Escravizados e “reificados”. Mulheres angolanas em Xalapa, Veracruz, México, século XVII

Abstract

Entre os séculos XV e XIX, milhões de mulheres africanas foram escravizadas e trazidas para a América contra sua vontade. A historiografia sobre a escravidão e a que trata desse período é extensa, mas só se conhecem histórias que se enterram no quadro de fenômenos históricos considerados fundamentalmente masculinos. Nas últimas décadas, a influência do feminismo na pesquisa histórica e o crescente interesse pela micro-história têm promovido esse tipo de estudo. Este artigo pretende abordar as mulheres negras escravizadas, "costuradas" e "mercantilizadas" em Xalapa (México) nos séculos XVI e XVII através do estudo de um grupo dessas mulheres chamadas "Angolas" mencionadas em documentos notariais contemporâneos, e com exemplos de um deles. Os resultados são um golpe de sorte para suas experiências pessoais e coletivas e mostram sua integração forçada na sociedade da Nova Espanha.

Entre los siglos XV y XIX, millones de mujeres africanas fueron esclavizadas y trasladadas a América en contra de su voluntad. La historiografía sobre la esclavitud y la que trata sobre este período es extensa, pero sólo se conocen historias que quedan sepultadas en el marco de fenómenos históricos considerados fundamentalmente masculinos. En las últimas décadas, la influencia del feminismo en la investigación histórica y el creciente interés por la microhistoria han impulsado este tipo de estudios. Este artículo pretende acercarse a las mujeres negras esclavizadas, "cosidas" y "mercantilizadas" en Xalapa (México) en los siglos XVI y XVII a través del estudio de un grupo de estas mujeres denominadas "Angolas" mencionadas en documentos notariales contemporáneos, y con ejemplo de una de ellas. Los resultados son un golpe de suerte a sus experiencias personales y colectivas, y muestran su integración a la fuerza en la sociedad novohispana.

Between the centuries XV and XIX, thousands of African women were enslaved and brought to America against their will. The historiography about slavery and what it deals with from this period is extensive, but only stories are known that are buried in the framework of historical phenomena considered fundamentally masculine. In recent decades, the influence of feminism on historical research and the growing interest in micro-history have promoted this type of study. This article aims to address the enslaved, "sewn" and "commodified" black women in Xalapa (Mexico) in the 16th and 17th centuries through the study of a group of women called "Angolans" mentioned in contemporary notarial documents, and with examples of some of them . The results are a lucky break for their personal and collective experiences and show their forced integration into the society of New Spain.