Abstract:
As nanofibras produzidas através de biopolímeros oriundos de materiais biológicos
têm tomado espaço no âmbito mundial, estes podem ter sua origem em compostos
como a proteína animal, por exemplo, as proteínas de pescado. O presente trabalho
teve como objetivo geral desenvolver nanofibras de isolado proteico de Bijupirá
(Rachycentron canadum). O isolado proteico de bijupirá (IPB) foi obtido utilizando
processo de variação de pH para solubilizar e isolar proteínas. O IPB obtido foi
caracterizado quanto sua composição química proximal e suas propriedades físicoquímicas,
estruturais e funcionais. O rendimento do IPB foi de 98,17% de proteína, em
base seca. A maior solubilidade e a maior capacidade de retenção de água (CRA) do
IPB foram obtidas em pH 11 e 21,9 mL.g-1
de proteína, respectivamente. Os perfis
eletroforéticos revelaram massas moleculares características de proteínas miofibrilares
(miosina e actina). Os principais picos identificados pelas análises de Espectroscopia
na Região do Infravermelho (FTIR) são provenientes de ligações peptídicas (ligações
amida), como Amida I e II. Os maiores pontos de fusão e de degradação do IPB foram
de 259,1°C e 378°C, respectivamente, obtendo assim, um isolado proteico com
elevada estabilidade térmica. As nanofibras foram desenvolvidas pela técnica de
electrospinnig. Foram preparadas soluções poliméricas utilizando 1% (p/v) de óxido de
polietileno (PEO) e 1, 2, 3, 4, 5 e 6% (p/v) de IPB. Os parâmetros utilizados no
processo de electrospinning como: potencial elétrico, distância da ponta do coletor a
agulha e a taxa de fluxo da solução foram fixados em 16,7 kV, 15 cm, e 150 µL.h-1
,
respectivamente. Os efeitos do solvente e a adição de um biopolímero comercial na
capacidade de formação e morfologia das nanofibras foram estudados. Em relação ao
efeito do solvente na solubilização das proteínas, o processo de electrospinning foi
favorecido quando utilizado o ácido fórmico 85% (v/v), como este solvente orgânico
promove a formação de estruturas helicoidais aleatórias e, consequentemente, um
aumento no emaranhado de biopolímeros. A adição do biopolímero PEO proporcionou
melhor viscosidade às soluções de IPB e o desenvolvimento das nanofibras. A
morfologia analisada por Microscopia eletrônica de Varredura (MEV) das nanofibras
obtidas com 5 e 4% (p/v) de IPB e 1% (/v) de PEO foi de 205 ± 82 nm e 476 ± 107,
respectivamente.
O bijupirá (Rachycentron canadum) é uma importante espécie emergente na
maricultura brasileira. Essa espécie apresenta rápido crescimento (podendo alcançar
de 6 a 8 kg em um ano de cativeiro), boa resistência ao manejo e eficiente conversão
alimentar, além da grande demanda de mercado. O objetivo do estudo foi obter e
caracterizar um isolado proteico de carne mecanicamente separada (CMS) de bijupirá
utilizando o processo de extração química por solubilização alcalina e precipitação
isoelétrica. O rendimento do isolado proteico de bijupirá (IPB) foi de 98,17% de
proteína e 0,42% de lipídios, em base seca. A maior solubilidade e a maior capacidade
de retenção de água (CRA) do IPB foram obtidas em pH 11 e 21,9 mL de água por
grama de proteína, respectivamente. Os perfis eletroforéticos revelaram massas
moleculares características de proteínas miofibrilares (miosina e actina). Os principais
picos identificados pelas análises de Espectroscopia na Região do Infravermelho
(FTIR) são provenientes de ligações peptídicas (ligações amida), como Amida I e II.
Os maiores pontos de fusão e de degradação do IPB foram de 259,1°C e 378°C,
respectivamente, obtendo assim, um isolado proteico estável. O grau de pureza foi de
aproximadamente 67% (p/p). Os resultados obtidos mostram que o IPB tem grande
valor biotecnológico para diversas áreas industriais que requerem um produto com alto
nível proteico.
Nanofibras de isolado proteico de bijupirá (IPB) foram desenvolvidas utilizando a
técnica de electrospinnig. O IPB foi obtido através de extração por solubilização
alcalina da proteína. Para o desenvolvimento foram preparadas soluções poliméricas
em diferentes concentrações de IPB (p/v) (1, 2, 3, 4, 5 e 6%). O biopolímero comercial
PEO foi adicionado à todas as amostras para proporcionar melhor viscosidade. As
nanofibras desenvolvidas foram analisadas em relação à morfologia, estruturas
moleculares e propriedades térmicas. A morfologia das nanofibras obtidas variou de
476 ± 107 nm e 205 ± 82 nm. Os espectros mostraram que as nanofibras de IPB/PEO
mantiveram os grupos funcionais das proteínas (amina e amida), assim como a
temperatura de fusão (73,29°C) foi muito próxima da temperatura de fusão do
biopolímero comercial controle, PEO (73,19°C), no entanto apresentaram menor
entalpia de fusão e perda de massa total quando comparadas com as nanofibras
controle. O processo foi desenvolvido com sucesso o na elaboração de nanofibras de
soluções aquosas de proteínas.