A banalização da prisão preventiva: crítica à garantia da “ordem pública” enquanto fundamento para decretação do cárcere cautelar

Cuello, Jesica Carolina

Abstract:

 
A Constituição Federal, ao estabelecer o princípio da presunção de inocência no art. 5o, LVII, impediu, no direito Brasileiro, a decretação de prisão antes do trânsito em julgado, sem a observância dos requisitos de cautelaridade previstos na legislação processual penal. Todavia, em sede infraconstitucional, a “ordem pública” enquanto fundamento da prisão preventiva, por carecer de um conceito claro, vem sendo atrelada a inúmeras designações, totalmente questionáveis, porém rotineiramente empregadas pelos tribunais e pelo senso comum teórico, tais como: “risco de reiteração delitiva”, “clamor social”, “periculosidade do agente” e “credibilidade da justiça”. Nessa toada, a presente pesquisa pretende investigar se há ou não compatibilidade entre referida fundamentação e o sistema de garantias processuais penais previsto na Constituição Federal, salientando a importância de se preservar tais valores para a consolidação, no Brasil, de um sistema jurídico democrático, em harmonia tanto com os direitos fundamentais conferidos ao cidadão como também com os compromissos constitucionais firmados pela Carta Magna de 1988. Para tanto, realizou-se uma investigação bibliográfica e documental com enfoque na observação de como referido embasamento é tratado nos moldes da doutrina majoritária em comparação com aquela que adota postura mais crítica quanto a sua utilização. O método de abordagem utilizado foi o dialético. Como resultados, constatou-se que (I) o referido embasamento concede absurda discricionariedade ao julgador, dessa forma entende-se que tal modalidade contribui para exorbitante população carcerária cautelar presente nos estabelecimentos prisionais brasileiros, (II) a incompatibilidade da ordem pública com os ditames constitucionais e, por fim, (III) a inconstitucionalidade de tal modalidade de encarceramento cautelar.
 
La Constitución Federal, al establecer el principio de inocencia en su artículo 5o, LVII, impidió, en la legislación brasileña, la decretación del cárcel, antes de la sentencia definitiva, sin la observancia de los requisitos de cautelaridade previstos en la ley de procedimiento penal. Sin embargo, en la sede infraconstitucional, el “orden público” mientras fundamento de la prisión preventiva, por carecer de un concepto claro, ha sido vinculado a numerosas denominaciones, totalmente cuestionable, pero rutinariamente usadas por los tribunales y por el sentido común teórico, tales como "riesgo de reiteración ", " clamor social", " agente de peligrosidad" y " credibilidad de la justicia”. En esta perspectiva, la presente investigación tiene como objectivo investigar si existe compatibilidad entre la referida fundamentación y el sistema de garantías procesales penales prevista en la Constitución, hacia subrayar a la importancia de preservar esos valores para la consolidación, en Brasil, del sistema jurídico democrático, en armonía tanto con los derechos fundamentales a los ciudadanos, así como con los compromisos constitucionales hechos por la Constitución de 1988. Para eso, fue llevado a cabo una investigación bibliográfica y documental con enfoque en la observación de cómo referida fundamentación es tratada a lo largo de las líneas de la doctrina mayoritaria y de aquella que adopta la postura más crítica acerca de su uso. El método de abordaje fue el dialectico. Como resultados, se encontró que (I) referida fundamentación concede absurda discrecionalidad al juez, así entendiese que esa modalidad prisional contribuye al exobirtante población carcerária cautelar presentes en las cárceles brasileñas, (II) la incompatibilidad del “orden público” con los dictados constitucionales y , por último, (III) la inconstitucionalidad de tal modalidad prisional cautelar.
 

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  • FADIR - Trabalhos de graduação do curso de Bacharel em Direito