Entre espelhos, maldições e jogatinas: atravessamentos de gênero, raça e geração na constituição de personagens vilãs em live-actions de contos de fadas

Tavares, Olívia Pereira

Abstract:

 
A partir de uma perspectiva dos estudos culturais e de gênero pós-estruturalistas, neste artigo foi proposto a análise de um roteiro construído para as feminilidades representadas como “vilãs’ nos filmes Espelho, espelho meu (2012), Malévola (2014) e Cinderela (2015). Ao focalizar como são inscritas as representações destas personagens, buscou-se dar a ver como os atravessamentos de gênero e geração posicionam estas feminilidades, problematizando: quais são as marcas veiculadas nas telas e inscritas nas personagens da Rainha, da Madrasta e de Malévola? Que elementos são re(a)presentados como constituintes de feminilidades em posição de vilania? Como os marcadores de gênero, raça e geração posicionam as personagens na trama fílmica? Estes questionamentos, aliados a procedimentos metodológicos da etnografia de tela, tornaram possível analisar algumas cenas destes contos fílmicos e como constroem a vilania, posicionando-a, de distintas formas, como feminilidades ambiciosas.
 
Desde una perspectiva de estudios culturales y de género post-estructuralistas, este artículo propone el análisis de un guión construido para las feminidades representadas como “villanas” en las películas Espejito, espejito (2012), Malévola (2014) y La Cenicienta (2015). Centrándonos en cómo se inscriben las representaciones de estos personajes, buscamos mostrar cómo los cruces de género y generación posicionan estas feminidades, problematizando: ¿cuáles son las marcas transmitidas en las pantallas e inscritas en los personajes de la Reina, la Madrastra y Maléfica? ¿Qué elementos resubmetidos como constituyentes de feminidades en una posición de villanía? ¿Cómo posicionan los marcadores de género, raza y generación a los personajes en la trama de la película? A partir de estas preguntas, combinadas con los procedimientos metodológicos de la etnografía de la pantalla, fue posible analizar algunas escenas de estos relatos cinematográficos y cómo construyen la villanía, posicionándola, de diferentes formas, como feminidades ambiciosas.
 
From a perspective of post-structuralist cultural and gender studies, this article proposes the analysis of a script constructed for the femininities represented as "villains" in the films Mirror, Mirror (2012), Maleficent (2014) and Cinderella (2015). By focusing on how the representations of these characters are inscribed, we sought to show how the crossings of gender and generation position these femininities, questioning: what are the marks conveyed on the screens and inscribed on the characters of the Queen, the Stepmother and Maleficent? What elements are re (a) presented as constituents of femininities in a position of villainy? How do the markers of gender, race and generation position the characters in the film plot? From these questions, combined with methodological procedures of screen ethnography, it was possible to analyze some scenes from these film tales and how they build villainy, positioning it, in different ways, as ambitious femininities.
 

Description:

Revista Diversidade e Educação, v. 9, n. l, p.324-349, Jan./Jun. 2021.

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