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GONÇALVES, Arisson Vinicius Landgraf.Terra que no se conoce; Paisaje sin nombre: quem são os vulneráveis dos Projetos Sociais Esportivos?. 2016. 184 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-graduação em Ciências; Química da Vida e Saúde, Instituto de Educação, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2016. |
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Um texto aberto. Um cartógrafo e seus encontros. A vulnerabilidade tomada em sua face enigmática, vidas inventadas entre saibro e sol ardente. Uma tese fundamentada em exercício de pensamento articulado aos estudos foucaultianos e à filosofia da diferença, cujo objetivo consiste em problematizar os mecanismos de produção de sentido pelos quais iniciativas de governo atribuem a determinados modos de vida o estatuto de vulneráveis. Assim, o presente exercício cartográfico parte de um plano produzido pelos efeitos de intercessões heterogêneas, resultantes de encontros com pessoas e artefatos relacionados em diferentes níveis com Projetos Sociais Esportivos (PSE) da cidade de Rio Grande - RS. A recorrência de termos como "vulneráveis", "vulnerabilidade social" e "risco" associados aos modos pelos quais PSE reconhecem seu público-alvo, é o ponto de partida nesta operação. Com base em tal constatação, sustento o problema desta pesquisa detonado em uma pergunta: quem são os vulneráveis dos PSE? Na tentativa de escapar do jogo binário estabelecido entre pergunta-resposta, uma atitude problematizadora é ativada, possibilitando a leitura da referida "vulnerabilidade" por três eixos de inteligibilidade: o vulnerável como função; o vulnerável como virtualidade; o vulnerável como montagem. Eixos dedicados a acessar a maquinaria, cujo funcionamento permite determinadas invenções serem tomadas como solução para dificuldades concretas. Desse modo, uma posição de sujeito que enuncia - ocupada pelos PSE enquanto ponto de articulação e agrupamento de determinadas práticas discursivas, mecanismos de normalização e processos de subjetivação - atribui sentido a seu público-alvo. A partir da utilização de marcadores estatísticos, mapas de pobreza, indicadores socioeconômicos, contextualização do cenário local, decisões consensuais ou, simplesmente, pela referência de outros projetos sociais em funcionamento, os PSE constroem um pano de fundo sobre o qual produz seus vulneráveis. Todavia, entre molduras e devires, o cartógrafo produz seus mapas, conduzindo-se na suspeição dos jogos de certezas pelos quais determinados territórios tornam-se indignos de serem ocupados. Entretanto, no branco do papel uma cartografia sempre incompleta, aberta para experiências impossíveis de se prever por inteiro, pede passagem. |
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