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Federal do Rio Grande
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EENF - Escola de Enfermagem

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    Processo de morte-morrer na perspectiva do pensamento complexo: construção de um modelo teórico de cuidado para a enfermagem
    (2018) Dias, Matheus Viero; Barlem, Edison Luiz Devos
    A inquestionável evolução tecnológica na área da saúde não modificou a essência do cuidado de enfermagem, que se manteve focado nos procedimentos técnicos voltados para o zelo ao corpo e prolongamento da vida a partir da cura, afastando o óbito do desvelo. A morte, quando considerada uma ruptura do processo de viver, reflete a necessidade de manutenção da vida a todo custo, e compreende-se, dessa maneira, a obrigação de se romper a forma cartesiana, fragmentada e redutora de pensar os fenômenos que se apresentam durante o processo de morte e morrer. Frente a isso, urge a necessidade de reflexão mediante referenciais filosóficos que possibilitem a ampliação e (re)ligação dos contextos da vida em toda sua amplitude, dentre eles, o pensamento complexo proposto por Edgar Morin mostra-se relevante ao proporcionar um novo olhar para o cuidado de enfermagem. Nesse contexto, a morte e o processo de morte-morrer constituem-se como processos dialógicos e ao mesmo tempo convergentes, sendo considerados parte integrante do ciclo vital. Este estudo, que possuiu como objetivo geral (re)significar a compreensão da morte e do processo de morte- morrer à luz do pensamento complexo; apresentou como objetivos específicos: analisar as evidências científicas para o melhor cuidado de enfermagem frente ao processo de morte- morrer; analisar as atitudes frente ao processo de morte-morrer nas produções científicas da enfermagem, à luz do pensamento complexo e desenvolver um modelo teórico de cuidado de enfermagem acerca da morte e do processo de morte-morrer na perspectiva do pensamento complexo. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura nas bases de dados Web of sciense, Scopus Preview, Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL). Como critérios de inclusão, adotaram-se artigos derivados de pesquisa com seres humanos, de derivação qualitativa e/ou quantitativa publicados nos idiomas português, inglês e/ou espanhol no recorte temporal 2013-2018, que possuíssem o resumo e estivessem disponíveis integral e gratuitamente na versão online. Foram considerados critérios de exclusão: artigos científicos duplicados, validações de escalas, os que não contemplem a temática central do estudo e que não abordem o cuidado de enfermagem, presentes apenas na literatura cinza, teses, dissertações e/ou trabalhos publicados em anais, editoriais e resumos. Dos 274 estudos emergidos inicialmente, selecionou-se, após o refinamento, 18 artigos que compõem o corpus deste estudo. Foi possível evidenciar, a partir da análise textual discursiva, que a morte ainda é (re)conhecida como um fator estressante, fonte de medo, angústia e afastamento profissional, ou seja, fenômenos fragmentados e reducionistas. Como os profissionais da enfermagem reproduzem o modelo cartesiano biomédico de formação, ainda presente nos cursos, essas evidências apontam para a necessidade de se criar espaços de diálogos e reflexões complexas acerca da morte e do processo de morte-morrer, sem desconsiderar a necessidade do (re)conhecimento dos paradigmas aptos a oportunizar mudanças. Sendo assim, a criação de um modelo teórico de cuidado para a enfermagem possibilitou a compreensão dos fenômenos que ainda se mostram em latência. Nesse contexto, foi possível ampliar os conhecimentos previamente enraizados, possibilitando discutir a morte e o processo de morte-morrer em um contexto social, não unicamente conectado em um cenário que envolva uma patologia. Mais uma vez foi possível identificar a necessidade emergente de ampliar os fenômenos a fim de que o cuidado de enfermagem possa atingir áreas até então banalizadas e refutadas.
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    Influência do contexto socioambiental para o desenvolvimento de comportamentos de risco à saúde na adolescência
    (2019) Rodrigues, Eloisa da Fonseca; Gomes, Giovana Calcagno
    No período da adolescência, os espaços de convivência podem expor os indivíduos a diferentes situações de vulnerabilidade, comprometendo sua saúde. Assim, defendeu- se a seguinte tese: Os adolescentes são influenciados pelas interações que estabelecem no contexto socioambiental onde vivem, desenvolvendo comportamentos de risco à saúde. Teve como objetivo geral compreender como o contexto socioambiental e os hábitos de vida conduzem os adolescentes a desenvolver comportamentos de risco à saúde e ao adoecimento; e como objetivos específicos avaliar o estado de saúde, investigar os hábitos alimentares, a realização de atividade física, a qualidade do sono, as atividades de lazer, o uso de substâncias lícitas e ilícitas, o conhecimento sobre infecções sexualmente transmissíveis e métodos de prevenção e descrever como as relações intra e extrafamiliares com amigos, colegas e comunidade na qual estão inseridos apresentam-se como fatores de risco à saúde. Trata-se de uma pesquisa de natureza quantiqualitativa, com abordagem exploratória e descritiva. A etapa quantitativa foi desenvolvida com 124 adolescentes e a qualitativa com 30 destes adolescentes. A realização do estudo aconteceu em uma escola pré-profissionalizante ligada a uma universidade pública federal localizada no extremo sul do Rio Grande do Sul. A amostra foi calculada com base na amostragem não probabilística por conveniência. A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande – FURG sob o número 130/2019. Na etapa quantitativa, foram coletados dados mediante questionário e aferição de dados antropométricos. A análise foi feita utilizando-se a estatística descritiva através do software SPSS, versão 20.0. Na etapa qualitativa, foram coletados dados mediante entrevistas semiestruturadas com 30 adolescentes e analisados pelo método da Análise Temática. O referencial teórico do Interacionismo Simbólico norteou a compreensão dos resultados. Os dados analisados possibilitaram a identificação de quatro categorias: caracterização dos participantes, condições de saúde, hábitos de vida e contextos de convivência. Os resultados possibilitaram identificar condições de risco à saúde e adoecimento entre as meninas, por apresentarem-se tanto abaixo como acima do peso adequado para a idade, terem níveis elevados de pressão arterial e sofrerem mais de ansiedade. Entre os meninos, encontrou-se perfil de obesidade grave e hipertensão estágio dois e a correlação positiva entre esses fatores. Os hábitos de vida mostraram riscos à saúde no alto consumo de alimentos ultraprocessados nas refeições intermediárias, na quantidade insuficiente de sono por noite, no conhecimento fragmentado sobre as infecções sexualmente transmissíveis, no elevado consumo e experimentação de bebida alcoólica e na experimentação de outras substâncias licitas e ilícitas. Nos contextos de convivência familiar, social, escolar e comunitária, observou-se que a exposição à violência e às emoções negativas influencia o comportamento dos adolescentes, predispondo ao adoecimento. Os dados da pesquisa confirmaram a tese de que os adolescentes são influenciados pelas interações que estabelecem no contexto socioambiental onde vivem, desenvolvendo comportamentos de risco à saúde.
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    O fenômeno violência em famílias que vivem em territórios vulneráveis
    (2019) Marques, Letícia Amico; Silva, Mara Regina Santos da; Lourenção, Luciano Garcia
    A violência é um fenômeno global que acompanha a vida em sociedade desde os primórdios da história da humanidade. É resultante de múltiplas causas, as quais estão frequentemente associadas a problemas sociais tais como a pobreza e o uso de drogas, além de fatores pessoais e culturais. Quando há relação entre as características pessoais dos indivíduos, com as características específicas do território vulnerável onde a família vive, pode ocorrer o desenvolvimento da violência entre seus membros, uma vez que a resolução dos conflitos cotidianos torna-se mais difícil, especialmente pela forma pessoal de conduzir as situações no ambiente familiar, frente às adversidades encontradas no território vulnerável. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar o fenômeno violência em famílias que vivem em territórios vulneráveis, e como objetivos específicos: descrever as características pessoais das vítimas e dos agressores de violência na família que vive em territórios vulneráveis; caracterizar as ocorrências de violência quanto ao tipo, meio empregado, local em que ocorreu a agressão, tempo decorrido entre o momento da agressão e o momento do registro da ocorrência, desfecho da ocorrência para a vítima e território mais incidente; e refletir sobre os possíveis impactos da violência familiar presenciada por filhos ou outros membros da família. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com abordagem quantitativa, vinculado ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Família, Enfermagem e Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande, sendo oriundo do macroprojeto intitulado: “A paternidade no contexto da violência intrafamiliar: estratégias para o trabalho de enfermagem” o qual visa aprofundar o conhecimento e a compreensão sobre o fenômeno violência na família. Os dados utilizados nesta pesquisa foram coletados diretamente das ocorrências policiais na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Rio Grande/RS. A amostra do presente estudo são 277 ocorrências policiais as quais contemplaram a violência no ambiente familiar abrangendo diferentes membros da família e não somente a violência específica contra a mulher. Os dados foram coletados no período de julho a agosto de 2017 por meio de um instrumento previamente elaborado. Visando contemplar a análise quantitativa, foram realizados testes provenientes da estatística descritiva. Os dados foram digitados, revisados e codificados em um banco de dados construído com o programa Microsoft Excel e, posteriormente, transferidos para o software estatístico IBM SPSS Statistical versão 23. O macroprojeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), com parecer de no 42/2017 e sob o CAAE: 62448616.2.0000.5324. Os resultados estão apresentados por meio de três artigos científicos: A violência na família: uma análise a partir do modelo ecológico da violência; Caracterização das ocorrências de violência em famílias que vivem em territórios vulneráveis; e Possíveis impactos da violência familiar presenciada por filhos ou outros membros da família: estudo reflexivo. No primeiro, constata-se que é a associação entre as características pessoais dos membros da família com as características do território vulnerável que favorece o desenvolvimento de relações familiares violentas. No segundo, evidencia-se que a violência é motivada por conflitos familiares, sendo predominante a violência psicológica, registrada pelas vítimas, e ocorrendo nos territórios vulneráveis em que as famílias vivem. No terceiro, pode-se refletir acerca de dois temas, o vínculo entre a vítima e o agressor da violência e os possíveis impactos a quem presencia o ato violento e o tipo de violência praticada e os possíveis impactos a quem presencia o ato violento. Os resultados desta pesquisa permitem traçar um panorama da violência que acontece em famílias que vivem em territórios vulneráveis, viabilizando a melhoria da organização das práticas dos profissionais de saúde para o enfrentamento da violência. Elementos como as características pessoais, as características do território vulnerável e das ocorrências de violência possibilitam a elaboração de ações de saúde voltadas às reais necessidades das famílias.
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    Níveis de barreiras e de facilitadores de fatores ambientais relacionados à força de trabalho e à saúde de agricultores
    (2015) Piexak, Diéssica Roggia; Cezar-Vaz, Marta Regina
    Este estudo objetivou identificar, na produção científica, como a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde é utilizada por enfermeiros; analisar como os agricultores avaliam os níveis de barreiras e de facilitadores de fatores ambientais relacionados à força de trabalho para o desempenho de suas atividades e participação no trabalho e, analisar como os agricultores avaliam os níveis de barreiras e de facilitadores de fatores ambientais relacionados à saúde para o desempenho de suas atividades e participação. Estudo de abordagem quantitativa, de caráter descritivo e exploratório, com delineamento transversal, realizado em dois ambientes rurais do Rio Grande do Sul: Ambiente rural I – Ilha dos Marinheiros em Rio Grande e Ambiente rural II – zona rural de Uruguaiana. A amostra foi composta por 259 agricultores. Para a coleta de dados utilizou-se um instrumento, contendo variáveis socioeconômicas e demográficas, aspectos do processo de trabalho e dos níveis das barreiras e dos facilitadores relacionados à força de trabalho (apoio da família, apoio da comunidade e instrumentos/equipamentos utilizados para o desenvolvimento do trabalho) e à saúde (serviços de saúde, apoio e atitudes individuais de profissionais de saúde) de acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Para a análise estatística contou-se com o auxílio do software estatístico Statistical Package for the Social Sciences versão 20.0. As variáveis numéricas foram apresentadas quanto às medidas de tendência central e medidas de dispersão. Para a verificação da normalidade/simetria dos dados numéricos, usou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov. Para a análise de associação dos dados nominais, foi utilizado o teste Qui-quadrado de Pearson - χ 2 e para a análise dos dados numéricos o coeficiente de Correlação Rho de Spearman. Para a comparação de medianas utilizou-se o teste de Mann-Whitney para variáveis com duas categorias e o teste de Kruskal-Wallis para as variáveis com mais de duas categorias, considerando-se p<0,05 como significância estatística. Os agricultores dos ambientes investigados apresentaram níveis diferentes de barreiras dos fatores ambientais relacionados à força de trabalho e à saúde. Os fatores ambientais relacionados à força de trabalho foram considerados barreiras leves para o desempenho no trabalho de agricultores do ambiente I e nenhuma barreira para o desempenho no trabalho de agricultores do ambiente II. Quanto aos serviços de saúde, os trabalhadores do ambiente I evidenciaram maiores níveis de facilitadores do que barreiras. O apoio e as atitudes individuais de profissionais de saúde foram avaliados como facilitadores consideráveis para os agricultores do ambiente I, como facilitadores moderados para os agricultores do ambiente II e como nenhuma barreira para o desempenho das atividades e participação nos dois ambientes. O estudo confirma a tese de que níveis de barreiras e de facilitadores de fatores ambientais relacionados à força de trabalho e à saúde, podem influenciar no desempenho de atividades e participação de agricultores. Os resultados direcionam para o desenvolvimento de ações de cuidado de enfermagem para minimizar níveis de barreiras e aumentar níveis de facilitadores relacionados à força de trabalho e à saúde de agricultores, com o intuito de melhorar o desempenho de suas atividades e participação, bem como otimizar os serviços de saúde, o apoio e as atitudes individuais de profissionais de saúde.
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    A redução de danos sob o ponto de vista de familiares, profissionais e usuários de drogas
    (2014) Silveira, Maria da Penha da Rosa; Silva, Mara Regina Santos da
    O fenômeno das drogas acompanha a história da humanidade desde os seus primórdios, desafiando a ciência e os profissionais quanto ao controle de suas repercussões sobre a vida e a saúde dos usuários e das famílias. Essa situação gera consequências significativas na vida do ser humano, entre elas a dependência química, considerada como um dos mais relevantes problemas de saúde pública e uma preocupação constante para os profissionais da área da saúde, educação, assistência social, segurança pública e justiça. Este estudo tem como objetivo aprofundar a compreensão sobre a Redução de Danos, tendo por base a percepção das pessoas que convivem com o problema de álcool e outras drogas: usuários, familiares e trabalhadores da área da saúde. Como objetivos específicos: (1) Identificar os desafios imbricados na abordagem Redução de Danos, a partir da literatura sobre esse tema e da percepção dos trabalhadores da área da saúde que atuam na área de álcool e outras drogas para a incorporação em sua prática; (2) Verificar as percepções dos trabalhadores, usuários e familiares, em relação à abordagem Redução de Danos, a fim de melhor compreender essa perspectiva de cuidado; (3) Analisar a percepção dos trabalhadores da área da saúde e de familiares de usuários de substâncias psicoativas sobre as concepções de autonomia e reinserção social inseridas na abordagem Redução de Danos. Trata-se de um estudo qualitativo, realizado com um total de vinte e sete participantes, sendo seis usuários, onze familiares de usuários e dez trabalhadores da rede de saúde dos municípios de Rio Grande/RS e Pelotas/RS, com experiência em Redução de Danos. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semi- estruturadas, aplicadas entre junho de 2013 e maio de 2014; e por meio da busca da literatura sobre o tema, nas bases de dados LILACS, IBECS, MEDLINE, SciELO e BDENF, no período de 2001-2011. Como recurso analítico foi utilizado à análise de conteúdo na modalidade temática, balizada pelo conceito de empowerment, adotado nesta pesquisa como referencial teórico. Os resultados do estudo apresentam como desafios para a incorporação da abordagem Redução de Danos nos serviços de saúde, na visão dos trabalhadores o desconhecimento sobre essa abordagem; o preconceito em relação à pessoa que faz uso de drogas; a falta de interesse político-institucional em implantar a Redução de Danos nos serviços de saúde. Na percepção dos trabalhadores, familiares e usuários participantes deste estudo, a abordagem da Redução de Danos tem uma dimensão positiva, no sentido do cuidado, porém é considerada uma prática pouco resolutiva frente ao fenômeno das drogas, o que justifica a busca de medidas tradicionais, como a internação psiquiátrica para tratamento de usuários de álcool e outras drogas. A autonomia do usuário de drogas psicoativas gera insegurança e inquietações, pelo fato de manter o contato com a droga e que buscar a reinserção social de um indivíduo que mantém o uso de algum tipo de substâncias psicoativas, é um grande desafio. Conclui-se que o fenômeno do uso de drogas é um campo amplo e complexo, no qual a abordagem Redução de Danos não é suficiente para resolver integralmente o problema, podendo ser considerada, portanto, um recurso complementar ao tratamento da dependência química.
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    Sofrimento moral no trabalho do enfermeiro docente do ensino superior: uma abordagem foucaultiana
    (2019) Ramos-Toescher, Aline Marcelino; Barlem, Edison Luiz Devos
    Sofrimento moral ocorre quando o profissional se sente impedido de agir conforme seus conhecimentos, valores ou aquilo que considera eticamente correto. Mediante utilização de referencial filosófico foucaultiano, foi defendida a seguinte tese: Enfermeiros docentes atuantes em universidades públicas e federais no Brasil vivenciam o sofrimento moral diante de relações de poder fixadas e utilizam-se da parresía como possibilidade de ação ética e estética. Teve-se como objetivo geral: analisar a ocorrência de sofrimento moral em enfermeiros docentes do ensino superior público federal brasileiro. O estudo foi desenvolvido em três etapas: metodológica, quantitativa e qualitativa. Para etapa metodológica, foi utilizado um guia internacional, composto por oito etapas, que permitiram a elaboração e validação de um instrumento de pesquisa, capaz de analisar a intensidade de sofrimento moral vivenciada por enfermeiros docentes do ensino superior. O instrumento recebeu a denominação de Escala de Sofrimento Moral para Enfermeiros Docentes, cuja estrutura fatorial, recebeu resultados bastante satisfatórios de validade e confiabilidade, com alfa de Cronbach 0,925, e ainda apresentou bons índices de ajustamento, de acordo com a análise fatorial confirmatória. A partir disso, seis constructos foram formados: sobrecarga de trabalho; autopercepção de baixa qualificação profissional; limitações diante da atuação universitária; limitações organizacionais; parresía e percepção de baixa qualidade pedagógica. Já a etapa quantitativa, foi realizada nos meses de junho a dezembro de 2018, com 373 enfermeiros docentes, atuantes em universidades públicas e federais brasileiras. As técnicas estatísticas implementadas foram: estatística descritiva, incluindo distribuições de frequência, análises de média, desvio padrão e medianas, além de testes de análise de variância, qui-quadrado, análise de cluster e correlação de Pearson. Para esta etapa, foram utilizados instrumentos virtuais através da tecnologia Google Docs, como a escala elaborada na etapa metodológica deste estudo e o termômetro de sofrimento moral, compreendido como uma ferramenta de item único, destinado a verificar o nível de sofrimento moral em tempo recente. Assim, como resultados, os enfermeiros docentes que referiram maiores intensidades de sofrimento, tinham como características sociodemográficas e laborais, atuarem nas regiões Norte e Sudeste do país, serem majoritariamente do sexo feminino, com aproximadamente 37 anos de idade e tempo médio de atuação na instituição de ensino superior de 5 anos, especialmente quando relacionado ao constructo parresía e sobrecarga de trabalho. Na etapa qualitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas em etapa presencial e virtual, com 33 enfermeiros docentes atuantes em universidades públicas e federais no Brasil. Mediante análise textual discursiva, emergiram três categorias: atuação do enfermeiro docente; experiência de sofrimento moral; e liberdade de ação. Nestes estudos, de modo geral, foi possível identificar que os enfermeiros docentes, encontram-se diante de situações que lhe proporcionam sofrimento moral, porém ao exercer suas ações cotidianas, manifestam aquilo que acreditam diariamente, mesmo diante de conflitos. Nessa perspectiva, a parresía, compreendida como virtude, aparece como uma importante estratégia de resistência a toda e qualquer forma de sujeição, especialmente por contribuir para elaboração da ética profissional, baseada na transformação do próprio fazer do enfermeiro docente.
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    Assistência de enfermagem a mulheres usuárias de crack em maternidade e centro obstétrico: representações sociais dos enfermeiros
    (2019) Ventura, Jeferson; Gomes, Giovana Calcagno
    As gestantes usuárias de crack necessitam de apoio social com um olhar diferenciado e compreensivo, para que consigam enfrentar o medo e a inabilidade frente à problemática, sendo que os profissionais precisam dar-lhes suporte. Considera-se que a Maternidade e o Centro Obstétrico são setores do hospital providos de recursos de pessoal, material e financeiro para atender as demandas referentes à gravidez e o parto. Neste contexto objetivou- se compreender as representações sociais dos profissionais de enfermagem que atuam em Maternidades e Centros Obstétricos acerca da assistência de enfermagem prestada à mulher grávida usuária de crack nos setores. Foi realizada uma pesquisa descritiva, exploratória com abordagem qualitativa que teve como referencial teórico a Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici. Teve como contexto um hospital do sul do Brasil. Participaram 14 enfermeiros que atuam nesses setores. Os dados foram coletados no segundo semestre de 2018, por meio de entrevistas semiestruturadas e, após, submetidos à análise do Discurso do Sujeito Coletivo. Foi respeitada a Resolução 466/12 referente à realização de Pesquisas com Seres Humanos. Obtiveram-se representações acerca da frequência de atendimentos de mulheres usuárias de crack nos setores; das diferenças no comportamento das mulheres usuárias de crack em relação as não usuárias; da forma como as mulheres usuárias de crack são recebidas no setor; da diferença no trabalho de parto das mulheres usuárias de crack em relação as que não são usuárias; da percepção do cuidado que as mulheres usuárias de crack prestam ao recém-nascido no pós-parto; do cuidado familiar recebido pelas mulheres usuárias de crack durante a internação; da necessidade de cuidados que as mulheres usuárias de crack necessitam receber no setor; das dificuldades enfrentadas pela equipe para prestar assistência as mulheres usuárias de crack nos setores e da percepção da assistência prestada às mulheres usuárias de crack na Maternidade e Centro Obstétrico. Os dados possibilitaram concluir que o cuidado a mulher gestante usuária de crack na maternidade e centro obstétrico é complexo, exige capacitação da equipe de enfermagem para dar conta da necessidade de assistência. Verifica-se que as políticas públicas especificas para o atendimento a essas pessoas não dão conta da sua assistência. Os serviços especializados precisam se adequar para dar suporte a mulher gestante usuária de crack e sua família, constituindo-se como parte de sua rede de apoio social. Os profissionais de saúde precisam atuar junto às famílias para que esta à acompanhe a mulher durante a gestação e o recém-nascido após o parto. Confirmou-se a tese de que enfermeiros atuantes em maternidade e Centro Obstétrico possuem dificuldades no atendimento de mulheres usuárias de crack o que pode comprometer a qualidade da assistência prestada a elas e seus recém-nascidos. Espera-se que este estudo tenha permitido a discussão sobre o assunto, possibilitando aos profissionais atuantes nesses setores refletir sobre o cuidado prestado a essas mulheres, apontando possibilidades de qualificar sua assistência.
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    Circularidade interativa dos processos de formação e de trabalho do enfermeiro
    (2014) Colomé, Juliana Silveira; Lunardi, Valéria Lerch; Backes, Dirce Stein
    O estudo objetivou analisar as interações e retroações dos processos de formação e de trabalho do enfermeiro, com vistas ao desenvolvimento de uma (re)organização, tanto da dimensão formativa quanto dos cenários de práticas. Trata-se de um estudo exploratório- descritivo de abordagem qualitativa, desenvolvido em um Curso de Graduação em Enfermagem de uma Instituição de Educação Superior Comunitária e na rede de atenção à saúde, caracterizada como cenário de atividades curriculares teórico-práticas do referido curso, ambos localizados na região central do Rio Grande do Sul. Foram constituídos três grupos amostrais com sujeitos envolvidos no processo de formação e de trabalho de enfermeiros, atuantes nos programas Pró-Saúde e PET-Saúde desenvolvidos na instituição de educação e na rede de atenção à saúde do município, perfazendo um total de 28 participantes. A técnica de coleta dos dados foi o grupo focal. Mediante a análise textual discursiva dos dados, resultaram duas categorias centrais. A primeira, Interações e retroações dos processos de formação e de trabalho do enfermeiro, foi constituída pelas categorias intermediárias: Relações dialógicas e interdependentes entre a teoria e a prática; Formação para a autonomia ou para a alienação? Resistências, fragmentações e rupturas; Auto-organização dos processos de formação e de trabalho do enfermeiro. A segunda categoria central denominada (Re)organização da formação e dos cenários de práticas do enfermeiro: possibilidades integradoras, foi constituída pelas categorias intermediárias: Espaços conectivos da formação e do trabalho, Qualificação integradora da academia e dos cenários de práticas e Movimento emergente de mudança. A análise dos dados demonstrou que, embora se reconheça a interdependência e a complementaridade dos processos referenciados, ainda há que se avançar no que diz respeito às possibilidades integradoras, dado o potencial da organização „formação e trabalho‟ em desenvolver-se de modo cooperativo e associativo. Os cenários de práticas, como espaços interativos, aliados às estratégias governamentais para a reorientação da formação e qualificação do trabalho, têm incitado um movimento de mudanças a ser ampliado, uma vez que ainda não se mostra predominante no contexto estudado. Considera- se, portanto, que os processos de formação e de trabalho desenvolvem-se a partir de interações mútuas, dinâmicas e contínuas, as quais promovem movimentos retroativos com potencial para (re)organizar as múltiplas dimensões envolvidas nesse sistema. Desse modo, a caracterização desses movimentos convergentes e divergentes pode subsidiar estratégias, integradoras e contextuais, para a qualificação da formação e dos cenários de práticas do enfermeiro em contextos específicos.
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    Significado do cuidado familiar à criança com deficiência visual: subsídios para o cuidado sócio-ambiental na enfermagem
    (2014) Pintanel, Aline Campelo; Gomes, Giovana Calcagno
    A pesquisa teve como objetivos compreender o significado do cuidado familiar à criança com deficiência visual e apresentar um modelo teórico acerca do cuidado prestado pelas famílias à criança com deficiência visual. É uma pesquisa qualitativa realizada em um Centro de Educação Especial para Deficientes Visuais de um município do Sul do Brasil, entre 2013 e 2014. Teve como referencial teórico o Interacionismo Simbólico e metodológico a Grounded Theory. Para o levantamento e análise comparativa dos dados foram formados três grupos amostrais compostos por 19 familiares cuidadores de crianças portadoras de deficiência visual. Mais três famílias validaram o modelo teórico construído. Os dados foram coletados por entrevistas semiestruturadas e analisados pela análise aberta, axial e seletiva. O estudo mostrou que o cuidado familiar à criança com deficiência visual segue um processo no qual a família recebe o diagnóstico da criança, organiza-se para cuidá-la nos seus diferentes ambientes de convivência, promove estratégias para o seu cuidado, vivenciando dificuldades e facilidades, e após algum tempo, pode sentir-se instrumentalizada para cuidar da criança. O modelo teórico construído foi denominado de: Mobilizando-se para cuidar: significando o cuidado à criança com DV pelo ser família. O cuidado familiar à criança com deficiência visual não segue padrões pré-determinados. É construído pelas famílias junto as suas crianças em cada contexto e em cada novo momento da vivência familiar. Por meio desta pesquisa, pode-se confirmar a tese de que as famílias que possuem crianças com deficiência visual constroem significados que orientam suas ações de cuidado a partir das interações que estabelecem durante esta experiência nos vários ambientes de cuidado. Ao confirmá-la, percebe-se a necessidade de repensar as práticas, valorizando o mundo simbólico e cheio de significados produzidos pelas famílias. Pretende-se seguir com as pesquisas voltadas às famílias de crianças com deficiência visual com a finalidade de embasá-las para o cuidado, minimizando suas dificuldades e auxiliando-as na construção de novas estratégias.
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    Capital social e atenção primária ambiental: fundamentos constitutivos para o trabalho da enfermagem em grupos comunitários organizados adstritos a estratégia Saúde da Família
    (2013) Cardoso, Leticia Silveira; Cezar-Vaz, Marta Regina
    Introdução: Esta produção está construída com o propósito de evidenciar os conceitos do capital social e da atenção primária ambiental, fortalecendo-os a partir da organização comunitária. Objetivo: Analisar como os grupos comunitários organizados adstritos a estratégia Saúde da Família ao produzirem Capital Social fortalecem a Atenção Primária Ambiental. Metodologia: Pesquisa exploratório-descritiva e analítica realizada no período de 2009 a 2010, com 128 sujeitos, dos quais 70 são participantes de grupos comunitários organizados: 35 artesãs, 17 moradores, 08 conselheiros locais de saúde, 05 pescadores e 05 recicladores de resíduos sólidos. Lotados respectivamente em 05 grupos de artesãs, 04 de moradores, 02 Conselhos Locais de Saúde, 01 de pescadores e 01 de reciclagem, totalizando 13 grupos. E, 58 são profissionais da estratégia Saúde da Família: 25 agentes comunitários, 12 auxiliares de enfermagem, 11 enfermeiros e 10 médicos. Investigaram-se 08 equipes de Saúde da Família do município de Rio Grande - RS; 02, do de Santa Vitória do Palmar - RS e 02, de São José do Norte – RS, totalizando 12 equipes. Selecionadas a partir dos critérios: estar adstrito ao território de cobertura da estratégia Saúde da Família, desenvolver atividades no mínimo há seis meses e não se configurar em um grupo de atendimento a patologias preconizadas ministerialmente. A coleta de dados constituiu-se por entrevistas semiestruturada gravadas e observações sistemáticas, não participantes, públicas e em situações normais. Com fins de solidifica-se os resultados deste estudo produziu-se uma triangulação de fontes de dados com o levantamento documental de dados primários do: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e do Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Aplicou-se uma análise qualitativa de conteúdo a partir da leitura e compilação dos sentidos do conteúdo utilizando-se o software NVivo versão 7.0. Resultados: Construíram-se três manuscritos - Promoção da saúde e participação comunitária em grupos locais organizados, Associativismo e Civismo: reflexão do capital social comunitário para a saúde socioambiental e Cuidados primários em saúde: o atendimento às necessidades comunitárias. Considerações Finais: A promoção da saúde se expressa nas ações dos grupos locais organizados que buscam a saúde para si, intervindo no seu modo de viver e de sobreviver, ou seja, agindo sobre os danos da ação humana. Paralelamente, os participantes se fortalecem porque conquistam maiores possibilidades de serem (re)conhecidos como sujeitos capazes de provocar mudanças no contexto local, na saúde e na natureza. O capital social nos grupos comunitários organizados destaca-se como forma de manutenção da universalidade do acesso aos serviços de saúde, em especial o da estratégia Saúde da Família. O potencial comunitário torna-se fortalecido pelas ações conjuntas que englobam a participação dos profissionais da saúde. O acesso ao processo e a estrutura do trabalho da estratégia representam os elementos centrais do atendimento as necessidades comunitárias. Acesso que se traduz em diálogo em prol da promoção da saúde nas diferentes ações e intervenções da equipe. Estas se caracterizam como cuidados primários em saúde na medida em que o diálogo representa a interação profissional-comunidade de modo individual ou coletivo.