Narrativas de uma libélula: metamorfoses coletivas de professores em feiras das ciências na perspectiva interdisciplinar

Mesquita, Tauana Pacheco

Abstract:

 
As Feiras de Ciências tiveram início no Brasil na década de 60, visando familiarizar os indivíduos com equipamentos de laboratório que eram pouco acessíveis. Inicialmente, eram planejados e organizados por professores de Ciências ou da área das Ciências da Natureza, constituindo-se como um evento escolar. Os trabalhos apresentados, em sua maioria, eram demonstrativos, que replicavam experimentos já existentes. Dessa forma, a presente investigação tem como objetivo compreender narrativamente memórias de professores da Educação Básica sobre o planejamento coletivo no contexto das Feiras das Ciências por meio da perspectiva interdisciplinar. Iniciamos investigando o movimento histórico de constituição das Feiras das Ciências, a formação de professores e o que emerge da perspectiva interdisciplinar nesses espaços. Em seguida, investigamos o que a comunidade científica do Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (ENPEC) discute sobre as Feiras e Mostras Científicas na perspectiva interdisciplinar, no período de 2000 a 2020. Por fim, buscamos compreender como ocorre o planejamento coletivo de professores da Educação Básica atuantes em Feiras das Ciências por meio da perspectiva interdisciplinar, a partir de narrativas de suas memórias. Para fomentar a interação com os parceiros de pesquisa, optamos por coletar informações por meio de cartas, incentivando os parceiros de pesquisa a compartilhar suas memórias em relação as Feiras das Ciências. A pesquisa está organizada em artigos e utilizando como metodologias o Estado da Questão, Pesquisa Bibliográfica, Pesquisa Narrativa e Pesquisa Participante. Os resultados destacam a evolução das Feiras das Ciências ao longo do tempo, adaptando-se à realidade estudantil e possibilitando a contribuição de diferentes áreas do conhecimento. Assim, entendemos que as Feiras das Ciências por serem um espaço difundido nos ambientes escolares e por possuírem uma metodologia flexível, proporcionam a formação de professores, pautada na alfabetização e divulgação científica, sendo uma oportunidade de promover o protagonismo dos estudantes. O acolhimento e apoio institucional são essenciais para efetivar a organização das Feiras das Ciências. Portanto, argumentamos que Feiras das Ciências, possibilitam a divulgação da ciência e devem ser incentivadas desde os primeiros anos da Educação Básica, integrados em todos os níveis de ensino, permitindo que todos os estudantes desempenham um papel ativo no processo de ensino e aprendizagem.
 
Science Fairs began in Brazil in the 1960s, aiming to familiarize individuals with laboratory equipment that was not readily available. Initially, they were planned and organized by Science or Natural Sciences teachers, constituting a school event. Most of the work presented was demonstrative, replicating existing experiments. Therefore, the present investigation aims to narratively understand memories of Basic Education teachers about collective planning in the context of Science Fairs through an interdisciplinary perspective. We begin by investigating the historical movement of establishing Science Fairs, teacher training and what emerges from the interdisciplinary perspective in these spaces. Next, we investigate what the scientific community at the National Meeting of Research in Science Education (ENPEC) discusses about Scientific Fairs and Exhibitions from an interdisciplinary perspective, from 2000 to 2020. Finally, we seek to understand how collective planning of Basic Education teachers working in Science Fairs through an interdisciplinary perspective, based on narratives from their memories. To encourage interaction with research partners, we chose to collect information through letters, encouraging research partners to share their memories of Science Fairs. The research is organized into articles and using the State of the Question, Bibliographic Research, Narrative Research and Participant Research as methodologies. The results highlight the evolution of Science Fairs over time, adapting to the student reality and enabling the contribution of different areas of knowledge. Thus, we understand that Science Fairs, as they are a widespread space in school environments and because they have a flexible methodology, provide teacher training, based on literacy and scientific dissemination, being an opportunity to promote student protagonism. Institutional reception and support are essential to effectively organize Science Fairs. Therefore, we argue that Science Fairs enable the dissemination of science and should be encouraged from the first years of Basic Education, integrated into all levels of education, allowing all students to play an active role in the teaching and learning process.
 

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  • IE – Mestrado em Educação em Ciências (Dissertações)