IE – Doutorado em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde (Teses)
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Resultados da Pesquisa
- ItemMulheres, corpos e vigorexia: análise da rede discursiva nas produções científicas(2020) Stein, Fabiana Loréa Paganini; Ribeiro, Paula Regina CostaEsta Tese foi produzida no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, na linha de pesquisa “Educação científica: implicações das práticas científicas na constituição dos sujeitos” e teve, como objetivo geral, investigar como a rede de enunciações de diferentes campos do saber vem produzindo “verdades” sobre as mulheres vigoréxicas. Também foram objetivos: promover um tensionamento entre saúde e aptidão quando se considera a busca por um corpo musculoso (hipertrofia muscular); analisar, nos artigos científicos, como vêm sendo produzidas as mulheres vigoréxicas, procurando entender os processos de objetivação e subjetivação que estão atuando sobre elas e os enunciados presentes nos discursos científicos que tratam dessa temática; e investigar como as mulheres são posicionadas nos artigos científicos sobre vigorexia, que relações de poder e de saber estão relacionadas a esses dizeres. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais V (DSM-V), a vigorexia é considerada um transtorno em que o indivíduo, apesar de ter a musculatura bem desenvolvida, não a enxerga como sendo assim. A pesquisa se realizou com a contribuição dos Estudos Culturais em Educação e foi inspirada em análises pós- estruturalistas, especialmente foucaultianas. A ferramenta metodológica, para a produção de dados, foi a revisão bibliográfica a partir da Base de Dados Science Direct e Scielo.Org (Portal de Periódicos da Capes) de 1993 a 2016, sendo analisados 52 artigos. Partimos da reflexão de que os discursos que relacionam a prática de exercícios físicos à saúde não consideram que essa prática pode acontecer muito mais pelo desejo de aptidão, de modo a não serem percebidos comportamentos obsessivos e compulsivos associados à vigorexia. Além disso, entendemos ser necessário problematizar as verdades apresentadas pelos discursos científicos, os quais vão instituindo sentidos acerca da produção do corpo feminino musculoso e considerando essa prática como um transtorno. A análise das enunciações sobre as mulheres, presentes nos artigos científicos selecionados, possibilitou-nos perceber que sobre elas têm recaído, muito mais do que aos homens, a preocupação com a beleza corporal instituída pela cultura de cada época, pelas mídias e pelas redes sociais. Também, a partir das enunciações apresentadas nos artigos que abordavam a vigorexia em (ou também em) mulheres, encontramos dois enunciados: “mulheres constroem corpos musculosos na busca da beleza fitness presentes nas mídias e/ou na busca de minimizar vioências” e “mulher vigoréxica como doente”. O entendimento da vigorexia como um transtorno ou como estilo de vida vai depender a que saberes os indivíduos estão se submetendo, pois eles não são universais. Assim, acreditamos que é possível promover discussões, nas diferentes instâncias culturais, as quais busquem desconstruir a forma binária de ser homem e mulher, instituindo novas performatividades para as mulheres, com a possibilidade delas realizarem atividades físicas, para a potencialização muscular, sem que suas feminilidades ou saúde sejam questionadas. Queremos fomentar a discussão a respeito da diversidade de corpos em nossa sociedade, sobre as práticas de subjetivação e a forma como os discursos acerca da beleza corporal e da saúde vêm interpelando os indivíduos, para que sejam abordadas as questões sobre vigorexia, igualmente, nas mulheres.
- ItemRelações de gênero, poder e resistências: narrativas de mulheres cientistas no Continente Antártico(2020) Almeida, Maria Rozana Rodrigues de; Ribeiro, Paula Regina Costa; Vilaça, TeresaA presente tese foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências, na linha de pesquisa Educação Científica: implicações das práticas científicas na constituição dos sujeitos, tendo, como objetivo geral, investigar a inserção e a participação das mulheres pesquisadoras no Continente Antártico, buscando problematizar algumas práticas sociais e alguns discursos implicados na constituição de mulheres cientistas, a partir das enunciações que emergem nas narrativas das pesquisadoras coordenadoras e pesquisadoras alunas da pós- graduação, em nível de mestrado e/ou doutorado. A pesquisa foi produzida buscando articular os estudos feministas e os estudos de gênero, de modo a serem tecidas considerações e entendimentos sobre o feminismo e a crítica feminista à ciência. Ainda, foram problematizadas as redes discursivas, as relações de poder-saber, as estratégias de possibilidades e as resistências, e o estudo foi ancorado nas teorias do filósofo Michel Foucault e das autoras da crítica feminista à ciência, tais como Londa Schiebinger, Ana Colling, Donna Haraway, Evelin Fox Keller, Lourdes Bandeira, Cecília Maria Sardenberg e das feministas que abordam o tema sororidade e redes colaborativas, como Marcela Lagarde, Djamila Ribeiro, Audre Lorde, entre outros/as. Para as análises do material produzido, por meio de entrevistas semiestruturadas das pesquisadoras coordenadoras e das pesquisadoras alunas, utilizamos algumas ferramentas da Análise do Discurso proposta pelo filósofo Michel Foucault. Nesse viés, analisamos as enunciações que emergiram das narrativas das pesquisadoras e problematizamos as redes discursivas construídas, histórica e culturalmente, as quais vinculam alguns atributos inerentes às feminilidades e às masculinidades, baseados em pressupostos básicos da ciência, os quais, se não impedem, dificultam o avanço e, até mesmo, a permanência das mulheres no fazer científico. Nesse viés, analisamos as dificuldades e os obstáculos encontrados ao longo da carreira de mulheres cientistas, bem como as situações de discriminação, “modo feminino” de fazer ciência, “cuidados” e estratégias possíveis para se tornar cientista em um ambiente majoritariamente masculino. Além disso, investigamos as marcas de gênero que visibilizaram as diversas formas de violências contra as mulheres cientistas, como discriminação e preconceitos, mas, sobretudo, nessa pesquisa, foram demonstrados outros possíveis para a inserção e para a permanência na ciência, considerando as estratégias de possibilidades enquanto práticas de resistências, a exemplo da construção de redes colaborativas tecidas com fios de sororidade entre as mulheres. Nesse sentido, o conjunto de enunciações produzidas possibilitou o entendimento de como as redes discursivas ancoradas em uma sociedade com pilares patriarcais interpela a todas e a todos, mas, para além disso, a pesquisa nos permitiu a percepção de que, a partir da aliança proposta pelo movimento feminista, em que mulheres se unem para reivindicar seus espaços e direitos, é possível alterar as relações de poder- saber que perpassam as relações de gênero, convidando os homens para esse diálogo, o qual busca a conscientização das assimetrias vigentes na sociedade, rumo à igualdade de gênero na ciência e nos demais campos. Com base nisso, foi possível ressaltar a importância de nos tornamos todos, todas e todes feministas!
