Abstract:
Partindo do pressuposto epistemológico de que subjetividade e objetividade constituemse dialética e concomitantemente, este artigo teórico objetivou apropriar-se do conceito
de sofrimento ético-político, criado pela teórica da psicologia social brasileira Bader
Sawaia, para refletir sobre as vivências travestis no âmbito escolar. As travestis,
consideradas seres dissidentes por excelência, são interpeladas no processo educativo
por uma série de violências institucionais (embebidas, muitas vezes, por discursos de
ódio), que se expressam na dimensão subjetiva como sofrimento e adoecimento. Assim,
acreditamos ser potente qualificar de ético-político o sofrimento sentido pelas travestis
nesta realidade, já que ele permite compreender tal fenômeno de modo amplo,
indicando que o sofrimento é singular, mas também social, histórico e articulado às
injustiças sociais. Concluindo, acreditamos que, embora muitas vezes necessitem se
assujeitar às normas impostas e sofram com isso, várias travestis conseguem elaborar
estratégias de resistência, seja através do fortalecimento coletivo, seja pela própria
estética emancipada da travestilidade.
Partiendo del supuesto epistemológico de que subjetividad y objetividad son dialéctica y
concomitante, este artículo teórico tuvo como objetivo apropiarse del concepto de
sufrimiento ético-político, creado por el teórico brasileño de la psicología social Bader
Sawaia, para reflexionar sobre las experiencias travestis en el ámbito escolar. Los
travestis, considerados seres disidentes por excelencia, son desafiados en el proceso
educativo por una serie de violencias institucionales (incrustadas, a menudo, en el
discurso del odio), que se expresan en la dimensión subjetiva como sufrimiento y
enfermedad. Así, creemos que el sufrimiento que sienten los travestis en esta realidad es
poderoso para calificar como ético-político, ya que permite una comprensión amplia de
este fenómeno, indicando que el sufrimiento es único, pero también social, histórico y
vinculado a las injusticias sociales. En conclusión, creemos que, aunque muchas veces
necesitan someterse a normas impuestas y sufrirlas, varias travestis logran desarrollar
estrategias de resistencia, ya sea a través del fortalecimiento colectivo o mediante la
estética emancipada de la travestis.
Based on the epistemological assumption that subjectivity and objectivity are
dialectically and concomitantly, this theoretical article aimed to appropriate the concept
of ethical-political suffering, created by the Brazilian social psychology theorist Bader
Sawaia, to reflect on transvestite experiences in the school environment. Transvestites,
considered dissident beings par excellence, are challenged in the educational process by
a series of institutional violence (imbued often with hate speeches), which are expressed
in the subjective dimension as suffering and illness. Thus, we believe that the suffering
felt by transvestites in this reality is powerful to qualify as ethical-political, as it allows
for a broad understanding of this phenomenon, indicating that suffering is unique, but
also social, historical and linked to social injustices. In conclusion, we believe that,
although they often need to submit to imposed norms and suffer from it, several
transvestites manage to develop strategies of resistance, either through collective
strengthening or through the emancipated aesthetics of transvestility.