IE – Doutorado em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde (Teses)
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Resultados da Pesquisa
- ItemModelo de recomendação pedagógica para ambientes massivos baseado em métricas de jogos(2021) Vargas, André Prisco; Botelho, Silvia Silva da Costa; Penna, RafaelO objetivo deste trabalho é criar um modelo de recomendação pedagógica para ambientes massivos. O sistema deve perceber as necessidades educacionais do estudante e recomendar objetos que melhor lhe atendam. A personalização em ambientes educacionais demanda modelos próprios. Um fator importante na mediação é apresentar objetos de aprendizagem que catalizem o aprendizado respeitando as necessidades educacionais do estudante. Neste trabalho apresentamos um modelo de mediação amparado em um modelo pedagógico cognitivo. A ideia central do modelo é recomendar um objeto que desafie o estudante de modo adequado, sem que ele se entedie com problemas semelhantes nem se desmotive ao se deparar com problemas além de sua capacidade. Integramos os modelos de aprendizagem de Piaget com as técnicas aplicadas em jogos. Na teoria de Piaget, a aprendizagem é um processo de adaptação por meio da interação do sujeito com o meio (objeto). Quando desafiado de forma que haja um balanceamento entre a assimilação e a acomodação de esquemas, o sujeito entra em conflito cognitivo, se manter intrinsecamente motivado no aprender e tem as melhores condições para aprendizagem. Dessa forma, a mediação como catalizador do processo de aprendizagem é a tarefa de oferecer ao estudante objetos que potencializem seu aprendizado. A recomendação pode estar presente em sistemas massivos como mediador no processo de aprendizagem, ao sugerir ao estudante os objetos de aprendizagem que potencializem seu aprendizado. Como indicador do potencial de desequilíbrio do sujeito, utilizamos métricas de rating aplicadas em jogos. A ideia original do modelo é calcular a expectativa de vitória de um jogador em relação ao outro. Acreditamos que podemos adaptar esta métrica para que ao invés de calcular a expectativa de vitória, calcularmos a expectativa de acerto. Há uma faixa de expectativa que indica um balanceamento entre assimilação e acomodação, logo, própria para o conflito cognitivo. Utilizamos as interações presentes no URI Online Judge e desenvolvemos um sistema de recomendação como formas de aplicar nosso modelo e assim avaliá-lo em experimentos. Os resultados indicam que a recomendação pode ser aplicada na personalização em ambientes massivos.
- ItemTerritórios do Eu: emoções que habitam uma aula de Matemática(2020) Silva, Janice Rubira; Laurino, Débora PereiraEsta Tese, vinculada ao Programa da Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde (PPGEC) da Universidade Federal do Rio Grande – FURG, faz uso da Cartografia como método de pesquisa-intervenção e teve como questão inquietante acompanhar a processualidade na produção das emoções em uma aula de Matemática do 6º ano. Na investigação adotou- se o caminho explicativo da objetividade-entre-parênteses que levou o olhar da pesquisadora para o entrelaçamento das emoções construídas por estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental com relação à aula de Matemática e das emoções experienciadas pela docente em seu viver. Com a compressão da Biologia do Conhecer proposta por Maturana e Varela e no diálogo com os estudos de Damásio e Ekman, foi possível entender o que são sentimentos, emoções e razão, bem como a relação existente entre experiência, emoção e domínio de ação. Percebeu-se nas experiências matemáticas sustentadas na emoção do convívio e da colaboração a possibilidade para a reestruturação escolar com vista à formação humana e ao desenvolvimento do estudante com ampliação da sua capacidade cognitiva. Por meio de atividades cooperativas, o aprender reflexivo torna-se inerente ao fluir do viver, respeitando a dinâmica temporal e conceitual do estudante. Assim, construiu-se seis paisagens que deram origem ao território sustentado no entendimento de que a promoção do aprender Matemática em espaços educativos emocionalmente saudáveis, pautados na emoção da colaboração e da cooperação, respeita a condição de seres biologicamente sociais dos estudantes possibilitando que no processo de avaliação perceptiva sejam construídas imagens mentais do aprender Matemática que estabelecem domínios de ações que utilizam a natureza social do estudante como meio para a construção do conhecimento matemático. Para construir territórios do eu em que a emoção do estar com o outro tenha mais valia do que a emoção do saber mais do que o outro precisamos de uma escola que respeite a natureza da colaboração e da cooperação dos seres humanos.
- ItemCurrículos de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental frente a reforma proposta pela Base Nacional Comum Curricular(2020) Freitas, Fabrício Monte; Silva, João Alberto daA Base Nacional Comum Curricular - BNCC, aprovada como lei no derradeiro final de dezembro de 2017, traz consigo a ideia de uma reforma curricular balizadora e norteadora do que deve ser trabalhado e discutido em cada componente curricular nas escolas de Ensino Fundamental. Ao analisar os níveis de currículo – na perspectiva de Sacristán – e os discursos pedagógicos, as traduções e as recontextualizações – segundo Bernstein –, buscou-se responder a pergunta de como se dá a produção de discursos e de currículos de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental frente à nova Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Para responder a essa questão traçou-se como objetivo articular os processos de recontextualização dos currículos de Matemática a partir da BNCC para problematizar as possibilidade de contextualização com a realidade local. Além disso, teve-se como objetivos específicos: a) analisar as diretrizes e as regras distributivas previstas na BNCC; b) debater as particularidades das competências de Matemática no Ensino Fundamental previstas na BNCC; e, c) comparar os currículos de Matemática nos anos iniciais estabelecidos pela BNCC e o Referencial Curricular Gaúcho – RCG com o intuito de perceber recontextualizações no âmbito regional. A metodologia da pesquisa é qualitativa, de caráter descritivo e interpretativo. Além disso, trata-se de uma Pesquisa Documental na qual a BNCC e o RCG foram fonte de dados. Ao serem analisados os documentos pode-se concluir que a Matemática é uma área de conhecimento que sofre pequena recontextualização diante da reforma curricular proposta pela BNCC e pelo RCG, haja vista que as práticas cotidianas da sala de aula são fundamentadas na realidade específica e no espaço/tempo singular do grupo de alunos e professores, o que se distancia do discurso pedagógico oficial sustentado em processos que pouco dialogam com os contextos locais e aspectos subjetivos e particulares do ensinar. Pode-se dizer, ainda, que a articulação dos processos de recontextualização dos currículos de Matemática, a partir da BNCC, para problematizar as possibilidades de contextualização com a realidade local é desacreditada quando as habilidades a serem desenvolvidas não são recontextualizadas. Além disso, conclui-se que os documentos que norteiam os currículos escolares se tornam articuladores no processo de responsabilização dos professores quanto aos resultados obtidos pelos estudantes.
- ItemMulheres, corpos e vigorexia: análise da rede discursiva nas produções científicas(2020) Stein, Fabiana Loréa Paganini; Ribeiro, Paula Regina CostaEsta Tese foi produzida no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, na linha de pesquisa “Educação científica: implicações das práticas científicas na constituição dos sujeitos” e teve, como objetivo geral, investigar como a rede de enunciações de diferentes campos do saber vem produzindo “verdades” sobre as mulheres vigoréxicas. Também foram objetivos: promover um tensionamento entre saúde e aptidão quando se considera a busca por um corpo musculoso (hipertrofia muscular); analisar, nos artigos científicos, como vêm sendo produzidas as mulheres vigoréxicas, procurando entender os processos de objetivação e subjetivação que estão atuando sobre elas e os enunciados presentes nos discursos científicos que tratam dessa temática; e investigar como as mulheres são posicionadas nos artigos científicos sobre vigorexia, que relações de poder e de saber estão relacionadas a esses dizeres. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais V (DSM-V), a vigorexia é considerada um transtorno em que o indivíduo, apesar de ter a musculatura bem desenvolvida, não a enxerga como sendo assim. A pesquisa se realizou com a contribuição dos Estudos Culturais em Educação e foi inspirada em análises pós- estruturalistas, especialmente foucaultianas. A ferramenta metodológica, para a produção de dados, foi a revisão bibliográfica a partir da Base de Dados Science Direct e Scielo.Org (Portal de Periódicos da Capes) de 1993 a 2016, sendo analisados 52 artigos. Partimos da reflexão de que os discursos que relacionam a prática de exercícios físicos à saúde não consideram que essa prática pode acontecer muito mais pelo desejo de aptidão, de modo a não serem percebidos comportamentos obsessivos e compulsivos associados à vigorexia. Além disso, entendemos ser necessário problematizar as verdades apresentadas pelos discursos científicos, os quais vão instituindo sentidos acerca da produção do corpo feminino musculoso e considerando essa prática como um transtorno. A análise das enunciações sobre as mulheres, presentes nos artigos científicos selecionados, possibilitou-nos perceber que sobre elas têm recaído, muito mais do que aos homens, a preocupação com a beleza corporal instituída pela cultura de cada época, pelas mídias e pelas redes sociais. Também, a partir das enunciações apresentadas nos artigos que abordavam a vigorexia em (ou também em) mulheres, encontramos dois enunciados: “mulheres constroem corpos musculosos na busca da beleza fitness presentes nas mídias e/ou na busca de minimizar vioências” e “mulher vigoréxica como doente”. O entendimento da vigorexia como um transtorno ou como estilo de vida vai depender a que saberes os indivíduos estão se submetendo, pois eles não são universais. Assim, acreditamos que é possível promover discussões, nas diferentes instâncias culturais, as quais busquem desconstruir a forma binária de ser homem e mulher, instituindo novas performatividades para as mulheres, com a possibilidade delas realizarem atividades físicas, para a potencialização muscular, sem que suas feminilidades ou saúde sejam questionadas. Queremos fomentar a discussão a respeito da diversidade de corpos em nossa sociedade, sobre as práticas de subjetivação e a forma como os discursos acerca da beleza corporal e da saúde vêm interpelando os indivíduos, para que sejam abordadas as questões sobre vigorexia, igualmente, nas mulheres.
- ItemEnsino de Ecologia nos cursos de Ciências Biológicas: organização, experiências e emergências(2020) Pereira, Sabrina Amaral; Tauchen, GionaraEsta pesquisa de doutorado versa sobre a ciência ecológica e o seu ensino nas instituições de Educação Superior. Ancorados pelo pensamento complexo, compreendemos que a ecologia é uma ciência integrativa, envolvendo processos naturais (físicos e químicos), biológicos (organismos, populações e comunidades) e sociais. Portanto, é necessário pensar em um ensino baseado na compreensão de uma realidade complexa, fazendo com que os conhecimentos sejam problematizados, contextualizados, religados, interconectando as partes com o todo e este com as partes, e ainda reconhecendo a incompletude do conhecimento. Dessa forma, nesta pesquisa temos como objetivo de investigar a organização dos processos de ensino de ecologia nos cursos de Ciências Biológicas do Rio Grande do Sul. Para isso a pesquisa foi de cunho qualitativo, marcada por três movimentos metodológicos. No primeiro movimento, buscamos realizar um estudo teórico, de natureza hermenêutica, a fim de compreender alguns aspectos históricos que caracterizam a ciência ecológica, bem como tecer reflexões e possibilidades de uma ecologia emergente. No segundo movimento, realizamos um estudo do tipo documental, no qual por meio da Análise de Conteúdo, analisamos o currículo prescrito de ecologia dos cursos de graduação em Ciências Biológicas (licenciatura e bacharelado) das Universidades Federais do Rio Grande do Sul. Ampliando o horizonte para a docência em ecologia, temos o terceiro movimento, no qual por meio da investigação de cunho narrativo, buscamos compreender como estes docentes vêm desenvolvendo suas práticas no ensino de ecologia, suas concepções de ecologia e de seu ensino, e estratégias teórico-metodológicas mobilizadas, analisando as decorrências para a configuração do ensino em ecologia. De acordo com as nossas análises entendemos que a ecologia é muito mais do que uma disciplina científica: é uma ciência/consciência planetária, na medida em que envolve todas as dimensões da vida e das relações com o mundo que nos cerca. Portanto, comporta em sua essência um pensamento ecologizado que introduz um olhar, uma dimensão auto-eco-organizadora da descrição, explicação e interpretação de qualquer fenômeno. Dessa forma, acreditamos que o currículo de ecologia necessita de flexibilidade e complexidade, contemplando de maneira integrada e permeando cada disciplina, objetivos conceituais, procedimentais e atitudinais, além abordar os conteúdos inter-relacionando-os, de forma que oriente os estudantes a compreender as múltiplas relações e regulações, estimulando o processo de auto-organização. Da mesma forma, as estratégias de ensino dos docentes necessitam estar pautadas em princípios epistemológicos que levem em conta esse pensamento integrador e complexo. Neste sentido, propomos como elementos emergentes nas estratégias de ensino: a base conceitual, a resolução de problemas, a pesquisa científica e a discussão multidimensional, alicerçados em um planejamento orientador das atividades, e na relação teoria e prática interligada e fluida com atividades dinâmicas que propiciem a aprendizagem de conhecimentos em ecologia, bem como o desenvolvimento de procedimentos, habilidades e atitudes. Com base nessas compreensões, defendemos a tese de que a ecologia é uma ciência integradora que potencializa um olhar autoecorelacional, compreendendo a rede/teia de inter-retroações complexas do mundo fenomênico que se entrelaça em um todo dinâmico. Desse modo, o seu ensino demanda a interligação de conhecimentos, a dialógica e a contextualização dos quais emerge a perspectiva auto-eco- organizacional da vida. Logo, é pertinente (re)construirmos uma Ecologia da Solidariedade capaz de compreender a multidimensionalidade e o entrelaçamento dos fenômenos, contribuindo para o desenvolvimento de um pensamento ecologizado e complexo.
- ItemConstruir, aprender e sentir em comunidade de prática: o planejamento institucional na Universidade Federal do Rio Grande(2020) Saggiomo, Leandro da Silva; Pereira, Elaine CorrêaA presente tese busca compreender quais os sentimentos construídos pelos servidores docentes e técnico-administrativos em educação das Unidades Educacionais da Universidade Federal do Rio Grande - FURG em relação ao aprender na construção de seu planejamento institucional. Para responder esta questão de pesquisa temos por objetivos investigar como se dá o processo de construção de conhecimento na formulação do Plano de Desenvolvimento Institucional da FURG, e identificar o sentimento dos servidores das Comissões Internas de Avaliação e Planejamento (CIAP) das Unidades Educacionais da FURG quanto ao processo de aprendizagem para constituição do Planejamento Institucional. Ao organizarmos o arranjo das informações, buscamos nos princípios das Comunidades de Prática de Etienne Wenger, as compreensões que instrumentalizaram o caminho de nossa explicação científica. Para a produção das informações, utilizamos a entrevista semiestruturada e, por meio da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo, proposta por Lefèvre e Lefèvre, construímos três discursos coletivizados, sendo eles: Planejamento, Avaliação e Construção da Educação Superior, Aprendendo na Construção do Planejamento Institucional e Sentidos Construídos no Planejamento Institucional. O processo de análise e reflexão nos fizeram pensar sobre questões de aprendizagem organizacional na perspectiva da comunidade de prática a partir da identidade, da participação e da retificação, entrelaçando a legislação que orienta o trabalho em grupo e os sentimentos gerados nesta prática. A partir das análises, anunciamos a tese de que na construção de um Plano de Desenvolvimento Institucional, os servidores docentes e técnico-administrativos em educação envolvidos no processo de reificação deste, geram novos aprendizados, constroem novos sentidos e ressignificam a prática da gestão universitária. Por fim, conjecturamos sobre algumas práticas mais recentes no âmbito institucional da universidade.
- ItemRelações de gênero, poder e resistências: narrativas de mulheres cientistas no Continente Antártico(2020) Almeida, Maria Rozana Rodrigues de; Ribeiro, Paula Regina Costa; Vilaça, TeresaA presente tese foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências, na linha de pesquisa Educação Científica: implicações das práticas científicas na constituição dos sujeitos, tendo, como objetivo geral, investigar a inserção e a participação das mulheres pesquisadoras no Continente Antártico, buscando problematizar algumas práticas sociais e alguns discursos implicados na constituição de mulheres cientistas, a partir das enunciações que emergem nas narrativas das pesquisadoras coordenadoras e pesquisadoras alunas da pós- graduação, em nível de mestrado e/ou doutorado. A pesquisa foi produzida buscando articular os estudos feministas e os estudos de gênero, de modo a serem tecidas considerações e entendimentos sobre o feminismo e a crítica feminista à ciência. Ainda, foram problematizadas as redes discursivas, as relações de poder-saber, as estratégias de possibilidades e as resistências, e o estudo foi ancorado nas teorias do filósofo Michel Foucault e das autoras da crítica feminista à ciência, tais como Londa Schiebinger, Ana Colling, Donna Haraway, Evelin Fox Keller, Lourdes Bandeira, Cecília Maria Sardenberg e das feministas que abordam o tema sororidade e redes colaborativas, como Marcela Lagarde, Djamila Ribeiro, Audre Lorde, entre outros/as. Para as análises do material produzido, por meio de entrevistas semiestruturadas das pesquisadoras coordenadoras e das pesquisadoras alunas, utilizamos algumas ferramentas da Análise do Discurso proposta pelo filósofo Michel Foucault. Nesse viés, analisamos as enunciações que emergiram das narrativas das pesquisadoras e problematizamos as redes discursivas construídas, histórica e culturalmente, as quais vinculam alguns atributos inerentes às feminilidades e às masculinidades, baseados em pressupostos básicos da ciência, os quais, se não impedem, dificultam o avanço e, até mesmo, a permanência das mulheres no fazer científico. Nesse viés, analisamos as dificuldades e os obstáculos encontrados ao longo da carreira de mulheres cientistas, bem como as situações de discriminação, “modo feminino” de fazer ciência, “cuidados” e estratégias possíveis para se tornar cientista em um ambiente majoritariamente masculino. Além disso, investigamos as marcas de gênero que visibilizaram as diversas formas de violências contra as mulheres cientistas, como discriminação e preconceitos, mas, sobretudo, nessa pesquisa, foram demonstrados outros possíveis para a inserção e para a permanência na ciência, considerando as estratégias de possibilidades enquanto práticas de resistências, a exemplo da construção de redes colaborativas tecidas com fios de sororidade entre as mulheres. Nesse sentido, o conjunto de enunciações produzidas possibilitou o entendimento de como as redes discursivas ancoradas em uma sociedade com pilares patriarcais interpela a todas e a todos, mas, para além disso, a pesquisa nos permitiu a percepção de que, a partir da aliança proposta pelo movimento feminista, em que mulheres se unem para reivindicar seus espaços e direitos, é possível alterar as relações de poder- saber que perpassam as relações de gênero, convidando os homens para esse diálogo, o qual busca a conscientização das assimetrias vigentes na sociedade, rumo à igualdade de gênero na ciência e nos demais campos. Com base nisso, foi possível ressaltar a importância de nos tornamos todos, todas e todes feministas!
- ItemO desinvestimento da carreira docente universitária: (des)continuidades e perspectiva(2020) Alvarenga, Bruna Telmo; Tauchen, GionaraEste estudo de doutoramento tem como tema o desinvestimento da carreira docente universitária, orientado pela teoria da complexidade. A pesquisa teve como objetivo geral pesquisar e compreender o processo de desinvestimento da carreira docente, na área do ensino de ciências, no contexto da Educação Superior. Como objetivos específicos, compreender e contextualizar o ciclo profissional do docente, especialmente na fase de desinvestimento da carreira; investigar e compreender os processos e os elementos envolvidos na fase de desinvestimento da carreira docente e as influências destas escolhas do afastamento da carreira ou (re)organização e continuidade; e, analisar e compreender as experiências profissionais e quais os efeitos para o (des)investimento da carreira universitária. A pesquisa é de natureza qualitativa, organizada por meio de estudo do estado da arte e pesquisa narrativa. A partir das nossas análises, compreendemos que o ciclo de vida profissional envolve elementos e características que correspondem às fases que o compõe como: a entrada na carreira, a fase de estabilização, a fase de diversificação, a fase de distância afetiva ou serenidade e a fase do desinvestimento. Entendemos que não há uma linearidade no ciclo de vida profissional, pois as fases que integram o ciclo de vida profissional estão correlacionadas às outras fases que compõem este ciclo, regenerando-se a partir de ações e interações docentes. O desinvestimento da carreira docente, enquanto última fase que integra o ciclo de vida profissional docente, pode caracterizar o encerramento do ciclo profissional em um tempo e espaço institucional, mas não da vida profissional, uma vez que abrange uma multiplicidade de elementos que são articulados as outras dimensões da vida. Com base nessas compreensões, defendemos a tese de que o ciclo de vida profissional é um movimento recursivo, orientado por inter-retroações que possibilitam a regeneração das fases da vida profissional e pessoal docente. O desinvestimento da carreira docente integra o ciclo de vida profissional, orientado pela multidimensionalidade de elementos que o constitui. Desse modo, é necessário auto-eco-organização docente, tendo como intencionalidade (RE)criar outros sentidos no final da carreira docente, (RE)nascendo ciclos pessoais, profissionais, formativos e institucionais.
- ItemEntre sentidos e prazeres: as artes da escola(2021) Melgar Junior, Eduardo Garralaga; Caetano, MarcioEm busca de um discurso uno, universal e constituído de reiterações performáticas do mesmo, a razão ocidental distanciou o outro e suas diferenças e multiplicidades, tal como vem sendo feito com as escolas instituindo e naturalizando a eterna crise. Na contra-direção desse movimento, a perspectiva filosófica de Michel Foucault interrogou os espaços da outroriedade suprimida pela busca contínua do poder racional ocidental que buscou reiterar uma determinada universalidade. Nessa direção, o filósofo francês nos convida a pensar que heterotopia seriam referentes a espaços deslocados da universalidade. Assim, ao caminhar pelas escolas, com os sentidos deslocados da universalidade é possível viver, nos seus espaçostempos, as produções heterotópicas. Ainda que reconhecidas de desvios ou indisciplinas, elas estão fora do que os discursos da sociedade aceitam e impõem as condutas educativas. Por meio de encontros e reflexões com os grupos de pesquisa "Nós do Sul: Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Identidades, Currículos e Culturas - (CNPq/FURG)" e "Políticas do Corpo e Diferenças-POC'S (CNPq/UFPe)l", esta tese se interessa em debater os usos dos/as praticantespensantes da escola pública em articulação com os acontecimentos que potencializam insurgências e criações cotidianas nas interações proporcionadas pelas práticas docentes. Elaborada na linha de pesquisa "Discursos, culturas e subjetividades na educação em ciências" do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências- Química da Vida e Saúde - PPGEC da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, essa pesquisa teve como objetivo central, interrogar as heterotopias vivenciadas com a Escola, questionando os acontecimentos inesperados vividos/as pelos/as praticantespensantes que (re) significaram as nossas práticas docentes. A escrita da pesquisa buscou em Michel de Certeau, Nilda Alves, Regina Leite Garcia e Inês Barbosa Oliveira as ferramentas para problematizar as experiências heterotópicas vividas nos/dos/com os cotidianos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Jeremias Fróes. Naquele lugar em que os acontecimentos e as ocasiões podem ser lidos de tantas e outras formas, com lentes diversas buscou-se narrar, a partir das contribuições de Michel Foucault, os espaçostempos nos quais as heterotopias que reconstruíram e reinventaram a Escola. Desnaturalizar conceitos, abrir possibilidades para o inusitado, tornar perspicaz situações que rompem o normalizado a criar proposições e petições aos saberes, são emergências desses espaçostempos cotidianos da Escola. As narrativas das práticas heterotópicas apresentadas nos capítulos são acontecimentos que dão pistas do que há de mais significativo e belo no chão da escola para os que narram. Sem a pretensão de ser melhor ou importante, as heterotopias que emergem nos rizomas da Escola parecem oxigenar o vivido e dão fôlego a situações sufocadas pela insistente normatização que insiste em viver a crise, sempre carente de intervenção, da educação.
- ItemInteligência para a cidade: modelo tecnológico de escuta e produção de conhecimento social em redes digitais(2020) Kwecko, Viviani Rios; Botelho, Silvia Silva da Costa; Porciúncula, MaurenAtualmente as implicações do desenvolvimento das Tecnologias Digitais de Informação e de Comunicação (TDIC) colocam nos diante do desafio de pensar como a interconexão mundial dos computadores afeta a cultura da cidade e, em um movimento inverso, como a cidade modifica a utilização dessas tecnologias. Este estudo apresenta como objetivo a criação de um modelo tecnológico de escuta, compreensão e interação de modo a qualificar a relação da população com sua cidade via produção de conhecimento em redes sociais digitais. Para tanto, a pesquisa busca responder a vários questionamentos sobre como transformar um sistema virtualizado de enunciados coletivos compartilhados em um modelo de inteligência para a cidade; como definir categorias de observação e percepção da opinião do usuário; como construir contextos sociais a partir do modo como identificamos a similaridade e as implicações de diferentes representações sociais da cidade; e por fim, como utilizar artefatos de interação para atuar em ambientes digitais de forma a conceder novos sentidos e significados qualificados para a opinião da população. Para responder as questões foi necessário propor um modelo de investigação que enfatiza os discursos coletivos como constructos de uma inteligência social. Identificamos na potencialidade das tecnologias digitais um sistema condutor para esse acontecer sugerindo que, combinadas, a possibilidade em perceber as representações emergentes no discurso coletivo e as manifestações computacionais e ubíquas poderiam estruturar representações sociais reflexivas a partir de uma mediação sistemática das múltiplas inteligências do indivíduo e do sistema. O objeto de representação e tudo aquilo que, num determinado contexto social e histórico, reúne indivíduos, grupos ou sociedades em comunicação de um pensamento a seu respeito. Nesse sentido as representações estão profundamente ligadas às práticas sociais na sociedade (processo), ao mesmo tempo em que geram um saber praticado (produto) que não deve ser apenas suposto, mas sim detectado em comportamentos e comunicações que de fato ocorram sistematicamente. Entretanto, para o objetivo de nosso estudo interessa organizar os processos de apropriação da utilização das redes sociais como instrumento de coleta de narrativas e o chatbot como instrumento de interação com o cidadão e métodos de coleta e análise de dados de forma que os meios de percepção estética (própria consciência), em situações de interação comunicacional, revelem desenvolvimento de representações sociais de inteligências coletivas.
