A escrita historiográfica permeada pela escrita de si: o caso de "Como e por que ler o romance brasileiro"

Fonseca, Juliana Tomkowski Mesko da

Abstract:

 
Este artigo analisa Como e por que ler o romance brasileiro (2004), de Marisa Lajolo, à luz das teorias contemporâneas da História da Literatura. Busca-se refletir sobre como seu processo de escrita aponta para uma nova direção na articulação histórica do passado, contribuindo para a reestruturação dos tradicionais alicerces da teoria e história literárias. Para tanto, serão resgatadas algumas perspectivas teóricas consagradas acerca da escrita historiográfica em literatura, comparando-as com as reflexões de David Perkins, Siegfried Schmidt e Heidrun Olinto. O objetivo é demonstrar como, nessa obra, a personalidade da autora é fator determinante da construção do texto, a subjetividade desempenha um papel central nas escolhas teóricas e materiais. Lajolo revisita suas experiências de leitora e as torna parte constituinte de sua história da literatura. Nesse sentido, é um caso exemplar de como a construção do conhecimento histórico-literário passa a admitir a interferência de questões afetivas na mediação dos diversos elementos que o compõe.
 
This article analyses Como e por que ler o romance brasileiro (2004) by Marisa Lajolo through contemporary theories about history of literature. It is aimed a reflection on how its writing process points to a new direction regarding historical conceptions of the past, thus contributing to the restructuring of literary history’s and theory’s traditional groundings. In order to do so, relevant theoretical perspectives on the historiographical writing of literature will be compared with the reflections of David Perkins, Siegfried Schmidt and Heidrun Olinto. The purpose is to show how, in that work, the author’s personality is a crucial factor on the fabric of the text. Subjectivity plays an important role in theoretical and material writing choices. Lajolo revisits her experiences as a reader and turn them into an element of her history of literature. It is, therefore, an exemplar case on how the construction of historical-literary knowledge came to admit the meddling of affective matters in its plural constituent elements.
 

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