A invenção da inversão : ciência e o desejo entre mulheres

Silva, Marlon Silveira da

Abstract:

Em consonância com o projeto de Brasil republicano de base higienista e eugenista, grande parte dos discursos produzidos pela intelectualidade brasileira defenderam a escola e a família como espaços estratégicos de definições/execuções político-pedagógicas de cidadania, ancoradas em modelos sexuais assimétricos e heterocentrados. Considerando este quadro, referenciado nos Estudos Culturais e nos aspectos metodológicos pelas análises Documentais e de Discursos, esta pesquisa apresenta como problema de investigação os discursos científico-educativos produzidos sobre a homossexualidade feminina na primeira metade do século XX, no Brasil. Com a análise dos dados, observamos que os discursos científico-educativos aproximavam-se em defender o status patológico à homossexualidade feminina, entretanto, quando debatido as suas origens e meios médico-pedagógicos de prevenção e cura, constata-se que a forma diferenciada com que as práticas educativas interpelavam e governavam mulheres e homens também se refletiu nas posições científicas defendidas pela intelectualidade. Enquanto que para os homens da Ciência a submissão e a vida doméstica eram prescritas como instrumentos educativos preventivos e de cura, para Iracy Doyle - única intelectual da primeira metade do século XX a estudar o tema - a origem e a cura à homossexualidade feminina encontrava-se, de diferentes maneiras, no rechaço a vida assimétrica e doméstica a que mulheres eram orientadas a viver no período.

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  • IE - Mestrado em Educação (Dissertações)