Abstract:
Nos últimos anos, as universidades públicas brasileiras vivenciaram intensos processos
transformativos, passando de um contexto de democratização do acesso e permanência,
a um processo de crise, ou de desdemocratização. No curso desses processos, e com o
ingresso de uma série de sujeitos políticos, entre os quais as pessoas LGBTI+, o
cotidiano das universidades vem sendo profundamente disputado e transformado. Nesse
artigo, argumenta-se, através da análise de narrativas de estudantes LGBTI+ da
Universidade Federal de Pernambuco, que gênero e sexualidade constituem a
espacialidade da universidade. Não são o que se dá em uma universidade já pronta, que
somente abrigaria essas e outras relações. Mas, como o que compõem as disputas pela
sua significação, que é parte da própria materialização da universidade, abrindo-a a
sentidos de liberdade e normatividade, e constituindo relações, sujeitos e espaços.
En los últimos años, las universidades públicas brasileñas han experimentado intensos
procesos de transformación, pasando de un contexto de democratización del acceso y de
la permanencia, a un proceso de crisis o de desdemocratización. En el transcurso de
estos procesos, y con la entrada de una serie de sujetos políticos, entre ellos las personas
LGBTI+, la cotidianidad de las universidades ha sido profundamente disputada y
transformada. En este artículo se argumenta, a través del análisis de narrativas de
estudiantes LGBTI+ de la Universidad Federal de Pernambuco, que el género y la
sexualidad constituyen la espacialidad de la universidad. No son lo que sucede en una
universidad prefabricada, que sólo albergaría estas y otras relaciones. Pero, como lo
conforman las disputas por su sentido, que forma parte de la materialización misma de
la universidad, abriéndola a sentidos de libertad y normatividad, y constituyendo
relaciones, sujetos y espacios.
In recent years, Brazilian public universities have experienced intense transformative
processes, moving from a context of democratization of access and permanence, to a
process of crisis, or de-democratization. In the course of these processes, and with the
entry of a series of political subjects, including LGBTI+ people, the daily life of
universities has been deeply disputed and transformed. In this article, it is argued,
through the analysis of narratives by LGBTI+ students at the Federal University of
Pernambuco, that gender and sexuality constitute the spatiality of the university. They
are not what happens in a ready-made university, which would only house these and
other relationships. But, as what make up the disputes over its meaning, which is part of
the very materialization of the university, opening it to senses of freedom and
normativity, and constituting relationships, subjects and spaces.