Abstract:
Nosso trabalho trata-se de uma dissertação de mestrado, elaborada no Programa de Pós-graduação em Educação Ambiental (PPGEA), da Universidade Federal do Rio Grande – FURG e tem como objetivo problematizar como o exercício do pensamento pode ser provocado no encontro com crianças da Educação Infantil, acerca do mundo em que vivemos e das nossas relações com o planeta. Trilhamos os caminhos teóricos metodológicos a partir da leitura de autores como Michel Foucault e Félix Guattari e autores que tramam a filosofia à infância, como Walter Kohan, Haroldo de Resende, Alexandre Filordi de Carvalho, Silvio Gallo, Maria Isabel Bujes. Ao longo da pesquisa trazemos as aproximações entre Educação Ambiental e Michel Foucault, que vimos realizando junto ao Grupo de Estudos em Educação, Cultura, Ambiente e Filosofia (GEECAF). Analisamos a potência de suas teorizações e o conceito de problematização (FOUCAULT, 2004) atrelado à hipercrítica (VEIGA-NETO, 2020). Nessa caminhada, lançamos três questões de pesquisa, a saber: Como a filosofia com crianças pode contribuir para expandir pensamentos infantis a respeito da nossa relação com o planeta? Como podemos tecer um encontro entre Educação Ambiental, infâncias e filosofia? Que efeitos de sentido são criados por crianças da Educação Infantil quando colocamos em movimento outros modos de pensar a nossa relação com o planeta? Assim, fugimos do instituído, na busca por “educações menores” (GALLO, 2002). Nesta pesquisa realizamos experiências filosóficas com crianças da Educação Infantil na busca por outras formas de pensar as nossas relações e o nosso modo de viver e habitar o mundo a partir da junção da ecologia com a filosofia: a ecosofia (GUATTARI, 2001). Nossa pesquisa almejou o imprevisto; apostamos no encontro com as crianças e no que pode a escola quando estamos abertas e abertos à escuta das crianças. Ao final da pesquisa percebemos o quanto as crianças se sentiam integrantes do mundo. Elas vivenciavam a escola de formas inusitadas e estabeleciam relações singulares com os espaços nos quais transitavam, com os animais que conheciam e com o meio ambiente em que viviam. Assim, foram sendo tramadas formas inusitadas de ser e viver no mundo, além das relações que as crianças delinearam com o campo da Educação Ambiental no espaço escolar.
Our work is a Master's Thesis elaborated in the Graduate Program in Environmental Education (PPGEA) of the Federal University of Rio Grande - FURG. It aims to problematize how the exercise of thought can be provoked in the encounter with children of Early Childhood Education, about the world we live and our relations with the planet. We walk through the methodological-theoretical paths from the reading of authors such as Michel Foucault and Félix Guattari and authors who plot philosophy in childhood, such as Walter Kohan, Haroldo de Resende, Alexandre Filordi de Carvalho, Silvio Gallo, Maria Isabel Bujes. Throughout the research, we bring the approximations between Environmental Education and Michel Foucault, which we have been conducting with the Study Group on Education, Culture, Environment, and Philosophy (GEECAF). We have analyzed the strength of his theorizations and the concept of Problematization (FOUCAULT, 2004) tied to Hypercriticism (VEIGA NETO, 2020). On this journey, we launched three research questions, namely: How can philosophy with children contribute to expanding children's thoughts about our relationship with the planet? How can we have a meeting between Environmental Education, Childhoods, and Philosophy? What sense effects are created by early childhood education for children when we set in motion other ways of thinking about our relationship with the planet? Thus, we fled the instituted, in search for "minor educations" (GALLO, 2002). In this research, we carry out philosophical experiences with children of Early Childhood Education in the search for other ways of thinking about our relationships and our way of living and inhabiting the world from the junction of ecology with philosophy: ecosophy (GUATTARI, 2001). Our research has craved the unforeseen; we have bet on meeting the children and what the school can do when we are open to listening to children. At the end of the research, we realized how much the children felt they were part of the world. They lived the school in unusual ways and established unique relationships with the spaces in which they transited, with the animals they knew, and with the environment in which they lived. Thus, unusual forms of being and living in the world were being plotted. In addition to the relationships those children outlined with the field of Environmental Education in the school space.
