podem servir como evidências para a continuidade e formulação de novas políticas e programas que visem a garantia do DHAA entre a população brasileira.
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    Avaliação do medo da COVID - 19 e fatores associados em idosos da zona rural em um município do sul do Brasil
    (2024) Teixeira, Tarso Pereira; Meucci, Rodrigo Dalke; Gonzalez, Tatiane Nogueira
    A pandemia de COVID-19, uma doença causada pelo vírus SARS-COV-2, teve uma apresentação clínica e taxa de mortalidade especialmente grave em pessoas ≥ de 60 anos de idade e/ou com comorbidades antes do desenvolvimento de vacinas. Essa situação gerou aumento do medo e de transtornos de ansiedade e depressão em nível mundial. O objetivo deste estudo é avaliar o medo da COVID-19 e os fatores associados, além da relação deste com a prevalência de sintomas de depressão maior entre os idosos moradores da zona rural da cidade de Rio Grande, RS. Para isso, foram utilizados dados do “EpiRural Rio Grande: coorte de idosos da área rural do Rio Grande, RS”, pesquisa de base populacional com o objetivo de descrever e monitorar os padrões de morbimortalidade e de utilização de serviços de saúde dos idosos moradores da área rural do município. Neste projeto, o delineamento foi transversal, com dados coletados no segundo acompanhamento, realizado entre os anos de 2020 e 2022. No artigo 1, a variável dependente foi o medo da COVID-19, utilizando-se a Escala de Medo da COVID-19 (FCV-19S). Como variáveis independentes, foram avaliadas sexo, idade, cor da pele, escolaridade, estado civil, ocupação, renda, estado de saúde, hábitos comportamentais, dores, uso dos serviços de saúde, presença de doenças/morbidades físicas e mentais. No artigo 2, a variável dependente foi sintomas de depressão maior, avaliada por meio do Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9), e a exposição principal foi o medo da COVID-19 (FCV-19S). O artigo 1 observou como resultado uma pontuação média do FCS-19S de 18,2 pontos (± 8,9), sendo fatores associados a menor medo, sexo masculino, período de entrevista após início da vacinação, ter saído para realizar necessidades essenciais, ter recebido familiares e/ou amigos em casa e ter praticado alguma atividade relacionada a crença, religião ou espiritualidade. Maior medo esteve associado ao aumento do tabagismo no período da pandemia e à procura de atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS). No artigo 2, a prevalência de sintomas de depressão maior foi 7,1% (IC95% 5,3-9,4), enquanto naqueles com muito medo da COVID-19 foi de 16,2% (IC95% 10,1-24,9). Após ajustes, a razão de prevalência de sintomas de depressão maior aumentou 2,27 vezes (IC95% 1,10-4,65) para aqueles com muito medo, em relação aqueles com pouco medo. Portanto, o medo se associou positivamente com piora de comportamento de risco e uso de serviço de saúde e negativamente com a presença de crença e espiritualidade, ter saído de casa em situações específicas, ser do sexo masculino e ter recebido amigos ou familiares em casa. Além disso, os idosos com muito medo apresentaram maior prevalência de sintomas depressivos. O estudo, portanto, mostrou a importância do medo no planejamento de ações em saúde entre idosos moradores de área rural em uma pandemia.
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    Excesso de mortalidade durante a pandemia de COVID-19: disparidades regionais e fatores socioeconômicos
    (2024) Neto, José Drummond de Macedo; Dumith, Samuel de Carvalho
    A Pandemia de Covid-19 foi um dos maiores desafios deste século. As consequências deste período não agravaram somente os índices de mortalidade em escala global, como desafiaram os sistemas de vigilância em saúde dos países. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) já foram notificadas no mundo mais de sete milhões de mortes por Covid-19 até maio do ano de 2024. O Brasil é o segundo país mais afetado em números absolutos, com mais de 702 mil mortes, atrás dos Estados Unidos da América (USA), com 1,2 milhão de mortes. Contudo, é possível que essas estatísticas não reflitam a realidade nos índices de mortalidade durante este período. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi estimar o excesso de mortalidade durante a pandemia de Covid-19 e sua associação com indicadores socioeconômicos. Foram produzidos dois artigos: o primeiro artigo incluiu os 5570 municípios brasileiros e compreendeu os anos de 2020 e 2022 e o segundo artigo incluiu os 35 países da região das Américas (estados membros segundo o estatuto do Conselho Permanente das Organizações dos Estados Americanos – OEA) e compreendeu os anos de 2020 e 2021. Tratase de um estudo ecológico de séries temporais baseado em dados secundários. Os dados utilizados neste estudo foram extraídos do Departamento de Informática do SUS (DATASUS); painel de monitoramento Covid-19 do Ministério da Saúde; Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE); painel Covid da OMS e plataforma de dados do Banco Mundial. O excesso de mortalidade foi definido como a diferença entre as mortes observadas e as esperadas. O percentual de excesso de mortalidade em relação às mortes esperadas foi denominado de Pscore. As variáveis socioeconômicas incluídas foram: PIB per capita; IDH e Gasto per capita em saúde. As análises foram realizadas através do programa estatístico STATA 14.0. Foram utilizados os seguintes testes: regressão de Prais-Winsten para estimar as mortes esperadas; coeficiente de correlação de Spearman; test t e anova. Os resultados dos dois artigos mostraram que houve excesso de mortalidade no Brasil e na região das Américas, indicando diferenças regionais na distribuição desse excesso, além da associação com indicadores socioeconômicos.
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    Incapacidade Funcional e Prática de Atividade Física de Indivíduos Infectados pela Covid-19 em Rio Grande/RS
    (2024) Afonso, Max dos Santos; Saes, Mirelle de Oliveira
    A limitação das atividades básicas e instrumentais da vida diária (ABVD/AIVD) serve como indicador de incapacidade funcional. O isolamento durante a pandemia afetou a atividade física e a incidência de indivíduos infectados pela covid-19. Este estudo teve como objetivo investigar a incidência de incapacidade funcional e fatores de risco, bem como o efeito da prática de atividade física na capacidade funcional de indivíduos com covid-19 no município do Rio Grande/RS. Realizou-se um estudo longitudinal com indivíduos acima de 18 anos diagnosticados com covid-19 via teste de RT-PCR em 2020. A pesquisa foi dividida em duas etapas: o estudo de linha de base (ELB), de junho a outubro de 2021, e o acompanhamento de outubro de 2022 a maio de 2023. Na primeira etapa, foram investigados 2.919 indivíduos; na segunda, 1.927. A incapacidade funcional foi avaliada pelas escalas de Katz e Lawton e Brody. As exposições a sintomas prolongados de covid-19 foram avaliadas em cinco categorias: 1) demográficas e socioeconômicas; 2) hábitos de vida; 3) morbidades prévias; 4) internação hospitalar; 5) sintomas de covid longa. Dos 612 indivíduos com dados sobre incapacidade funcional no ELB e acompanhamento, 48 (7,8%) deixaram de apresentar incapacidade do ELB ao acompanhamento, enquanto 111 (18,1%) permaneceram com incapacidade. A prevalência no ELB foi de 8,4% (IC95% 7,3-9,4) e a incidência de 27,7% (IC95% 25,6- 29,9). A maior incidência foi observada em mulheres com 60 anos ou mais, menor escolaridade, pior autopercepção de saúde, fumantes e aqueles com morbidades prévias. Da mesma maneira, a medida que aumenta a escolaridade (OR 0,66; IC95%: 0,49-0,88) aumenta a proteção para o desfecho (OR 0,58; IC95%: 0,42-0,81). Morbidades prévias e três ou mais sintomas de covid longa (OR:1,36; IC95%1,05-1,67) e (OR:1,56; IC95% 1,14-2,14), respectivamente, também foram fatores de risco. Indivíduos ativos antes da infecção apresentaram até 50% menos probabilidade de desenvolvimento de limitações nas ABVD após seis meses e 20% nas AIVD após 24 meses. Além disso, a prática de AF demonstrou ser um fator protetor eficaz contra os sintomas persistentes da covid-19 como covid longa. Concluímos que a covid de longa duração está associada à alta incidência de incapacidade funcional e que a prática regular de atividade física pré-infecção reduz limitações funcionais, sublinhando a importância de intervenções para otimizar os resultados funcionais e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados pela covid19 e covid longa.
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    Perfil clínico-epidemiológico e diagnóstico de candidemia em hospital universitário do extremo sul do Brasil
    (2024) Wilot, Leandre Carmem; Xavier, Melissa Orzechowski; Poester, Vanice Rodrigues
    Entre os fungos de interesse médico, as leveduras do gênero Candida são de extrema importância, causando desde lesões leves superficiais a infecções invasivas graves. A candidemia, infecção de corrente sanguínea por Candida spp., representa importantes taxas de morbidade e mortalidade hospitalar. Considerando a importância da detecção precoce de candidemia, e a escassez de dados na literatura quanto a prevalência dessa fungemia no extremo sul do Brasil, este estudo objetivou evidenciar o perfil clínico-epidemiológico dos casos de candidemia em um hospital terciário no sul do Rio Grande do Sul (HU-FURG/EBSERH) nos últimos 05 anos, e o perfil de suscetibilidade dos isolados, bem como avaliar o impacto de distintos meios de hemocultura na precocidade diagnóstica. Para avaliação do perfil clínicoepidemiológico foram coletadas informações dos bancos de dados e dos prontuários de todos os pacientes com diagnóstico de candidemia e foram avaliados a taxa de mortalidade, o agente etiológico e seu perfil de suscetibilidade, as unidades hospitalares de origem, a taxa de incidência, a prevalência anual e total, além dos desfechos, como óbito ou alta hospitalar. No período de 2019 a 2023, foram diagnosticados 44 pacientes com candidemia no HUFURG/EBSERH, correspondendo a uma taxa de incidência média de 2,2 casos a cada 1.000 internações. Com relação a unidade de origem, a maior incidência foi registrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, com taxa de 26 casos a cada 1.000 internações. As espécies mais prevalentes foram C. albicans, responsável por 56,8% dos casos, seguida de C. parapsilosis em 29,5%. A taxa de resistência antifúngica (fluconazol, anfotericina B e micafungina) dos isolados foi de 15,4%. Os fatores predisponentes para candidemia foram uso de antibióticos de amplo espectro, acesso venoso central, uso de esteroides, uso de nutrição parenteral total e cirurgia abdominal recente e/ou ventilação mecânica. A taxa de mortalidade com maior índice observado (92%) ocorreu na UTI adulto. Para avaliação da relação entre meio de cultivo e precocidade diagnóstica foram realizados experimentos incluindo seis espécies de Candida, utilizando meio específico BD BACTEC™ Myco/F Lytic (Myco) e inespecífico BD BACTEC™ Plus Aerobic/F (Aero). O inóculo, ajustado a 5-25 unidades formadoras de colônias por mililitro (UFC/mL), foi adicionado a 2 mL de sangue total de voluntários saudáveis e semeado em frascos de hemocultura específicos para fungos (Myco) e inespecíficos (Aero), os quais foram incubados a 37°C no sistema automatizado BD BACTEC™ FX 40 até detecção automatizada de crescimento. Os experimentos foram realizados em duplicata. O cálculo da média do tempo de detecção para cada espécie foi calculado e comparado entre os distintos meios de cultivo. As espécies C. albicans e Nakaseomyces glabratus (Candida glabrata), foram detectadas 17 e 21,8 horas mais precocemente quando utilizados frascos específicos para fungos (Myco) em comparação com frascos para aeróbios. O estudo contribuiu para o conhecimento da prevalência e do impacto das candidemias no HU-FURG/EBSERH agregando dados importantes ao controle de infecção hospitalar e contribuiu para a literatura científica nacional, subsidiando medidas específicas de prevenção, controle, e de melhoria diagnóstica local, tendo como resultado benefícios à comunidade regional e à saúde pública.
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    Potenciais impactos causados por poluentes atmosféricos à saúde da população residente em região com atividades de exploração e queima de carvão
    (2023) Honscha, Laiz Coutelle; Júnior, Flavio Manoel Rodrigues da Silva
    A poluição atmosférica ocorre por meio da liberação de substâncias químicas para o meio ambiente, podendo tornar o ar impróprio ou nocivo à saúde humana. Em algumas regiões do planeta, as atividades de mineração são responsáveis por grande parte da emissão destes poluentes. A exposição da população aos poluentes advindos da atividade de mineração pode acarretar em efeitos nocivos à saúde, como doenças alérgicas, respiratórias e cardiovasculares, tendo em vista que a exposição humana a substâncias químicas pode ocorrer principalmente através da via de exposição inalatória. O objetivo deste estudo foi avaliar o risco à saúde humana decorrente da exposição à poluição atmosférica e os potenciais benefícios da redução da concentração dos poluentes do ar na maior jazida de carvão mineral do país, localizada no município de Candiota – RS. Sendo assim, o estudo foi conduzido em duas etapas: na primeira, foi avaliado o impacto na saúde ocasionado pela exposição à poluição do ar com base na estimativa de mortes atribuíveis ao PM10 e PM2,5 e os potenciais benefícios em mortalidade, internações hospitalares, expectativa de vida e custos, sendo simulados em dois cenários distintos. O primeiro cenário foi a diminuição dos valores médios dos poluentes em 5μg/m3 e, no segundo, foi considerada a redução dos níveis dos poluentes dentro dos valores máximos permitidos na Legislação Brasileira. Na segunda etapa foi realizada a avaliação de risco à saúde humana decorrente da exposição aos poluentes atmosféricos NO2 e SO2 e metais ligados ao PM10, ademais, foi avaliado a correlação dos parâmetros meteorológicos para a dinâmica e risco potencial dos poluentes ligados ao PM10 no município de Candiota. Os resultados obtidos na primeira etapa do estudo mostraram que com a redução do PM2,5 nos dois cenários avaliados, o número de mortes evitadas é condizente com o aumento na expectativa de vida, gerando um benefício monetário médio de mais de 33 milhões de dólares. Esses dados se assemelham com os resultados obtidos na redução do PM10 nos dois cenários, indicando uma diminuição de internações e mortes o que resultaria em um benefício monetário de mais de 5 milhões de dólares por internações respiratórias e cardíacas e mais de 6 milhões em mortalidade por causas não externas. Na segunda etapa, os resultados mostraram ausência de risco à saúde humana decorrente da inalação de metais ligados ao PM10 bem como para os gases NO2 e SO2. O Pb foi metal que apresentou as maiores concentrações no PM10 seguido por Ni, As, Se e Cd respectivamente. Pode-se observar que nenhum dos poluentes atmosféricos avaliados ultrapassaram os valores máximos permitidos pela Legislação no Brasil. A associação dos poluentes do ar com os dados meteorológicos mostra que a temperatura apresentou correlação negativa com a maioria dos metais avaliados. Observou-se também que o teor dos metais ao longo do ano foi influenciado pelos meses do ano, onde o Pb e o Cd tiveram suas maiores concentrações nos meses de inverno. Assim, pode-se concluir que as atividades de mineração e queima de carvão na região de Candiota liberam para a atmosfera poluentes potencialmente nocivos à saúde. Logo, é importante ressaltar que, ainda que os poluentes avaliados não demonstrarem risco para a saúde através da exposição inalatória, os efeitos aditivos de diversos poluentes e vias de exposição não devem ser negligenciados. Contudo, ressalta-se que a diminuição da concentração dos poluentes na área de estudo traz benefícios tanto na saúde e qualidade de vida da população exposta quanto benefícios monetários ao sistema único de saúde.