IE - PPGEC -Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde
URI permanente desta comunidadehttps://rihomolog.furg.br/handle/1/2337
Navegar
10 resultados
Resultados da Pesquisa
- ItemCurrículos de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental frente a reforma proposta pela Base Nacional Comum Curricular(2020) Freitas, Fabrício Monte; Silva, João Alberto daA Base Nacional Comum Curricular - BNCC, aprovada como lei no derradeiro final de dezembro de 2017, traz consigo a ideia de uma reforma curricular balizadora e norteadora do que deve ser trabalhado e discutido em cada componente curricular nas escolas de Ensino Fundamental. Ao analisar os níveis de currículo – na perspectiva de Sacristán – e os discursos pedagógicos, as traduções e as recontextualizações – segundo Bernstein –, buscou-se responder a pergunta de como se dá a produção de discursos e de currículos de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental frente à nova Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Para responder a essa questão traçou-se como objetivo articular os processos de recontextualização dos currículos de Matemática a partir da BNCC para problematizar as possibilidade de contextualização com a realidade local. Além disso, teve-se como objetivos específicos: a) analisar as diretrizes e as regras distributivas previstas na BNCC; b) debater as particularidades das competências de Matemática no Ensino Fundamental previstas na BNCC; e, c) comparar os currículos de Matemática nos anos iniciais estabelecidos pela BNCC e o Referencial Curricular Gaúcho – RCG com o intuito de perceber recontextualizações no âmbito regional. A metodologia da pesquisa é qualitativa, de caráter descritivo e interpretativo. Além disso, trata-se de uma Pesquisa Documental na qual a BNCC e o RCG foram fonte de dados. Ao serem analisados os documentos pode-se concluir que a Matemática é uma área de conhecimento que sofre pequena recontextualização diante da reforma curricular proposta pela BNCC e pelo RCG, haja vista que as práticas cotidianas da sala de aula são fundamentadas na realidade específica e no espaço/tempo singular do grupo de alunos e professores, o que se distancia do discurso pedagógico oficial sustentado em processos que pouco dialogam com os contextos locais e aspectos subjetivos e particulares do ensinar. Pode-se dizer, ainda, que a articulação dos processos de recontextualização dos currículos de Matemática, a partir da BNCC, para problematizar as possibilidades de contextualização com a realidade local é desacreditada quando as habilidades a serem desenvolvidas não são recontextualizadas. Além disso, conclui-se que os documentos que norteiam os currículos escolares se tornam articuladores no processo de responsabilização dos professores quanto aos resultados obtidos pelos estudantes.
- ItemNascimento e evolução da disciplina de Física no Ensino Secundário brasileiro: uma análise a partir da teoria de David Layton(2017) Buss, Cristiano da Silva; Mackedanz, Luiz FernandoEste texto apresenta uma pesquisa que analisou a gênese e a evolução da disciplina de Física no Brasil à luz da teoria de David Layton. A partir de uma investigação qualitativa, foram levantados aspectos que deram subsídios para o entendimento do modo como tal disciplina surgiu e tomou espaço no currículo secundário nacional. O trabalho foi amparado numa metodologia de pesquisa bibliográfica que analisou livros, artigos, teses e dissertações. Além disso, o exame de documentos relativos as legislações educacionais auxiliaram a estruturação e escrita da história da disciplina de Física em nosso país. Todos os acontecimentos que possibilitaram o seu nascimento e desenvolvimento foram considerados a partir da teoria de David Layton. Este autor prevê que o movimento histórico de uma disciplina ocorre em três etapas, indo desde um princípio mais utilitarista e de interesse às resoluções de problemas imediatos de estudantes, passando por um processo de afirmação até o momento em que a disciplina, já estabilizada, aproxima-se das características das cadeiras universitárias. Os resultados da pesquisa mostraram que as contingências históricas da disciplina de Física no Brasil são muito particulares e não podem ser descritas em uma teoria geral.
- ItemEntre sonhos e realidades: a auto-eco-formação interdisciplinar de professores em Ciências da Natureza(2017) Araújo, Rafaele Rodrigues de; Tauchen, Gionara; Heckler, ValmirA organização dos processos de formação de professores, na perspectiva interdisciplinar, vem produzindo discussões nos meios de ensino e na pesquisa científica. Esse movimento ocorre no campo epistemológico e pedagógico, desde o currículo dos cursos de licenciatura até as ações e atividades propostas para a formação dos estudantes. Nesse sentido, a pesquisa teve por objetivo geral investigar e compreender como se constituem os lugares e oportunidades de formação interdisciplinar experienciadas por estudantes de um curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. Para isso, iniciamos a pesquisa investigando o estado do conhecimento das pesquisas sobre formação inicial de professores em Ciências da Natureza. Posteriormente, analisamos o programa e as estratégias previstas na organização curricular do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) do Campus Dom Pedrito. E, por fim, buscamos compreender, a partir da perspectiva dos estudantes do referido curso, os lugares e as oportunidades de formação interdisciplinar experienciadas pelos mesmos. A pesquisa organizada por artigos foi epistemológica e metodologicamente orientada pelos princípios do pensamento complexo. A produção das informações e as análises envolveram métodos diferenciados, sendo estes: Análise de Conteúdo, Hermenêutica e Análise Textual Discursiva. Os resultados da pesquisa nos mostram que a formação de professores em Ciências da Natureza é dependente das interações decorrentes desse processo e da atitude dos sujeitos envolvidos em querer ser, pensar e fazer interdisciplinar. Nesse processo atitudinal o currículo é assumido como programa/estratégia, possibilitando uma formação auto-eco-organizadora. Além disso, destacamos que os lugares de formação interdisciplinar são constituídos nas interações diversificadas, nas estratégicas e da ação ecologizada da prática docente, por um currículo dialógico disciplinar/interdisciplinar, que desafia os estudantes a um pensamento transdisciplinar. Com base nessas compreensões, comunicamos a emergência da tese: Os lugares e as oportunidades de formação interdisciplinar em Ciências da Natureza, auto-eco-organizam-se na ação ecologizada da prática docente dos sujeitos, por meio de um currículo dialógico disciplinar/interdisciplinar, que os desafia ao pensamento transdisciplinar. Dessa forma, ressaltamos o movimento recursivo de formação, entre sujeitos e seus pensamentos, como nesse processo de interação com o objeto que se mostra por intermédio do currículo e na ação realizada pelos estudantes nesse processo de auto-eco-formação.
- ItemA construção do currículo interdisciplinar: da regeneração dos princípios ao fortalecimento da formação dos professores(2016) Alvarenga, André Martins; Tauchen, GionaraOs currículos dos cursos de licenciatura são, em geral, organizados de maneira disciplinar, mas a educação necessita de docentes que, além de possuírem saberes científicos específicos, tenham também uma visão de mundo ampliada e com condições de integrar diferentes áreas do conhecimento. Neste sentido, o objetivo geral desta tese foi investigar o processo de organização curricular do curso de Licenciatura em Ciências Exatas (LCE), da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), identificando e compreendendo os processos interdisciplinares de inovação curricular. Sendo assim, inicialmente, mapeamos a organização curricular das Licenciaturas da área das Ciências Exatas e da Terra, de instituições brasileiras, e analisamos como estão contemplando os conteúdos referentes à formação interdisciplinar na organização dos componentes curriculares que integram seus currículos. No segundo movimento da pesquisa, analisamos o processo de construção do currículo da LCE, da UNIPAMPA, e as implicações na formação dos professores envolvidos nessa construção. Em seguida, investigamos e compreendemos as organizações propostas no âmbito da reestruturação curricular da LCE, da UNIPAMPA, que potencializaram a construção de estratégias interdisciplinares, e analisamos as possíveis contribuições decorrentes para a formação dos professores. E, por fim, discutimos possibilidades para a organização dos currículos dos cursos de licenciatura. Neste sentido, organizamos a tese por meio de Métodos Mistos. O conjunto da tese foi estruturado em 4 artigos, correspondendo aos objetivos da pesquisa. Cada artigo possui instrumentos de produção e de análise dos dados diferenciados: Análise de Conteúdo, Análise Textual Discursiva – ATD e Hermenêutica. Como resultados da pesquisa, destacamos que, ao se propor atividades/cursos interdisciplinares, que sejam valorizadas as trajetórias acadêmicas e as áreas dos docentes envolvidos nesta construção; sejam respeitadas, mas problematizadas as resistências e compreensões individuais e do grupo; as políticas nacionais preocupem-se em elaborar diretrizes que orientem a construção de licenciaturas interdisciplinares; sejam pensados mais cursos com estruturas curriculares inovadoras, integrados, interdisciplinares, com diferentes percursos formativos. A partir deste estudo, concluímos também que práticas pedagógicas inseridas em componentes curriculares, estágios desde o início do curso, disciplinas como Integração das Ciências e diferentes licenciaturas integradas em uma única licenciatura, envolvem estratégias que potencializam a interdisciplinaridade e, desse modo, podem contribuir com a formação dos professores na perspectiva da reintegração de saberes. Sugerimos também que a organização curricular disciplinar, que é pautada na lógica clássica aristotélica, seja tensionada para a construção de um currículo transdisciplinar orientado pelo princípio da dialógica. Por fim, expressamos a tese decorrente deste estudo: a (re)construção e o desenvolvimento dos currículos interdisciplinares demanda princípios orientadores que potencializem o tensionamento das concepções e dos fundamentos que os docentes construíram durante as suas trajetórias acadêmicas. Por isso, a colaboração, a dialógica e as interações são princípios que potencializam a construção de currículos interdisciplinares e transdisciplinares, bem como a auto-eco-formação permanente dos docentes em seus contextos de atuação.
- ItemConcepções de currículo e escola: como práticas no contexto escolar podem influenciar em resultados de avaliações externas(2018) Moraes, Guilherme da Cruz; Jelinek, Karin RitterAs discussões acerca de avaliações externas escolares e seus impactos na rede pública de ensino se tornam cada vez mais presentes nas pesquisas educacionais. Ao buscar a compreensão das avaliações externas é possível perceber que estas são subsidiadas com ideais de melhoria e qualidade no ensino, a partir de indicadores educacionais que podem apontar a situação do panorama geral do país, acerca da qualidade da educação pública e nortear políticas que impliquem em resultados satisfatórios. A dissertação, compreende um estudo de ordem qualitativa, com o objetivo de verificar se professores de matemática, da rede pública municipal de Pelotas - RS, de duas escolas selecionadas, preparavam os alunos para a Prova Brasil, e quais os diferenciais que poderiam influenciar nos resultados finais. As compreensões obtidas são resultados de análises de entrevistas realizadas com duas gestoras escolares da rede municipal de Pelotas - RS e com duas professoras de matemática, que lecionam nos últimos anos do Ensino Fundamental das duas escolas selecionadas. Tais escolas, foram escolhidas a partir dos resultados divulgados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), no ano de 2015. As análises das entrevistas foram realizadas embasadas na metodologia de Análise Textual Discursiva (ATD), onde não se busca fazer jus de valor às informações obtidas, mas, na compreensão de fenômenos que emergem através da interação do pesquisador com a pesquisa. Os resultados observados, fazem parte de três categorias emergentes: "nosso objetivo é preparar para a vida", "trabalho coletivo e planejamento" e, por fim, "reflexões sobre o que o IDEB não mostra" as quais sugerem o reconhecimento das avaliações externas pelas gestoras e professoras e que o trabalho desenvolvido, nas escolas, não está pautado em avaliações externas, segundo suas concepções, mas na busca por uma educação de qualidade. Indicam, portanto, que tais avaliações e indicadores não representam a escola em sua totalidade, nem contemplam a diversidade que há no país. As entrevistadas, a partir de suas concepções, apontam o que consideram como educação de qualidade, bem como a importância de um planejamento pedagógico em conjunto entre professores, gestores e coordenação pedagógica. Visando tais objetivos e salientando a importância das escolas públicas no processo de formação cidadã de seus alunos.
- ItemAs escolas não tradicionais e suas possibilidades dentro do currículo(2018) Flores, Juliana Artigas; Schwantes, LavíniaA pesquisa busca compreender como funciona o currículo das escolas não tradicionais (ENT). O termo ENT foi elaborado pelas autoras desta pesquisa, junto aos estudos de Barrera (2016). Este termo é utilizado para nomear instituições escolares que através de mudanças curriculares e estruturais se propõem a repensar o modelo educacional hegemônico. Para a elaboração desta pesquisa, utilizamos como corpus de análise cinco vídeos que fazem parte de um minidocumentário produzido pelo coletivo [Re]Considere e também pelo Canal Futura. Os vídeos foram transcritos e suas falas foram organizadas em forma de quadros, através de categorias. As sete categorias foram elaboradas a partir das falas, nas quais buscavam-se os elementos e temáticas mais repetidos nas falas. Partindo dessas categorias, fizemos a análise dos dados buscando como temática central a questão do currículo nestas instituições. Com este recorte produzimos duas análises, uma em forma de artigo, na qual apontamos algumas das temáticas exploradas por estes currículos. A segunda, em forma de capítulo, na qual exploramos quais metodologias e quais seriam os sujeitos que estas escolas almejam formar. Além disso, na elaboração desta pesquisa, tivemos também como resultado, um artigo que aponta como essas escolas são chamadas dentro do ambiente acadêmico, construindo assim, uma revisão bibliográfica da temática. Para a construção desta pesquisa, utilizamos como referenciais teóricos Silva (2015) e Paraíso (2001), no que tange a questão curricular. Para a análise sobre as escolas em si, utilizamos os trabalhos de Barrera (2016), Künzle (2011), Maldonado (2015) e Quevedo (2014), todas pesquisadoras da área. Ainda assim, no decorrer da análise utilizamos de outros referenciais que foram surgindo através dos dados, como Pacheco (2015), Freire (2013) e outros estudiosos. Através das análises, chegamos a conclusão que tais escolas apresentam em seus currículos diferentes metodologias oriundas dos mais diversos campos de saber, tais como: psicologia, enfermagem, pedagogia, entre outros. Ainda assim, notamos a forte tendência do movimento da Escola Nova dentro do currículo destas instituições. A pluralidade teórica destas escolas é uma marca em seus currículos, e notamos também que, ao utilizarem diversos autores, alguns conceitos já existentes, acabam por se transmutar em novos conceitos, recebendo assim, novas nomenclaturas. Observamos que estas escolas possuem em seus currículos um profundo olhar para o coletivo, uma tendência a trabalhar a educação emocional, uma horizontalidade no que tange a construção das relações, um diálogo profundo entre comunidade e escola e, principalmente, um cuidado acerca da temporalidade e da individualidade dos discentes em relação aos seus próprios projetos de estudos. Por fim, demarcamos que tais currículos possibilitam a construção de outros sujeitos dentro destes ambientes escolares. Sujeitos estes que apresentam um olhar mais atento ao coletivo, um cuidado integral (consigo e com os demais), um empoderamento pessoal e, ainda assim, uma postura epistemologicamente aberta e curiosa. Assim, salientamos a importância deste trabalho dentro do campo da educação e dos estudos sobre currículo.
- ItemRadiações Solares: A abordagem do tema na educação básica(2017) Silva, Peterson Fernando Kepps da; Schwantes, LavíniaAs radiações solares estão presentes na vida das pessoas. Somos e estamos expostos diariamente às radiações, seja no ambiente natural, isto é, pela emissão dos raios ultravioleta (UV) através do sol ou em ambiente artificial, com a radiação sendo emitida por lâmpadas fluorescentes ou incandescentes. Os raios UVA e UVB fazem parte das radiações solares que chegam até nós (superfície terrestre), possuem ação cumulativa sobre a pele/organismo vivo e são capazes de provocar processos químicos e morfológicos. Moléculas presentes na pele podem absorver a radiação ultravioleta e esta absorção acarreta alterações. O DNA é uma das principais moléculas que absorve a radiação UV que, ao sofrer mutações, pode resultar em transformações malignas da célula. Os raios UV causam diferentes efeitos à vida humana como: síntese de vitamina D, sinais/pintas/manchas, rugas e envelhecimento precoce, foto conjuntivites, cataratas, processos inflamatórios na pele e o câncer. O câncer tornou-se problema mundial, um problema de saúde pública que, na última década, aumentou consideravelmente sua incidência. O câncer da pele é o de maior frequência no Brasil, bem como no município do Rio Grande –RS, cidade na qual esta pesquisa foi desenvolvida,que figura entre as regiões do país com maior número de casos da doença. Partindo destas considerações, esta dissertação teve como objetivo analisar a abordagem da temática das radiações solares em escolas da educação básica do município do Rio Grande –RS. Travamos uma discussão sobre o tema a partir de referenciais como documentos oficiais dirigidos ao campo educacional, o enfoque ciência, tecnologia e sociedade (CTS) na educação pelo viés pós-crítico, e questões curriculares. Para a produção de dados, realizamos:1) pesquisa bibliométrica na biblioteca eletrônica SciELO, portal de periódicos da CAPES e em 26 repositórios institucionais dos trabalhos que envolvem as radiações solares e sua articulação com o ensino; 2) investigamos a temática no currículo de seis escolas públicas do município do Rio Grande –RS; 3) entrevistamos professores que lecionam nas disciplinas de Ciências (Ensino Fundamental) e Biologia (Ensino Médio) da rede básica e pública de ensino do referido município.Os entrevistados foram escolhidos a partir de registros do Grupo de Estudos em Estratégias de Educação para a Promoção da Saúde (GEEPS), vinculado à Universidade Federal do Rio Grande (FURG). As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas. A metodologia de análise dos dados deste trabalho foi sendo construída ao longo do processo de pesquisa. Verificamos que existe uma baixa produção de trabalhos articulando radiações solares e ensino/educação; que a temática não está presente no currículo escolar e que o documento é pautado, principalmente, em conteúdos e não como um currículo, como os supervisores escolares o entenderam. Em relação às entrevistas, percebemos que dos oito professores entrevistados metade discute as radiações solares no ensino de Ciências e Biologia e a outra metade não. Sobre os motivos que levaram os professores a tratar ou não da temática em suas aulas, pairamos entre o interesse pessoal e a lista de conteúdos programáticos como elementos que sinalizam a tomada de decisão dos professores sobre o conteúdo. Como resultado, defendemos a ideia da inserção da temática das radiações solares na educação básica, principalmente em disciplinas como Biologia e Física.
- ItemLições do Rio Grande: “a boa pedagogia” nos discursos sobre a produção de um currículo para a educação física escolar(2014) Silva, Bruno de Oliveira e; Damico, José Geraldo SoaresEste estudo se localiza na linha de Pesquisa Educação Científica: Implicações das Práticas Científicas na Constituição dos Sujeito. E teve como objetivo descrever, problematizar e investigar os artefatos pedagógicos colocados em operação na produção do documento conhecido como ‘Lições do Rio Grande’, referencial curricular para as escolas estaduais do Rio Grande do Sul, em especial o componente curricular da Educação Física. O material foi produzido no âmbito da Secretaria de Estado da Educação entre os anos de 2008 e 2009. A investigação realizada apoiou-se nas teorizações pós-estruturalistas, utilizando termos analíticos da análise cultural, com contribuições da história oral na construção de dados empíricos (entrevistas). Dessa maneira, considero os Referenciais Curriculares do RS um artefato pedagógico que emerge de objetos resultantes das relações de poder-saber-sujeito, de ordem política, epistemológica, científica e pedagógica, tornado visível no regime de verdade de uma determinada política curricular, que em sua discursividade determina o conhecimento a ser desenvolvido/trabalhado no ambiente escolar. As Lições do Rio Grande estimulam e pautam um conjunto de técnicas de si e de denominação que objetivam organizar e administram a condução de condutas do professorado e permite governar a conduta dos alunos. É possível afirmar que o currículo por competências se associa a uma perspectiva de educação sintonizada, sobretudo, com os processos de inserção social e de controle dos conteúdos a serem ensinados e, por conseguinte, de controle do trabalho docente. Ao produzir os referenciais, o Governo estadual busca educar e moralizar para o exercício de uma certa cidadania, articulada com a formação de trabalhador adaptado, conformado e flexível. Algumas críticas a esse material se apoiam nas noções mais contemporâneas, avaliando que os referenciais não deixam espaço e tempo pedagógico para aspectos sócio-históricos em termos de formação do professorado, como a história pessoal, o contexto cultural e político de cada escola, ou ainda as características, os anseios e os desejos dos alunos. O fascículo que versa sobre a Educação Física deste documento é organizado a partir de competências e habilidades, princípios e temas estruturadores, que perpassam o tratamento crítico da cultura corporal do movimento. Tendo como base o Movimento Renovador, a praxiologia motriz e a citada lógica por competências (também dominante nas outras áreas), produz saberes que entendem a Educação Física como a sistematização das práticas corporais, compreendendo-as como produções culturais dinâmicas, diversificadas e contraditórias. O documento permite problematizações que questionam a rigidez desses saberes, que dificulta a produção de outros sentidos, significados e significantes, nas relações com os sujeitos. Por fim, cabe sinalizar que a discursividade acerca dos saberes da Educação Física, privilegiados nos referenciais curriculares, não partiu dos interesses, da história, do ambiente ou da comunidade escolar em questão, mais, sim, da justificativa de que esses saberes são hegemônicos na área há várias décadas.
- ItemOs modos de estruturação da educação em saúde na escola: das concepções e do currículo às práticas educativas e à aprendizagem(2013) Marinho, Julio Cesar Bresolin; Silva, João Alberto daAo compreendermos que a educação em saúde consiste em atividades que compõem o currículo escolar, que apresentam uma intenção de caráter pedagógico, a qual possui relação com o ensino e a aprendizagem de assuntos ou temas correlatos com a saúde, e considerando suas potencialidades no espaço escolar, buscamos, nesta dissertação, compreender os modos em que ela se estrutura nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A abordagem metodológica consiste em uma pesquisa de cunho qualitativo. Em um primeiro momento, desenvolvemos um estudo exploratório, no qual foram realizadas três entrevistas abertas informais, 12 entrevistas semiestruturadas, observações de práticas educativas e análise de documentos (Orientações Curriculares do município do Rio Grande, RS e Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN). Posteriormente, partimos em busca de uma compreensão mais ampla dos fenômenos envolvidos. Para isto nos inspiramos no tipo de Pesquisa Participante e na Investigação-Ação. A partir destas metodologias, estabelecemos um método que denominamos Planejamento Cooperativo, o qual se refere a uma atividade coletiva, que reúne pesquisadores e professores, a fim de discutir modos de criação de situações didáticas com temáticas referentes à educação em saúde. O método foi desenvolvido com grupos de professoras em duas escolas do município do Rio Grande, RS. Em uma das escolas, 13 professoras participaram do estudo; na outra, contamos com um grupo de 15 profissionais. Para interpretar os dados coletados, utilizamos a Análise de Conteúdo, que nos permitiu obter como resultado quatro categorias emergentes: concepções de saúde; currículo da educação em saúde; a prática educativa da educação em saúde; e a aprendizagem da educação em saúde. Ao discorrer sobre as categorias, podemos evidenciar três modos de estruturação da educação em saúde. O primeiro modo que diagnosticamos é o que se estrutura através da ação prática, ocasionando uma aprendizagem de ações, as quais visam uma aquisição de hábitos, gerando uma mudança de comportamento. A aprendizagem é baseada em um conhecer-fazer. Outro modo de estruturação da educação em saúde apontado por nós é o biológico, no qual a aprendizagem valorizada é a dos conhecimentos científicos, principalmente nomes de órgãos e funções de determinados sistemas. O terceiro e último modo de estruturação diagnosticado é o que visa uma compreensão, em que a aprendizagem do conhecimento científico é posta em interação com os conhecimentos oriundos da cultura primeira dos alunos. A aprendizagem também visa uma mudança de pensamento, apostando na conscientização e na tomada de consciência para que os alunos possam saber refletir-agir, e assim tomar decisões conscientes. A aprendizagem, neste modo, baseia-se em um conhecer-compreender.
- ItemCursos de graduação em ecologia no brasil: paradigmas e perspectivas formativas(2012) Neves, Camila Ferreira Pinto das; Tauchen, GionaraCom intuito de promover uma discussão sobre os cursos de graduação em Ecologia no Brasil, esta dissertação se propôs a investigar e compreender as abordagens ecológicas que sustentam os projetos pedagógicos dos cursos de Ecologia das instituições de Educação Superior brasileiras; investigar e identificar os paradigmas que perpassam as propostas pedagógicas dos cursos de graduação em Ecologia; compreender os princípios pedagógicos e as concepções curriculares dos cursos analisados; e analisar as funções e competências profissionais do Ecólogo, presente nos projetos pedagógicos. A pesquisa se caracteriza como qualitativa, documental e de cunho hermenêutico, pois, no sentido metodológico, a hermenêutica pretende formular princípios interpretativos, ao mesmo tempo em que pretende esclarecer a própria tarefa da compreensão. Foram analisados oito projetos pedagógicos, que correspondem à totalidade dos cursos de graduação em Ecologia ofertados atualmente por instituições de Educação Superior brasileiras. Ao longo do estudo dos projetos, que integram a organização dos três capítulos da dissertação, pudemos observar o paradigma simplificador ou da modernidade, no momento em que a Ecologia se volta para especialização do conhecimento, trata da ciência como comprovação, por isso se dedica ao organismo mais especializado; identificamos, no âmbito curricular, a ênfase na produção de conhecimentos contextualizados, complexos e interdisciplinaridade, além de um grande foco na pesquisa científica; por fim, as atribuições ao exercício do profissional Ecólogo apontadas foram o diagnóstico ambiental; à educação ambiental; à avaliação de riscos ambientais, etc. Assim sendo, entendemos cada curso, como expressão de uma comunidade científica, cujas práticas pressupõem, sempre, uma pré-compreensão do real que determina o objeto, o método e o tipo de suas investigações. Entendemos que o currículo constitui um ambiente simbólico, material e humano em constante reconstrução, cujo desenho envolve questões pedagógicas, técnicas, políticas, éticas e estéticas. Fechamos o circulo hermenêutico desejando que este estudo possa ampliar as compreensões sobre o pensamento ecológico, os currículos e a atividade profissional dos cursos de Ecologia.
