EENF - Escola de Enfermagem
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Resultados da Pesquisa
- ItemVivenciando o ser prematuro extremo e sua família no contexto hospitalar e domiciliar(2006) Soares, Deisi Cardoso; Siqueira, Hedi Crecencia Heckler deA questão norteadora deste estudo surgiu, a partir da vivência profissional, em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Ao pesquisar o tema processo de cuidado dos prematuros extremos, buscou-se respostas para a questão norteadora: Como se processa o cuidado ao prematuro extremo, no contexto hospitalar e domiciliar? Para encontrar resposta a essa questão objetivou-se identificar como se processa o cuidado ao prematuro extremo no contexto hospitalar e domiciliar. Em relação, ao objetivo, foram traçados os seguintes pressupostos: o prematuro extremo não recebe o cuidado da família, conforme as suas necessidades, porque a mesma não foi orientada, de maneira sistemática e contextualizada, durante a hospitalização; a evolução biopsicossocial e espiritual do prematuro extremo é influenciada pelo ambiente hospitalar e domiciliar; o prematuro extremo não dispõe de ações e serviços de saúde específicos para lhe assegurar um suporte as suas fragilidades e não existe um serviço de seguimento domiciliar ao prematuro. O referencial teórico construído mostrou-se coerente e consistente em relação à análise e interpretação dos dados. Na trajetória metodológica utilizou-se uma abordagem qualitativa exploratória-descritiva, com três sujeitos prematuros extremos e suas famílias, internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, de um Hospital Universitário, no município do Rio Grande/RS. Para a coleta de dados foram construídos três roteiros, um para a observação sistemática, outro para a observação participante e o terceiro para a entrevista semi-estrutura contemplando a categoria pré-estabelecida: o processo de cuidado ao prematuro extremo. Além disso, utilizou-se de um roteiro de identificação da família e da criança no hospital e outro para contextualização do domicilio. A coleta foi realizada de outubro de 2005 a agosto de 2006, através da observação sistemática durante a internação hospitalar e observação participante e entrevista semi-estruturada no domicilio. Dentre os resultados observou-se que: o processo de cuidado no domicílio foi influenciado pela presença materna durante a hospitalização do prematuro extremo; o suporte familiar beneficiou o cuidador, possibilitando segurança e tranqüilidade para o cuidado; os aspectos biológicos mereceram, por parte das mães, um destaque especial e se evidenciaram associados com a insegurança materna no cuidado; as orientações da equipe de saúde foram dadas de forma isolada, esporádicas, não sistemáticas e, portanto, não abrangendo todos os cuidados e necessidades individuais de cada criança, mesmo assim, influenciaram, positivamente, no cuidado domiciliar; o processo de cuidado inicia-se nos primeiros encontros da mãe com seu bebê, configurando-se no cuidado afetivo; os serviços de apoio à saúde existentes são distanciados do contexto domiciliar e oferecem apoio, especificamente, ao desenvolvimento biológico, não possuindo uma visão integral do desenvolvimento destas crianças. Evidenciou-se que os aspectos biológicos, psicossociais, espirituais e o cuidado são interdependentes e se processam em interação continua, possibilitando visualizar o recém-nascido prematuro extremo, como um ser humano único e diferente.
- ItemO ser idoso estomizado sob o olhar complexo: uma proposta de gerontotecnologia educativa(2007) Barros, Edaiane Joana Lima; Santos, Silvana Sidney CostaNa presença da estomia, o idoso pode apresentar maior grau de complicações e dificuldades no processo de adaptação, talvez porque a estomia envolva significados que dizem respeito à auto-imagem e à presença/aumento de dependência. Resgatar a necessidade do autocuidado do idoso em relação à saúde é fundamental para que, no cuidado, se obtenha sua participação e mobilização diária quanto à formulação do processo educativo em saúde. Este estudo tem como objetivos identificar as características do idoso estomizado, atendido em um serviço de estomaterapia e propor uma gerontotecnologia educativa que venha a contribuir no cuidado de idosos estomizados, à luz da Complexidade, de Edgar Morin. Foi realizada uma pesquisa, com abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, tendo como local um serviço de estomaterapia, o qual possibilitou contato com fichas cadastrais e via telefone com os sujeitos e, depois, com o domicílio do idoso, no Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. Os sujeitos do estudo totalizaram 4 (quatro) idosos, sendo três mulheres e um homem. Foram utilizados, como instrumento, o formulário e o ecomapa, e como técnicas, a entrevista, a observação assistemática e a gravação. Foram respeitadas as normas éticas. A análise dos dados deu-se por: 1) leitura exaustiva dos dados; 2) apresentação dos casos e seus ecomapas tendo como suporte a Complexidade de Edgar Morin; 3) redescoberta de conceitos, a priori, que ilustraram a visão do idoso com estomia: ser humano idoso estomizado complexo, saúde complexa do idoso estomizado, cuidado complexo ao idoso estomizado e sua família. Por fim, elaborou-se uma cartilha educativa, junto ao idoso, como facilitadora para o autocuidado. Quanto aos resultados, verificou-se que cada idoso estomizado está permeado por situações pontuais e, a partir disso, percebeu-se diferentes concepções recursivas e formas de enfrentamento na adaptação. A aceitação da mudança corporal e psicológica mostrou-se mais fácil, quando se verificou apoio familiar, instrução técnica anterior ou presença de pessoas conhecidas. O enfrentamento da doença e a possibilidade da morte são aspectos presentes para os idosos e que limitam suas atividades de vida diária. Assim, surgiram conceitos que contemplaram o ser humano em sua totalidade, com incertezas e significados. A visão que transcende a complexidade da estomia engloba um cuidado que busca integrar a família do idoso com estomia, estimulando-o ao autocuidado e ao acolhimento diário, reforçando a auto-estima, como estratégia de recomeço em meio a desafios permanentes: ser idoso e ter uma estomia. Lançar um novo olhar sobre a temática idoso estomizado é complexo, exigindo abordagem multidimensional das características que o envolvem. Acreditase que mudanças favoráveis poderão advir após implementação de um programa de educação em saúde que contemple a singularidade das questões que envolvem o idoso estomizado e suas necessidades.
- ItemFormação dos enfermeiros e enfermeiras com base nas competências: possibilidades de um novo olhar(2007) Szewczyk, Michele da Silveira Chapacais; Cestari, Maria Elisabeth CarvalhoSomos seres inacabados, parte de um processo de construção e reconstrução de realidades, movidos pela curiosidade, pela necessidade de transformar, de buscar crescimento pessoal e social. Estamos constantemente ensinando e aprendendo, embora nem sempre tenhamos essa consciência. As idéias de Paulo Freire, que se constituíram o referencial filosófico deste estudo, contribuem para que a educação formal seja entendida como uma ação política e potencialmente transformadora da realidade social. A formação de enfermeiros e enfermeiras com base nas competências está legitimada através da Resolução nº 3, de 2001, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e direciona a possibilidade dos futuros profissionais perceberem a complexidade do seu fazer. Esse estudo objetivou identificar as competências e habilidades gerais presentes no curso de graduação em enfermagem de uma universidade federal do extremo sul do Rio Grande do Sul (RS), na percepção de um grupo de alunos e alunas. É uma pesquisa qualitativa, descritiva-exploratória, do tipo estudo de caso. O projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da Área da Saúde (CEPAS). Foram sujeitos da pesquisa estudantes do 3º ao 8º semestres de um curso de graduação em enfermagem, selecionados previamente. A coleta de dados foi desenvolvida através do Grupo Focal, sendo realizados três encontros. Estes foram transcritos na íntegra e submetidos à Análise de Conteúdo, tendo originado as seguintes categorias: Dicotomia provocada pelas competências administrativas e gerenciais na formação dos enfermeiros e enfermeiras; Atenção à saúde: uma competência que merece atenção em tempos de mudança; Desvelando sentimentos e significados da comunicação como atributo da arte de cuidar; Reflexos do processo de ensino aprendizagem no planejamento de ações voltadas à educação permanente: delineando um caminho a ser percorrido. Foi possível alcançar o objetivo delineado para este estudo, tornando-se clara a necessidade de envolvimento do corpo docente e discente na concretização de uma nova proposta de ensino-aprendizagem. Esperamos que os resultados encontrados possam trazer colaborações para a universidade na qual se realizou este estudo, para o corpo docente e discente bem como comunidade em geral. Refletir sobre seu próprio fazer é um passo importante a ser dado pelos docentes e, do mesmo modo, é igualmente importante que os alunos e alunas reflitam acerca de sua condição na busca por um ensino mais contributivo na formação de profissionais críticos, reflexivos, questionadores, compromissados e humanos.
- ItemRepresentações sociais de adolescentes primíparas sobre “ser mãe”.(2008) König, Adriana Bessler; Fonseca, Adriana Dora da; Gomes, Vera Lúcia de OliveiraEstudo exploratório descritivo, qualitativo, cujo objetivo foi analisar e comparar as representações sociais de adolescentes primíparas, acerca de “ser mãe”, antes e após o nascimento dos bebês. Foram informantes,cinco adolescentes, que realizavam o pré-natal num Posto de Saúde, da periferia do Rio Grande RS, no período de agosto a novembro de 2006.Utilizou-se entrevista semi-estruturada na coleta de dados e análise de conteúdo no tratamento. Apreendeu-se no pré-natal, que todas demonstraram satisfação com a gravidez, orgulho com a barriga e o enxoval. Tinham a representação de mãe ancorada na imagem da mulher bondosa e abnegada, sendo a maternidade algo natural e irrefletidamente maravilhoso. Desconheciam os compromissos advindos da maternidade e limitavam seus sonhos e expectativas aquele momento de vida. Após o nascimento, referiram que a nova realidade foi impactante desencadeando inúmeras modificações em seus projetos de vida. Para tentarem assumir a condição de mãe,para a qual não tinham condições psicológicas nem sociais, cogitaram duas possibilidades, a de procurar um emprego e a de abandonar os estudos, ambas interferindo no processo de adolescer saudável e dificultando o vislumbramento de oportunidades. Acredita-se que, oportunizar o compartilhamento de tais representações com outras adolescentes possa diminuir a vulnerabilidade à gravidez precoce.
- ItemCrianças e adolescentes no Brasil: um resgate da trajetória histórica e das políticas públicas voltadas à infância e à adolescência desvalidas(2009) Schwonke, Camila Rose Guadalupe Barcelos; Fonseca, Adriana Dora daA existência de crianças e adolescentes nas ruas em um contexto de abandono e exclusão social é um fenômeno tão antigo que se confunde com a história de nosso país. Neste sentido o presente trabalho consiste em uma reflexão, a partir de um recorte da dissertação de mestrado intitulada "Sexualidade e gênero: a história oral de adolescentes com vivências de rua”, do Programa de Pós-graduação em Enfermagem, da Fundação Universidade Federal do Rio Grande, o qual busca discorrer sobre a trajetória histórica de crianças e de adolescentes brasileiras e das políticas públicas voltadas à infância e à adolescência desvalidas. Percebemos ao longo da trajetória histórica que o cenário de violações, injustiças sociais e abandono começa a se delinear ainda no período de colonização do Brasil e que as políticas públicas voltadas a esse grupo social inicialmente apresentavam um caráter muito mais higienista e segregador do que inclusivo.
- ItemCompetência dos enfermeiros na atuação como educador em saúde(2008) Backes, Vânia Marli Schubert; Lino, Mônica Motta; Prado, Marta Lenise do; Reibnitz, Kenia Schimidt; Canaver, Bruna PedrosoPesquisa avaliativa, com análise qualitativa, que teve como objetivo avaliar o impacto do curso de Especialização em Projetos Assistenciais em Enfermagem – ESPENSUL gerado no processo de trabalho dos Enfermeiros egressos, no que tange a competência de atuar como educador em saúde junto à equipe, cliente e familiares no desempenho de suas funções. Este Curso foi desenvolvido em cinco Instituições Federais: UFSC, UFPR, UFSM, UFPel e FURG. A amostra estratificada proposital selecionada contemplou 10% do total de egressos, compreendendo 32 sujeitos. O referencial da educação em saúde como um processo dialógico, inclusivo e problematizador estimulou nos Enfermeiros mudanças no processo educacional da sua prática e envolveu não somente a intencionalidade do Curso e de seus professores, mas sim, um comprometimento de todos neste processo de mudança.
- ItemO processo de trabalho da enfermagem: um olhar sobre os princípios/ações da atenção primária ambiental e da promoção da saúde na rede básica de saúde(2005) Weis, Alísia Helena; Vaz, Marta Regina CezarEste trabalho teve como objetivo principal analisar o processo de trabalho da enfermagem na Rede Básica dos Serviços Públicos de Saúde, na ótica dos princípios da atenção primária ambiental e da promoção da saúde que estão presentes em suas práticas. Tendo como objetivos específicos conhecer o processo de trabalho da enfermagem da Rede Básica dos Serviços Públicos de Saúde; identificar os princípios da promoção da saúde que estão sendo desenvolvidos na Rede Básica dos Serviços Públicos de Saúde; conhecer os princípios da APA que estão sendo operacionalizados no trabalho da enfermagem. Para tanto, o método adotado foi o de um estudo de corte transversal, quanti-qualitativo de caráter exploratório, descritivo e analítico, no qual se buscou conhecer o trabalho desenvolvido pelas enfermeiras da Rede Básica de Saúde, a partir das Unidades de Saúde da Família (USF) e Unidades Básicas de Saúde, nos municípios de Rio Grande e São José do Norte que compõem a 3ª Coordenadoria Regional de Saúde. Conseqüentemente, foi construído um instrumento com 51 perguntas fechadas, de múltipla escolha, que utilizam uma escala de grau de importância com notas de 0 a 10, aplicado às enfermeiras da Rede Básica de Saúde. Ao término deste estudo destacam-se algumas considerações relevantes: a organização do trabalho na Rede Básica de Saúde ocorre em nível local através da participação da Secretaria Municipal de Saúde e das necessidades da população por meio da demanda programática, sendo que este dado foi mais expressivo pelas enfermeiras das USF do que pelas enfermeiras das UBS, entretanto não foi visualizada a participação em conjunto com o Conselho Municipal de Saúde; o trabalho na Rede Básica de Saúde desenvolvido pelas enfermeiras serve para promover a saúde e prevenir a doença; o entendimento sobre a expressão atenção primária ambiental é visualizado por meio das atividades de prevenção a doenças e agravos; o compromisso do profissional como cidadão, em assegurar que cada pessoa tenha acesso a um ambiente saudável é o princípio da atenção primária ambiental visualizado pelas enfermeiras através do trabalho que desenvolvem na Rede Básica de Saúde; a promoção da saúde influencia o trabalho sobre as condições clínicas (processo saúde-doença e seus condicionantes/determinantes); os elementos intrínsecos da promoção da saúde, utilizados pelas enfermeiras no trabalho que desenvolvem na Rede Básica de Saúde são os ambientes favoráveis à saúde, a participação social e o próprio sistema de saúde. Pode-se, então, concluir com esses fatos que o trabalho desenvolvido na Rede Básica de Saúde em âmbito da atenção primária ambiental e da promoção da saúde se aproximam das maneiras como as trabalhadoras desenvolvem suas atividades no processo de trabalho diário, tanto em USF quanto em UBS e constituem-se um caminho para a mudança do modelo assistencial hegemônico nos serviços de saúde.
- ItemA obstinação terapêutica como uma questão ética(2005) Carvalho, Karen Knopp de; Lunardi, Valéria LerchQuestões envolvendo a obstinação terapêutica estão presentes no cotidiano das Unidades de Terapia Intensiva (UTIS), onde diferentes decisões são tomadas, com relação ao destino do tratamento de pacientes em processo de morrer e de morte. Esta temática ainda é pouco discutida entre os profissionais da saúde que atuam nas UTIs, especialmente pelas profissionais de enfermagem, que são responsáveis pela implementação das terapêuticas prescritas pelos médicos, com as quais, muitas vezes, podem discordar. Assim, este estudo tem como objetivos: - Conhecer se as enfermeiras reconhecem a prescrição de tratamentos fúteis no ambiente em que atuam; - Conhecer os sentimentos das enfermeiras envolvidos na implementação de tratamentos que consideram fúteis;- Conhecer as estratégias construídas pelas enfermeiras no enfrentamento dessas situações. Foram realizadas 6 entrevistas semi- estruturadas com enfermeiras que atuam em UTIS. A partir da análise do conteúdo dos dados, quatro categorias foram construídas: - Obstinação terapêutica: o que é isto? as enfermeiras, que atuam nas UTIS, desconhecem o termo obstinação terapêutica, mas a reconhecem como muito presente em suas práticas; - A obstinação terapêutica como o prolongamento do sofrimento: as profissionais consideram que a obstinação terapêutica prolonga o sofrimento do paciente e de seus familiares e, também, o seu sofrimento e o da equipe de enfermagem; - A obstinação terapêutica como a priorização da cura: as enfermeiras identificam em suas práticas cotidianas tratamentos obstinados; entretanto, acreditam ser necessário investir na cura do paciente, ressaltando a sua inquestionabilidade; Enfrentamento da obstinação terapêutica: cuidado humanizado? são apresentadas algumas estratégias no enfrentamento desta temática, considerando a participação do paciente como imprescindível no processo de tomada de decisões. O trabalho demonstra a necessidade e a importância de avaliar as medidas terapêuticas que necessitam ser utilizadas no tratamento de pacientes em processo de morrer e de morte, de modo que possam viver a fase final de sua vida com qualidade, considerando que quando a cura não é mais possível, é necessário cuidar, preocupando-se com a pessoa doente e respeitando sua integridade, lembrando que o cuidado é a base do exercício profissional da enfermagem.
- ItemCuidado da família à criança portadora de paralisia cerebral nos três primeiros anos de vida(2008) Milbrath, Viviane Marten; Siqueira, Hedi Crecencia Heckler deA questão norteadora desse estudo surgiu a partir da vivência pessoal e profissional da pesquisadora. Ao pesquisar o tema cuidado à criança portadora de paralisia cerebral, buscou-se respostas para a questão norteadora: Como a família cuida da criança portadora de paralisia cerebral nos três primeiros anos de vida? Para encontrar respostas a essa questão, o estudo teve por objetivo conhecer como a família cuida da criança portadora de paralisia cerebral nos três primeiros anos de vida. Em relação aos objetivos, foram traçados os seguintes pressupostos: a anunciação da situação de saúde da criança não foi realizada conforme as necessidades da família; a incompreensão da situação de saúde da criança dificulta o cuidado prestado a ela pela família; as famílias carecem de apoio por parte da equipe de saúde; as crianças portadoras de necessidades especiais, decorrentes da paralisia cerebral, não recebem os cuidados da família conforme as suas necessidades, porque a mesma não foi orientada, de maneira sistemática e contextualizada, durante a hospitalização; as famílias desconhecem os direitos das crianças; a criança portadora de necessidades especiais, decorrentes da paralisia cerebral, não dispõe de ações e serviços de saúde específicos, para assegurar o suporte necessário as suas fragilidades. O referencial teórico que sustentou a pesquisa englobou: Família - primeiro universo de relações sociais da criança; compreendendo a família no período gestacional; nascimento e fatores de risco para a paralisia cerebral; o processo de adaptação vivenciado pela família: quando o recém-nascido não condiz com o bebê idealizado; o processo de educar /cuidar da família a fim de capacitála para prestar o cuidado à criança portadora de paralisia cerebral. O referencial teórico construído mostrou-se coerente e consistente em relação à análise e interpretação dos dados. Na trajetória metodológica, utilizou-se uma abordagem qualitativa exploratório-descritiva com as seis famílias das crianças portadoras de paralisia cerebral, que nasceram, no período de 2005 a 2007, com APGAR menor ou igual a três no quinto minuto, na cidade de Rio Grande. Para a coleta de dados, utilizou-se o método da entrevista semi-estruturada com esses atores sociais. Com a análise dos dados emergiram três categorias: refletindo sobre a formação do vínculo; o processo de adaptação do ser família; o exercício da cidadania - a saúde como um direito. Dentre os resultados observou-se que o processo de cuidar da criança inicia-se anteriormente ao período gestacional, sendo influenciado pela cultura dos ancestrais da criança. Essa cultura mostrou influenciar na determinação dos mecanismos de defesa que cada integrante da família utilizou no seu processo de adaptação. A principal rede de apoio, ressaltada pelos sujeitos do estudo foi a família ampliada. Evidenciaram-se as dificuldades encontradas pelas famílias em relação aos princípios da integralidade e acessibilidade aos serviços e ações de saúde além de perceber uma lacuna no que concerne ao ideal da assistência prestada pela atenção básica e a realidade a que essas crianças e suas famílias são expostas. Concluiu-se que o desconhecimento dos direitos da criança, bem como do exercício da cidadania dessa população, também, pôde ser constatado, fatos que interferiram no poder dessa população de decidir e mediar a sua própria existência, o que tornou essas famílias objetos passivos, os quais vivem conforme normas impostas por uma sociedade normativa e opressora.
- ItemVivências da sexualidade de idosos (as)(2008) Rodrigues, Luiz Carlos Barbosa; Santos, Silvana Sidney CostaA vivência da sexualidade na velhice nada mais é do que a continuação de um processo que se iniciou na infância. A geração atual de idosos (as) construiu seus conceitos através de experiências vividas em uma educação repressora presente na cultura da época. Este estudo teve como objetivo identificar e descrever a vivência de idosos (as) acerca de sua sexualidade. Os pressupostos foram: Os(as) idosos(as) não diferenciam sexualidade e atividade sexual. 2) Na infância e adolescência os(as) idosos(as) não despertaram sua sexualidade. 3) Na juventude houve um despertar da sexualidade do(as) idosos(as). 4) Na maturidade/velhice os(as) idosos(as) vêm aproveitando mais sua sexualidade. Foi realizada uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, tendo como local, uma associação de idosos (as) de um município do Sudoeste do Paraná. Os sujeitos do estudo totalizaram 4 (quatro) idosos (as), sendo 3 (três) mulheres e 1 (um) homem, desta associação. Foi utilizado como técnica a entrevista gravada semi-estruturada, no domicílio dos sujeitos da pesquisa, e como instrumento de coleta um roteiro de entrevista que possibilitou orientar a conversa com confiabilidade, Obteve-se dados que se referem diretamente ao individuo entrevistado, suas atitudes, valores e opiniões. A análise dos dados foi processada por meio de categorias, sendo realizado a interpretação dos depoimentos dos sujeitos do estudo, seguindo passos sistemáticos: ordenação, classificação e análise dos dados. Optou-se por trabalhar com categorias, estabelecidas a priori a partir das questões utilizadas no guia de coleta de dados, norteada pelos seguintes questionamentos: O que é para o (a) senhor (a) sexualidade e atividade sexual? Que fatos foram importantes na sua infância que despertaram sua sexualidade? Que fatos foram importantes na sua adolescência que despertaram sua sexualidade? Que fatos foram importantes na sua juventude que despertaram sua sexualidade? Que fatos são importantes na sua maturidade relacionados a sua sexualidade? Este estudo respeitou os preceitos éticos presentes na resolução 196/96 do Conselho Nacional de saúde. Quanto aos resultados os depoimentos mostraram que os (as) idosos (as) tiveram uma educação repressora com muitos preconceitos, mitos e tabus. Entendem que cada indivíduo expressa sua sexualidade de maneira particular e única, mas conceituam sexualidade tanto como sendo fator biológico associado ao ato sexual, que deve vir acompanhado de outros fatores como o carinho, compreensão e amor. Também citam a sexualidade construída por atitudes e idéias mais diversas vivenciadas nos encontros sociais. Ainda trazem presente a importância do cuidado com a aparência para os encontros. Neste sentido conclui-se que com o passar do tempo, todos vivem menos a relação sexual e mais a compreensão e amizade. Vivem a sexualidade por meio das relações de namoro, carinho e do convívio social, que se concretiza de várias formas, mas tem sua afirmação nas reuniões de grupo, na dança e na religião. Demonstram não ter preconceito em discutir sobre a temática. Consideram a atividade sexual um complemento da sexualidade, que diminui na velhice, mas não está ausente.
