Abstract:
A fim de sobreviver ao ambiente organizacional dinâmico e cada vez mais competitivo, as
empresas buscam aperfeiçoar suas práticas gerenciais, necessitando para isso, manter sistemas
de controle gerencial que contribuam com esse objetivo. Somado a isso, as organizações
demandam comprometimento e padrões de comportamento por parte de seus colaboradores,
que permitam que suas estratégias sejam adequadamente implementadas. Dessa forma, o
presente estudo busca demonstrar de que maneira a socialização pode promover mudanças de
comportamento e atitude nos indivíduos, com a finalidade de contribuir com o exercício do
controle sobre os mesmos e consequentemente com o uso dos seus sistemas de controle
gerencial. Para isso, procedeu-se a revisão da literatura a partir dos precursores do tema
socialização organizacional (VAN MAANEN, 1996; PASCALE, 1984; JONES, 1986) e a
discussão sobre o reflexo deste processo no uso do sistema de controle gerencial sob a
perspectiva do modelo das alavancas de controle de Simons (1995). Do ponto de vista
metodológico, a pesquisa se configura em um estudo de caso de uma organização da área da
saúde localizada na Região Sul do Brasil. Sua abordagem é qualitativa e os métodos
empregados foram análise documental, observação, observação participante e realização de
entrevistas semiestruturadas. Para a análise dos dados coletados foi utilizada a análise de
conteúdo. A análise dos dados provenientes das entrevistas foi auxiliada pela utilização do
software de análise de dados qualitativos ATLAS.ti. Como resultado observou-se a existência
de uma complexa relação entre os elementos presentes na socialização organizacional e as
ferramentas dos sistemas de controle gerencial. As diferentes formas de socialização
empregadas influenciam a compreensão do indivíduo sobre como deve desempenhar seu
trabalho, sendo que grande parte do controle sobre seu o comportamento na organização é
resultado direto da maneira pela qual ele é socializado. Dessa forma, concluiu-se que a
socialização organizacional pode ser um elemento catalisador do sistema de controle
gerencial.
In order to survive the dynamic and increasingly competitive organizational
environment, companies seek to improve their managerial practices, necessitating the
maintenance of management control systems that contribute to this goal. In addition,
organizations demand commitment and behavior patterns from their employees, so that their
strategies are properly implemented. Thus, the present study seeks to demonstrate how
socialization can promote changes in behavior and attitude in individuals, with the purpose of
contributing to the exercise of control over them and consequently to the use of their
management control systems. For this, the literature was revised from the precursors of the
theme of organizational socialization (VAN MAANEN, 1996; PASCALE, 1984; JONES,
1986) and the discussion about the reflection of this process in the use of the management
control system from the perspective Of the control levers model of Simons (1995). From the
methodological point of view, the research is configured in a case study of a health
organization located in the Southern Region of Brazil. His approach is qualitative and the
methods used were documental analysis, observation, participant observation and semi-
structured interviews. The content analysis was used to analyze the data collected. The
analysis of data from the interviews was aided by the use of the qualitative data analysis
software ATLAS.ti. As a result, the existence of a complex relationship between the elements
present in the organizational socialization and the tools of the managerial control systems was
observed. The different forms of socialization employed influence the individual's
understanding of how to perform their work, and much of the control over their behavior in
the organization is a direct result of the way in which they are socialized. Thus, it was
concluded that organizational socialization can be a catalyzing element of the managerial
control system.