EENF – Mestrado em Enfermagem (Dissertações)
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- ItemAbordagem e protocolos de prevenção e controle no manejo clínico da covid-19: sob a ótica dos trabalhadores de enfermagem(2021) Corrêa, Natália Lopes; Silveira, Rosemary Silva daEm dezembro de 2019, em Wuhan na China, foi descoberto o coronavírus, responsável pela síndrome respiratória aguda grave e sua rápida disseminação provocou uma preocupação mundial, visto a necessidade de organização dos sistemas de saúde. No Brasil, as instituições precisaram abrir novos leitos de internação e de Unidade de Terapia Intensiva, recrutar trabalhadores da saúde e comprar insumos para o atendimento dos usuários com a covid-19. Teve-se como objetivo geral analisar a implantação das abordagens e protocolos de prevenção e controle no manejo clínico da covid-19 por trabalhadores da enfermagem de Unidade de Terapia Intensiva e/ou Semi-Intensiva e, como objetivos específicos: conhecer as facilidades e/ou potencialidades, bem como, as dificuldades e/ou fragilidades, evidenciadas pelos trabalhadores de enfermagem, durante a implantação de abordagens e protocolos de prevenção e controle no manejo da covid-19. E, ainda, conhecer os impactos gerados aos profissionais face ao enfrentamento da covid-19. Desenvolveu-se um estudo qualitativo, do tipo exploratório- descritivo, por meio de entrevistas semiestruturadas de modo on-line, no período de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021, com 30 trabalhadores de enfermagem, atuantes em unidades de unidade terapia intensiva e semi-intensiva, de três Hospitais de Ensino do Estado do Rio Grande do Sul. Utilizou-se como critério de inclusão ser enfermeiro ou técnico de enfermagem, com no mínimo 60 dias de atuação com pacientes covid-19, e critérios de exclusão: estarem de férias ou afastados por licença saúde. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra e submetidas a análise textual discursiva. Obteve-se a aprovação do Comitê de Ética, mediante CAAE 30950420.9.0000.5324. Os resultados encontrados foram: a organização da estrutura física para o isolamento e atendimento ao paciente covid-19; controle dos fluxos de entradas e saídas de profissionais e pacientes; a utilização de pressão negativa e filtro High Efficiency Particulate Arrestance; a disponibilidade de roupas; equipamentos de Proteção Individual e banho como protocolo de prevenção; a realização de capacitações; testes e vacinação para os trabalhadores; o reajuste da insalubridade para 40% e o sentimento de valorização por ajudar o próximo. Ainda, os trabalhadores relataram medo do desconhecimento da doença; intercorrências do paciente pela instabilidade clínica; pouco conhecimento inicial sobre a doença; inexperiência de alguns profissionais da equipe multidisciplinar; número reduzido de profissionais; intervenções para a manutenção de máscaras PFF2; dificuldades de adaptação aos diferentes protocolos; tais como de intubação oro-traqueal, posição prona. O pouco apoio da gestão; o medo de contaminação pessoal e dos familiares; a tristeza de presenciar o sofrimento do paciente e seus familiares, assim como o preparo do corpo pós-morte e as lesões decorrentes do uso dos equipamentos de proteção impactaram a vida dos trabalhadores, ocasionando exaustão física e psicológica. Evidenciou-se que as instituições conseguiram adotar medidas de prevenção da disseminação do vírus para as demais unidades e também contaminação dos trabalhadores. Porém, no que se refere aos impactos negativos gerados aos profissionais, observa-se a necessidade, por parte das instituições, de adotarem ações direcionadas à saúde dos trabalhadores de enfermagem no enfrentamento da covid-19.
- ItemAborto espontâneo em mulheres residentes nas proximidades do parque industrial do município do Rio Grande/RS(2005) Tuerlinckx, Patrícia da Silva; Soares, Maria Cristina FloresCom a intenção de contribuirmos para o conhecimento dos riscos da exposição ambiental e a influência de outros fatores sobre a saúde, realizou-se este estudo transversal, com mulheres em idade fértil (15-49 anos)residentes nas comunidades próximas ao parque industrial do município do Rio Grande/RS, sendo identificado a prevalência de abortos espontâneos e os fatores relacionados a este desfecho. A amostra compreendeu 565 mulheres, residentes nas áreas consideradas exposta (E) e não exposta(NE), de acordo com a distância do parque industrial e a análise do mapa dos ventos do município. Foram entrevistadas 285 mulheres da área E e 280 da área NE. Para avaliação dos fatores de risco, foi aplicado um questionário, o qual contemplava as condições socioeconômicas, os fatores ambientais e as condições de moradia, a história reprodutiva prévia e morbidades. Para análise dos dados foram utilizados o teste qui-quadrado e regressão logística não-condicionada. Das mulheres entrevistadas que já gestaram (n=412) 17,7% referiram ocorrência de aborto espontâneo. Na análise bivariada verificou-se que o desfecho estudado mostrou associação significativa com idade da menarca, apresentando-se como fator de proteção(OR=0,26 (IC=0,11-0,55); p=0,0008) a idade da menarca entre 11 e 13 anos. O número de filhos também mostrou associação com a ocorrência de aborto espontâneo, apresentando um aumento do risco para três ou mais filhos (OR=4,00 (IC=1,86-8,58); p=0,001). A história de doença sexualmente transmissível(DST) também apresentou tendência à significação (OR=2,01 (IC=0,97-4,15); p=0,06). Após ajuste com as variáveis do modelo teórico hierarquizado, a presença de três ou mais filhos (OR=2,94(IC=1,28-6,77); p=0,009) e a história de DST(OR=2,55 (IC=1,13-5,77); p=0,02) permaneceram significativamente associados ao desfecho estudado. Nesta análise, o fato da mulher não possuir água encanada dentro de casa mostrou uma tendência de associação com a ocorrência de aborto espontâneo (OR=4,01 (IC=0,85-18,87); p=0,08). Não foi observada associação significativa entre o local de moradia nas proximidades do parque industrial e o desfecho investigado. Além desta análise, este estudo também mostrou dados importantes sobre a saúde reprodutiva dessas mulheres: 51,2% (E) e 40,6% (NE) das mulheres tiveram a primeira gestação entre 12 e 19 anos (n=412); 30,5% possuíam três ou mais filhos (n=393); 13,6% (E) e 8,3% (NE) das mulheres que não menstruavam era devido à menopausa precoce (n=80); 72,7% utilizavam algum método contraceptivo (n=513), sendo 52,3% de pílula e 23,6% de laqueadura (n=373); 56,0% das esterilizações ocorreram entre 19 e 30 anos (n=75); 39,5% nunca realizaram preventivo de câncer uterino (n=565). Quanto à influência da exposição ambiental sobre o desfecho estudado, sugerimos a realização de outros estudos com o uso de biomarcadores, para identificar uma possível influência do ambiente sobre a saúde reprodutiva nessa população ou para afastar definitivamente essa suspeita. Os resultados desse estudo poderão subsidiar novas políticas de saúde, relacionadas com a saúde da mulher neste município. Contribuirão também para uma nova prática assistencial dos profissionais de enfermagem/saúde, onde a questão ambiental seja levada em consideração e priorizada a educação em saúde, sobretudo com relação às questões que se referem aos resultados encontrados.
- ItemAbsenteísmo e sua relação com o ambiente de trabalho e sua interferência no cuidado de enfermagem(2010) Barboza, Michele Cristiene Nachtigall; Siqueira, Hedi Crecencia Heckler deA presente pesquisa teve como objetivo estudar o absenteísmo, sua relação com o ambiente de trabalho e sua interferência no cuidado de enfermagem. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório com abordagem qualitativa, com base na teoria sistêmica, que considera seus elementos integrantes interdependentes, interrelacionados, influenciando-se mutuamente. A coleta de dados ocorreu nos meses de junho a agosto de 2009. Com a finalidade de conhecer a unidade com maior percentual de absenteísmo, conforme critério estabelecido, realizou-se, junto ao serviço de recursos humanos o levantamento das faltas dos trabalhadores de enfermagem no ano de 2008. Obteve-se como resultado a unidade de clínica cirúrgica com maior índice de absenteísmo. Como método para coleta de dados optou-se pela observação sistemática da unidade selecionada, a fim de encontrar relação do absenteísmo com o ambiente de trabalho e entrevista semi-estruturada com os enfermeiros dessa unidade. Para análise, interpretação e discussão dos dados foi utilizado o método da análise temática. Diante do objetivo, da questão pesquisa e dos respectivos pressupostos foram desenvolvidos dois artigos: “O absenteísmo dos profissionais de enfermagem hospitalar e sua relação com o ambiente de trabalho” e “O absenteísmo e sua interferência no cuidado ao cuidador de enfermagem hospitalar”. Os resultados do primeiro artigo mostraram que a estrutura física e recursos materiais apresentavam-se inadequados, tanto em quantidade como em qualidade e que os recursos humanos encontravam-se diminuídos gerando a sobrecarga de trabalho que desencadeou problemas como: insatisfação, falta de comprometimento e discussões entre equipe, os quais evidenciaram relação direta entre o absenteísmo e o ambiente de trabalho. E os resultados do segundo artigo demonstraram que a falta de dimensionamento de pessoal ou realizado de forma errônea, acarreta absenteísmo na unidade, sendo que o mesmo interfere, negativamente, no ser humano cuidador/trabalhador nas suas multidimensões, comprometendo sua dimensão biológica ao desenvolver o adoecimento; dimensão psicológica por ocasionar o estresse ocupacional. Além disso, compromete a dimensão social por prejudicar as relações interpessoais entre equipe, enquanto na dimensão espiritual ele predispõe a falta de comprometimento, solidariedade, insatisfação. Enfim, percebeu-se que, o absenteísmo repercutiu, negativamente, no cuidado prestado ao cliente, pois, o mesmo não foi atendido de forma integral, devido à sobrecarga de trabalho estabelecida pelos recursos humanos diminuídos. Da mesma forma ele causa prejuízos no cuidador, integrante da equipe de enfermagem, que necessita absorver as atividades do profissional que está ausente, gerando excesso de trabalho e predispondo-o ao adoecimento. Além disso, as outras dimensões humanas, de forma sistêmica, também sofrerão as conseqüências do absenteísmo. Desta maneira, conclui-se que existe relação entre o ambiente de trabalho com o absenteísmo dos trabalhadores de enfermagem hospitalar, e que, de forma sistêmica, irá interferir no cuidado prestado, repercutindo de forma desfavorável na saúde do cuidador nas suas multidimensões e na diminuição da qualidade do cuidado prestado ao cliente.
- ItemAcesso e resolutividade: satisfação dos usuários de serviços de proteção às vítimas de violência intrafamiliar(2011) Ribeiro, Juliane Portella; Silva, Mara Regina Santos daA violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes, no Brasil, tem aumentado gradativamente nos últimos anos. Os altos índices apontam para a complexidade que envolve o problema, exigindo que profissionais de saúde intensifiquem o cuidado às famílias e mobilizando diversas instâncias governamentais e não governamentais. A necessidade de que o fenômeno seja considerado uma emergência determina que sejam implantadas ações concretas e imediatas desenvolvidas pela rede de serviços que atendem as famílias. Visando reduzir suas consequências, o acesso aos serviços sociais e de saúde e a resolutividade das ações empreendidas são elementos vitais para combater os altos índices de violência intrafamiliar. O acesso e a resolutividade, em conjunto, correspondem à capacidade do serviço de ofertar cuidados coerentes com as necessidades de seus usuários. Este estudo teve como objetivo geral analisar a satisfação das famílias em relação ao acesso e à resolutividade das ações e serviços de dois serviços de proteção às vítimas de violência intrafamiliar do município do Rio Grande/RS. Constituem seus objetivos específicos: (1) Analisar a satisfação das famílias em relação ao acesso aos serviços que atendem situações de violência intrafamiliar no município do Rio Grande/RS; (2) analisar a satisfação das famílias em relação à resolutividade das ações desenvolvidas em serviços que atendem famílias em situações de violência intrafamiliar no município do Rio Grande/RS. Trata-se de um estudo quantitativo, de caráter descritivo e exploratório. A amostra foi composta pelas informações contidas em 113 avaliações realizadas por famílias vinculadas ao CREAS e ao Conselho Tutelar, as quais foram coletadas no período de 2008 a 2009, através da aplicação de um questionário que avalia a satisfação dos usuários de serviços de saúde mental(SATIS-BR-Usuário). As informações selecionadas foram submetidas a análises descritivas, de correlação canônica e de regressão múltipla. Os resultados indicam alta correlação entre acesso e resolutividade (RC= 0,8659) e que os serviços são considerados de fácil acesso pelas famílias quando são, sobretudo, receptivos (0,883837), as tratam com respeito e dignidade (0,858614) e as escutam (0,626720). Sendo possuidor de tais características, aspectos como tempo de deslocamento até o serviço e informações sobre o tratamento prestado adquirem menor importância para o usuário. A resolutividade é expressa pela decisão do familiar em retornar ao serviço, caso haja necessidade (0,900171), por sua satisfação com os serviços (0,872823) e com a quantidade de ajuda recebida (0,803617), pela avaliação de que a equipe estava lhe ajudando (0,827258) e de que os serviços o ajudaram a lidar com os problemas (0,758437); e ainda pela compreensão dos mesmos por parte da pessoa que o recebeu no serviço (0,688417). Além disso, evidenciaram uma forte associação (R= 0,83), altamente significativa (p=0,00000), entre o grau de satisfação das famílias e quatro aspectos da resolutividade das ações e serviço, sendo que o aspecto “satisfação com a quantidade de ajuda que recebeu” é o que possui maior influência na satisfação dos familiares (beta= 0,314682).
- ItemAções do enfermeiro aos usuários com feridas crônicas na Unidade Básica de Saúde à luz do Pensamento Ecossistêmico(2021) Silva, Dápine Neves da; Siqueira, Hedi Crecencia Heckler deIntrodução: A ferida crônica é caracterizada como uma lesão grave, que não progride segundo as fases de cicatrização, ocasionada por fatores intrínsecos ou extrínsecos sendo frequentemente assistida nas Unidades Básicas de Saúde. É neste ecossistema das Unidades Básicas de Saúde que o enfermeiro desenvolve ações assistenciais, educativas, gerenciais e investigativas, por meio de uma postura autônoma, ética e com liberdade na tomada de decisões, considerando todos os elementos bióticos e abióticos que integram e se relacionam, pois esses elementos influenciam direta ou indiretamente no processo de cuidar desse usuário. Objetivo: analisar as ações assistenciais, educativas, gerenciais e investigativas desenvolvidas pelo enfermeiro aos usuários com feridas crônicas em Unidade Básica de Saúde, à luz do Pensamento Ecossistêmico. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva, com abordagem quali- quantitativa. Os dados foram coletados no período de maio à junho de 2021, por meio de um formulário eletrônico online adaptado ao Google Forms com questões objetivas e subjetivas elaboradas, especificamente, para esta pesquisa. Participaram da pesquisa 16 enfermeiros de Unidades Básicas de Saúde, da zona urbana do Município de Pelotas, RS. A análise dos dados quantitativos, deu-se por meio da análise estatística descritiva, utilizando-se o programa Excel e a análise qualitativa, foi realizada por meio da técnica de Análise Temática, de Minayo. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Saúde da FURG (CEPAS- FURG) com o parecer n° 4.660.085/2021. Resultados: Da pesquisa emergiram seis categorias: Perfil Sociodemográfico dos participantes das UBS, da zona urbana do Município de Pelotas; Perfil Funcional dos participantes das UBS, da zona urbana do Município de Pelotas; Elementos bióticos e abióticos das Unidades Básicas de Saúde da zona urbana do Município de Pelotas, onde os participantes atuam; Ações assistenciais, educativas, gerencias e investigativas desenvolvias pelo enfermeiro no cuidado aos usuários com feridas crônicas no ecossistema das UBS; Dificuldades e facilidades, encontradas pelo enfermeiro ao prover ações de cuidado aos usuários com feridas crônicas na UBS; Inter- relações e interconexões entre os elementos bióticos e abióticos da UBS, para o desenvolvimento das ações de cuidado aos usuários com ferida crônica. Discussão dos dados: A discussão dos dados desta pesquisa foi realizada por meio de dois artigos científicos, utilizando-se somente parte dos resultados obtidos. Evidenciando-se que as ações dos enfermeiros aos usuários com feridas crônicas encontram-se fragmentadas, desarticuladas, pouco resolutivas e efetivas impactando, negativamente, sobre a saúde e qualidade de vida dos usuários. Considerações finais: Detectou-se que há necessidade de maior interação e articulação, entre os serviços, corroborando com a construção e implementação de protocolos, diretrizes e políticas públicas que direcionem a práxis dos enfermeiros. Destaca-se também a importância da continuidade de elaboração de estudos acerca da temática dos cuidados aos usuários com feridas crônicas nas diversas áreas da atenção à saúde, para aprofundar e enriquecer essa área do conhecimento e, não apenas, nas unidades ambulatoriais e hospitalares.
- ItemAções do Enfermeiro nos serviços que integram a Rede Cegonha na Perspectiva Ecossistêmica(2016) Thurow, Mara Regina Bergmann; Siqueira, Hedi Crecencia Heckler deObjetivou-se investigar as ações desenvolvidas pelo enfermeiro nos serviços que integram a Rede Cegonha na perspectiva ecossistêmica. Os questionamentos abarcaram temáticas de saúde pública como a redução da mortalidade materna e neonatal, violência obstétrica, baixa qualidade da rede de atenção ao pré-natal, parto e nascimento e o desenvolvimento adequado da criança. Estudo oportunizou aprofundar o conhecimento científico acerca da Rede Cegonha na perspectiva ecossistêmica, trazendo novas possibilidades para o cuidado integral. Além disso, o valor da pesquisa incide, não somente por questões pessoais, mas também por acreditar na possibilidade de mudança do modelo assistencial vindo a substituir o cartesiano, curativista, para o da prevenção e promoção da saúde em forma de redes. Pontua-se ainda, como fator relevante dessa temática que a mesma é prioridade de pesquisa nacional conforme consta na Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde. O enfermeiro como profissional da saúde e participante ativo desta nova configuração das ações e serviços de saúde em rede, pode contribuir, significativamente, para concretizá-los nos quatro pilares de atuação: assistência, gestão, educação e pesquisa. O estudo configura-se como descritivo, exploratório com abordagem qualitativa. A coleta de dados ocorreu no período de 31 de outubro a 11 de novembro de 2016, por meio de entrevista semi-estruturada, a pesquisa foi efetuada nos serviços de atenção primária e secundária no município de Pelotas, Rio Grande do Sul. Análise e interpretação dos dados foram mediante Análise de conteúdo seguindo os passos de Minayo. Da análise e organização dos dados formularam-se as seguintes categorias: perfil sócio-demográfico dos participantes do estudo, linhas de cuidado, ações do enfermeiro nos serviços que integram Rede Cegonha, educação continuada e os desafios do enfermeiro na Rede Cegonha, inter-relação entre os serviços, facilidades e dificuldades do enfermeiro para desenvolver a ações de cuidado na rede cegonha e desafios do enfermeiro na Rede Cegonha, sob a perspectiva do pensamento ecossistêmico. Da categoria linhas de cuidado e as ações que o enfermeiro desenvolve nos serviços que integram a Rede Cegonha no município de Pelotas, na perspectiva Ecossistêmica emergiu o primeiro artigo que contribui com novas bifurcações a respeito do intento do saber e do fazer do enfermeiro, configurando uma atuação, em todos os campos de desempenho: na assistência direta, na gestão, na educação em saúde e na ação investigativa neste novo modelo de atenção à saúde da mulher e da criança. O segundo artigo, foi construído embasado na categoria inter-relações entre os serviços, facilidades e dificuldades do enfermeiro com o objetivo para desenvolver as ações de cuidado na Rede Cegonha, no intento de compartilhar os desafios encontrados e formar a teia de cuidado integral, percebida como um todo, demonstrando a necessidade de educação permanente em saúde.
- ItemAções educativas do enfermeiro na ótica do cuidador de usuário com doença crônica não transmissível: perspectiva ecossistêmica(2016) Paula, Saul Ferraz de; Siqueira, Hedi Crecencia Heckler deO conceito de Educação em Saúde vem sendo reformulado e repensado, ao longo dos anos e é inegável que diferentes fatores influenciaram e influenciam na construção e no entendimento deste constructo. Considerando os fatores de influência que culminam, em adequações, adaptações e transformações da Educação em Saúde, entende-se que é necessário contextualizá-la no tempo/espaço no qual se desenvolve, ou seja à luz do Pensamento Ecossistêmico. No atual cenário mundial, a Educação em Saúde vem auferindo, cada vez mais, destaque, pois está intimamente ligada à promoção da saúde, prevenção de agravos, bem como, a manutenção da qualidade de vida, principalmente, no que se refere às Doenças Crônicas não Transmissíveis que se apresentam como uma das principais causas de morte no mundo. O ato de educar, vinculado à profissão da enfermagem vem sendo aprimorado e executado pelo enfermeiro, que é considerado um educador, enquanto seus educandos são seus aprendizes, usuários, familiares, como também a sua equipe de trabalho. Assim a educação em saúde para o cuidador de usuário com doenças crônicas não transmissíveis, desenvolvida pelo enfermeiro, durante a internação, precisa considerar a totalidade dos elementos que formam o ecossistema domiciliar, local no qual o cuidador exercerá o cuidado. Além de considerar a totalidade dos elementos que formam o ecossistema domiciliar, é necessário considerar a sua inter-relação, articulação e integração, possibilitando uma Educação em Saúde mais integral. Objetivou-se investigar as ações educativas, na ótica do cuidador, que o enfermeiro, durante o período de internação do usuário com doença crônica não transmissível, oportuniza ao cuidador domiciliar para a continuidade do cuidado no domicílio na perspectiva ecossistêmica. A revisão da literatura foi realizada para dar sustentação à pesquisa, onde foram abordadas as temáticas: Contexto da educação em saúde no Brasil, Educação em saúde sob a ótica do paradigma Ecossistêmico, O cuidado e o cuidador no ecossistema domiciliar e, ainda, a pedagogia de Paulo Freire e sua relação com a prática educativa desenvolvida pelo enfermeiro. A metodologia utilizada na pesquisa de campo foi do tipo descritivo, exploratório e com abordagem qualitativa. A busca dos participantes aconteceu nas unidades de clínica médica do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Correa Jr. e Associação de Caridade Santa Casa do Rio Grande e a coleta dos dados na residência dos participantes, nos meses de outubro e novembro de 2016, por meio de entrevista semiestruturada, no intuito de fundamentar a questão de pesquisa, pressupostos, objetivos e principais aspectos da revisão de literatura. Análise e interpretação dos dados foi realizada mediante Análise de conteúdo na modalidade análise temática seguindo os passos de Minayo. Os resultados e a categorização foram apresentados no formato quadros e a discussão foi realizada por meio de dois artigos científicos. O primeiro artigo aborda as ações educativas do enfermeiro ao cuidador de usuário com doença crônica não transmissível na perspectiva ecossistêmica e o segundo trata das relações entre a crise econômica e as ações de educação em saúde no ambiente hospitalar: uma análise ecossistêmica. Ressalta-se que o referencial ecossistêmico, mostrou-se inteiramente adequado, para conduzir a superação da fragmentação entre o cuidado a as ações educativas no ambiente hospitalar, bem como, para sinalizar e direcionar uma educação em saúde dialógica, participativa, contextual com base nas necessidades dos cuidadores, a partir do contexto onde vivem, trabalham e se desenvolvem.
- ItemAcolhimento à criança e sua família na estratégia de saúde da família: atuação do enfermeiro(2017) Santos, Carla Rosana Mazuko; Gomes, Giovana CalcagnoO acolhimento é uma ferramenta que possibilita a organização do trabalho, o atendimento à demanda, aumentando a resolutividade dos serviços. Por sua importância objetivou-se conhecer como é realizado o acolhimento à criança e sua família pelo enfermeiro nas Unidades Básicas da Estratégia de Saúde da Família em Rio Grande. Realizou-se um estudo exploratório, descritivo com abordagem qualitativa. Participaram 12 enfermeiras que realizam acolhimento à criança e sua família de oito Unidades Básicas de Saúde da Família de um município de Rio Grande no sul do Brasil. Os dados foram coletados no segundo semestre de 2016 por meio de entrevistas semiestruturadas e submetidos à Análise de Conteúdo. Foram respeitados os aspectos éticos para pesquisas com seres humanos. Quanto à percepção acerca do conceito de acolhimento verificou-se que as enfermeiras entendem que o mesmo envolve a escuta atenta dos usuários, a triagem de suas necessidades, a interpretação de suas queixas, o estabelecimento do vínculo e da comunicação, é uma visão holística da criança/família, é orientar, é receber bem, é responder a demanda e garantir o agendamento do seu retorno ao serviço. Quanto à importância e benefícios do acolhimento para a criança, para a família e para a equipe apontaram que o mesmo mantém ou melhora a atuação do enfermeiro nas ações de acolhida das crianças e suas famílias, pode nortear para a (re)construção de um cuidado mais qualificado e sensível às carências e singularidades infantis e familiares na Atenção Primaria em Saúde e pode garantir a humanização do cuidado e a fidelização das famílias. Quanto às formas de realização do acolhimento à criança na Estratégia de Saúde da Família o fazem por meio do atendimento do Protocolo do Ministério da Saúde que preconiza a realização da triagem e encaminhamento na própria unidade ou em serviço disponível na rede básica do município. O realizam nas consultas agendadas, no atendimento da demanda espontânea, nas visitas domiciliares, ao realizarem a busca ativa dos faltosos às consultas, durante o pré-natal, na puericultura, na sala de vacinas, nas consultas mensais para realização da antropometria. Utilizam como estratégias a escuta atenta e a observação. Aproveitam todos os momentos para realizar diagnóstico das necessidades e passagem de informações às mães acerca de formas de cuidado à criança. Quanto às facilidades do enfermeiro para realização do acolhimento à criança e à família apontaram garantir o conhecimento da realidade infantil/familiar; a garantia do sigilo das informações; a possibilidade de propor ações reais para resolução de problemas; a redução de filas de espera; o planejamento de ações diferenciadas; a identificação das vulnerabilidades e das dificuldades para cuidar a criança no contexto familiar; o (re)acolhimento em todos os momentos de assistência; o comprometimento da equipe multiprofissional e o perfil empático do enfermeiro. Como dificuldades verificaram resistências familiares em aderir às orientações da equipe e incorporar no seu cotidiano ações de prevenção à saúde; número insuficiente de profissionais e grande demanda; carências das redes de apoio; falta de protocolo de acolhimento e estrutura física; busca por tratamento medicamentoso; falta de atualização para a assistência à criança e educação permanente. focadas nessa área. Os dados possibilitaram concluir que o acolhimento é uma importante metodologia de trabalho, pois favorece a comunicação, a escuta ativa das famílias, fomentando sua autonomia, sendo uma ferramenta de vigilância do cuidado e do desenvolvimento infantil. O conhecimento gerado nesse estudo poderá proporcionar subsídios aos enfermeiros para melhorarem o acolhimento realizado, auxiliando na (re)construção de um cuidado mais qualificado e sensível às necessidades da criança e sua família atendidas na Atenção Primaria em Saúde.
- ItemAcolhimento: uma construção transversal, ética, estética e política na saúde(2009) Silva, Carla Regina André; Lunardi Filho, Wilson DaniloA Política Nacional de Humanização da Saúde (PNHS) é focada na autonomia e no protagonismo dos sujeitos. Utiliza o acolhimento como uma de suas estratégias e defende as relações, interconexões e interdependências. Sua ideologia e filosofia tornaram-se fatores motivacionais para a realização deste estudo, emergindo o seguinte questionamento: Qual é o entendimento e/ou a concepção dos usuários, colaboradores e gestores do HU/FURG sobre acolhimento e humanização da assistência à saúde no SUS? Assim, este estudo utilizou a PNHS como referencial teórico. O objetivo foi “Conhecer o entendimento dos usuários, colaboradores e gestores sobre o acolhimento e a humanização, com vistas ao fortalecimento e instrumentalização do Grupo de Trabalho de Humanização do HU/FURG para implementar a PNHS. É um estudo qualitativo, exploratório e descritivo. A coleta de dados foi realizada por meio de trabalho em grupo e, após, os dados foram organizados, categorizados e analisados através de análise temática. Os sujeitos foram os usuários, os colaboradores e gestores do HU/FURG. Para os usuários, o acolhimento e a humanização foram expressos pela resolutividade dos problemas que atingem sua condição de saúde. Para os colaboradores, o foco principal foram as questões de relacionamentos pessoais. Percebem-se como equilibristas, entre as prerrogativas dos usuários e gestores e, ao desequilibrarem-se, muitas vezes, têm suas condições de trabalho e de saúde alteradas. Para os gestores, o entendimento sobre o tema foi expresso pela necessidade e obrigação de garantir a viabilidade da oferta da assistência, através de recursos materiais, condições financeiras e condições de ambiências. Buscam assegurar o funcionamento do sistema por meio de satisfação dos usuários através de ações pontuais, objetivas e quantitativas. Usuários, colaboradores e gestores demonstraram compreender a essência do significado do acolhimento na assistência à saúde e também como seria uma assistência mais humanizada, embora não compartilhem da mesma concepção sobre o tema. Ficou evidenciado que urge a necessidade de compreender o ser humano em sua integralidade e de melhorar as relações interpessoais para que se tenha uma assistência à saúde mais acolhedora e humanizada. A subjetividade dos diferentes atores parece estar espremida, em meio a fatores da instituição, do município, das políticas e do próprio sistema de saúde nacional, fazendo com que as pessoas entendam o que é acolhimento, mas não se percebam e não se sintam acolhidas e, consecutivamente, não consigam acolher o outro. Assim, ao não experienciarem e não exercitarem as ações de acolher, colaboram para a assistência à saúde ficar mais focada no objetivo de tratamento da doença e, se possível, de cura, reduzindo as pessoas a portadores e tratadores de patologias, esvaziando estes atores de sua essência humana, ao desconsiderar as subjetividades e aspectos integrais de cada ser.
- ItemAderência ao tratamento anti-hipertensivo entre usuários das unidades de saúde da família e das unidades básicas de saúde na cidade de Santa Cruz do Sul/RS(2005) Moura, Rosylaine; Sassi, Raul Andrés MendonzaEste estudo transversal objetivou estudar a prevalência da aderência ao tratamento anti-hipertensivo nos usuários das unidades de saúde da família em relação aos usuários das unidades básicas de saúde. Objetivou-se, ainda, descrever os fatores relacionados a esta aderência e comparar algumas características entre os dois tipos de unidade. Para isso, foram entrevistados 240 hipertensos(120 em cada tipo de unidade) com no mínimo 40 anos, com diagnóstico médico de hipertensão há pelo menos um ano, com prescriçãomédica para o uso de medicamento antihipertensivo há pelo menos um ano. Considerou-se usuário aquele que há pelo menos um ano está utilizando ou já utilizou (no caso específico das unidades de saúde da família), no mínimo um dos serviços disponíveis para o tratamento da hipertensão em uma das cinco unidades de saúde da família ou em uma das cinco unidades básicas de saúde selecionadas pelo estudo. A aderência ao tratamento medicamentoso foi medida através do Questionário Simplificado para Aderência à Medicação – SMAQ (KNOBEL, 2002). Para análise dos dados (bivariada e multivariada) foram utilizados o teste de qui-quadrado e regressão Poisson. Obtevese como resultado uma prevalência de aderência ao tratamento medicamentoso de 50% para toda a amostra. Não foi observada diferença entre as prevalências de aderência nas unidades estudadas (50% em ambas). Apesar disso, os usuários das unidades de saúde da família mostraram ter mais informações à respeito da doença e do tratamento. Os hipertensos de cor de pele branca e que vivem sem companheiro e com filhos mostraram ter mais probabilidade de aderir ao tratamento medicamentoso do que os de pele não-branca e que vivem com companheiro e filhos, respectivamente.
- ItemAdolescer saudável na ótica de adolescentes(2008) Araújo, Adelita Campos; Lunardi, Valéria LerchA partir de questionamentos sobre as ações programáticas e dos profissionais de saúde e de educação voltadas para o adolescer saudável e a concepção dos próprios adolescentes acerca do que seja adolescer saudável, tivemos como objetivo neste estudo compreender a percepção de adolescentes acerca do processo de adolescer saudável, realizamos um estudo qualitativo e exploratório, utilizando entrevistas semi-estruturadas com adolescentes; de ambos sexos, de uma escola pública da cidade de Pelotas-RS. A partir da análise temática dos dados, foram construídas três categorias: a) Modos de viver um adolescer saudável, em que é apontada a importância de uma alimentação e hidratação adequadas, de cuidados com a higiene e aparência pessoal, de dispor de condições apropriadas de moradia e saneamento básico, além de usufruir de um período de repouso; b) Relacionamentos e interações no adolescer saudável, em que, além do bom relacionamento com as/os outras/os, para um adolescer saudável, se sobressaíram alguns riscos sociais que fazem parte do viver da/o adolescente, como o uso de drogas, o consumo de álcool e fumo e a violência familiar; c) Da adolescência para o mundo adulto, em que a adolescência é reconhecida como um período que exige, também, maturidade, responsabilidade, autonomia, respeito aos limites, por parte das/os adolescentes, o que as/os torna mais valorizadas/os no seu meio de convívio. Atividades relacionadas ao lazer podem cooperar na socialização da/o adolescente, além de favorecer sua saúde física e mental. Dentre as dificuldades vividas pelas/os adolescentes, a separação dos pais foi caracterizada como um momento de sofrimento, solidão e mudanças no modo de ser. A concepção de adolescer saudável dá-se a partir da visão subjetiva de cada adolescente, para com o seu modo de viver diferentes situações. Evidenciamos um conceito ampliado de adolescer saudável, não apenas como a ausência de doenças, porém considerando fatores importantes como elementos físicos, sociais, culturais e econômicos.
- ItemAdvocacia do paciente em unidades de internação pediátricas: perspectivas de enfermeiros e familiares acompanhantes(2014) Antunes, Marilandi Melo; Barlem, Edison Luiz DevosA advocacia do paciente está presente, nem sempre explicitamente, no cotidiano de trabalho dos enfermeiros. Em se tratando de unidades de internação pediátrica, o exercício da advocacia requer que o enfermeiro desenvolva habilidades para atuar, considerando os diversos atores envolvidos, quer sejam familiares acompanhantes ou pacientes pediátricos, e as suas especificidades. Este estudo teve como objetivos gerais: conhecer as ações específicas do enfermeiro para o exercício da advocacia do paciente em unidades de internação pediátrica; identificar como a família percebe o enfermeiro no exercício da advocacia do paciente em unidades de internação pediátrica. Para tanto, realizou-se pesquisa qualitativa de abordagem descritiva exploratória em três unidades de internação pediátrica localizadas no Sul do Brasil, as quais atendem a pacientes do Sistema Único de Saúde: uma pertencente a uma instituição privada; duas pertencentes a um hospital escola público federal. A coleta de dados ocorreu em Junho de 2014, mediante entrevista semiestruturada. Foram participantes da pesquisa doze enfermeiros e vinte e dois familiares acompanhantes. Como critérios de inclusão dos enfermeiros, foram elencados: ser enfermeiro, trabalhar há pelo menos três meses em uma das unidades pesquisadas. Foram utilizados como critérios de inclusão do familiar acompanhante do paciente: estar acompanhando o paciente internado a mais de dois dias em uma das unidades pesquisadas, ter condições em responder a entrevista semiestruturada do estudo. Utilizou-se para análise dos dados a análise textual discursiva, de forma que todos preceitos éticos foram respeitados em sua integralidade. Os resultados obtidos foram apresentados em forma de dois artigos científicos: Ações de advocacia do paciente exercidas por enfermeiros em unidades de internação pediátrica e O exercício da advocacia do paciente pelo enfermeiro de unidade de internação pediátrica sob a perspectiva dos acompanhantes. No primeiro artigo, os resultados informaram que: os enfermeiros de unidades de internação pediátrica exercem ações de advocacia quando informam a respeito de processos de saúde-doença-hospitalização; orientam para busca de direitos; incentivam a participação e a autonomia dos acompanhantes dos pacientes; qualificam a equipe de enfermagem através da reflexão e educação permanente; protegem e garantem a qualidade do cuidado; encontram estratégias para advocacia em conjunto com a equipe multiprofissional e setores extra institucionais. No segundo artigo, os resultados indicaram que: o familiar acompanhante reconhece o enfermeiro como referência do ambiente de internação, assim como no que se refere a possibilidade de fornecimento de informações acerca da defesa dos direitos do paciente e familiar acompanhante. O familiar acompanhante percebe como facilitadores do exercício da advocacia do paciente, o vínculo, a proximidade e a disponibilidade do enfermeiro. Como barreiras para o exercício da advocacia, identificam: a impotência e limitações demonstradas pelos enfermeiros; a alta carga de trabalho; a falta de consenso a respeito das condutas; a falta de vínculo e ou comunicação; as dificuldades de acesso; o desconhecimento e falta de Informação; a falta de consentimento; a falta de comprometimento. Espera-se que este estudo contribua com as diferentes realidades de internação hospitalar pediátrica, favorecendo que enfermeiros possam identificar e desenvolver a advocacia do paciente.
- ItemAdvocacia em saúde e empoderamento do usuário por enfermeiros na estratégia saúde da família.(2015) Figueira, Aline Belletti; Barlem, Edison Luiz DevosA advocacia em saúde e o empoderamento do usuário devem ser vistos enquanto processos contínuos que visam estimular a participação da comunidade nos próprios cuidados de saúde, além de prever a inclusão de diferentes atores no estímulo à formação e desenvolvimento da cidadania. Partindo dos postulados da atenção primária em saúde, dos princípios do Sistema Único de Saúde, da advocacia em saúde, da educação em saúde e do empoderamento do usuário por meio de ações das equipes de enfermagem, o presente estudo teve como objetivo geral: conhecer como ocorrem os processos de advocacia em saúde e empoderamento do usuário por enfermeiros de Estratégia Saúde da Família. E como objetivos específicos: conhecer as ações de advocacia em saúde e empoderamento do usuário por enfermeiros da Estratégia Saúde da Família; identificar as barreiras e facilitadores da advocacia em saúde e empoderamento do usuário por enfermeiros da Estratégia Saúde da Família. O estudo apresentou abordagem qualitativa, do tipo descritiva e exploratória. Participaram do estudo 15 enfermeiros que atuam em Estratégia Saúde da Família em uma cidade no sul do Brasil. A seleção dos enfermeiros ocorreu pela técnica de bola de neve. As entrevistas foram realizadas a partir de um roteiro semiestruturado, analisadas de acordo com os pressupostos da análise textual discursiva, compreendida pelo processo de unitarização; categorização; captação do novo emergente; e processo auto-organizado do texto. A pesquisa faz parte do macroprojeto intitulado "Advocacia do paciente e coping na enfermagem: possibilidades de exercício de poder mediante vivências de sofrimento moral", sendo submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa local, sob parecer Nº 97/2013. Os resultados da pesquisa foram apresentados sob a forma de dois artigos: ações de advocacia em saúde e o empoderamento dos usuários por enfermeiros da atenção primária no Brasil, e barreiras e facilitadores da advocacia em saúde e o empoderamento dos usuários por enfermeiros na Estratégia Saúde da Família. No primeiro artigo identificaram-se as ações voltadas a interação dos enfermeiros com os usuários como mais eficazes na prática da advocacia em saúde bem como no empoderamento dos usuários e comunidade. No segundo artigo foi possível verificar que as barreiras que mais comprometem o exercício da advocacia em saúde pelos enfermeiros estão vinculadas as barreiras físicas e de recursos materiais, enquanto que os facilitadores estão diretamente relacionadas as interações entre os envolvidos, a construção de vínculos entre enfermeiros, usuários e demais profissionais da equipe multiprofissional. O conhecimento acerca das ações de advocacia em saúde e o empoderamento dos usuários por enfermeiros de Estratégia Saúde da Família, bem como as dificuldades e facilidades para a sua prática permite que os profissionais repensem seu trabalho, com estímulo a qualificação do mesmo com consequente melhoria da saúde e autonomia dos usuários nas decisões de saúde.
- ItemAlterações da função respiratória em trabalhadores portuários e a exposição a fontes de riscos ocupacionais.(2015) Gelati, Tatiele Roehrs; Vaz, Marta Regina CezarIntrodução: O sistema respiratório é um dos sistemas orgânicos em que mais comumente ocorrem alterações devido à exposição aos riscos físicos, químicos e biológicos, transportados pelo ar, presentes nos ambientes laborais, podendo ocasionar impactos negativos às condições de saúde dos trabalhadores que operam em ambientes com presença desses riscos. Objetivos: identificar as fontes de exposição dos trabalhadores portuários avulsos aos riscos químico, físico e biológico no ambiente de trabalho, como potencial para alterações da função respiratória e também identificar as alterações da função respiratória em trabalhadores portuários avulsos. Método: Estudo observacional descritivo, exploratório de caráter quantitativo desenvolvido no Porto Novo, área do Porto Organizado, do extremo sul do Brasil. A coleta de dados ocorreu utilizando-se de dois procedimentos: a primeira corresponde à observação do trabalhador no ambiente de trabalho com 87 observações não participantes de 66 trabalhadores portuários avulsos. Na segunda etapa, Utilizaram-se dois procedimentos metodológicos: análise retrospectiva de dados secundários para identificação de alterações do sistema respiratório a partir do resultado dos exames de Radiografia de tórax e de Espirometria; e análise prospectiva por observação não participante dos trabalhadores em seu local de trabalho, no foco da identificação do uso ou não da proteção respiratória durante as atividades no porto. Os dados foram analisados no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) através da análise de descritiva, com apresentação de frequências e porcentagens e de análise inferencial por meio dos testes Qui-quadrado de Pearson e de correlação de Spearman. Resultados: As principais fontes de exposição observadas foram o frio (67; 77%), o vento (63; 72,4%), a umidade (41; 47,1%) e a radiação não ionizante (22; 25,2%), somados à poeira em 80 (91,0%) oriunda do transporte de fertilizantes e dos gases combustíveis 20 (23%). Houve alteração da função respiratória de trabalhadores portuários avulsos, que pode estar associada à exposição aos fertilizantes e a baixa adesão ao uso dos EPI. Houve correlação positiva entre o tempo de trabalho e a espirometria, que pode justificar-se pelo período longo de trabalho da maioria dos trabalhadores portuários, o que aumenta a exposição aos compostos químicos prejudiciais à saúde respiratória. Considerações finais: Os resultados sugerem a necessidade de ações de enfermagem voltadas à identificação da exposição às fontes de riscos e à proteção da saúde respiratória dos trabalhadores em seu cotidiano de trabalho, de modo a prevenir agravos à saúde. O ambiente de trabalho portuário apresenta potencial para o desenvolvimento de alterações à saúde respiratória dos trabalhadores portuários avulsos e por isso, é importante conhecer as alterações respiratórias para planejar ações de enfermagem voltadas à especificidade.
- ItemAnais do ll SERDAF Seminário Regional sobre Desenvolvimento e Agricultura Familiar IX Feira Municipal do Conhecimento 2023(Ed. da FURG, 2024) Porto, Carmem Rejane Pacheco; Stumpf, Marcelo Tempel; Vaniel, Berenice Vahl; Silva, Gabriela Farias da; Oliveira, Daiana da SilvaO II SERDAF – Seminário Regional sobre Desenvolvimento e Agricultura Familiar e a IX Feira Municipal do Conhecimento ocorreram entre os dias 04 e 06 de outubro de 2023, no município de São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul, sendo executado pela FURG Campus São Lourenço do Sul, junto com outros parceiros, sendo eles a Associação Caminho Pomerano, a EMATER/RS ASCAR, o Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA), a Cooperativa União, a COOPAR Pomerano Alimentos, a Prefeitura Municipal de São Lourenço do Sul, o Instituto de Ciências Humanas e da Informação da FURG e o Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio Grande. Os apoiadores do evento foram o Governo Federal Brasileiro por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande (FAURG) e a Universidade Federal do Rio Grande. A Realização do II Seminário Regional sobre Desenvolvimento e Agricultura Familiar e da IX Feira Municipal do Conhecimento 2023, integrada ao seminário, objetivou promover espaços de reflexão e debate sobre a agricultura familiar e o seu lugar no desenvolvimento rural, a partir da perspectiva de distintos atores, de maneira a possibilitar discussões sobre questões que perpassam as políticas públicas, o cooperativismo, a agroecologia, a agricultura quilombola, a educação, pesca e turismo, em suas diferentes particularidades. O II SERDAF contou com 08 painéis com temas relacionados ao objetivo do seminário, sendo 22 palestrantes representantes da academia, da sociedade civil, do meio político e do poder público (incluindo a SEAB, Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar, do MDA). Além disso, a programação do II SERDAF contou com outras duas atividades importantes. A primeira é a IX Feira Municipal do Conhecimento, cujo objetivo foi promover a integração entre as escolas da educação básica do município e a FURG. Nessa feira, as escolas tiveram a oportunidade de apresentar trabalhos relacionados à agricultura familiar, alimentação e gastronomia local, educação socioambiental, estudos realizados pelos estudantes e professores da rede municipal de ensino. A segunda atividade esteve relacionada aos posters e comunicações, e suas respectivas apresentações a partir de resumos expandidos, simples e relatos de experiência, abordando os temas centrais do Seminário. Os resumos expandidos e simples e os relatos de experiência aqui organizados é um compilado dos trabalhos que foram apresentados e debatidos durante o evento, compondo os anais em publicação científica coordenada pela FURG, dando visibilidade às pesquisas e contribuições dos participantes. Agradecemos aos apoiadores, parceiros e colaboradores que estiveram construindo este espaço de reflexão e debate, em especial à comissão organizadora, composta por servidores e discentes da Universidade Federal do Rio Grande. Comissão Organizadora do II SERDAF
- ItemAnálise da produção científica sobre a sexualidade da mulher idosa em periódicos da enfermagem, saúde pública e gerontologia, no período de 2003 a 2007(2008) Cavalheiro, Beatriz de Carvalho; Santos, Silvana Sidney CostaO número de idosos(as) vem aumentando e esta mudança populacional vem redefinindo as relações sociais e constituindo uma nova e preocupante imagem. O envelhecimento é uma experiência singular, sujeita a influências sócio-culturais e o corpo que envelhece é diferente do modelo social vigente e, em relação ao gênero, as mulheres são mais avaliadas pela sua aparência física, passando o envelhecimento a funcionar como uma ameaça, associada à perda da libido e da sexualidade, uma necessidade humana básica, independente de faixa etária, que está para além da genitalidade. O objetivo desta pesquisa foi verificar o conhecimento produzido acerca da interface das temáticas, mulheres idosas, gênero e sexualidade por meio da avaliação sistemática de periódicos da Enfermagem, Saúde Pública e Gerontologia, no período compreendido entre os anos de 2003 e 2007. É um estudo de abordagem qualitativa, caracterizado como pesquisa bibliográfica. A coleta dos artigos foi realizada por meio de descritores pré-estabelecidos e a análise se deu por categorização. Foram consultados 220 exemplares e pré-selecionados 362 artigos (111 na Enfermagem; 95 na Saúde Pública e 156 na Gerontologia), destes, sete foram selecionados, pois versavam sobre envelhecimento, gênero e sexualidade. Através da leitura desses artigos foi possível perceber uma preocupação em relação à qualidade de vida ou a promoção de um envelhecimento saudável, mas sexualidade e gênero das mulheres idosas continua um tema invisível. Foram abstraídas três categorias: feminilização da velhice, questão social da velhice feminina e idosa assexualizada. Sendo o envelhecimento e a própria gerontologia realidades recentes, falta preparo para a temática e, talvez por isso, o escasso material disponível. Apesar da produção pouco expressiva, é importante salientar que os(as) enfermeiros(as) e os grupos de estudos e pesquisa de gênero vêm despontando e apresentando preocupações relevantes com a temática. Quando se refere ao cuidado integral em idosas, não se pode esquecer a sexualidade, pois esta também está ligada ao cuidado e para tanto, os currículos dos cursos de graduação na área da saúde deveriam trazer mais reflexões sobre gênero e sexualidade das mulheres idosas nos componentes ligados à gerontologia e saúde da mulher, portanto, convidam-se os(as) professores(as) para que introduzam a temática gênero e sexualidade nos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) e que façam essa discussão nas disciplinas/conteúdos que contemplem a mulher idosa.
- ItemAnálise dos domínios da inteligência emocional entre estudantes de graduação em enfermagem(2021) Rocha, Sabrina Santos da; Tomaschewski-Barlem, Jamila GeriA enfermagem é uma das profissões que possui maior contato e vínculo com o usuário de serviço de saúde, constituindo-se como uma profissão essencial nas equipes multiprofissionais, o que requer desenvolvimento das habilidades de inteligência emocional. Na perspectiva de Daniel Goleman, a inteligência emocional é composta pelos domínios de autoconsciência, autogestão, consciência social e gerenciamento de relacionamentos. Tais habilidades são fundamentais para a tomada de decisão no trabalho em saúde. Teve-se como objetivos: analisar os domínios da inteligência emocional entre estudantes de graduação em enfermagem; e conhecer estratégias individuais e pedagógicas que favoreçam o desenvolvimento dos domínios da inteligência emocional entre estudantes de graduação em enfermagem. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, do tipo exploratório e descritiva, realizada com 17 estudantes do último ano do Curso de Graduação em Enfermagem de uma universidade pública do sul do Brasil. O método de coleta foi através de entrevista semiestruturada com uso da ferramenta síncrona de comunicação em tempo real, o Google Meet. A metodologia de análise aplicada foi a Análise Textual Discursiva. Em todas as etapas da pesquisa foram respeitadas as observações e determinações legais da Resolução 510/16, que regulamenta as pesquisas em Ciências Humanas e Sociais, com encaminhamento o projeto ao de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, CAAE 38344020.0.0000.5324. Os dados foram analisados sob a ótica do referencial teórico de Daniel Goleman. Os resultados do estudo foram apresentados no formato de dois artigos científicos. No primeiro, intitulado “Análise dos domínios da inteligência emocional de estudantes de graduação do último ano de enfermagem” , identificou-se que o domínio da autogestão é o que possui maior fragilidade, enquanto as aptidões do domínio gerenciamento de relacionamentos apresentaram-se mais desenvolvidas. Já, as aptidões dos domínios consciência social e autogestão apresentaram variações, evidenciando-se algumas com melhor desenvolvimento e outras com fragilidades. O reconhecimento dos domínios e aptidões presentes entre os estudantes de enfermagem permite uma análise dos fatores a serem abordados na formação visando o aprimoramento da inteligência emocional. Já no segundo artigo, intitulado “Estratégias para o desenvolvimento dos domínios da inteligência emocional entre estudantes de graduação em enfermagem” verificou-se que entre as estratégias individuais, destaca-se a tentativa de se desvincular de atividades estressoras para com isso elaborar estratégias de enfrentamento frente a adversidades. A estratégia pedagógica que mais se destacou foi o diálogo, com a troca de experiências práticas dos educadores, enquanto a abordagem essencialmente tecnicista foi considerada um dificultador para o desenvolvimento da inteligência emocional. Como conclusão, sugere-se a abordagem através de estratégias desde a observação de aptidões dos domínios da inteligência emocional, como a posterior elaboração de estratégias de enfrentamento das fragilidades observadas em estudantes de enfermagem. A abordagem ocorrendo desde os semestres iniciais, com intensificação no período de maior exposição à prática assistencial, possui o potencial de preparar o estudante para o enfrentamento de situações e tomadas de decisões inerentes tanto a vida acadêmica quanto ao futuro exercício profissional.
- ItemAnsiedade, depressão e engajamento no trabalho em profissionais da Atenção Primária à Saúde(2020) Julio, Rayara de Souza; Lourenção, Luciano GarciaA precarização e fragilização do trabalho nos serviços de Atenção Primária à Saúde podem levar à sobrecarga e ao desgaste dos trabalhadores. Sob estresse, os trabalhadores tendem a apresentar sintomas físicos e psicossociais que impactam negativamente na sua saúde, comprometendo o desempenho laboral e a qualidade da assistência prestada à comunidade. Este estudo objetivou avaliar os níveis de ansiedade, depressão e engagement em profissionais da Atenção Primária à Saúde. Trata-se de estudo quantitativo, do tipo observacional e delineamento transversal, com profissionais da Atenção Primária à Saúde de um município de grande porte. A população do estudo foi composta pelos 340 profissionais das equipes de Saúde da Família das 17 Unidades Básicas de Saúde da Família, sendo 29 médicos, 46 enfermeiros, 58 auxiliares/técnicos de enfermagem, 207 agentes comunitários de saúde. Foram excluídos os profissionais que estavam de férias no período da coleta dos dados e/ou afastados das atividades profissionais por qualquer outro motivo. Os dados foram coletados em 2017, utilizando quatro instrumentos: um questionário elaborado pelos pesquisadores, contendo variáveis sociodemográficas e profissionais dos trabalhadores; a Escala de Ansiedade de Beck ou Inventário de Ansiedade de Beck (BAI); a Escala de Depressão de Beck ou Inventário de Depressão de Beck (BDI-II); a versão brasileira da Utrecht Work Engagement Scale (UWES). Participaram do estudo 173 profissionais, sendo 22 (12,7%) médicos, 28 (16,2%) enfermeiros, 38 (22,0%) auxiliares/técnicos de enfermagem e 85(49,1%) agentes comunitários de saúde. Houve prevalência de profissionais do sexo feminino (85,1%), ensino superior (44,5%), casados (60,1%), faixa etária de 21 a 35 anos (44,5%), com renda familiar de dois a cinco salários mínimos (64,2%). Sessenta e dois (35,8%) profissionais afirmaram apresentar alguma doença crônica; 114 (66,7%) se disseram satisfeitos com a profissão, no entanto, 107 (61,8%) já afirmaram já ter pensado em desistir da profissão. O tempo médio de atuação na atenção primária foi de quatro anos e um mês, sendo que 64 (37,0%) profissionais tinham entre dois e cinco anos de atuação e 58 (30,5%), até dois anos de atuação na atenção primária. Setenta e oito (45,3%) profissionais apresentaram algum grau de ansiedade, sendo 25,0% com ansiedade leve, 9,9% ansiedade moderada e 10,5% com ansiedade grave; e 71 (41,0%), algum grau de depressão, sendo 28,9% com depressão leve e 12,1% com depressão moderada. Houve diferença estatisticamente significante nos níveis de ansiedade entre as diferentes categorias profissionais (p=0,006), escolaridade (p=0,008), satisfação com a profissão (p=0,000) e ter pensado ou não em desistir da profissão (p=0,001). Em relação à depressão, houve diferença estatisticamente significante nos níveis encontrados entre as diferentes categorias profissionais (p=0,001), faixa etária (p=0,001), presença ou não de doença crônica (p=0,015), satisfação com a profissão (p=0,000) e ter pensado ou não em desistir da profissão (p=0,002). Os profissionais apresentaram níveis altos de engagement. Há um importante percentual de profissionais com ansiedade e depressão, muitos com ambas as patologias. Entretanto, apesar do comprometimento emocional, os profissionais possuem entusiasmo, energia e disposição para o trabalho, além de alta capacidade de resiliência.
- ItemApoio familiar às mulheres com sintomas de depressão pós-parto.(2015) Marques, Letícia Amico; Oliveira, Adriane Maria Netto deA Depressão Pós-Parto compreende um transtorno mental que ocorre, geralmente, no período de até 12 meses após o parto e possui como principais sintomas: humor deprimido, sofrimento, sentimentos de ansiedade e baixa autoestima. Algumas mães podem expressar sentimentos negativos ou contraditórios em relação a seus bebês, bem como dúvidas quanto à sua capacidade para exercer as funções parentais. Em uma situação de fragilidade como esta, é evidente a mobilização dos familiares para ajudar e cuidar destas mulheres, sendo essa participação, significativa e importante. A existência do apoio familiar efetivo resulta em efeitos positivos e sensações de pertencimento, carinho e bem-estar, fortalecendo o processo recíproco de cuidado entre os membros da família e favorecendo uma relação que gera efeitos tanto para quem recebe, como para quem oferece o apoio. Este estudo, de caráter exploratório descritivo e abordagem qualitativa, está vinculado ao macroprojeto intitulado: Detecção precoce da depressão pós-parto: promoção da saúde da família. A coleta de dados realizou-se no período de agosto a setembro de 2015, por meio de entrevista semi estruturada gravada nas residências das mulheres com sintomas de depressão pós-parto, detectadas por meio da aplicação da Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo nos hospitais e residentes em áreas assistidas por Unidades de Estratégia de Saúde da Família, no município do Rio Grande/RS. As participantes foram 11 mulheres com sintomas de depressão pós-parto que foram assistidas nas maternidades dos hospitais: Associação de Caridade Santa Casa do Rio Grandee Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Correa Jr., que responderam as questões da referida escala. Os dados foram analisados por meio da Análise de Conteúdo proposta por Laurence Bardin. De forma a contemplar os aspectos éticos preconizados pela Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, concernentes às pesquisas envolvendo seres humanos, o macroprojeto citado acima obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande, com Parecer número 62/2012 e todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os resultados e discussões foram apresentados na forma de dois artigos científicos: O primeiro, "Percepção de mulheres com sintomas de depressão pós-parto acerca do apoio familiar", com três categorias de resultados: "Perspectiva das mulheres acerca do apoio familiar no pós-parto", "Percepção do apoio familiar" e "Significado do apoio e importância da família neste contexto" e o segundo artigo, "A sintomatologia depressiva no período pós-parto e sua interferência nas interações familiares", também com três categorias: "Percepção dos sintomas de Depressão Pós-Parto", "A interferência dos sintomas na relação mãe-filho" e "O impacto dos sintomas nas interações familiares". Os resultados deste estudo apontam que a família assume papel fundamental no auxílio ao enfrentamento da Depressão Pós-Parto, pois, geralmente proporciona, por meio do apoio, mais segurança e tranquilidade para que a mulher consiga superar os conflitos oriundos desta doença. Conclui-se que a sintomatologia depressiva interfere diretamente no micro sistema familiar, na maioria dos casos, negativamente, acarretando conflitos e o afastamento das pessoas, em raras exceções, influencia de forma positiva, considerando-se os mecanismos para a superação das adversidades.
- ItemA arte como exercício ético e estético para compreensão do processo de trabalho em saúde da família(2003) Couto, Zelia de Fatima Seibt do; Vaz, Marta Regina CezarEste estudo tem por objeto de investigação o processo de trabalho, focado no trabalho em Saúde da Família, no espaço acadêmico do curso de especialização multiprofissional em Saúde da Família (PSF) da Fundação Universidade Federal do Rio Grande – FURG. O objetivo é identificar a forma como a força de trabalho (denominada sujeitos-atores sociais do PSF) se relaciona com seu objeto de trabalho (Saúde da Família), buscando uma tradução hermenêutico-dialética, considerando as manifestações expressivas (verbais ou não-verbais) que possam revelar percepções e imaginário (imagem/ação) dos trabalhadores em saúde. O processo teórico-metodológico foi desenvolvido com os participantes do curso, através de exercícios artísticos, permeando as questões da arte e da hermenêutica para a compreensão de significados, projetando o processo de trabalho em Saúde, lançado no PSF como uma produção artística e coletiva. Os exercícios foram desenvolvidos em dois momentos distintos, divididos em oficina de processo de trabalho e experimento em arte. A análise dos dados é desenvolvida a partir da hermenêutica dialética, através da semiotização global, de Paul Ricoeur, no uso do círculo hermenêutico, composto por mimese I, mimese II e mimese III. A mimese I ou pré-figuração apresenta o chão social dos sujeitos- atores sociais e a sua colocação no mundo, na relação histórica do desenvolvimento da Saúde Coletiva. A mimese II ou figuração discute o produto da construção artística da oficina de processo de trabalho, a passagem simbólica do individual para o coletivo, a integração do nível interno e a mediação ao nível externo através de uma história, nos eventos do processo de trabalho (necessidade, finalidade, projeto, objeto, instrumentos, força de trabalho e processo). A mimese III ou refiguração apresentou o círculo hermenêutico como um todo, retomando as mimeses I e II num nível mais ampliado, partindo do quadro-referência preenchido pelos sujeitos-atores sociais. Como síntese da ressignificação do processo de trabalho como produção artística, estabeleceu-se que: nasce da necessidade de compreensão do mundo e de si mesmo; ganha finalidade e transforma-se em projeto através do pensamento; é reificado no objeto, que se torna tangível pela contemplação, passando assim a constituir um produto resignificado, sobre o qual se imprimiu uma força de trabalho humano, vivo, se utilizando-se como ferramentas o conhecimento, as vivências. Este processo é recorrente, retro-alimentado, uma vez que o produto da criação do trabalho em saúde é a produção mesma de saúde, que necessita sempre ser produzida e ressignificada. Artístico, assim, é o próprio processo emanatório de significados para o cotidiano, e a “estética” está na tangibilidade dada a um processo abstrato que se concretiza na compreensão dos significados emanados pelo exercício de concretude/objetivação deste mesmo processo, infindável.
