Abstract:
Atualmente, a transexualidade é compreendida na literatura como um fenômeno que
causa intenso sofrimento ao indivíduo, tendo em vista que há um sentimento de pertença
a um determinado gênero que está em desacordo com o seu sexo biológico. Diante
desse contexto, em que a transexualidade é tomada como uma experiência universal e
patológica, realizou-se uma pesquisa de campo cujo objetivo geral foi o de compreender
a forma como vão se construindo as trajetórias das pessoas transgêneros nas políticas
públicas de saúde em um município do interior do Rio Grande do Sul. A partir da
realização de 6 entrevistas narrativas com mulheres trans, nesse artigo buscamos
reconstruir os aspectos cronológicos ou indexados de tais narrativas, apresentando suas
histórias e experiências, fragmentos de vida que nos mostram que o corpo também é
político. Cada uma delas, a seu próprio modo, vai construindo um cuidado de si, uma
significação própria para a sua experiência. Assim, torna-se evidente não ser possível
falarmos em uma experiência transexual universal, pois universalizar tais vivências
seria capturar a dimensão mais bela e plural que existe em cada uma dessas vidas.
Actualmente, la transexualidad se entiende en la literatura como un fenómeno que causa
un intenso sufrimiento al individuo, teniendo en cuenta que hay un sentimiento de
pertenencia a un determinado género que está en desacuerdo con su sexo biológico.
Ante ese contexto, en que la transexualidad es tomada como una experiencia universal y
patológica, se realizó una investigación de campo cuyo objetivo general fue el de
comprender la forma en que se van construyendo las trayectorias de las personas
transgénero en las políticas públicas de salud en un municipio del interior de Rio
Grande do Sul. A partir de la realización de 6 entrevistas narrativas con mujeres trans,
en ese artículo buscamos reconstruir los aspectos cronológicos o indizados de tales
narrativas, presentando sus historias y experiencias, fragmentos de vida que nos
muestran que el cuerpo también es político. Cada uno de ellos, a su manera, construye
un cuidado por sí mismos, su propio significado para su experiencia. Por lo tanto, se
hace evidente que no es posible hablar de una experiencia transexual universal, porque
universalizar tales experiencias.
Currently, transsexuality is understood in the literature as a phenomenon that causes
intense suffering, given that there is a sense of belonging to a particular gender that is at
odds with their biological sex. Faced with this context, where transsexuality is taken as
a universal and pathological experience, a field research whose general objective was to
understand the way in which the trajectories of the transgender people in public health
policies are being constructed in a municipality of the interior of Rio Grande do Sul.
From the realization of 6 narrative interviews with trans women, in this article we seek
to reconstruct the chronological or indexed aspects of such narratives, presenting their
stories and experiences, fragments of life that show us that the body is also political.
Each of them, in their own way, builds a care for themselves, their own meaning for
their experience. Thus, it becomes evident that we cannot talk about a universal
transsexual experience, because universalizing such experiences would be to capture the
most beautiful and plural dimension that exists in each of these lives.
Description:
Revista Diversidade e Educação, v. 7, n. 2, p. 417-444, Jul./Dez. 2019.