IE – Mestrado em Educação em Ciências (Dissertações)
URI permanente para esta coleçãohttps://rihomolog.furg.br/handle/123456789/11523
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Resultados da Pesquisa
- ItemNarrativas de crianças dos anos iniciais do ensino fundamental em interface com as questões de gênero: as possíveis revoltas diárias de uma educação física escolar(2022) Gaubert, Júlia Moita; Ribeiro, Paula Regina CostaEsta dissertação foi produzida no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências, na linha de pesquisa “Discursos, Culturas e Subjetividades na Educação em Ciências”. A pesquisa teve como objetivo problematizar as narrativas de crianças dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de uma escola da rede privada do município de Rio Grande/RS – sobre os atravessamentos possíveis das questões de gênero nas práticas corporais e em suas aulas de Educação Física. O estudo situa-se em uma perspectiva pós-estruturalista e fundamenta-se em teorizações que conceituam gênero como uma construção social, histórica e cultural que inscreve marcas, comportamentos, performances e representações nos corpos das crianças, determinando apenas uma maneira de ser menino ou menina. Nesse viés, buscamos através dos fluxos de uma educação menor, maneiras de fomentar o pensamento e a reflexão das crianças sobre as questões de gênero nas práticas corporais e cotidianas da escola. Para o desenvolvimento deste estudo foi utilizada a investigação narrativa, sendo o material empírico constituído pelos diários narrativos de 51 crianças que fizeram parte do estudo, os quais contam as diferentes formas como elas foram tocadas pelas estratégias adotadas ao longo da pesquisa. Os diários foram organizados em três categorias analíticas: “práticas generificadas no cotidiano das crianças”, “práticas corporais na produção de corpos generificados” e “meninas, mulheres e práticas esportivas”. A partir de cada uma delas, foram estabelecidas discussões possíveis. Trata-se de uma reflexão frente às respostas das crianças, que permitem esperançar e provocam a perceber a urgência na efetivação de espaços que valorizem suas vozes. Para isso, é preciso buscar maneiras de escapar aos modelos, de rastrear caminhos a partir de pistas que vamos encontrando. Por meio das análises, percebemos gênero como uma categoria relacional que atravessa de diferentes formas a vida das crianças, seja nas práticas cotidianas, nos discursos culturais, nas opções de divertimento, nos jogos e esportes, na constituição dos corpos e nos espaços de ocupação. O currículo, seguindo os pressupostos de uma educação maior, imprime no cotidiano escolar uma reprodução de modelos que escapam a essas discussões. No entanto, é preciso atentar ao que os corpos das crianças vêm denunciando: não é possível falar de um corpo que se esgota no biológico e em atributos femininos ou masculinos. É preciso levar em consideração as subjetividades que o constituem por meio da socialização e da interação com a diversidade de realidades e experiências, não através de um sistema normativo que apresenta um único padrão possível. Assim, através das possibilidades de aprendizado insuspeitas, encontramos brechas que escapam a qualquer controle, opondo resistência e criando outras possibilidades de abordar temáticas silenciadas como gênero. Nessa perspectiva, a Educação Física assume um papel importante quando problematiza o corpo, os lugares/espaços, gestos que meninos/as produzem e assegura a equidade de oportunidades a diferentes corpos que pensam, sentem, agem e se constroem através do movimento.
